quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Ser atleta é correr para o «mistério»

Papa pede desporto para todos, 
apela ao fim da corrupção 
e diz que ser atleta é correr para o «mistério»


Na presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, Francisco realçou que «é importante que todos possam participar nas atividades deportivas». «Neste momento penso também em muitas crianças e jovens que vivem às margens da sociedade. Todos conhecemos o entusiasmo das crianças que jogam com uma bola furada ou feita de trapos nos subúrbios de algumas grandes cidades ou nas ruas das pequenas vilas.»
(...)
«Seria triste, para o desporto e para a humanidade, se as pessoas deixassem de confiar na verdade dos resultados desportivos, ou se o cinismo e o desencanto levassem a melhor sobre o entusiasmo e a participação alegre e desinteressada. No desporto, como na vida, é importante lutar pelo resultado, mas jogar bem e com lealdade é ainda mais importante»
Papa Francisco


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A Nossa Gente: Licínio Amador

Licínio Amador (foto do meu arquivo)
Neste mês de outubro, em que se comemora o Dia Mundial do Professor e o 15.º aniversário da ampliação e remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo, dedicamos a rubrica “a nossa gente” a Licínio Ferreira Amador, professor aposentado e um curioso por certos episódios da História de Portugal e da temática marítima. 
Licínio Amador nasceu na freguesia de S. Salvador, em Ílhavo. Depois da Instrução Primária, ingressou na Escola Comercial, Secção Preparatória para o Instituto Comercial, atual Escola Secundária Dr. Mário Sacramento, em Aveiro. Seguiram-se mais dois anos letivos, desta vez no Liceu José Estêvão, igualmente em Aveiro, que lhe deram equivalência para concorrer ao ensino superior. 
Em 1975, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que frequentou com o estatuto de trabalhador-estudante, pois durante a sua vida académica sempre deu o seu contributo à atividade comercial da família.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Filarmónica Gafanhense celebra o seu 180.º aniversário


No próximo dia 23 de outubro, a Filarmónica Gafanhense, também conhecida por Música Velha, vai celebrar o seu 180.º aniversário, com um programa simples mas expressivo. Para assinalar o facto, sobressai a apresentação de um fardamento novo, que importou em 15 mil euros, comparticipados por diversas entidades públicas e privadas, bem como pelo resultado de eventos levados a cabo pela associação musical que ao concelho de Ílhavo muito tem dado ao longo da sua história.
As cerimónias iniciam-se com uma romagem ao cemitério da Gafanha da Nazaré, pelas 10h, na qual se integram os corpos sociais, membros da Filarmónica e amigos, para assim prestarem singela mas significativa homenagem aos que, dando o melhor de si à Música Velha, não podem nem devem ser esquecidos nesta data marcante.
Às 11h15 a Filarmónica Gafanhense participa na Eucaristia dominical e pelas 16h haverá um concerto no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, com a apresentação do novo maestro. Às 19h, no Stella Maris, será o jantar aberto a sócios, simpatizantes e amigos da banda.
Na primeira parte do concerto, os executantes apresentar-se-ão com o fardamento antigo e na segunda parte com o fardamento acabado de adquirir, que será de cor azul mais escura.
Entretanto, e como tem vindo a ser noticiado, a Escola de Música Gafanhense já foi integrada na Filarmónica Gafanhense, por se tornar incomportável a existência de duas escolas de música do mesmo género na Gafanha da Nazaré. Há neste momento cerca de 30 alunos para todos os instrumentos próprios da banda, havendo também aulas de piano.
A Filarmónica comprou recentemente um carrilhão que importou em 3300 euros e, ainda, flautas transversais e uma trompa que custaram seis mil euros.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Dona Luz Rocha já descansa no seio maternal de Deus

FUNERAL
Igreja Matriz da Gafanha da Nazaré
Amanhã, Quarta-Feira,
5 de Outubro
16h30



Se há notícias que tenho muitas dificuldades em escrever e divulgar, o falecimento de Dona Maria da Luz Rocha é, seguramente, uma delas, porventura a mais dolorosa, emparceirando ao lado dos meus familiares e amigos mais próximos. Dona Luz, como era conhecida entre nós e muito para além das nossas fronteiras, recolheu-se há momentos no seio maternal de Deus, o mesmo Deus que durante a vida a guiou e lhe deu capacidades para estar, animar, ajudar, aconselhar e indicar caminhos de bem, de verdade e de vida digna a todos quantos com ela conviviam ou dela se aproximassem em momentos de fragilidades humanas ou de pobreza extrema. 

