quarta-feira, 1 de julho de 2009

Igreja de Fátima ganha «Nobel» da Engenharia

Igreja da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima
Galardão «Outstanding Structure»
é atribuído pela Associação Internacional
de Pontes e Estruturas
A igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, vai receber o galardão «Outstanding Structure», atribuído pela Associação Internacional de Pontes e Estruturas (IABSE), que junta 4 mil membros de 100 países e é considerado como o Nobel da Engenharia Civil. A cerimónia de entrega do prémio a José Mota Freitas, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e à sua equipa terá lugar a 9 de Setembro, na cerimónia de abertura do 33.º Congresso da IABSE, em Banguecoque. Inaugurada a 13 de Outubro de 2007, com projecto do arquitecto grego Alexandros Tombazis, esta obra distingue-se pela complexidade, em termos de projecto de execução no âmbito da Engenharia Civil. Incorpora diversos materiais e procura responder a exigências particulares de acústica e iluminação.
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A humanização dos serviços

1. Serviços, significará estar para “servir”. A grandeza desta palavra envolve toda uma disponibilidade aberta sempre às novas situações mas que não abdique da necessária atenção à responsabilidade de todos. Dizer serviços e acrescentar-lhe como critério de qualidade a ideia de “Humanização” já será sinal de que poderão existir serviços não humanizados de tão técnicos ou frios que poderão ser. Não se duvida que a sociedade tecnológica actual acresce aos procedimentos tecnocráticos um conjunto vastíssimo de obrigações sem as quais a desejada qualidade não se atinge. Mas a fronteira pode ser ténue e resvalar para uma certa tecnocracia que orientaria a relação humana mais pela técnica que pela Humanidade. Esta é uma das questões de fundo, que vai sendo tanto mais premente quanto menos as Humanidades forem tendo lugar nos planos de estudos.
2. Em múltiplos níveis de formação e informação em instituições que acolhem gentes, profissionais, visitantes ou residentes, a bitola da qualidade que se procura conduz com toda a certeza a este referencial da humanização dos serviços. Isto é, após delimitadas na generalidade as competências erguer-se-á a capacidade de harmonizar as fronteiras das cooperações por forma a que não seja o rigorismo seco, burocrático e de menoridade a presidir às acções mas também de modo a não haver o desleixo de uns que compromete o projecto de todos. Não se duvida que aqui estamos no patamar das formações humanas, da ética diária e andante, da noção de responsabilidade dócil que anseia por incluir e integrar diluindo as areias da engrenagem, e não pela procura da agulha no palheiro que divide gerando o mau estar que a todos deixa mal.
3. A habilidade da gestão de recursos humanos, estudada nos tempos da tecnologia e do imprescindível rigor que deve primar as instituições tem de saber conviver com a alegria de viver e de dar sentido à vida e às relações humanas. Estas, sempre, mesmo que com todos os computadores do mundo, serão o maior segredo!
Alexandre Cruz

Férias em tempo de crise: Como eram as férias dos nossos avós?

Tenho andado para aqui a escrever um pouco sobre férias em tempo de crise, como se através dos tempos toda a gente pudesse gozar um período, mais ou menos certo, sobretudo no Verão, sem as normais preocupações profissionais. Claro que os nossos avós estavam longe de poder beneficiar delas, como nós hoje as temos. Mas será que todos os portugueses podem, actualmente, gozar férias? Tenho a certeza de que não.
No jornal i pode ficar com uma ideia, embora o jornalista António Mendes Nunes se refira, apenas, às férias dos lisboetas. Já agora, desafio os meus leitores a avançarem com as suas achegas sobre as férias de antanho... Quem quer ou pode dar uma ajudinha?

