sexta-feira, 10 de julho de 2009

Prevenir a saúde

1. É a tendência humana que também nos diz que na hora da doença apreciamos mais a saúde e cuidamos dela como antes não lhe havíamos dedicado tanta atenção... Efectivamente, nas horas de aflição e de receios somos mais apreciadores dos pormenores do dom da própria vida e valorizamos mais as medidas de prevenção a ter continuamente. A direcção geral de saúde tem acompanhado o evoluir da situação no que se refere à gripe A. O site http://www.dgs.pt/ apresenta-se como uma fonte de informação oportuna. Nem gerar pânicos nem ocultar a informação importante tem sido o lema fundamental. Uma pedagogia social tem-se revelado importante nesta aproximação ao período de férias, tanto no sentido de evitar possíveis alarmismos como para formar nos cuidados fundamentais de saúde pública.
2. A natureza – na própria transformação do vírus da gripe A – vai alertando tanto a nossa capacidade de resistência à mudança como na dimensão cuidadora e respeitadora da vida. A mobilidade mundial das populações, que no tempo veraneante se multiplica, fazem sentir a urgência de reforçar todos os alertas em muitos cuidados que, afinal, deveriam de ser mais permanentes. Muita informação (será que chega?!), mesmo para os mais desatentos tem procurado sensibilizar para gestos tão simples como o saber tossir ou o saber lavar e desinfectar as mãos. Afinal, preocupações a ter não só nas vésperas da gripe A como nos hábitos diários de todos.
3. A direcção geral de saúde e os centros de saúde associados deixam à autonomia das instituições o erguer de referências de prevenção e segurança. Desmistificar o uso das máscaras de protecção, orientar para reuniões de formação e sensibilização para todos, aperfeiçoar gestos tão simples como a lavagem das mãos, também podem ser um exercício cívico de prevenção de que ninguém está dispensado. As coisas simples que nos falam daquela sensibilidade em que um “homem prevenido, vale por dois”!
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Alexandre Cruz

Bento XVI recebeu Barack Obama

Papa e presidente dos EUA debateram
resultados da cimeira do G8
"Bento XVI recebeu pela primeira vez no Vaticano o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, que concluiu nesta Sexta-feira a sua participação na Cimeira do G8, na Itália. "É uma grande honra para mim, muito obrigado", disse o presidente norte-americano, ao apertar a mão ao Papa, antes de revelar que a cimeira do Grupo dos 8 tinha sido muito "produtiva". "Deve estar muito cansado, depois destes encontros", retorquiu Bento XVI. O encontro entre ambos, na biblioteca privada do Papa, durou 40 minutos. Como era esperado, foram discutidas as "perspectivas de paz" para o Médio Oriente, onde há "convergência" de posições, e outras situações regionais. No centro do encontro, segundo o Vaticano, estiveram os temas da "política internacional", à luz dos resultados da cimeira do G8."
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Está aí o Verão

Está aí o Verão.
E as férias, o mar, a montanha, as origens, a memória, a família…