A Dona Luz, que tive a felicidade de acompanhar na vida, dando-lhe o meu apoio incondicional quando alguns lho recusavam, foi, para mim e para imensa gente, um pouco de todo o país, uma mãe solícita, uma crente fervorosa, uma católica empenhada na comunidade e, sobretudo, um belo testemunho, no meio da sociedade e em todas as circunstâncias, mas também uma seguidora de Jesus Cristo e da Sua Boa Nova que haveria de revolucionar a nossa era, a era cristã, tão simplesmente pelo mandamento novo que nos deixou: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

Ainda jovem, mas já viúva e com quatro filhos, olha com ternura para as mulheres e raparigas mal-amadas, rejeitadas pelas famílias, namorados ou maridos, e avança, com Rosa Bela Vieira, na qualidade de vicentinas, para o apoio incondicional a quantas lhe batessem à porta a pedir apoio… E a bola de neve foi crescendo, sempre com a sua firme determinação, formalizando-se depois com o conhecido nome de Obra da Providência. 

Está hoje junto do Deus que tanto amou, com Eucaristia diária que nunca dispensou, pois acreditava, firmemente, que toda a força que possuía para fazer o bem sem olhar a quem, em especial aos feridos da vida, vinha precisamente daí. Deus em Jesus Cristo, que ela via nos rejeitados e perseguidos, nos pobres e nos infelizes, era a sua inspiração diária, a força do seu discernimento, a coragem da sua intervenção social, o sentido coerente da sua permanente vivência eclesial e o amor que repartia com toda a gente.

Fernando Martins

domingo, 2 de outubro de 2016

A verdadeira religião é crítica

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO


 
1. Tinha recomendado a um amigo, enfastiado com as produções açucaradas de espiritualidade pós-moderna e com as passerelles de diálogo inter-religioso, o último livro de Anselmo Borges, o questionador das manifestações da religiosidade, da religião e das religiões[1]. É um agrupamento de textos essenciais acerca do essencial.
Avisei o potencial leitor de que não são as razões que encontramos para crer em Deus e as que temos para não crer que nos fazem crentes ou ateus. Virou-se para mim apreensivo: mas, então, em que ficamos?
Não podemos ficar. Os que repousam nas suas convicções continuam o mesmo sono dogmático. Os despertos são peregrinos. É normal que, na presente condição humana, precisem de “estações de serviço” para continuar a viagem. Mas quando se diz que o nosso coração não conhecerá quietude a não ser quando repousar no infinito, imagina-se, de forma ilusória, o infinito como termo de uma caminhada.

sábado, 1 de outubro de 2016

Excepcionalismo

Crónica de Anselmo Borges 



1. Sempre que se fala em religião tem de se atender a uma distinção essencial. Sem ela, todo o debate se anula em confusões. Há a religiosidade, que consiste naquele movimento de transcendimento que se defronta com o Mistério, a que os fenomenólogos da religião chamam o Sagrado. Religioso é aquele que se entrega confiadamente a esse Mistério-Sagrado, do qual espera salvação. Depois, neste enquadramento religioso, entende-se que apareçam as religiões institucionais, que são construções humanas enquanto mediações entre o Mistério ou o Sagrado, Deus, e os homens e mulheres, e entre estes e aquele. Nas religiões, encontram-se concretamente quatro dimensões: a dimensão teológico-doutrinal, a litúrgico-celebrativa, a ético-moral e a organizacional.
Nesta distinção entre religiosidade, religiões e Sagrado-Mistério, entende-se que as religiões estão referidas ao Sagrado, Deus, mas não são Deus, o Sagrado, o Mistério, que todas tentam dizer, mas que a todas transcende. Por outro lado, percebe-se que pode acontecer que alguém tenha feito e faça uma experiência mística, religiosa, de autêntico encontro com Deus e, no entanto, não se relacione, ou pouco, com a religião institucional, como pode acontecer que alguém viva na e da religião institucional, se sirva dela para fins económicos, políticos, estratégicos, de prestígio, etc., - no limite, que alguém mate em nome da religião - e não tenha nenhuma experiência religiosa autêntica, viva.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Uma Bíblia que “não esconde as realidades inconvenientes”

ANTÓNIO GUERREIRO no PÚBLICO 



«Frederico Lourenço lançou-se sozinho num empreendimento que, pela sua grandeza, foi muitas vezes resultado de um trabalho de equipa: a tradução, do grego, dos 80 livros da Bíblia, o Velho e o Novo Testamento, oferecendo a mais completa tradução da Bíblia que alguma vez foi feita em língua portuguesa. O primeiro volume, contendo os quatro evangelhos, de Mateus, Marcos, Lucas e João, acaba de ser editado. A este seguir-se-ão mais cinco volumes, com os quais se completará a tradução integral da Bíblia Grega.»

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