terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma voz incómoda: Padre Agostinho Jardim Moreira

Em entrevista ao Jornal de Leiria, o Padre Agostinho Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, mostra por que razão é uma voz incómoda e inconformada, mesmo no seio da Igreja Católica. Os pobres são a sua grande preocupação...
"Os pobres. Sempre os pobres. São um desafio constante e uma exigência grande para viver mais aproximadamente o Evangelho. Também me obrigam a fazer, quase anualmente, uma reformulação da pastoral e das respostas sociais. Quando comecei aqui, em 1969, na Ribeira (freguesias de S. Nicolau e Vitória, na periferia da Torre dos Clérigos) praticamente não havia nenhuma obra social e hoje temos várias. Continuam a ser as mais pobres, embora já não as mais populosas devido à desertificação – em 40 anos perderam mais de 20 mil habitantes. Hoje tenho menos gente mas muitos mais problemas. As pessoas estão isoladas porque não há resposta da família, nem da gente com dinheiro para poder partilhar com as necessidades dos mais fracos. Hoje tudo acorre ao padre e à Igreja numa atitude de exigência. Como se a Igreja tivesse obrigação de fazer aquilo que cabe ao Estado. Como o meu nome vai aparecendo nos jornais e na televisão, acham que isso é uma mais valia de poder intervir a seu favor. O que não deixa de ser verdade mas não é essa a minha missão explícita. Até porque tenho a direcção em Portugal da Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP) que me preenche muito tempo."
Leiam toda a entrevista aqui

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Padre Tomás Afonso celebra Bodas de Ouro de ordenação presbiteral

SERVIÇO POR UM MUNDO MELHOR


Participei ontem, 19 de Julho, em Estarreja, num encontro comemorativo das Bodas de Ouro da ordenação do Padre Tomás Marques Afonso. Na eucaristia de acção de graças, a que presidiu D. António Francisco, marcaram presença o Bispo Emérito da Guarda, D. António dos Santos, padres e diáconos permanentes amigos, bem como pessoas oriundas das terras por que passou, no exercício do seu múnus sacerdotal, tanto de paróquias como das Forças Armadas, onde serviu como Capelão Militar. 

O Bispo de Aveiro, D. António Francisco, referiu, à homilia, o Ano Sacerdotal que está a decorrer, “por vontade expressa do Papa Bento XVI”, sublinhando a importância das vocações sacerdotais, “nascidas em famílias cristãs de vida dinâmica”. Depois frisou a caminhada presbiteral do Padre Tomás Afonso, dizendo que, presentemente, agora na sua terra, se encontra a servir o Povo de Deus, que está em Veiros. 
D. António agradeceu ao Padre Tomás o serviço “tão generoso” por ele prestado à Igreja de Jesus Cristo e ao seu povo. “Dou graças a Deus por este povo que ele serve, pelo serviço por um mundo melhor”, disse o Bispo de Aveiro. 
O Padre Tomás Marques Afonso começou a exercer o seu ministério sacerdotal precisamente na Gafanha da Nazaré, como coadjutor do Padre Domingos José Rebelo dos Santos. Natural do lugar de Póvoa de Cima, freguesia de Beduído, onde nasceu em 6 de Janeiro de 1934, foi ordenado presbítero em 19 de Julho de 1959, na sua igreja matriz, por D. Domingos da Apresentação Fernandes. 
Entrou na Gafanha da Nazaré em 27 de Outubro do mesmo ano, aqui tendo permanecido até 27 de Outubro de 1961. Depois passou por outras paróquias e pelas Forças Armadas, como Capelão, tendo atingido a posição de Coronel. 
Na Gafanha da Nazaré, tanto quanto me lembro e está registado na Monografia da Paróquia, o Padre Tomás desenvolveu a sua acção na Catequese, na Visita a Doentes, no Grupo Coral, no apoio à Juventude. Foi ainda capelão da Praia da Barra, tendo colaborado nas primeiras obras de restauro da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, obras levadas a cabo pelo Padre Domingos. 
Estes encontros celebrativos oferecem-nos, para além do mérito de podermos recordar e enaltecer o labor de uma vida de meio século dedicado aos outros, a oportunidade de rever amigos que connosco caminharam em Igreja, tendo no horizonte um mundo mais fraterno. 
Outros dois coadjutores da Gafanha da Nazaré ali encontrei: os Padre Arménio Pires Dias e José Manuel Ribeiro Fernandes. O primeiro, que antecedeu nas funções o Padre Tomás, precisamente, entre 27 de Dezembro de 1958 e 25 de Dezembro de 1959, e o segundo, que se lhe seguiu, entre 24 de Novembro de 1961 e 10 de Outubro de 1965. Destes dois, ficaram na minha memória, os mesmos sorrisos e as mesmas disponibilidades para o serviço dos outros, numa entrega total. 
O Padre Arménio é o pároco de Salreu e o Padre José Manuel está ao serviço da emigração, nos Estados Unidos da América. 
O Padre Tomás, ao recordar um pouco da sua vida, agradeceu a Deus, que sempre o dinamizou no cumprimento da sua missão, “quer dentro dos Quartéis ou Unidades Militares, quer nas paróquias” que serviu. Recordou “os nativos africanos da Guiné, Moçambique e Angola”, que o ensinaram “a cultivar maiores conhecimentos dos Povos e do Universo”, e manifestou a sua gratidão aos muitos conterrâneos, familiares, amigos e outros povos, por onde passou e de quem se tornou servo. 
O Padre Tomás ainda manifestou vontade de trabalhar por mais uns 25 anos, porque se sente com coragem para isso. Eu, que até acredito na possibilidade da concretização dessa vontade, prometo que tentarei ficar por cá, para com ele comemorar as suas Bodas de Diamante da ordenação presbiteral. 

