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segunda-feira, 11 de junho de 2012
Ainda o falecimento de Maria Keil
A árvore
Há lá renda que se assemelhe
a este tecido
de árvores no ar…
(hei-de pedir à Maria Keil
para as pintar.)
Árvores do jardim do Aqueduto
sem flor nem fruto
nem nada de seu.
Só este azul de pássaros a cantar
que vai da terra ao céu.
José Gomes Ferreira
FERREIRA, José Gomes (2005). Abre um buraco no tecto que eu
quero ver a lua. Porto: Junta de Freguesia de Santo Ildefonso, p. 25. (ilustração:
Gémeo Luís)
(Dados bibliográficos, selecção e organização dos textos: Isabel
Ramalhete e José António Gomes).
NOTA: Por gentileza de Sara Reis da Silva
domingo, 10 de junho de 2012
Maria Keil
Faleceu hoje, com 97 anos
RENÚNCIA
Vento
leva-me contigo.
Verás como sou leve,
como me podes elevar
a grande altura.
Nunca terás tomado
tão leve criatura.
Sem desejos,
sem esperanças,
sem nada que contar,
que posso eu pesar?
Leva-me contigo!
Ajuda-me a buscar
aquele continente
que dentro de nós todos está
por descobrir.
E se o não pudermos encontrar,
deixa-me cair
como uma folha morta.
Serei terra da Terra,
pó do chão,
como qualquer outra folha seca.
Já não me importa.
Na VÉRTICE,
revista de Cultura e Arte, n.º 106, junho de1952
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 294
PITADAS DE SAL – 24
RECOLHA, ARMAZENAGEM
E TRANSPORTE DO SAL
Caríssima/o:
Sal a caminho, poderia ser o título para a pitada de hoje. E apetecia olhar para as imagens e quedar-me em silêncio e curvar-me como preito de homenagem e gratidão a esses heróis e heroínas que das suas lágrimas fizeram o sal do nosso tempero.
Não há mais para acrescentar aos passos leves e quase tímidos do marnoto… Figura irreal de um mundo de inquietações mudas e alquimista do mais puro ouro branco!
Armazéns ainda resistem aos tempos. Será da moura? E quantas estórias de faturas «falsas» e de juras em palavra que é «escritura»…
Mulheres e homens encanastrados com o mundo à cabeça!
E velas, muitas velas… E varas, muitas varas…
Tantas que se foram…
Mundos de outro mundo que o de hoje não compreende e enjeita!
Manuel
Dia de Portugal
10 de Junho de 2012
Por Maria Donzília Almeida
Domingos Cardoso no uso da palavra
Hoje, em que se comemora o dia da pátria, tendo por patrono o grande Luís de Camões, nada melhor para assinalar este dia que a referência a um outro grande poeta – Domingos Cardoso.
Trata-se de alguém que cultiva com grande mestria, o género poético, por excelência – o soneto, ao jeito de Camões.
Foi também um grande impulsionador da Confraria Camoniana, à qual consagrou muito do seu labor, por abnegada dedicação à causa.
É um grande homem de letras, que defende a sua língua portuguesa, com unhas e dentes, apesar da sua formação académica, em Engenharia Química. O Gedeão do século XXI!
Recordo, vivamente, as tertúlias que fazíamos, à volta do poeta, à hora do snack, na sala dos professores, nos tempos em que convivia connosco! Era um verdadeiro prazer, ouvi-lo discorrer acerca das nuances da língua portuguesa. Que me perdoe o Domingos Cardoso, o uso que faço de estrangeirismos no meu discurso, mas apesar de gostar e defender acerrimamente a minha língua materna, também vou piscando o olho às estrangeiras... ninguém é perfeito!
Mirando tanto mar por navegar
O sonhador Infante D. Henrique
Não quer que o Reino Português se fique
Nas orlas da Europa a definhar.
Decide naus fazer e aparelhar
E, embora só a audácia tal indique,
Vão passar muito além de Moçambique
Até onde o sol nasce, a cintilar.
São Portugueses sólidos e bravos,
Os homens que levaram Cristo, em cravos,
Aos povos do Brasil, Goa e Ceilão.
Portugal tem no mar tal epopeia
Que todo o mundo, há séculos, se enleia:
“Como cabe, alma assim, em tal nação?!...”
Domingos Freire Cardoso
10.06.2012
sábado, 9 de junho de 2012
JESUS ANUNCIA UMA NOVA FAMÍLIA
Por Georgino Rocha
Jesus começa a ver o resultado da fase inicial da sua missão. O número dos que o acompanham é já multidão. O vigor físico cede lugar à fadiga e à fome. Os lugares públicos, as aldeias e os campos, são “momentaneamente” esquecidos e abandonados. Surge a casa emblemática da sua nova residência em Cafarnaum, como espaço-abrigo e local de missão, como símbolo da realidade que estava a germinar, como indício da família “em gestação” constituída por laços originais únicos.
A fama de Jesus atrai numerosas pessoas que recebiam com agrado a mensagem que lhes dirigia e ficavam admiradas com as obras que realizava. O estatuto social do Nazareno eleva-se acima do normal, atribuído a um artesão de aldeia. A relação de confiança entre o Rabi e os seus seguidores aumentava de forma visível e era publicamente reconhecida. O êxito parecia garantido, se ninguém travasse o dinamismo crescente.
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