segunda-feira, 22 de junho de 2015
Se eu quiser falar com Deus
Se eu quiser falar com Deus
tenho que ficar a sós,
tenho que apagar a luz,...
tenho que calar a voz...
Tenho que ter as mãos vazias,
ter a alma e o corpo nus...
Tenho que me aventurar,
tenho que subir aos céus.
Sem cordas p'ra segurar
tenho que dizer adeus,
dar as costas caminhar
decidido, pela estrada
que ao findar vai dar em nada
do que eu pensava encontrar.
Gilberto Gil
Nota: Por gentileza do Gaspar Albino, que manifestou desejos de ver voar este poema.
Notas sobre a encíclica do Papa Francisco
"Laudato si'": 
Os grandes temas da "encíclica verde" 
do papa Francisco
O papa fala da «pobreza da água pública», que se verifica «especialmente na África». Perante a «tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado», recorda que «o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal»
Ler encíclica do Papa Francisco aqui
A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo
O papa fala da «pobreza da água pública», que se verifica «especialmente na África». Perante a «tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado», recorda que «o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal»
A solução não passa pela «redução da natalidade», que se quer atingir inclusive com «pressões internacionais sobre países em vias de desemvolvimento». Existe, acrescenta, uma verdadeira «dívida ecológica» entre Norte e Sul
«Os poderes económicos continuam a justificar o sistema mundial atual, onde predomina uma especulação e uma busca de receitas financeiras»; hoje, «qualquer realidade que seja frágil, como o meio ambiente, fica indefesa face aos interesses do mercado divinizado, transformados em regra absoluta»
Francisco convida a considerar o ensinamento bíblico sobre a criação, recordando que «a ciência e a religião, que fornecem diferentes abordagens da realidade, podem entrar num diálogo intenso e frutuoso para ambas»
É evidente a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano de que não gosta
Nalguns círculos, defende-se que a economia atual e a tecnologia resolverão todos os problemas ambientais», do mesmo modo que se afirma que «os problemas da fome e da miséria no mundo serão resolvidos simplesmente com o crescimento do mercado»
A cultura ecológica «deveria ser um olhar diferente, um pensamento, uma política, um programa educativo, um estilo de vida e uma espiritualidade que oponham resistência ao avanço do paradigma tecnocrático»
O documento não esquece o problema dos transportes e a poluição causada pelos automóveis nas cidades, assim como a prioridade que deve ser dada aos transportes públicos, que todavia devem ser melhorados, dado que em muitas cidades assiste-se a um «tratamento indigno das pessoas
Os progressos sobre as alterações climáticas e a redução dos gases com efeito de estufa «são, infelizmente, muito escassos», também «por causa das posições dos países que privilegiam os seus interesses nacionais sobre o bem comum global»
A salvação dos bancos a todo o custo, fazendo pagar o preço à população, sem a firme decisão de rever e reformar o sistema inteiro, reafirma um domínio absoluto da finança que não tem futuro e só poderá gerar novas crises depois duma longa, custosa e aparente cura
A espiritualidade cristã «encoraja um «estilo de vida profético e contemplativo, capaz de gerar profunda alegria sem estar obcecado pelo consumo». E «propõe um crescimento na sobriedade e uma capacidade de se alegrar com pouco»
NOTA: Destaques selecionados pelo SNPC, como pode confirmar aquiLer encíclica do Papa Francisco aqui
Festival de Folclore da Gafanha da Nazaré
Em 4 de julho, 
no jardim 31 de Agosto
| (Foto do meu arquivo) | 
O Festival Nacional de Folclore da Cidade da Gafanha da Nazaré vai realizar-se no dia 4 de julho próximo, com organização do Grupo Etnográfico da nossa terra. O acolhimento aos grupos e ranchos convidados terá lugar, pelas 17 horas, na Casa Gafanhoa, seguindo-se uma visita guiada àquele espaço museológico integrado no Museu Marítimo de Ílhavo. 
A cerimónia de boas-vindas e a entrega de lembranças, com a presença das autoridades locais, será depois da visita guiada. O jantar servido aos grupos, ranchos e convidados, na cantina da Escola Preparatória da da Gafanha da Nazaré, antecede o desfile dos grupos participantes até  ao Jardim 31 de Agosto, onde decorrerá, pelas 22 horas, o festival, aguardado, como sempre, pelos amantes do folclore e da etnografia. 
Mais um gesto significativo do Papa
Francisco evocou mais de oito séculos 
de divisão e apontou a caminhos concretos 
de unidade ecuménica
O Papa Francisco visitou hoje a Igreja Valdense em Turim, tornando-se o primeiro pontífice a entrar num templo desta denominação cristã nascida no século XX, e pediu “perdão” pelos confrontos do passado.
