Eu imagino quão difícil deve ser governar um país. Quantas vezes, por razões de Estado, é preciso conviver ou lidar com ditadores e tiranos. Foi assim com Khadafi e com outros, ao longo dos tempos. O petróleo e o gás natural, a par de outros interesses empresariais, levaram governantes de todos os quadrantes a receber o ditador líbio, com palmadinhas nas costas e sorrisos de orelha a orelha. Mas quando o tirano caiu em desgraça, não faltaram antigos amigos a denunciar as suas atrocidades e a pedir a sua derrota. Razões de Estado, dizem. Ou melhor: passar para o outro lado da barricada, porque o petróleo continua por lá em abundância.A hipocrisia sempre me chocou, esteja ela onde estiver. Neste caso, o melhor seria os políticos ficarem caladinhos...
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Novo livro de José Rodrigues dos Santos questiona imagem de Jesus transmitida pela Igreja
«O escritor e jornalista português José Rodrigues dos Santos apresentou hoje em Lisboa o seu novo livro, intitulado ‘O último segredo’, afirmando que os textos do Novo Testamento, os mais importantes do cristianismo, incluem várias “fraudes”.
Aos jornalistas, o escritor declarou que muita desta informação está fechada em “ambiente académico”, que não é do conhecimento do grande público.
José Rodrigues dos Santos acredita ter apresentado “uma imagem diferente de quem era Jesus” com base nos textos da própria Bíblia.
“Nem um único autor do Novo Testamento conheceu Jesus pessoalmente”, disse, no lançamento da obra, perante mais de 500 pessoas, antes de acrescentar que os Evangelhos “são textos anónimos”.
No livro, o autor diz basear-se em “informações históricas genuínas” para apresentar uma obra em que procura “a verdadeira identidade de Jesus Cristo”, fruto de uma investigação que o levou, por exemplo, a Jerusalém.
Esta tarde, Rodrigues dos Santos assinalou que o seu livro “não é um fim, um ponto final, mas um ponto de partida, misturando ficção com não ficção, permitindo aos leitores irem investigar”.»
Ler mais aqui e aqui
Princesa Santa Joana há trezentos anos venerada num precioso mausoléu
No dia 23 de Outubro de 1771, os restos mortais de Santa
Joana foram trasladados para o túmulo desenhado por João Antunes. Monsenhor João
Gaspar assinala com este texto o tricentenário de um acontecimento marcante na
então vila de Aveiro
Em 1595-1597 e em 1599-1602, exerceu o cargo de prioresa do
Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a madre Inês de Jesus ou de Noronha, senhora
activa, disciplinadora, renovadora e empreendedora. A sua nobreza de carácter
não lhe consentiu que os despojos da Princesa D. Joana continuassem guardados
em modestíssima osteoteca, embora patente no meio do coro de baixo, para onde
haviam sido transferidos à volta do ano de 1578, depois de exumados da campa
rasa. Por 1602-1603, o caixão interior, que continha as relíquias, foi
encerrado noutro cenotáfio, de forma sepulcral, de maior grandeza e artifício,
além do material ser mais condigno – ébano, coberto e ornado por marchetes de
bronze dourado. O ataúde, ostentando o brasão da Princesa, foi colocado no
mesmo lugar, agora sobre um supedâneo de pedra de Outil, e cercado de grades
torneadas, com semelhantes ornatos de bronze.
Decorrido pouco mais de um século, após um minucioso
processo canónico nas respectivas instâncias da Santa Sé, o papa Inocêncio XII,
em 04 de Abril de 1693, mandou publicar o breve da beatificação equipolente
“Sacrosancti Apostolatus cura”; por tal documento foi oficialmente confirmado o
culto imemorial de Santa Joana. Na sequência do faustoso acontecimento, logo
sucederam celebrações festivas em vários lugares. O Paço Real, em Lisboa, por
ordem de el-rei D. Pedro II, foi dos primeiros a dar exemplo. Em Junho, no
Mosteiro de Jesus, D. João de Melo, bispo de Coimbra, que apelidava a Princesa
como a “sua Santa”, celebrou Missa pontifical, prometendo participar nas
solenidades da beatificação, que viriam a realizar-se no ano seguinte de 1694.
E assim aconteceu. De Coimbra vieram a Aveiro os cantores da Capela da Catedral
para o oitavário, que culminou, em 12 de Maio, com a faustosa celebração da
Eucaristia e com uma imponente procissão; nesta foi levada a primeira imagem da
Santa Princesa, em bela escultura em madeira, para a qual se levantou um
sumptuoso altar lateral no interior da igreja de Jesus.
Poema para este domingo
O funcionário cansado
A noite trocou-me
os sonhos e as mãos
dispersou-me os
amigos
tenho o coração
confundido e a rua é estreita
estreita em cada
passo
e as casas
engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só
num quarto só
com os sonhos
trocados
com toda a vida às
avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário
triste
a minha alma não
acompanha a minha mão
Débito e Crédito
Débito e Crédito
a minha alma não
dança com os números
tento escondê-la
envergonhado
o chefe apanhou-me
com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na
minha conta de empregado
Sou um funcionário
cansado dum dia exemplar
Porque não me sinto
orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Porque me sinto
irremediavelmente perdido no meu cansaço?
Soletro velhas
palavras generosas
Flor rapariga amigo
menino
irmão beijo
namorada
mãe estrela música
São as palavras
cruzadas do meu sonho
palavras soterradas
na prisão da minha vida
isto todas as
noites do mundo uma noite só comprida
num quarto só
António Ramos Rosa,
in "Viagem através duma nebulosa", 1960
Reflexão para este domingo
O AMOR, ACIMA DE TUDO
Georgino Rocha
A esplanada do Templo é palco de novo episódio. Os responsáveis dos grupos influentes mexem-se com grande persistência e à-vontade. Aproveitam-se de questões progressivamente mais delicadas e comprometedoras. Depois da política, vem a religião. Agora é o sistema e a hierarquia das verdades que se buscam. Assunto sério, se não houvesse uma segunda intenção: a de experimentar Jesus, a de ver como se posiciona face ao complicado conjunto legal - os peritos apontam 613 mandamentos –, a de saber a qual deles que dá prioridade, que parecer tem sobre o núcleo central da vida dos judeus fiéis à Lei recebida de Moisés.
Os novos contendores pertencem aos fariseus, alegres por saberem que os saduceus se tinham remetido ao silêncio, após a disputa sobre a ressurreição. Era a sua vez e querem “marcar pontos” aproveitando-a com mestria porque têm reduzida influência junto do povo – virão a aumentá-la progressivamente e chegam a constituir a classe preponderante por volta do ano 70 da nossa era, após a destruição do Templo.
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