domingo, 17 de julho de 2016
Frei Bento Domingues de férias
Os meus leitores hão de estranhar a ausência da crónica de Frei Bento Domingues no meu blogue, por transcrição do PÚBLICO. De férias até setembro, ficaremos privados da sua reflexão semanal, sempre oportuna, lúcida e independente, durante o descanso a que tem direito.
Se possível, editarei, aos domingos, textos relacionados com Frei Bento Domingues.
sábado, 16 de julho de 2016
Dois Papas
Crónica de Anselmo Borges
1. Há quem suspeite que o Papa emérito, Bento XVI, possa ser um dos centros de oposição ao Papa Francisco.
E apresentam razões para essa suspeita. Há quem pergunte porque é que continuou no Vaticano. Mais grave será, ainda no exercício das suas funções, ter feito arcebispo o seu secretário, Georg Gänswein, que nomeou, ao mesmo tempo, para Prefeito da Casa Pontifícia, garantindo assim que ficaria permanentemente informado do que faz o seu sucessor. Em 1972, ainda professor, escreveu um ensaio académico, manifestando abertura à admissão à Eucaristia dos divorciados recasados, no caso de a nova união ser sólida, haver obrigações morais para com os filhos, não subsistindo obrigações do mesmo tipo em relação ao primeiro casamento, "quando, portanto, por razões de natureza moral é inadmissível renunciar ao segundo casamento". Ora, este ensaio foi retirado das "Obras Completas" de Ratzinger, cuja edição está a cargo do cardeal G. Müller, um dos opositores a Francisco, concretamente nesta questão. E, recentemente, Gänswein veio dizer que Bento XVI não abandonou o ministério de Pedro, antes fez dele "um ministério expandido, com um membro activo e um membro contemplativo", numa "dimensão colegial e sinodal, quase um ministério em comum".
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Giro pela noite
A noite não é sempre escuridão. E mesmo esta, com um ou outro raio de luz, pode oferecer-nos motivos de beleza, que a luz do sol até pode esconder. Num giro pelo jardim, noite de lua de quarto crescente, com pouco luar, registei estas fotos que partilho com quem gosta de arbustos, dos quais sobressaem gestos em busca dos céus.
Recebe Jesus em tua casa
Reflexão de Georgino Rocha
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| Valorizar as relações familiares |
Jesus continua o seu itinerário para Jerusalém. Avança com uma liberdade impressionante. Nada nem ninguém faz parar a sua determinação de chegar. Em cidades e aldeias. Sendo acolhido ou rejeitado. Compreendido pelos discípulos ou “censurado”. A iniciativa é incondicionalmente sua.
O texto de Lucas, hoje narrado de forma tão bela e expressiva, transmite e visualiza uma nova faceta da mensagem de Jesus. Trata-se do encontro em casa de Marta e de Maria descrito com pormenores significativos e com sabor delicioso. Nele, condensa, de modo emblemático, as etapas principais da iniciação cristã: Acolher, dialogar, servir. Sem encontro pessoal com Jesus Cristo, sem escuta diligente da sua palavra e oração de comunhão de sentimentos, sem cooperação responsável por meio de obras eficazes no seu projecto de salvação, não há discípulo fiel, cristão apto a dar razões da esperança que o anima, membro consciente da Igreja nem cidadão missionário empenhado na humanização da sociedade.
O relato de Lucas faz-nos ver os passos a dar no proceder dos protagonistas. Jesus entra numa povoação e dirige-se a casa de uma família. Uma mulher chamada Marta vai ao seu encontro e recebe-O. Jesus assume uma atitude singular: entra, “acomoda-se” e começa a conversar com Maria, a irmã de Marta, que o escuta atentamente, alheando-se de tudo. Só desperta quando surge o queixume inesperado. “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me”.
quinta-feira, 14 de julho de 2016
Homenagem ao Padre Artur Sardo
Na sexta-feira, 24 de junho, foi prestada uma justa homenagem ao Padre Artur Sardo no Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré, com o descerramento da sua fotografia e de uma placa, onde se lê:
“Padre Artur Ferreira Sardo
(1912-2000)
Homenagem e gratidão do Centro Social
Junho de 2016”
No momento próprio, o Padre César Fernandes, pároco da Gafanha da Nazaré e presidente da direção do Centro Social, referiu que «esta homenagem de gratidão para com o Padre Artur Sardo é de toda a justiça», pois veio dele a iniciativa de «oferecer o terreno para a construção do Lar, sendo à data da inauguração (maio de 1991) membro da mesma direção».
O Padre César fez questão de sublinhar que «estamos a reconhecer publicamente» o gesto do Padre Artur, enquanto desejou que se perpetue no futuro «a sua dedicação à instituição com a doação do terreno onde está implantado o Centro Social Paroquial».
O Padre Artur Ferreira Sardo, natural da Gafanha da Nazaré, onde viu a luz do dia em 21 de março de 1912, trabalhou durante a sua juventude na agricultura e noutros serviços. Na altura adequada, alistou-se no exército, enquanto estudou de noite na Escola Comercial de Aveiro. Em 15 de outubro de 1935 sentiu o chamamento de Deus e ingressou no Seminário Regional de Évora, porque a Diocese de Aveiro ainda não havia sido restaurada.
Quando a Diocese de Aveiro foi restaurada, em 1938, optou por continuar em Évora, tendo sido ordenado presbítero no Carmelo de Fátima, no dia 30 de julho de 1944.
Desempenhou inúmeras tarefas como sacerdote, sempre como padre de Évora, mas um dia foi em missão até Moçambique, passando depois pelo “Gil Eanes”, como capelão da frota bacalhoeira, dando a seguir um grande salto para a Austrália, onde andou «de cidade em cidade à procura da nossa gente», que ajuda de diversos modos, quer no âmbito religioso quer ao nível escolar, lecionando os ensinamentos básicos aos filhos dos nossos emigrantes.
O Padre Artur, porventura cansado de tanto andar em missão pelo mundo, ao saber que sua irmã se encontrava muito doente, regressou à sua e nossa terra, mantendo-se fiel à sua Diocese de Évora. Decidiu então oferecer a sua casa para o lar a construir na Gafanha da Nazaré.
Fernando Martins
Nota: Dados biográficos colhidos no livro “Gafanha — N.ª S.ª da Nazaré” de Manuel Olívio da Rocha e Manuel Fernando da Rocha Martins.
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