Eu sei que o Dia do Pai não pode coincidir apenas com uma data, por mais fundamentada que ela seja. Neste caso, 19 de março também está identificado com S. José, o carpinteiro que foi pai adotivo de Jesus. De qualquer modo, o Dia do Pai é todos os dias, ou não tivessem os pais, decerto todos os pais, a certeza de que devem assumir a sua missão da paternidade até ao fim da sua existência terrena.
Contudo, esta celebração, chamemos-lhe assim, sempre servirá para recordar aos pais os seus deveres para com os que encorparam o seu ADN, traduzido não apenas na consanguinidade, mas nos valores que, normalmente, passam de geração em geração, com as indispensáveis adaptações que os tempos e as circunstâncias sugerem ou exigem.
Os pais reveem-se nos filhos e os filhos devem rever-se nos pais. Mal vai o mundo se assim não for. Hoje, os meus quatro filhos contataram-me para o habitual cumprimento que a efeméride aconselha. Mas deixem-me dizer que o fazem com regularidade. Diária ou quase. E fazem-no sempre com carinho que por vezes até me comove. Espero que os seus filhos e meus netos prosseguiam na vida com gestos semelhantes, porque a vida, afinal, sem afetos não faz sentido.