sexta-feira, 24 de junho de 2016

União Europeia em crise


Não posso dizer que fiquei perplexo com a saída do Reino Unido da EU. E não fiquei perplexo porque vou ouvindo o povo que sofre com uma Europa Comunitária insensível ao espírito solidário que está na sua matriz. Temos uma Europa de interesses economicistas dominados por grandes grupos que põem o lucro cego na base da sua atuação, em desfavor do povo que, pesar dos avanços tecnológicos, não tem o mínimo para viver com dignidade. 
Olhando para o nosso país, com uns 11 milhões de habitantes, vemos que mais de dois milhões de portugueses  passam fome ou vivem no limiar da pobreza, quando uma minoria açambarca o grosso da riqueza nacional. 
Esta decisão do Reino Unido não vai passar apenas como saída airosa da EU, mas vai refletir-se no todo europeu. As ideias antieuropeístas vão proliferar como cogumelos e as políticas da comunidade têm de responder objetivamente a este descontentamento generalizado, repondo princípios de mais justiça social, da solidariedade entre países, de rutura com a escravatura de trabalhadores que sobrevivem com salários de miséria. 
Nada vai ficar como dantes. Este aviso, forte e porventura dramático para países e pessoas mais frágeis, tem mesmo de acordar os políticos europeus, ainda não eleitos pelo povo. 
Pelo que tenho ouvido, não há certezas de nada… Porém, vou intuindo que algo de novo estará para acontecer de mais grave nos próximos tempos. Oxalá me engane.

BREXIT



«A diferença foi curta: 51,9% contra 48,1%. Foi curta, mas suficiente. Suficiente para fazer o Reino Unido sair da União Europeia. Suficiente para provocar a demissão do primeiro-ministro, David Cameron. Suficiente para abalar a liderança de Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista. Suficiente para levar a Escócia a referendar novamente a sua independência do Reino Unido. Suficiente para provocar a maior queda de sempre das Bolsas europeias. E suficiente para o Governo português aconselhar os imigrantes a pedirem dupla nacionalidade.»

Li aqui 

Revista "ILUSTRAÇÃO"


Da revista ILUSTRAÇÃO.

QUANTO A TI, VEM E SEGUE-ME

Reflexão de Georgino Rocha


Jesus é um homem livre. Toma decisões conscientes, ainda que arriscadas. Assume as consequências das opções feitas. Tem a noção clara do tempo. Está aberto à surpresa, embora procure gerir as circunstâncias. Avança para a cidade de Jerusalém, para o Templo, o coração da vida religiosa, social, política e económica. O centro do poder que geria a ordem estabelecida que tantos privilégios concedia a uns poucos e mantinha a maioria empobrecida, submissa e resignada.
Aproveita a viagem para apresentar ao povo a novidade do projecto de Deus de que era portador e preparar os discípulos para a missão que lhes iria confiar. Pessoas entusiasmadas saem ao seu encontro no caminho, procuram falar-lhe, mostrar-lhe as suas disposições e solicitar favores. Outras nem sequer deixam que se aproxime das suas aldeias, em ostensiva rejeição.
Lucas, o evangelista narrador desta viagem, agrupa cenas, ditos e discursos, compondo um admirável itinerário catequético e realçando que “seguir Jesus é o coração da vida; que não há nada mais importante e decisivo”. A leitura de hoje (Lc 9, 51-62), faz-nos visualizar os traços fundamentais da iniciação cristã polarizados na liberdade: liberdade para decidir – “ se queres”; liberdade para manter a opção feita: - “segue-me e vai anunciar”; liberdade para ser coerente: “ “deixa” as ataduras e vive da esperança; deixa o passado, mesmo valioso e querido, e “agarra o presente” com determinação confiante. Tudo a condizer com o exemplo admirável de Jesus.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sobre a leitura

Alçada Baptista era um bom contador de estórias. 
Incisivas e com graça. Como esta:

Alçada Batista
Raul Solnado 
«O meu querido Raul Solnado quis ser simpático com o filho de um amigo, um rapaz de 23 anos. Achou que se devia interessar pelas suas preocupações. Disse-lhe:
— Então, rapaz, tens lido alguma coisa? Gostas de ler?
Ele pensou só um bocadinho e respondeu:
— Evito.»

São Miguel: Farol da Ferraria



Mais pequeno do que o nosso. Também não seria nem será preciso um farol mais alto. Está, naturalmente, num ponto de grande altitude, muito acima do nível do mar. Mais novo uns anos. Nasceu em 1901 e o nosso, o Farol de Aveiro, foi inaugurado em 1893.

O que os meus olhos viram


O que os meus olhos viram numa passagem fugaz por uma praça de Ponta Delgada. Por não querer perder esta beleza, trouxe-a comigo para a recordar hoje e sempre. Assim seja.