sábado, 22 de agosto de 2009

Laurinda Alves entrevista António Barreto no i de hoje

No seu discurso do dia 10 de Junho sublinhou que o exemplo que damos vale muito mais que as palavras que dizemos. De que exemplos fala? O meu discurso era especialmente para os dirigentes portugueses, para os líderes partidários, os dirigentes políticos, militares, empresariais e sindicais, porque é de cima que vem o exemplo. O bom e o mau. Tantas vezes ouço apelos desses dirigentes à população para que trabalhe mais, aperte o cinto, corra riscos, inove, chegue a horas, seja honesta, etc., e tantas vezes vejo os exemplos exactamente ao contrário... Não sei se fui ouvido, mas era essa a intenção. Foi ouvido e muito apreciado. O discurso está online e passou de mão em mão. Era bom que eles percebessem que um gesto errado e um mau exemplo valem por tudo o resto. É sabido, é proverbial, que os ministros chegam tarde aos encontros, às audiências, às reuniões, às entrevistas... Isso enerva-o? Sim. Também é sabido que nomeiam favoritos e membros dos partidos; é sabido que fazem más leis que têm de corrigir e rectificar no dia seguinte; é sabido que fazem despachos a correr para nomear amigos ou para autorizar obras antes das eleições; é sabido que nas vésperas das eleições ou antes de um governo cair ou de um ministro ser substituído há dezenas ou centenas de despachos e normas com assinaturas feitas a correr; é sabido que há dirigentes nacionais (privados e públicos, porque não estou a falar só de ministros, note!) que aceitam luvas e corrompem outras pessoas; que obtêm ou vendem favores; é sabido que há pessoas que não cumprem os prazos e arranjam sempre maneira de entrar nos concursos. Tudo isto é sabido e o pior é que muitos destes actos têm origem nos dirigentes. É o tal exemplo que vem de cima. É. Infelizmente daquilo a que se chamam as elites. O bom exemplo é fértil, mas o mau exemplo é muitíssimo fértil. Quando sei que o meu chefe não chega a horas porque há-de querer obrigar-me a fazê-lo? Quando sei que há quem compre e venda influências, porque não hei-de fazer a mesma coisa?
Ler tudo aqui

Gripe A e teologia

Médicas e médicos amigos que muito considero e prezo pediram-me que escrevesse um artigo sobre a gripe A e a comunhão na Missa. Seria um contributo para a saúde pública. É o que vou tentar, consciente de que se trata, paradoxalmente, de um tema melindroso para alguns, dado o facto de os católicos ao longo de tanto tempo terem sido educados no quadro do preceito eclesiástico estrito de comungarem na boca. Uma prova do melindre está em que, apesar de ter tentado delicadamente levar as pessoas a comungar na mão, não tive ainda êxito pleno. Em primeiro lugar e referindo-me ao tema de modo genérico, penso que a questão da gripe A deve ser encarada com responsabilidade, o que significa, em termos simples, sem leviandade, portanto, seguindo as normas da OMS (Organização Mundial da Saúde), mas também sem histerismo. E não me passa pela cabeça que alguém cometa a infâmia de contagiar seja quem for intencionalmente. Espera-se que o Ministério da Saúde continue operante, eficaz e gerindo o problema com dignidade responsável. Será neste quadro da responsabilidade que há-de situar-se uma colaboração sadia dos bispos e do Ministério no referente a grandes ajuntamentos religiosos, como Missas ou peregrinações. É neste âmbito também, embora indo para lá dele, que apelo vivamente à comunhão na mão. De facto, é preciso reconhecer que a comunhão na boca está sujeita a grande perigo de contágio, como qualquer pessoa minimamente atenta pode constatar. Assim, devendo os católicos ser responsáveis e exemplos de responsabilidade, não podem pôr em perigo a saúde dos outros nem a própria. Todos reconhecerão, pois, facilmente que é um dever moral todos comungarem na mão e não na boca. Aliás, não faltará - e bem - quem associe, no caso, ética e estética: quem duvida que é mais estético receber a hóstia na mão aberta do que na língua estendida? Mas, aqui, surgem debates aparentemente teológicos. Por exemplo: que comungar na boca é sinal de respeito pela presença de Cristo na hóstia consagrada. Mas eu pergunto: será porventura a língua mais digna do que as mãos? As pessoas pecam com as mãos: desvio dos bens alheios, assinaturas falsas ou indevidas, tráfico de drogas, armas assassinas, toques de traição... E com a língua não pecam? Ai!, as maledicências, as calúnias, os perjúrios, as promessas incumpridas, as palavras de amor-ódio, aquelas palavras que derrotam e matam o outro, contratos imorais e mortais... Afinal, tão digna é a mão como a língua. É com a língua que falamos, e a linguagem duplamente articulada é característica específica humana. Mas foi quando o nosso antepassado se ergueu sobre os dois pés que se libertou a mão e se desenvolveu o cérebro e surgiu o que se chama Homem. Saudamo-nos falando e também apertando-nos as mãos. Depois, vem o que é teologicamente mais significativo. Quem nunca reparou que só damos de comer na boca às crianças e às pessoas impossibilitadas de o fazerem elas próprias? E é um enorme gesto de afecto e ternura. Mas é também um sinal de dependência. Os adultos, em princípio, levam a comida à boca com as suas próprias mãos. Neste sentido, não quereria ir tão longe como aqueles e aquelas que dizem que com a comunhão na boca a Igreja hierárquica acabou por infantilizar os fiéis. Ora, a Igreja deve ser a assembleia dos fiéis a Cristo, daqueles e daquelas que viram e vêem nele o enviado de Deus e o salvador e se entregam por ele confiadamente a Deus como sentido último da sua vida. Todos igualmente responsáveis, embora com ministérios e tarefas diferentes. Não se pode infantilizar os fiéis e a seguir queixar-se pela sua falta de responsabilidade e participação na vida da Igreja e na transformação do mundo, como Cristo quer. Aliás, Cristo, na primeira Eucaristia, na Última Ceia - celebração da Palavra e do Pão -, tomou o pão e partiu-o, dizendo: "Tomai todos e comei, isto é o meu corpo, a minha vida, entregue por vós." E neste sinal os discípulos souberam que Deus é amor. Como ainda hoje, nalgumas casas, o pai ou a mãe partem o pão, distribuindo-o por todos, comendo cada um com a sua própria mão: é a partilha da vida. Anselmo Borges
In DN

