Reflectir para acolher e dialogar com proveito
António Marcelino
«As pessoas honestas de um mundo secularizado não rejeitam os apelos do transcendente e do religioso. Se não encontram resposta, rumam à procura, como peregrinos, e vão batendo às portas onde se anuncia algo que tenha a ver com o espiritual, que grita e incomoda dentro de cada um. A proliferação de movimentos religiosos e iniciáticos, a invasão progressiva das espiritualidades orientais, os braços abertos dos criadores de emoções, tudo são lugares de refúgio, que fazem reflectir para agir. Não em tom de cruzada, mas de responsabilidade.
Os melhores despertadores da Igreja são os que lhe põem problemas, não os que lhe tecem coroas de louros. Hoje, o grito de alerta mais forte vem dos de fora que questionam, dos que vão mais facilmente ao “pátio dos gentios”, que ao templo, sem que a estes se retire a palavra.»