Está aí o Verão. E as férias, o mar, a montanha, as origens, a memória, a família. Não se juntam, necessariamente numa grande festa. Mas muitas vezes aproximam-se numa espécie de Natal menos apressado, com tempo para assentar, conviver, recordar e celebrar. Aparentemente sem nada de sagrado. Mas com sentido numa espécie de visita à infância, sem ornamentos do trabalho, da cidade, da política, dos meios herméticos quantas vezes geradores de máscaras para uma espectáculo social ou pódio de prestígio para uma visibilidade respeitável em relação aos outros.
Temos presenciado, de há algum tempo a esta parte, espectáculos perturbadores em matéria de economia, finanças, negócios, política, empreendimentos, sempre aos milhões, com jogos escondidos sem percebermos o que significam as promessas, os contratos, os desvios, corrupções, roubos, manobras de compra, venda, cumplicidade, estratégias de ocultação do que se pretende, embaciamento do olhar do cidadão comum que não se apercebe dos jogos por baixo da mesa e até desconfia da sanidade do seu próprio olhar. Assim, nada é o que parece, embora se diga que em política o que parece é. As acções ou omissões sobre dinheiros, justiça, saúde, educação, tecnologia, manobras empresariais, cobrem-se duma neblina enganosa que, a um tempo deixa ver metade e oculta a outra metade dos factos e das manobras em vários quadrantes. 
A mesa de bilhar parece a grande parábola dos poderes. Um toque, aparentemente simples, leva efeito, direcção, sequência, recolocação, vitória ou suicídio. É um jogo complexo, escondido na inteligência e habilidade de quem desfere um impulso débil numa bola fria e indiferente. Há gestos com destino de glória ou de humilhação. Directos, públicos, claros,
registados, repetidos, interpretados por críticos com pouco pudor mas que sabem escandalizar-se, rasgar as vestes, invocar a moral, dizer-se, finalmente, civilizados. E que espalham o seu olhar à sociedade que exorciza tabus, vive opulentamente das públicas virtudes e vícios privados. Que esmaga impiedosamente quem desconhece ou transgride as regras. Ai de quem tem a infelicidade de cair nesta armadilha. E, todavia, a transparência continua a ser a virtude primeira da relação humana. Que se explicita no tempo gratuito e sereno das férias. Mas que diz respeito ao todo pessoal e social. A mentira não é boa regra para nenhum quadro de vida.

António Rego

Jardim Oudinot: Bar de praia ainda este Verão?

Obras na fase inicial
O bar de praia do Jardim Oudinot já começou a ser construído, como pude testemunhar ontem de manhã. Pelo que vi, os trabalhos estão a ser desenvolvidos em ritmo muito lento. Indaguei no local sobre a possibilidade da sua inauguração e entrada em funcionamento ainda durante este Verão, mas vislumbrei, no olhar de um encarregado das obras, uma réstia de alguma dúvida. É pena... porque quem vai ao Jardim precisa, normalmente, de tomar um café ou de saborear um refresco. Eu sou um desses. Portanto, façam lá um esforçozinho, por favor.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

“Florinhas do Vouga” atacam a crise económica junto dos mais pobres

“Mercearia & Companhia” 
para 120 famílias de Aveiro

A rampa de acesso à zona de distribuição do cabaz “Mercearia & Companhia”, destinado a família carenciadas, já está bem composta. São 14.30 horas, de quarta-feira, dia em que as “Florinhas do Vouga” abrem as portas do espaço destinado a esta operação, de resposta concreta à crise económica que se tem agudizado nos últimos tempos, atacando de forma intensa os mais fragilizados da vida. Este corrupio começou em Março e não há sinais de que tenha de acabar em breve Durante a semana, as técnicas do serviço social da instituição vão analisando os casos e determinam a quantidade e variedade de produtos alimentares a fornecer a cada agregado familiar para um mês. As “Florinhas do Vouga” ajudam deste modo 120 famílias devidamente recenseadas e outras que, na emergência, não podem ficar com fome. Tudo isto, garante-nos a directora-geral da instituição, Fátima Mendes, graças à generosidade de empresas e particulares da região e, ainda, do Banco Alimentar Contra a Fome. A título de exemplo, uma empresa de congelados, da Gafanha da Nazaré, oferece, semanalmente, refeições pré-confeccionadas, um lavrador da Vagueira, freguesia da Gafanha da Boa Hora, dá legumes e fruta, e particulares entregam outros géneros alimentícios e dinheiro. Como sublinha o presidente da direcção das “Florinhas do Vouga”, com sede em Aveiro, Padre João Gonçalves, “nós, aqui, somos apenas intermediários, entre as pessoas que dão e as pessoas que precisam”. Segundo Fátima Mendes, a ideia da “Mercearia & Companhia” surge com a crise económica que se instalou no País. No Bairro de Santiago, a instituição tem ao dispor dos mais pobres uma “Cozinha Social”, com refeições a 1,50 euros para os que podem pagar e gratuitas para os outros, “a maioria”. Serve, em média, por dia, 100 almoços, e ao jantar um pouco menos. Recentemente, por razões que todos adivinham, o número dos que precisam de comer, sem possibilidade de pagar seja o que for, começa a aumentar. Esta situação torna-se incomportável para os serviços da “Cozinha”, sem capacidade para atender tanta gente. A opção passa a seguir por fornecer às famílias os géneros alimentícios, para confeccionarem as refeições em suas próprias casas. 


