Permitam-me que volte hoje aos nossos cães que morreram recentemente para tristeza de toda a família. A falta que eles nos fazem é notória porque a alegria que nos contagiava deixou marcas indeléveis. Posta de lado a hipótese de adotarmos outro ou outros, por dificuldades inerentes à nossa capacidade de os tratar como deve ser, mas também por não percebermos facilidades futuras que garantam os mimos fundamentais na hora de deixarmos o mundo terreno, resta-nos a consolação de olhar pelos que nos batem à porta à procura de pão para a boca. Contas feitas à esperança de vida dos cães, não haverá certeza de que viveremos o tempo necessário para deles cuidarmos.
Tenho visto o que toda a gente pode ver: Cães e gatos vadios e abandonados ou nascidos destes, pululam por todos os cantos, podendo provocar problemas de saúde às pessoas e a outros animais, o que é de lamentar. As autarquias não terão capacidade para acolher, alimentar e tratar todos esses animais, de forma a garantir a sua sobrevivência condigna. Porque, logicamente, as famílias ainda terão prioridade nos programas e projetos camarários.
Eu sei que não falta quem mostre interesse acrisolado pelos animais, questão que nem ouso pôr em discussão. Mas como resolver o problema dos cães e gatos vadios, que chegam, alguns deles, sobretudo gatos, a entrar na nossa própria casa sem pedir licença, só porque a Lita, apaixonada por animais, lá os vai sustentando e tratando da melhor forma que pode e sabe?
Gostaria que as autoridades e os meus leitores se pronunciassem sobre este problema, porque é, realmente, uma questão de saúde e tranquilidade pública.
Fernando Martins