domingo, 2 de fevereiro de 2014

Código genético (1)

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

Bento Domingues


1. Fui interpelado acerca do texto do Domingo passado com duas perguntas pouco inocentes: haverá um baptismo para homens e outro para mulheres e será possível abordar o baptismo cristão sem falar da democracia na Igreja?
As tentativas de “resposta” só podem ser de ordem histórica e teológica. Na Idade Média, perante a floresta de símbolos que povoavam o imaginário sagrado do culto, das devoções e superstições, foram recortadas sete celebrações fundamentais, os sete sacramentos. No registo do pensamento analógico, são entendidos como irradiações da Páscoa de Cristo, nas etapas mais típicas e estruturantes da vida sacramental da Igreja. O baptismo é a porta de entrada, personalizada e comunitária, num processo vital da graça transfiguradora da existência humana no seu devir espiritual, do nascimento à morte, na esperança da ressurreição. A omnipresença da graça não suprime a liberdade humana nem o mistério da iniquidade actuante na nossa história.
No código genético cristão, não se conhece um baptismo para homens e outro para mulheres. Sendo assim, elas perguntam: qual é a deficiência natural ou sobrenatural de que sofremos para não podermos ser chamadas a receber o sacramento da ordem integrado pelo diaconado, presbiterado e episcopado?

sábado, 1 de fevereiro de 2014

AVEIRO: Casa do Bombeiro

Uma medida acertada




«Às 11 horas da manhã de ontem, quem passasse pela Rua Mário Sacramento já não encontrava a inscrição “Junta de Freguesia da Glória” na fachada do edifício onde durante anos funcionaram os serviços daquela autarquia. No seu lugar foi posta uma placa onde se lê “Casa do Bombeiro”, um projecto sócio-educativo que os Bombeiros Velhos inauguram hoje, no âmbito das comemorações do seu 132.º aniversário.
A Casa do Bombeiro foi criada no âmbito do projecto “Chama Viva”, que arrancou em 2012 com uma cantina social dedicada aos bombeiros e seus familiares, servindo perto de 50 refeições diárias no quartel da corporação.
A cantina vai manter-se, mas a esse serviço vão juntar-se outros pela mão da “Chama Viva”, revelou ao Diário de Aveiro o comandante da corporação, Carlos Pires, durante uma visita guiada às novas instalações, ontem de manhã.»

“Memórias a Mil Vozes”



Para reviver o passado, próximo ou mais afastado

“Memórias a Mil Vozes” é um livro com recordações de sete pessoas (Albertina Vaz, Conceição Cação, Dores Picado Topete, Fernanda Reigota, José Luís Vaz, Júlia Sardo e Maria Jorge) que delegaram em Ana e Miguel, as personagens à volta das quais as estórias se revelam, «como se de um filme se tratasse», a arte de os representar. 
Este trabalho, que nasceu como projeto de um grupo assente na Escrita Criativa, guia os leitores, com poesia e muito sabor, numa caminhada que reflete «os últimos sessenta anos de um povo que atravessou o longo túnel de todos os esquecimentos e surge renovado e repleto duma esperança que quer preservar», como se lê na contracapa.
As estórias em boa hora registadas neste livro de 396 páginas, editado por Chiado Editora, conduzem os leitores a vivências comuns a muita gente de várias gerações e estratos sociais, sendo certo que predomina, no essencial, o povo da nossa terra e região, com alegrias e tristezas, lutas e desafios, sonhos concretizados ou adiados, projetos de um mundo melhor, ideal permanentemente de portas abertas a quem não se conforma com a dormência em que alguns vegetam por comodismo ou conformismo. 

Os autores, da esquerda para a direita: Júlia Sardo, Dores Topete,
 Conceição Cação,  José Luís Vaz,  Maria Jorge,
Albertina Vaz e Fernanda Reigota 

Mandela: o milagre do perdão

Crónica de Anselmo Borges, 
no DN

Anselmo Borges


Ainda se pode dizer algo que não tenha já sido dito sobre Nelson Mandela, perante quem o mundo todo se inclinou, em sinal de respeito e veneração, aquando da sua morte a 5 de Dezembro passado, aos 95 anos? Já antes também.

Estive várias vezes na África do Sul, ainda no tempo do apartheid. Ainda vi, por exemplo, em bancos de jardim ou indicação de praia, a ordem: "Whites only" (só para brancos). Se pude visitar o Soweto, foi porque o afável bispo católico de Joanesburgo, que não era racista, pediu ao pároco negro que me acompanhasse. E foi com muita simpatia que me receberam.

A casa aberta do Pai

«A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas. Assim, se alguém quiser seguir uma moção do Espírito e se aproximar à procura de Deus, não esbarrará com a frieza duma porta fechada. Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a «porta»: o Baptismo.»

Papa Francisco, 
em A Alegria do Evangelho

A Festa da Apresentação de Jesus

Uma reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha


A apresentação de Jesus no Templo de Jerusalém constitui um acontecimento marcante na série de factos que manifestam a sua identidade e missão. É uma nova Epifania que está centrada no encontro de Simeão e de Ana, símbolos de uma humanidade insatisfeita com o presente e aberta ao futuro da esperança. É uma festa judaica que contém em gérmen e desvenda em profecia o propósito que dá sentido à vida de Jesus: “Estar na casa do Pai”, fazer a sua vontade e anunciar o Evangelho do Reino. É um ritual familiar que celebra uma etapa significativa na inserção religiosa e social de Maria e José que vão apresentar o seu Menino ao Senhor e serem reconhecidos pela autoridade do Templo, cumprindo os preceitos da Lei. Que belo exemplo deixam aos pais que sentem o impulso natural de apresentar os seus filhos a Deus, agradecer o dom da vida e pedir a bênção para a aventura iniciada! 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

"Há gente na RTP que não faz puto"


«"Há gente na RTP que não faz puto". A afirmação é de Alberto da Ponte, presidente do Conselho de Administração da RTP em entrevista à revista Notícias TV que amanhã sai com o Diário de Notícias e Jornal de Notícias.
"Aquilo que me preocupa na RTP é que continuo a ver o trigo e o joio. Continuo a ver na RTP profissionais que trabalham 13 a 14 horas por dia e continua a ver na RTP profissionais que não trabalham puto", disse Alberto da Ponte. "E isso é uma situação que tem de ser corrigida e vai ser corrigida através de uma avaliação que vai ser feita", disse o presidente da RTP.»

Li aqui 

NOTA: Quem sou eu para duvidar da afirmação do presidente do Conselho de Administração da RTP? E quem paga a essa gente que nada faz e que decerto ganha chorudos ordenados? É o povo, o povo deste país,  que caminha a passos largos para a pobreza envergonhada. Pois é! 

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