PITADAS DE SAL – 5
MAR PORTUGUÊS
Qual de nós se não lembra deste poema?
Foi a nossa «Selecta» que no-lo revelou. Lemos os dois primeiros versos e quedámo-nos surpresos, a colocar-lhe dúvidas e interrogações... Os nossos Professores de Português faziam interpretação miudinha às palavras (os significados) e às ideias (havia sempre análise e interpretação...). Muitos de nós decorávamos e declamávamos com toda a alma (estava em voga o João Villaret e outros grandes mestres do bem falar e bem dizer!).
Desfrutemos, pois, o Mar do Pessoa! «Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.»
Fernando Pessoa
Pela cópia
Manuel
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.»
Fernando Pessoa
Pela cópia
Manuel