terça-feira, 5 de junho de 2012

Da utilidade do inútil

Por António Marujo 



«O que é mais importante (criar, manter, repensar) 
na relação da Igreja com a Cultura?»

Primavera é sinónimo de novos ares, horizontes abertos, cores renovadas. Esta Primavera, mesmo se pouco respeitadora da tradição climática, trouxe-me pequenos sinais do que pode ser uma resposta à pergunta: “O que é mais importante criar, manter, repensar na relação da Igreja com a cultura?”
Dei comigo a pensar porque é que, em plena crise, centenas de pessoas aproveitaram a hora de almoço de 21 de Março para ir ouvir a Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, ao fundo do Parque Eduardo VII, em Lisboa. Temos que trabalhar para sermos úteis ao país, ouvimos todos os dias. Temos que trabalhar muito, repetem-nos à exaustão. O que estávamos, então, ali a fazer naquela saudação primaveril convertida em música, usando um tempo útil (tempo é dinheiro...) para ouvir uma orquestra ao ar livre, coisa inútil?

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domingo, 3 de junho de 2012

SANTÍSSIMA TRINDADE

POR BENTO DOMINGUES, NO PÚBLICO



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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 293


PITADAS DE SAL – 23 




SAL NO CAMINHO 

Caríssima/o: 

Por associação de ideias pensaríamos naquelas figuras que a Bíblia nos diz terem-se transformado em estátuas de sal… As pessoas iam, de facto, a caminho… 
Mas a cena que gostaria de partilhar não é tão poética e arrepiante; pelo contrário, é plana, sem contornos fortes. 
Como sabemos, nas nossas casas havia pelo menos uma salgadeira (nas casas ricas, a diferença estava em haver uma para a carne e outra para o peixe…). Lá se arrumava a um canto escuro (por causa das moscas…). 
Enchia-se de sal fresco, branquinho, oferecido por marnoto amigo, a troco de uma ajuda nos trabalhos da marinha ou da lavoura de casa. Na época própria, com o aparecimento dos frios do inverno, faca ao porco que, depois de desmanchado, era metido no sal. Bem tenteado, servia de governo para todo o ano pois os ossos e o toucinho se partiriam e cortariam para temperar o caldo. 
Retirado o último pedaço de toucinho um tanto amarelo, na salgadeira apenas restava o sal… 
Entretanto, no curral, novo animal se cevava … 
Será que o sal ainda salga? Ou deixará estragar a carne?... 
Muitas vezes, corria-se o risco… 
Mas o mais aconselhável era fazer como quem podia: renovava, limpava a salgadeira e metia sal novo. 
E que fazia ao sal velho? 
Espalhava-o nos caminhos… Com a chuva e o peso dos carros que por lá passavam, o piso ficava duro e compacto… e não havia erva que aí nascesse. 

Manuel


sábado, 2 de junho de 2012

POESIA PARA ESTE TEMPO

SUGESTÃO DO CADERNO ECONOMIA DO EXPRESSO





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Ide e anunciai a Trindade Santa

Por Georgino Rocha






A missão que Jesus confia aos seus discípulos e, neles, a toda a Igreja é condensada por Mateus nesta fórmula precisa e operativa: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. É missão a realizar em todos os tempos e culturas. É missão que inicia os candidatos à vida cristã em dois “momentos” mais significativos do seu itinerário para a maturidade: o anúncio jubiloso da novidade de Cristo e a celebração do baptismo. É missão a prosseguir na comunidade eclesial e sociedade civil, em todos os espaços de convivência humana. Assim, é em nome da Santíssima Trindade que a Igreja desenvolve a sua acção: aprendendo e ensinando, sendo santificada e santificando, deixando-se amar e irradiando o amor. A fonte original é Deus família, é trindade em relação, é cada pessoa em comunhão. 
Jesus não pretende que os discípulos compreendam esta realidade sublime, embora a razão esteja dotado de ricas capacidades para a reflexão e investigação. Não pretende que decifrem o mistério, apesar das vezes em que lhe faz referência directa nos seus ensinamentos e atitudes. Ele, melhor que ninguém, conhece o limite humano, a reduzida medida a que pode chegar a inteligência racional. E apesar da força do desejo que tanto quer “tocar” e dominar o mistério, este permanece inabarcável e transcendente, sedutor e atraente. 

Paraíso Verdadeiro?

Junho floreiro, paraíso verdadeiro



A ser verdade (Não dizem que os provérbios assentam nas experiências ou vivências ancestrais?), e olhando para os jardins que conheço, vamos  ter um paraíso à nossa volta. Se a troika não estragar ainda mais  isto tudo, vamos todos ser felizes. Que bom um junho floreiro!

Os javalis na vinha do Senhor

Por Anselmo Borges, 

no DN




«O cancro da Igreja é mesmo a Cúria Romana. Sem a sua reforma urgente e radical (mas ela será reformável?), que tem de começar pela transparência económico-financeira, a Igreja Católica assistirá a uma descredibilização crescente. Quando, no meio de uma crise global e sem fim à vista, seria mais necessária do que nunca uma palavra moral limpa por parte da Igreja, ela afunda-se em escândalos. "Os javalis entraram na vinha do Senhor", queixa-se, com razão, o Papa Bento XVI. Chegou-se a este paradoxo: a última monarquia absoluta do Ocidente parece sentir-se impotente para pôr ordem na sua casa.»