Caudal de pedidos de ajuda 
não tem diminuído

De forma tão simples, como à primeira vista parece, a “Mercearia & Companhia” nasce assim. Até hoje, sem haver indícios de diminuir o caudal de pedidos de ajuda, garante-nos Fátima Mendes. Fátima, mãe de sete filhos, divorciada há sete anos, tem ainda quatro ao seu cuidado, de 18, 10, 8 e 7 anos, todos a estudar. Trabalha, mas os encargos familiares absorvem-lhe tudo quanto ganha. “E não chega, porque a renda de casa e outras despesas, que não posso evitar, levam quanto ganho”, disse. Não tem ajudas de ninguém e quando precisa recorre às “Florinhas”. “A vida está cada vez mais difícil e se algum de nós adoece, tudo se complica; todos os meses venho aqui para em casa não se passar fome”, referiu. E seguiu para o balcão de atendimento, porque estava na sua vez. Refeições pré-confeccionadas, arroz, massas, couves, açúcar, feijão e outros produtos que lhe encheram o saco que carrega nos braços. Muito chorosa está Encarnação Oliveira, com o saco ainda vazio. Mas as lágrimas não são pela espera. É que no dia 17 de Junho morreu-lhe o seu “menino, Ricardo Miguel, de 26 anos, deficiente e muito doente”. Tempos antes, a sua história, em que pedia uma cadeira de rodas para o seu filho, noticiada no Jornal de Notícias, chega a Macau, onde um leitor se compromete a pagá-la. Já não foi preciso, com tristeza para toda a gente envolvida no caso. Agora, só gostaria de pagar a campa onde o seu “menino” está sepultado. Diz ela que são uns 1500 euros. E lá foi para o balcão onde são distribuídos os alimentos, por solícitas empregadas que tratam todas as pessoas pelo nome. Para o director das “Florinhas do Vouga”, esta instituição nasceu há quase 70 anos, para responder aos problemas sentidos pelas pessoas pobres e desde essa altura não mais esqueceu a sua missão prioritária. “Durante muito tempo, pensou-se que a pobreza de há décadas não era como a pobreza de hoje; mas a verdade é que voltamos a encontrar pessoas verdadeiramente com fome, com necessidades; pessoas desempregadas, pessoas com péssimos recursos”. E adianta: “É certo que temos o RSI (Rendimento Social de Inserção), que beneficia muita gente, mas há sempre despesas que ultrapassam esse subsídio; aliás, o problema da fome vive-se cá em Aveiro, muito perto de nós.”