Fernando Martins

Férias em tempo de crise: Ao encontro da Natureza

A Natureza é sempre uma opção
viável e até necessária
Em tempo de crise ou de progresso, o encontro com a Natureza é sempre uma opção viável e até necessária. Viável, porque, em princípio, não implica grandes despesas; necessária, porque nos oferece uma infinidade de sensações e emoções que nos ficam para a vida. Quem há por aí que possa ficar indiferente à beleza das paisagens, aos tons da vegetação, aos sons da brisa que nos refresca a face, às cores ímpares de um pôr do sol, à suavidade das borboletas que pousam nas flores, à cadência das ondas do mar ou aos espelhos da nossa laguna? Por tudo isso, e pelo muito que fica por dizer, proponho hoje que aproveitemos as férias para cirandarmos pela nossa região, tentando ver e sentir o que a natureza, na sua pureza, ainda nos reserva. Passeando pela ria, usufruindo da mata da Gafanha, descansando à sombra de uma árvore, de preferência com um frugal farnel, que recorde os tempos dos nossos avós. Tratemos dos nossos jardins, visitemos outros de vizinhos e amigos, ou mesmo os públicos, por onde, normalmente, passamos a correr. Visitemos os parques de lazer e saibamos olhar o céu estrelado em noite de calmaria, alimentando conversas que em dias de trabalho nem tempo temos para manter. A Natureza é sempre, se quisermos, uma inesgotável fonte de reflexão e uma riqueza permanente para o despertar dos nossos sentidos, face à beleza que dela emana. As cores, as formas, os sons e o casamento perene entre terra e céu aí estão à nossa discrição, como dádiva de Deus a não perder. Nas férias e fora delas. Fernando Martins

domingo, 19 de julho de 2009

Momentos mágicos

Pôr do sol


Não há dúvida. De facto, há momentos mágicos nas encruzilhadas da vida. De todos os dias. Como este pôr do sol que hoje registei na A25, no regresso a casa; como o encontro em que participei, onde vi, recordei e conversei com pessoas que não via há muito. Disso falarei amanhã.

No meio do mar: Pedras com expressão



Na Praia da Barra, lá bem dentro do mar, umas centenas de metros, é possível parar um pouco e apreciar este farolim, que se encarrega de assinalar a presença do molhe protegido por pedras com expressão. Clique para ampliar e veja como algumas pedras manifestam mágoa, cansadas de estar à defesa das investidas do mar. Outras sorriem.

Intelectuais lançam manifesto com “questões prementes” destinadas aos partidos políticos

Porque me parece pertinente, aqui fica:

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 140

BACALHAU EM DATAS - 30 .
EPA - EMPRESA DE PESCA DE AVEIRO
Caríssimo/a:
1928 - Constituição da E. P. A. (Empresa de Pesca de Aveiro) - primeira grande empresa virada para a pesca do bacalhau na Terra Nova, com dois barcos - S. JACINTO e SANTA JOANA, e em 1935, a construção de mais dois - SANTA MAFALDA e SANTA ISABEL. Em 1939, mudou-se para o lugar que hoje ocupa, tendo comprado praias de junco onde fez a construção dos armazéns.
1929 - « [É publicado] "A campanha do Argus", livro da autoria de Alan Villiers.» [C, 20]
1930 - «Durante o Estado Novo, o Governo, com a política de fomento das pescas, procurou incrementar a captura do bacalhau nos pesqueiros da Terra Nova, tendo esta pesca assumido, a partir dos anos trinta, uma importância estratégica no desenvolvimento da economia nacional. No discurso do Estado Novo, foi o próprio Estado quem, através do sistema corporativo, impulsionou a pesca do bacalhau, regulando directamente a produção, importação e preços e dirigindo a acção de armadores, produtores, pessoal de mar e comerciantes. Neste âmbito salientam-se a criação da Comissão Reguladora do Comércio do Bacalhau (1934), do Comércio dos Armadores dos Navios da Pesca do Bacalhau (1935), da Mútua dos Navios Bacalhoeiros (1936) e da Cooperativa dos Armadores de Navios de Pesca (1938). A partir de 1930, a frota portuguesa começou a pescar na Gronelândia, que se revelou um pesqueiro mais abundante que os bancos da Terra Nova, e adaptou-se uma nova técnica de pesca, designada por «trole», aparelho constituído por várias linhas ligadas entre si - 20 linhas de 50 braças; de cada braça ficava suspenso um anzol, ao todo cerca de mil.»
1931 - «Em 1931 e 1932 apenas pescaram 26 a 30 embarcações respectivamente e o nível de capturas regressa aos valores dos primeiros anos da I Guerra.» HPB, 77
«O Capitão João Ventura da Cruz, veterano dos lugres bacalhoeiros, [foi] um dos que, em 1931, demandaram pela primeira vez os bancos da Gronelândia.» HDGTM, 7
1932 - «O primeiro fluxo de inovação [das características técnicas introduzidas nos navios bacalhoeiros da frota portuguesa do bacalhau] surge em 1932 com a motorização de uns poucos de lugres: LUSITÂNIA III, armado pela Lusitânia - Companhia Portuguesa de Pesca da Figueira da Foz, e o GAMO, da Parceria Geral de Pescarias, de Lisboa.» Oc45, 100
1933 - Funda-se a Sociedade Gafanhense com dois barcos de pesca à linha: ANTÓNIO RIBAU e LUÍSA RIBAU. Manuel