domingo, 9 de outubro de 2011

Faleceu o padre Luís Archer

Padre Luís Archer


Uma vida de ciência e humanismo

«O padre e cientista português Luís Archer faleceu este sábado, aos 85 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, depois de uma «indisposição», anunciou a Companhia de Jesus (Jesuítas), a que pertencia.
O sacerdote, distinguido em 2006 com o prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em nome da Igreja Católica, é considerado um impulsionador da biogenética em Portugal.»

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Painéis cerâmicos com história



Na Rua Almeida Garrett, Gafanha da Nazaré, registei este painel cerâmico com história. Os seus proprietários souberam e quiseram manter vivas algumas lembranças de há bons anos e que eu ainda recordo bem, porque tenho idade para isso. O painel é recente e foi elaborado e montado em 2009, sendo da autoria de Cláudia Pereira. Os elementos nele expressos trazem até ao presente a ceifa, o poço de rega (Havia tantos nas Gafanhas!...) com engenho e seus alcatruzes, o carro de vacas ou bois, uma casa de lavrador e campos à volta... 



Uma reflexão para este domingo




CONVIDADOS PARA A FESTA NUPCIAL

Georgino Rocha


A sala enche-se de convidados para a festa nupcial. Esteve em risco de ficar vazia, contrariando todas as expectativas. Salva a situação, a insistência paciente do pai do noivo que resulta em pleno. O amor desdobra-se em convites, face às recusas recebidas. A lista convencional tem de ser profundamente alterada. Quem, segundo a praxe, estava em primeiro lugar, dá preferência a outros interesses e não quer participar, sobrepõe as preocupações reais ou fingidas, liberta-se de incómodos, dá largas a velhos ressentimentos, exercendo violência e eliminando os portadores do convite.A praxe é rigorosa. Antes de aceitar, o convidado procura informar-se cuidadosamente sobre os possíveis participantes. A escala social é padrão de referência e introduz níveis de oscilação no apreço e na consideração de cada um. Entre os comensais e entre estes e quem organiza a festa.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 258

DE BICICLETA... ADMIRANDO A PAISAGEM - 41




TANDEM E MARCAS DE BICICLETAS 

Caríssima/o:

Esta foto tem uma história; história tem o objecto fotografado. 
Um dia, um jovem pensou fazer um tandem [bicicleta para duas (por vezes mais) pessoas, com os assentos e os pedais alinhados um atrás do outro]. Conseguidos dois quadros de bicicletas já fora de uso, uma azáfama se apoderou deles: limpá-los, lixá-los, soldá-los... 
Isto dito assim, dá a impressão de “vou ali e já está!” Não, nada disso; foi tudo bem medido, esquadrias verificadas... Pedais, rodas livres, correntes... guiadores, selins... 
Bem, terminadas as férias grandes, já se via obra! 
Nas férias grandes do ano seguinte, depois da pintura e das afinações gerais, a máquina fez sensação nas estradas da Murtosa e... do Porto. 
Mas havia um problema: o registo. Sem este, não deveria circular ou sujeitava-se a pesada multa o seu proprietário... 
Registar? Como? Qual a marca? 
Aqui a experiência acumulada deu uma pequena ajuda: «marca desconhecida»! 

É que ter bicicleta de marca era privilégio de raros, pois nos livretes a mais registada era «Marca Desconhecida». Espanto, pois, e boca aberta e descaída quando surgia alguém com uma Humber, Raleigh, Zenith, Rudge... 
No outro dia fui ao entendido com a bicicleta que às vezes (poucas, agora...) aguenta com o meu peso; olhou para ela e disse-me logo: 
- Mas isto é uma relíquia!... Triumph!...Merece bem uma limpeza com óleo e petróleo... A ferrugem nunca lhe pega! 

As bicicletas destas marcas eram máquinas vindas do exterior, como é evidente. Porém, temos hoje boas marcas fabricadas em Portugal, com muitas a serem exportadas... e a tendência é manter os nomes em língua estrangeira. Paciência! 

Mas voltemos à fotografia lá de cima. Depois do que disse sobre o tandem, resta acrescentar que está dependurado à espera que outro jovem de uma nova geração olhe para ele e se resolva a dar umas pedaladas com gosto e segurança. Ora bem: peguem no blogue e virem a fotografia ... que está de pernas para o ar! 

Manuel

sábado, 8 de outubro de 2011

P2 do PÚBLICO: Poema ao sábado

Um inédito de Miguel Martins


(Clicar na imagem para ampliar)

Zé Penicheiro expõe pela última vez em Aveiro

Aveiro: Sinfonia em Azul - Acrílico sobre Tela, coleção particular



Quase com 90 anos, que completará em 15 de Outubro, Zé Penicheiro expõe, na Galeria da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, aquela que será a sua última mostra.
Nascido na aldeia beirã de Candosa, em Tábua, foi em Aveiro que Zé Penicheiro iniciou a sua vida artística há 60 anos. Veio a público, conforme li no Diário de Aveiro, que “é junto da Ria que ele quer fazer a sua última exposição”. Este foi, sem dúvida, um bonito gesto de gratidão de Zé Penicheiro  para com a cidade e a ria, cujas cores, formas e silhuetas tão bem soube  transplantar para as telas.
Li ainda que esta mostra “Vai ser o culminar de uma vida inteira dedicada à pintura”, reflecte a companheira de Penicheiro, adiantando que o “Zé vai apresentar obras novas nesta exposição”. E se o artista soube ser grato para com Aveiro e suas gentes, mal seria que o nosso povo não soubesse retribuir no mesmo espírito.

Sem a Alemanha não haveria UE nem Euro


Os do Sul
Anselmo Borges

Se há país de que eu gosto, ele é a Alemanha. Tenho excelentes e queridos amigos alemães. O que eu sei devo-o em grande parte à Alemanha. É de lá que vem da melhor filosofia, da melhor teologia, da melhor música, da melhor matemática, da melhor física, da melhor literatura. A língua alemã é singular no forjar do pensamento.
Diz-se que os alemães são racionais, ordenados, quase marciais. Mas aí são os alemães na exterioridade e na organização social. Afinal, donde vêm o romantismo, as filosofias da vida, a descoberta do inconsciente? Então, por causa dessa vitalidade, precisaram do travão racional.
E aí estão as guerras, guerras mundiais, com todo o seu cortejo terrível de tragédia. Ouvi o grande Karl Rahner numa aula dizer que passou a vida a perguntar como tinha sido possível o horror de Auschwitz e não encontrou resposta. De qualquer forma, essa experiência foi e ainda é um nó na alma alemã. Eles não poderão esquecer as ajudas que então receberam para se reerguer. Mas a Alemanha também foi generosa. Sem ela, não haveria o que se chama União Europeia nem o euro.