“Dir-se-ia que foi ontem, mas passaram já 45 anos. E há 45 anos quais eram as expectativas, os anseios, os desafios, as causas dos jovens de Portugal? Desse Portugal também jovem, apesar do milhão que havia votado com os seus pés, emigrando, recusando a vida sem liberdade, sem mais desenvolvimento, sem maior justiça social. Lembramos bem o que nos unia, a nós jovens, dos mais opostos pensamentos na alvorada da mudança. Unia-nos democracia em vez de ditadura. Liberdade em vez de repressão. Desenvolvimento integral e justiça social mais partilhada em vez de desigualdade económica, descriminação social, taxas confrangedores de mortalidade infantil, de escolaridade e de infraestruturas básicas. Paz em África em vez de empenhamento militar sem solução política. Isto nos unia.”
E mais...
“Muito do mais nos dividia. Os contornos concretos do regime político, o sistema de governo, a visão sobre a Europa e do Mundo, o papel do Estado, pessoas e organizações, o caminho, o fim, o ritmo da Revolução, o alcance da Constituição e como ela se devia conjugar com a Revolução, prolongando-a, moderando-a ou conformando-a. E como sempre acontece com as revoluções, cada qual cadinho de muitas, muito diversas, uns veriam os seus desígnios triunfar no instante inicial. Alguns, em vários trechos do percurso. Outros, na primeira versão da lei fundamental, outros ainda no somatório das revisões que a foram moldando a novos tempos e a novos modos. Em rigor, dos jovens de 74 nenhum pode dizer ter visto vencer tudo o que queria para o seu e nosso futuro.”
“Muito do mais nos dividia. Os contornos concretos do regime político, o sistema de governo, a visão sobre a Europa e do Mundo, o papel do Estado, pessoas e organizações, o caminho, o fim, o ritmo da Revolução, o alcance da Constituição e como ela se devia conjugar com a Revolução, prolongando-a, moderando-a ou conformando-a. E como sempre acontece com as revoluções, cada qual cadinho de muitas, muito diversas, uns veriam os seus desígnios triunfar no instante inicial. Alguns, em vários trechos do percurso. Outros, na primeira versão da lei fundamental, outros ainda no somatório das revisões que a foram moldando a novos tempos e a novos modos. Em rigor, dos jovens de 74 nenhum pode dizer ter visto vencer tudo o que queria para o seu e nosso futuro.”
Li no Observador