O que é lixo para mim
pode ser vida para outros
Joana Pontes |
Acabo de receber a notícia de que a atual direção da Cáritas Paroquial da Gafanha da Nazaré cessa funções, a partir desta data, tomando posse como coordenadora a Técnica do Serviço Social Joana Pontes, bem conhecida de toda a nossa comunidade e a nível mais alargado pela sua intervenção no âmbito da solidariedade, enquanto dinamiza e apoia campanhas, nomeadamente na recolha de tampinhas, que se traduzem na oferta de cadeiras de rodas para quem delas está a precisar.
Há tempos, em entrevista que me concedeu e que foi publicada, também, no jornal Timoneiro, a Joana Pontes assumiu que a Cáritas Paroquial seria «um desafio muito grande», pelo que estava a tentar perceber, na altura, como é que a Cáritas funciona, garantindo-me que estava perante «uma excelente oportunidade para continuar a envolver a comunidade no Capital Social, isto é, a sentir que «o que é lixo para mim pode ser vida para outros»
Assim, a Joana Pontes «quer ajudar a comunidade a olhar mais para quem mais precisa, apostando numa responsabilização de todos». E sublinha: «Na Cáritas há muito mais trabalho do que distribuir bens às pessoas e famílias carenciadas, embora isso também seja preciso». Defende que é urgente «cultivar o espírito de vizinhança, de cooperação e de entreajuda, mas «nesta área ainda tenho muito que aprender», frisou. E da sua experiência tem registado que «já não estamos tanto na tipificação dos que não querem trabalhar e são subsídio-dependentes, mas confrontamo-nos com os que ficaram no desemprego, perderam a sua casa e sentem que a vida começou a descarrilar; são pessoas ditas normais com dificuldades extremas, de pobreza encoberta; e temos de pensar que amanhã qualquer um de nós pode estar em situação idêntica».
Desejo à Joana Pontes e ao grupo que passa a liderar as maiores venturas, na certeza de que a crise possa vir a ser mais leve para quem menos ou quase nada tem.
Fernando Martins