As “Florinhas do Vouga” estão 
onde estão os mais pobres 

O Padre João, que conhece a região como as suas mãos, não deixa de afirmar que as “Florinhas do Vouga” “estão onde estão os mais pobres; estamos exactamente na ponta da linha, para responder às necessidades primárias, e a alimentação é uma dessas necessidades”. Lembrando o conhecido ditado de que é melhor dar a cana e ensinar a pescar do que dar o peixe, o director desta IPSS esclarece que está tudo muito certo, mas logo explica que “é preciso que haja peixe e rio para pescar com qualidade”, sendo garantido que “hoje temos tudo muito poluído: não há trabalhos, não há possibilidades de as pessoas singrarem sozinhas; por isso, estas realidades exigem respostas imediatas”. Facilmente se verifica a proximidade existente entre quem recebe e quem dá. “Quem pede, não são pessoas anónimas, porque todas estão identificadas e têm nome; são pessoas realmente carenciadas”, adiantou o Padre João Gonçalves. E refere: “Claro que isto é uma ajuda; também encaminhamos as pessoas, quando sentimos que é preciso e urgente, para outros serviços e para outro tipo de respostas sociais.” A directora-geral afirma ao nosso jornal que esta acção mobiliza quatro pessoas, na recolha e distribuição dos cabazes. Depois dos contactos durante a semana com os eventuais fornecedores, às quartas-feiras, de manhã, deslocam-se onde for preciso para levantar as dádivas. À tarde, tudo tem de estar preparado, para receber as famílias com problemas económicos, fundamentalmente marcadas pelo desemprego. “Se lhes fosse dada uma oportunidade de trabalho, não precisariam de nos procurar”, disse. E sobre o nível social destas pessoas, o Padre João especifica: “São pessoas de nível social médio; pessoas que tinham trabalho e que agora não têm; não são os tradicionais pedintes.” 

Fernando Martins

NOTA: Texto publicado no jornal SOLIDARIEDADE

Vencer as cegueiras étnicas

1. A cidade Xinjiang, no noroeste da China, tem vivido dias de confrontos mortíferos. O presidente chinês Hu Jintao foi obrigado a cancelar as suas visitas pelo exterior (G8 e a visita oficial a Portugal), regressando à capital chinesa para pôr ordem ao tenso ambiente. Os confrontos são de cariz étnico, entre as etnias han e uigure e têm causado a mortandade, já para números de 165 mortos e mais de 1100 feridos. O contributo legal não é melhor, já que segundo a lei chinesa o crime de homicídio é punível com a pena de morte. Para os confrontos étnicos são apresentadas razões que acabam por não ter razão quando a intolerância deita a perder o sentido básico de humanidade e de respeito.
2. Entretanto, a complexidade do cenário traz para a cena o pensar do líder do partido comunista que afirma: «aqueles que cometeram crimes por meios cruéis vão ser executados», tendo já sido detidas pessoas e estudantes para esse efeito. Os “hans” são a etnia maioritária da China, sendo os “uigures” a minoria de etnia turquemena e de religião muçulmana. Não se sabe ao certo de que etnia terá padecido mais gente, sabe-se da veemência de Pequim na afirmação da vontade de “limpeza” dos responsáveis pelas mortes de Xinjiang. Centenas de forças policiais vêm como socorro para diminuir a crueldade da desumanidade que parece não querer terminar…
3. A meditação sobre as limitações da humanidade eleva-se bem alto nestas circunstâncias. Seria de prever que as potencialidades crescentes de tecnologia e comunicação gerariam maiores capacidades de aceitação inclusiva das diferenças, sejam elas étnicas, políticas, religiosas. Quantas vezes estes sobressaltos de intolerâncias deitam a perder as apostas decisivas nos diálogos que se querem promover. Também teremos de dedicar mais tempo a compreender as “razões”, as etnias, as culturas. O diálogo intercultural e multiétnico pode ser esse antídoto que evite as cegueiras dos banhos de sangue. Esperança!
Alexandre Cruz

Viagem poética pela Ria de Aveiro: Sábado, 11 de Julho, à tarde

Para todos os que ainda não experimentaram o passeio de moliceiro no Canal Central da Ria de Aveiro e para aqueles que queiram repetir a experiência, o Grupo Poético de Aveiro propõe uma viagem no próximo sábado, dia 11 de Julho, à tarde. O ponto de encontro será às 16h30m, na Livraria Buchholz, Praça Marquês de Pombal, junto ao Tribunal de Aveiro. Não haverá um tema específico para esse dia. Cada um lerá poemas seus ou dos seus autores preferidos. Também podem muito simplesmente ouvir e desfrutar do ambiente poético. É grátis, mas sujeito a inscrições, que terão de ser feitas antecipadamente, na Livraria Buchholz.