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Num espaço do Mercado da Gafanha da Nazaré: 1.ª EXPOSIÇÃO colectiva de modelismo

O TEAM ( Truques & Engenhocas Associação de Modelismo) tem patente ao público, num espaço do Mercado da Gafanha da Nazaré, até ao próximo domingo, 23 de Agosto, a sua primeira exposição colectiva de modelismo. De futuro, haverá mais iniciativas relacionadas com o nautimodelismo. Apoio da Junta de Freguesia.
Ver mais sobre o tema aqui

O que me move é a felicidade

Em entrevista a Laurinda Alves, para o jornal i, o pivô da RTP afirma a importância da felicidade...
De que gostas realmente na vida? O que te move, o que te apaixona?
Pode parecer muito naïf, mas é a felicidade. Ou seja, aquilo que todos nós procuramos. Todos os dias quero ser um bocadinho mais feliz, mas também no sentido de fazer os outros felizes. Por mais lugar-comum que isto possa parecer, o que me enche e me preenche é saber que dei felicidade ou ajudei alguém.
Leia mais aqui

Um poema de Turíbia: Casa das Memórias

CASA DAS MEMÓRIAS Sobre o meu corpo, o teu sorriso, como fonte, como rio, como mar. Nenhuma palavra diria a corrente, verso algum cantaria a magia, sôfrega sede no incêndio a crepitar. Sobre a minha boca, o teu sorriso, como música, sino em dia de Jesus Menino, como cotovia a cantar. Nenhum gesto dirá a saudade, poema algum nos levará aos ramos do amor. Era outono nas noites frias ao luar. Era verão nos gestos quentes da idade. O tempo permanece intacto como flor, artíficio humano em jarra encarnada. E eu permaneço na casa das memórias, exígua e rasa. Turíbia

Diocese de Aveiro em missão em Angola

É sempre bom saber que não tem faltado, entre a juventude, quem se disponha a servir comunidades, com o espírito missionário. o Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, lembrou que a Diocese aveirense "é uma das mais empenhadas no espírito missionário.
Pode ler mais aqui

TELHADOS DE VIDRO, de Joaquim Franco, na SIC Online

Com a aproximação de eleições, os "poderes" aconchegam-se. Marcam posições. Num momento em que a tentação para "tomar partido" é muita, espera-se que os "poderes" religiosos saibam a diferença entre religião e política. Espera-se, igualmente, que os poderes políticos saibam "separar as águas" entre o que é legítimo e ilegítimo na "caça" ao voto.
Leia tudo aqui