sexta-feira, 27 de maio de 2016

“Partilhar sabe bem”

BANCOS ALIMENTARES 
VOLTAM A APELAR À SOLIDARIEDADE
A 28 E 29 DE MAIO


«Bancos Alimentares voltam a apelar à solidariedade com nova Campanha de Recolha de alimentos a 28 e 29 de maio.
• Campanha reúne 43.000 voluntários, 2.630 instituições parceiras e 21 bancos alimentares;
• Mais de 426.000 pessoas apoiadas pelos Bancos Alimentares;
• 25 anos a levar comida a quem mais precisa;

Os Bancos Alimentares contra a Fome realizam no fim-de-semana, nos dias 28 e 29 de maio, mais uma Campanha de Recolha de Alimentos com o objetivo de levar comida a quem mais precisa e, desta forma, contribuir para inverter o cenário de carência alimentar que continua a afetar muitos cidadãos e famílias. Também disponível online no sitewww.alimentestaideia.net»

Pode ler mais aqui

NOTA: Todos já sabemos, garantidamente, o que são os Bancos Alimentares e a quem se destinam. O texto de cima, transcrito do portal da Federação dos Bancos Alimentares, diz o essencial, mas no link assinalado podemos ficar a saber muito mais. 
Com as crises sobejamente conhecidas, que afetam imensa gente, importa salientar a importância dos nossos contributos. 
Que ninguém se esqueça neste fim de semana, são os meus votos.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Engenharia popular


O nosso povo é capaz de tudo. Se não há dinheiro para projetos de engenheiros ou arquitetos, muito menos apoios de quem quer que seja, ele próprio se encarrega de tudo. Parte das necessidades, estuda a situação, traça as prioridades e avança para o que considera indispensável. Neste caso, tudo fez. Deus quer, o homem sonha e a obra nasce — ensinou o poeta. Tudo o mais virá por acréscimo. E a Ria está cheia destes improvisados cais... 

Governo, pessoas e paz

«Quanto a mim, o melhor governo 
é o que deixa as pessoas mais tempo em paz»

Walt Whitman (1819-1892), poeta

Li no PÚBLICO

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O que há de belo no crer?


«Na tua opinião, o que há de belo no crer?». Dos 150 inquiridos, só oito responderam que não há nada de belo. Para os outros 142, crentes ou não crentes, crer é belo porque dá esperança, permite nunca sentir-se só, ter um sentido para a própria vida. Dito por jovens que não acreditam, parece revelar uma nostalgia de Deus que comove e faz pensar.

Ler mais aqui


Festa do Corpo de Deus

Reflexão de Georgino Rocha


FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM

Jesus recomenda vivamente aos seus discípulos/apóstolos que façam o que Ele acaba de realizar. A ceia de despedida reveste-se de especial importância. Em breve, deixaria de estar fisicamente presente. A morte arrebatá-lo-ia violentamente. Mas o amor criativo “inventa” a maravilha de ficar. Por isso, toma o pão, parte-o e reparte-o. O mesmo faz com o vinho. Acompanha o gesto com as palavras clarificadoras: É o meu corpo entregue por vós; é o meu sangue derramado por vós e pela humanidade toda. E acrescenta: ”Fazei isto em memória de mim”.

O tesouro confiado por Jesus fica em “mãos de barro”. Já as primeiras comunidades cristãs o testemunham. Os cristãos de Corinto apresentam queixa a Paulo a propósito do que acontecia nas suas assembleias litúrgicas. A primeira parte era dedicada ao pôr em comum os dons pessoais para a refeição de todos e estava a gerar descriminação contínua, pois os ricos faziam grupo à-parte, deixando os empobrecidos abandonados a um canto. Apesar disso, participavam todos na celebração da eucaristia como irmãos, professavam a mesma fé, recitavam as mesmas orações e comungavam o mesmo corpo de Cristo.

terça-feira, 24 de maio de 2016

“Por entre poetas”

Um livro de Domingos Freire Cardoso



Li, serenamente e com prazer, o mais recente livro de poemas (sonetos) de Domingos Freire Cardoso, ilhavense, mais concretamente, como faz questão de sublinhar, chousavelhense, desde que nasceu, já lá vão sete décadas, «dez vezes o sete, por muitos considerado um número mágico». Assim se lê em “A origem deste livro”, no qual esclarece que este conjunto de 70 sonetos se destina a assinalar o seu 70.º aniversário. Contudo, o autor acrescenta, como muito importante, que este livro é, acima de tudo, «uma pequena homenagem aos poetas glosados cujos versos serviram de inspiração» ao seu trabalho.
O “Prefácio” de Maria Eli de Queiroz, escritora, jornalista e Mestra em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, enriquece o trabalho do autor de “Por entre poetas”. Reconhece o talento de Domingos Cardoso «como expoente na literatura portuguesa trovadoresca contemporânea, afirmando ainda que, por isso, não constitui para si tarefa difícil prefaciar o terceiro livro do autor.
«As poesias de Domingos Cardoso surpreendem pela brilhante imaginativa», afirma a prefaciadora, acrescentando que «o sonetista demonstra a capacidade de operar a fusão literária com vários parceiros que o inspiraram a compor novas estrofes, valendo-se de um processo artístico pouco usual nos meios culturais».
Maria Eli de Queiroz recomenda aos leitores que «o poeta foi capaz de valorizar ideias de novidade, de originalidade, embora obedecendo a regras impostas pelo entrelaçar de signos poéticos já existentes».
Tal como refere, importa não tardar a nossa surpresa, deixando «que a leitura do livro fale melhor sobre a obra, fale melhor pelo autor, fale melhor pela tradição de sonetar». E citando Cecília Meirelles finaliza assim o “Prefácio”:

«Um poeta é sempre irmão do vento e da água: 
deixa seu ritmo por onde passa.»

Para além do que foi dito e transcrito, permitam-me mais algumas, poucas, considerações, porque gosto de ler Domingos Cardoso, como aprecio o seu labor em prol das artes de escrever, animando e ajudando, quantas vezes, autores e editores. E fá-lo com gosto, tanto quanto sinto e pressinto.
O seu livro, que li de fio a pavio, registando a facilidade de inspiração e domínio da escrita do verso, que nasce dele espontaneamente, merece mesmo ser meditado. Com uma nota curiosa: os seus sonetos remetem-nos para outros tantos poetas, que apetece ler ou reler. Não os cito porque são muitos. E as ilustrações, a preto e branco, são um belo e oportuno complemento dos sonetos do Domingos Cardoso.



E o talvez e o depois e o nunca mais
Vieira da Silva 
in “Marginal (Poemas breves e cantigas), 
p. 33

E o talvez e o depois e o nunca mais
Vieram adensar os meus porquês
Dessa dúvida mórbida que fez
Não zarpar nunca o meu barco do cais.

Com receios do vento e temporais
E faltando no lastro a intrepidez
Prisioneiro da própria pequenez
Nunca teve o governo de um arrais.

Ficaram por fazer as travessias
Desde as áfricas às oceanias
Da água em turbilhão ou chão de prata.

Fantasma cadavérico no porto
Ninho da rataria é um nado-morto
À espera da mortalha da sucata…

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