“Da parte da Igreja Católica, peço-vos perdão pelas atitudes e comportamentos não cristãos, por vezes não humanos, que tivemos contra vós, na história. Em nome do Senhor Jesus Cristo, perdoai-nos”, apelou, neste segundo dia de visita à cidade do norte da Itália.
domingo, 21 de junho de 2015
Chegou o verão
| O meu neto rega muito bem! | 
Chegou hoje o verão. Já era tempo de a vida dar um salto, que a temperatura ajuda.   Os sorrisos são mais abertos, as roupas mais leves tornam-nos mais jovens (?), os corpos precisam do sol que rejuvenesce se moderado e o contacto com a natureza enriquece a nossa sensibilidade e anima o sentido solidário de cada um. A natureza, de per si, exibe, e de que maneira,  a sua capacidade de acolhimento e de partilha. Com o verão, somos outros porque somos diferentes.
Onde estou a escrever, com arvoredo e relva fresca a convidar-me a uma caminhada descalço sobre ela, curta que seja, para descarregar energias acumuladas, sinto a liberdade em pleno que me descontrai e desafia a uma proximidade mais franca com a Mãe Natureza. 
Com este verão, agora enriquecido com a encíclica do Papa Francisco — Louvado sejas! — precisamente sobre a Casa Comum que precisa de ser cuidada, ao jeito de um outro Francisco, o de Assis, temos um grande desafio pela frente: ler e meditar  sobre o apelo do Papa, não apenas por curiosidade, mas para assimilarmos a verdade que a riquíssima mensagem papal nos desafia a ter em conta na nossa vida. 
Bom verão para todos. 
NOVOS OLHARES SOBRE O CASAMENTO (2)
Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO
«As doutrinas e as instituições 
da Igreja só valem na medida
da Igreja só valem na medida
em que, à luz do Evangelho, 
respeitarem e promoverem 
o bem da família»
o bem da família»
1. Entrei numa Igreja paroquial para a celebração do casamento de uns noivos, meus amigos, para a qual tinha recebido jurisdição do respectivo pároco. Ao dirigir-me à sacristia para me paramentar, deparei com uma senhora que me perguntou se os noivos se tinham confessado. Respondi que não sabia nem queria saber.
Se não se confessaram a V. Reverência, aqui também não. Havia um pedido do casamento com Missa, mas não haverá Missa. Não posso ser cúmplice de dois sacrilégios.
Procurei saber que sacrilégios eram esses. A informação foi rápida: o primeiro já é inevitável - os noivos vão-se casar em pecado mortal; o segundo é deixar os noivos comungar nessa situação. Este vou impedi-lo, pois não haverá Missa.
Como as noivas chegam, quase sempre, um bocado atrasadas, julguei que tinha algum tempo para uma breve catequese.
Disse-lhe, então, que eram louváveis os seus cuidados com a alma dos outros, mas o seu zelo parecia-me pouco informado e nada esclarecido.
sábado, 20 de junho de 2015
CUIDAR DA MÃE TERRA
Crónica de Anselmo Borges 
«Faz falta voltar a sentir 
que precisamos uns dos outros, 
que somos responsáveis 
pelos outros e pelo mundo»
Naquele 13 de Março de 2013, ao ouvir o nome que o cardeal Bergoglio escolhera para si como Papa - Francisco -, fiquei convencido de que, mais tarde ou mais cedo, apareceria uma intervenção forte sobre a ecologia. Ela aí está, na encíclica "Laudato si", palavras iniciais do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis: "Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe Terra, que nos sustenta e governa."
Impossível fazer aqui uma síntese minimamente adequada da sua riqueza. Trata-se de um texto poderoso, argumentado, contundente, também com belas passagens poéticas, articulando a ecologia do meio ambiente e a ecologia humana, um marco histórico para o futuro do planeta, que se impõe debater e meditar. Não é por acaso que aparece nesta data, antes da viagem aos Estados Unidos e no contexto da preparação de um novo tratado sobre o clima numa conferência das Nações Unidas, em Dezembro próximo, em Paris. Por isso, já começaram as críticas por parte, nomeadamente, de grandes poderes relacionados com a energia e a banca. O líder republicano Jeb Bush, possível candidato à presidência dos Estados Unidos, por exemplo, que se converteu ao catolicismo há 25 anos, arremeteu contra Francisco: "Não deixarei que os meus bispos, os meus cardeais ou o meu Papa me ditem a política económica"; a religião deveria ocupar-se mais de "tornar as pessoas melhores e menos de questões que têm que ver com aspectos políticos". Francisco, porém, pensa ser seu dever dirigir-se a crentes e a não crentes, "a cada pessoa que habita este planeta", para a defesa da "casa comum" ameaçada, tanto mais quanto as alterações climáticas afectam sobretudo os mais vulneráveis, estão em causa a paz e as gerações futuras, e o Deus criador entregou a Terra ao cuidado responsável de todos.
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