segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Prémio Internacional de Ilustração em Porcelana


«O Prémio Internacional de Ilustração em Porcelana é uma iniciativa da Vista Alegre e da Tcharan Editora, em parceria com o Município de Ílhavo, que procura enaltecer a união entre a porcelana Vista Alegre e a ilustração, que terá em 2019 a sua 1.ª Edição. De periodicidade anual, este prémio tem o objectivo de potenciar a ilustração em porcelana, encorajando a construção de diálogos entre a ilustração e o material cerâmico – um suporte distinto que abre novos caminhos à exploração artística.»

Ler mais aqui

NOTA: A célebre fábrica de porcelana Vista Alegre é, sem margem para dúvida, um ex-líbris do nosso concelho. Mundialmente conhecida, com presença garantida nas mais luxuosas mesas de um alargado horizonte, a Vista Alegre honra Portugal e os artistas que nela deixam marcas inconfundíveis das suas multifacetadas sensibilidades. Os meus parabéns pela iniciativa. 

domingo, 4 de novembro de 2018

Aliança entre jovens e idosos

Frei Bento Domingues


1. Décadas de frustrações tornaram muitos católicos, jovens e adultos, cépticos acerca das iniciativas inconsequentes da chamada pastoral da juventude. Desde há mais de três mil anos que os velhos se queixam das novas gerações. Mas, como terá dito Confúcio, é melhor acender uma vela do que amaldiçoar as trevas. 
Alegrei-me muito com o testemunho eufórico do cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila, acerca do que tinha vivido em Roma: nós, os bispos, perguntamos muitas vezes o que podemos fazer pelos jovens; agora vi o que eles fizeram por nós; tornaram-se a escola dos bispos. Este percebeu o que deve ser um sínodo: um tempo de escuta, de aprendizagem, de conversão, de mudança. Não pode ser um faz de conta: os jovens que falem à vontade, mas a boa doutrina é a nossa; é nosso e só nosso o verdadeiro magistério da Igreja que ensina e não recebe lições desses irresponsáveis verdes anos. 
Senti-me muito longe do espírito do Grande Encontro da Juventude – Os novos escolhem Deus – (20-21 de Abril de 1963), realizado em Lisboa, congregando à volta de 60 mil jovens de todo o país. Julgava-se que se podia responder a uma grave crise social, cultural, religiosa e política com uma solene e cega afirmação de rua [1]. 
Espero que o próprio Instrumentum Laboris [2] não seja abolido, mas refeito, periodicamente, com os contributos do Sínodo e com o intercâmbio de novas práticas a nível internacional. Uma das críticas mais pertinentes ao próprio funcionamento do Sínodo foi o da descriminação das mulheres. Nenhuma das convidadas – ao contrário dos homens – pode votar o texto final. O cardeal alemão Reinhard Marx observou: quando se trata de poder, fica-se com a impressão de que a Igreja é, em última análise, uma igreja masculina. É uma situação que tem de ser superada em todo o mundo. 

Dia Nacional da Igualdade Salarial

Domingo, 
4 de novembro 



Com uma democracia adulta, 44 anos, em Portugal, as mulheres continuam discriminadas a vários níveis, o que nos leva a pensar que algo vai muito mal neste país e no mundo, por todos fecharmos os olhos às injustiças das nossas sociedades. 
Hoje é o Dia Nacional da Igualdade Salarial, razão mais do que suficiente para nos debruçarmos sobre o porquê de as mulheres, executando as mesmas tarefas que os homens, receberem salários inferiores. E o mais curioso é que as instâncias democráticas, que tanto e tão bem pregam a justiça social, não conseguem ser capazes de decretar a igualdade salarial em relação aos homens. 
Todos sabemos que as mulheres começaram, desde há muito, a ocupar lugares de destaque em vários setores, nomeadamente, a nível académico, educacional, médico, científico e artístico, entre outros. Contudo, as mulheres trabalhadoras permanecem em situação deplorável quando, no fim do mês, recebem menos do que os homens, executando as mesmas tarefas.

Fernando Martins

sábado, 3 de novembro de 2018

Com o cadáver da esperança às costas

Ainda sobre os dias 1 e 2 de Novembro: 
Dois dias para a morte e o sentido 

Anselmo Borges

Por mais arrogante que se seja e se padeça do complexo da omnipotência, ninguém, a não ser que pense suicidar-se antes, pode dizer: Até amanhã, se eu quiser. Dada a constituição corpórea do ser humano e a sua consciência antecipadora, toda a pessoa adulta e consciente, que reflecte, sabe, embora com um saber paradoxal, pois ninguém se pode conceber a si mesmo morto, que é mortal e que a morte é o limite inultrapassável. Ninguém rouba a morte a ninguém, cada um morrerá na sua vez. E as sabedorias ancestrais e as religiões e as filosofias lembraram sempre a cada um: "lembra-te de que és mortal"; aos generais romanos vitoriosos, na corrida para a celebração do triunfo, havia um escravo que lhes ia sussurrando ao ouvido o dito, em latim: "memento mori" (lembra-te de que és mortal); "sic transit gloria mundi" (assim passa a glória mundana): lembrava ao Papa na sua coroação o mestre-de-cerimónias enquanto queimava uma mecha de estopa; os gregos definiam os humanos frente aos deuses, imortais, como "os mortais".

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Do outro lado do canal


Nós, os da Ria de Aveiro, estamos convencidos de que conhecemos todas as paisagens lagunares, mas não é verdade. Conhecemos apenas de longe e muitos de nós, se calhar, nunca ou muito raramente saímos da terra firme por onde deslizam os carros e demais veículos motorizados ou a pedais. Ou a pé. Somos apenas, atreve-me a dizê-lo, uns sonhadores das nossas belezas naturais. Direi até, puros analfabetos. Os anos passam e nunca ousamos navegar pelos múltiplos canais da nossa Ria, por esta ou aquela razão.  
Esta foto, que registei há tempos,  levou-me a perguntar: mas o que é aquilo que está à vista, apenas separado pelas águas de um azul tão forte, que desafia  a nossa imaginação? 

Lembrando Teixeira de Pascoaes

Nasceu no dia 2 de novembro de 1877,
em Amarante




Ser poeta é ser a voz
Dos pobres, — a oração…
O génio do silêncio,
A alma da solidão

Teixeira de Pascoaes,
In Obras Completas, VI volume



Soneto para este outono

Sou um cansaço que findou no sono 
Narciso Alves in “Para Além do Adeus”, p. 93 


                                              Sou um cansaço que findou no sono
                                              Da tarde triste em que morreu o dia
                                              E quando a noite o meu corpo acolhia
                                              O sol desceu do seu dourado trono.

                                              A doce paz nasceu desse abandono
                                              Mistura de mistério e nostalgia
                                              E, aos poucos, o meu ser desfalecia
                                              Como folha que tomba pelo Outono.

                                              A mansidão abraça-se ao sossego
                                              E eu fico numa luz, num aconchego
                                              Como nunca, em meus dias, eu vivi.

                                               O tempo foi passando devagar
                                               E não sendo eu capaz de me acordar
                                               Só então é que eu soube que morri.

                                                   Domingos Freire Cardoso

                                                   Do livro “Por entre poetas”

Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue