quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ética na política: gesto impróprio leva ministro da Economia à demissão

Manuel Pinho
O ministro da Economia, Manuel Pinho, teve hoje um gesto impróprio e ofensivo da dignidade da Assembleia da República e dos deputados. Apresentou o seu pedido de demissão e o primeiro-ministro, José Sócrates, de imediato o aceitou. A bancada do PS e o Governo também pediram desculpa ao Parlamento e aos deputados. Não podia ser de outro modo. O que me choca, nisto tudo, é que a reacção a esta atitude de Manuel Pinho nunca foi seguida em situações semelhantes. Quantas vezes, no Parlamento ou fora dele, houve insultos desbragados e ofensas inqualificáveis de uns deputados para outros? De uns e de outros partidos? Só agora é que registaram a má educação que anda por ali?

Uma tensão natural, mas superável

É essencial que ninguém se sinta a mais
na família, na sociedade e na Igreja
Sociedade complicada, esta em que nós vivemos. As relações pessoais são sempre o espaço em que as complicações mais se acentuam e as tensões ganham maior relevo. Não devia ser assim, quando se trata de pessoas adultas, embora com idades diferentes. A roda da vida, para todos inexorável, não deixa que os mais velhos esqueçam as atitudes de quando eram ainda pouco amadurecidos e reagiam a ordens e conselhos, e aos mais novos, não deve passar despercebido que a juventude é tempo que se escoa depressa. Rápida. A convivência de idades diferentes permite a todos uma permuta de dons e de experiências, que enriquece mutuamente, mostrando que valemos e podemos mais, quando juntos e unidos, abertos e aceitantes da complementaridade. O poder decisivo, hoje, está, na sociedade e, em muitos aspectos, também na Igreja, cada vez nas mãos dos mais novos. É verdade que, sobretudo nas empresas, ser mais velho para determinadas funções e tarefas, pode logo acontecer aos quarenta anos. Assim se atende mais a aspectos considerados de rendimento profissional, esquecendo-se que a rentabilidade não se traduz apenas em dinheiro. Há gente válida e capaz, aos milhares, desempregada por encerramento de empresas. Logo vê como se lhe torce o nariz ao procurar trabalho. Já tem cinquenta anos! Um país que quer continuar pobre. Diz-se que o poder corrompe, novos e menos novos. Assim, há chefes mais novos, bem vestidos e engravatados, orgulhosos com seus diplomas e títulos, com atitudes que magoam, empobrecem a relação e mostram que são fruto de uma suficiência tola que não quer conselhos e apoios de ninguém. Também não faltam chefes mais idosos com a presunção de que ninguém lhes ensina nada. O “cresce e aparece”, ou “o seu tempo passou” ainda são atitudes mais frequentes do que se julga. A Igreja, com a normal coexistência de gerações diversas na orientação das suas comunidades, procura acautelar as boas relações entre os padres, chamando a atenção para os valores de cada idade, esforço de compreensão, mútua aceitação, colaboração concreta, trabalho em equipa, comunhão de bens, deveres de hospitalidade, partilha de trabalhos, promoção de iniciativas que evitem o isolamento. Como procura que abram os olhos à participação dos leigos, com seu valor, experiência e trabalho realizado. O problema tende a agravar-se no clero, onde a pirâmide de idades se inverte com o aumento dos mais idosos. Se não se exprime, visivelmente, a comunhão entre todos, não se caminha na colaboração mútua. Há, em todo o país, padres muito novos e pouco experientes e padres muito idosos e cansados a presidir a grandes comunidades. Um título canónico não garante, automaticamente, capacidades de liderança e sabedoria de decisões. Na aceitação mútua, a colaboração exprime-se e enriquece. Este testemunho, tomado a sério, pode servir de estímulo para outros sectores da sociedade. O tempo não é de novos ou de velhos. É de todos. É preciso, na Igreja e na sociedade, estar atento para que ninguém presente, se torne invisível ou ausente. As prateleiras não são lugar para arrumar gente, nem se podem promover pessoas, marginalizando outras pessoas. Até no seio da família e das relações familiares, se o saber e a experiência, vivida e sofrida, dos mais velhos, não lhes dá direito a ter opinião e a encontrar corações abertos para a ouvir, a família acabou. E muitas vão acabando, apesar das casas a dar nas vistas. Estamos em tempo de acolhimento, não de desperdício, muito menos de pessoas. Não basta respeitar, quando se aparece. É preciso dar apreço sempre. Há causas que nunca deixam livres aqueles, hoje mais velhos, que por elas sofreram e lutaram. Não podem agora ser mendigos das migalhas que caem da mesa do poder. Elas continuam suas. É essencial que ninguém se sinta a mais na família, na sociedade e na Igreja. Todas são pátria comum, espaço de vida, lugares de permuta e colaboração. Em todas o amor é lei. António Marcelino

Preocupante onda de assaltos

Esta insegurança é um ponto de chegada
infeliz das liberdades que urge educar/agir?
1. Sabe-se que a segurança não tem sido um emblema maior dos tempos que correm. Quem passa de modo leve os olhos pela imprensa da região apercebe-se de uma onda de insegurança e criminalidade que assusta, mesmo para quem procura gerir o espaço público como lugar onde importa acima de tudo manter a serenidade. Os índices de assaltos têm crescido fortemente, e este é também um dos reflexos duros da crise social em situações onde está em causa a sobrevivência despertadora da insegurança do “salve-se quem puder”. Nestas circunstâncias, quanto maior for a permeabilidade das habitações ou a idade dos seus habitantes pior poderá ser a vulnerabilidade ao crime.
2. Uma cultura avassaladora de notícias “assaltadoras” da dignidade humana e de uma sociedade pacífica é continuamente “ensinada” pelos grandes poderes da comunicação. Veja-se a violência criminosa que perpassa no mundo dos cinemas e das notícias. Por vezes, tanto se denuncia e anuncia a criminalidade que se generaliza o seu hábito e mesmo se explica os procedimentos. Lembramo-nos, há alguns anos, de uma gigante onda de assaltos a espaços de religiosidade para os lados de Braga. Juntava-se a vulnerabilidade física e idade avançada dos zeladores desses patrimónios com a riqueza histórica apetecível aos olhares criminosos. Preocupante este rasto que pareceu não parar…
3. Recentemente os Padres de Águeda lançaram ao Governo Civil uma Petição pelo reforço da Segurança nos templos religiosos, destacando-se «seguramente mais de cem assaltos» nos últimos tempos. As populações, inseguras, estão indignadas, a gestão do património assume-se como um dever, a insegurança de pessoas ergue-se como um imperativo. Torna-se claro, nessa importante e alertadora petição pública, que as “palavras” até agora não têm dado frutos e que é urgente uma intervenção explícita no reforço de efectivos… Esta insegurança é um ponto de chegada infeliz das liberdades que urge educar/agir?
Alexandre Cruz

GEGN: Entrevista com Alfredo Ferreira da Silva


Os trajes são de gente simples,
porque a Gafanha nunca foi terra de fidalgos


No próximo dia 11 de Julho, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) vai realizar o seu XXVI Festival Nacional de Folclore, com a participação de cinco grupos. Esta iniciativa, que tem sido, ao longo de 26 anos, a mais expressiva, ao nível da cultura popular, levada a cabo pelo grupo, mostra à evidência a vitalidade desta associação, ostentando garantias de continuidade, pela força da juventude que a integra. 
Nasceu a partir de uma festa de final do ano catequético da nossa paróquia, registando a história o dia 1 de Setembro de 1983 como data de fundação. Assume em 11 de Julho de 1986, por escritura pública, a sua existência legal. Desde a primeira hora, tem sido, sem dúvida, um extraordinário baluarte da cultura da região e um grande embaixador da Gafanha da Nazaré, quer no País, quer no estrangeiro.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Igreja de Fátima ganha «Nobel» da Engenharia

Igreja da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima
Galardão «Outstanding Structure»
é atribuído pela Associação Internacional
de Pontes e Estruturas
A igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, vai receber o galardão «Outstanding Structure», atribuído pela Associação Internacional de Pontes e Estruturas (IABSE), que junta 4 mil membros de 100 países e é considerado como o Nobel da Engenharia Civil. A cerimónia de entrega do prémio a José Mota Freitas, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e à sua equipa terá lugar a 9 de Setembro, na cerimónia de abertura do 33.º Congresso da IABSE, em Banguecoque. Inaugurada a 13 de Outubro de 2007, com projecto do arquitecto grego Alexandros Tombazis, esta obra distingue-se pela complexidade, em termos de projecto de execução no âmbito da Engenharia Civil. Incorpora diversos materiais e procura responder a exigências particulares de acústica e iluminação.
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A humanização dos serviços

1. Serviços, significará estar para “servir”. A grandeza desta palavra envolve toda uma disponibilidade aberta sempre às novas situações mas que não abdique da necessária atenção à responsabilidade de todos. Dizer serviços e acrescentar-lhe como critério de qualidade a ideia de “Humanização” já será sinal de que poderão existir serviços não humanizados de tão técnicos ou frios que poderão ser. Não se duvida que a sociedade tecnológica actual acresce aos procedimentos tecnocráticos um conjunto vastíssimo de obrigações sem as quais a desejada qualidade não se atinge. Mas a fronteira pode ser ténue e resvalar para uma certa tecnocracia que orientaria a relação humana mais pela técnica que pela Humanidade. Esta é uma das questões de fundo, que vai sendo tanto mais premente quanto menos as Humanidades forem tendo lugar nos planos de estudos.
2. Em múltiplos níveis de formação e informação em instituições que acolhem gentes, profissionais, visitantes ou residentes, a bitola da qualidade que se procura conduz com toda a certeza a este referencial da humanização dos serviços. Isto é, após delimitadas na generalidade as competências erguer-se-á a capacidade de harmonizar as fronteiras das cooperações por forma a que não seja o rigorismo seco, burocrático e de menoridade a presidir às acções mas também de modo a não haver o desleixo de uns que compromete o projecto de todos. Não se duvida que aqui estamos no patamar das formações humanas, da ética diária e andante, da noção de responsabilidade dócil que anseia por incluir e integrar diluindo as areias da engrenagem, e não pela procura da agulha no palheiro que divide gerando o mau estar que a todos deixa mal.
3. A habilidade da gestão de recursos humanos, estudada nos tempos da tecnologia e do imprescindível rigor que deve primar as instituições tem de saber conviver com a alegria de viver e de dar sentido à vida e às relações humanas. Estas, sempre, mesmo que com todos os computadores do mundo, serão o maior segredo!
Alexandre Cruz

Férias em tempo de crise: Como eram as férias dos nossos avós?

Tenho andado para aqui a escrever um pouco sobre férias em tempo de crise, como se através dos tempos toda a gente pudesse gozar um período, mais ou menos certo, sobretudo no Verão, sem as normais preocupações profissionais. Claro que os nossos avós estavam longe de poder beneficiar delas, como nós hoje as temos. Mas será que todos os portugueses podem, actualmente, gozar férias? Tenho a certeza de que não.
No jornal i pode ficar com uma ideia, embora o jornalista António Mendes Nunes se refira, apenas, às férias dos lisboetas. Já agora, desafio os meus leitores a avançarem com as suas achegas sobre as férias de antanho... Quem quer ou pode dar uma ajudinha?

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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