Descoberta a mais antiga imagem de S. Paulo

São Paulo A efígie apresenta os traços característicos
do apóstolo, já conhecidos de outras representações
O Vaticano anunciou a descoberta de um fresco do século IV que retrata S. Paulo, tendo afirmado que se trata da imagem mais antiga que se conhece do apóstolo. A notícia foi divulgada no dia de encerramento do Ano Paulino. De acordo com o jornal "L'Osservatore Romano", a pintura foi descoberta em Roma, a 19 de Junho, durante o restauro da catacumba de Santa Tecla, a poucos metros da Basílica de São Paulo Extra-Muros. A base da imagem é constituída por um círculo vermelho, de tonalidade forte, como os frescos típicos da antiga Pompeia. Uma faixa amarela delimita o conjunto. A pintura retrata um rosto magro e comprido, com barba escura e fina na ponta, cabeça calva, nariz grande e olhos expressivos, com ar pensativo. A efígie apresenta os traços característicos do apóstolo, já conhecidos de outras representações. O conjunto de frescos em que se insere o rosto de S. Paulo foi encontrado num antigo cemitério cristão, no tecto de uma pequena parte da catacumba que tinha ficado enterrada durante séculos. Segundo os arqueólogos, a figura foi escolhida para proteger os mortos da família, cujos túmulos estavam no local. O achado ocorreu mais de um ano depois do início das obras de restauro, coordenadas pela Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, que classificou a descoberta como "sensacional". Os técnicos recorreram a equipamento laser, já que o tradicional sistema de limpeza mecânico não foi suficiente para retirar as camadas de argila e garantir a conservação dos frescos, considerados de alta qualidade. As pinturas agora descobertas retratam outros personagens, como S. Pedro. In Ecclesia

Crónica de um Professor: Encerramento do ano lectivo – Sarau

Sarau animado
Momentos bem passados
envolveram toda a comunidade escolar
Para encerrar o ano lectivo de forma agradável e fazer uma pequena demonstração do que se “produz” na empresa, decorreu o sarau do AEGE (Grupo de Escolas da Gafanha da Encarnação), no dia 26 de Junho pelas 21:30, no CCI. Foi uma pequena mostra do muito que se produziu e em que estiveram em destaque os talentos, as habilidades, em suma, todas as aprendizagens que os alunos desta Escola levaram a cabo, ao longo de todo um ano de trabalho. E, para calar as más línguas daqueles que se fartam de apregoar aos quatro ventos, que os professores nada fazem e se fartam de ter férias, lá esteve bem visível o resultado de tantas horas de intensivo trabalho, na preparação, ensaio e aperfeiçoamento de todos os números que integraram o show! Foi de facto para quem quis ver e o auditório estava à pinha, uma clara exibição de talentos, em que cada um, consoante as suas características próprias, fez jus ao esforço e empenhamento dos seus professores. Houve de tudo à mistura, numa convivência ecléctica de capacidades, dotes inatos e muito, muito esforço de perseverança e vontade de evoluir, em suma, de crescer em todas as dimensões e não só na altura! Houve teatro e foi levada à cena uma peça do grande Shakespeare, tão grata à teacher que estudou em profundidade o dramaturgo, na sua formação académica; Midsummer night’s dream com um elenco de luxo, mas de palmo e meio, encantou os espectadores pela riqueza cénica dos adereços, da indumentária dos pequenos actores que levaram tão a sério os seus papéis particulares, pelas novas tecnologias postas ao serviço da arte cénica destes alunos, quiçá, aspirantes a actores! A Escola com essa vertente no seu curriculum é um alfobre de vocações que desabrocham e aí encontram o terreno fértil e propício ao seu crescimento! Estiveram à altura do mestre que os inspirou e daqueles que lhes deram formação, na Oficina de Teatro! Estão de parabéns os alunos da E.B.2/3 da Gafanha da Encarnação. Os aplausos efusivos da assistência foram disso bem representativos! E... a peça é liiiiiiiiindaaaaa! Houve também quem cantasse temas de artistas consagrados como a Adelaide Ferreira e o que é verdadeiramente espantoso é como aqueles alunos que revelam algumas dificuldades ao nível da aquisição de conhecimentos teóricos, revelaram que no fundo, há sempre alguma coisa em que se é muito bom! Assim aconteceu com alunos que cantaram e encantaram a assistência; esta rejubilava com a representação que mais parecia uma Chuva de Estrelas! E foram-no, na verdade, pois o que fizeram é digno de gente grande! À mistura com o teatro e a música instrumental e cantada, houve momentos de magia! Um aluno, orientado pelo Director da Escola (Honra seja feita a quem consegue neste mundo cão, inventar tempo e disponibilidade para a magia!) seguiu as pisadas do nosso grande Luís de Matos, ou até do internacional David Copperfield e iludiu a audiência! Tem jeito para mago, aquele petiz! Encantou de verdade e arrancou tamanha ovação que revelou o quanto as pessoas gostam de sonhar! Faz bem, à alma, a magia! Como figura de proa da locução/apresentação do espectáculo, destacou-se o Julinho, já referido e homenageado no blog. Ao lado da sua teacher cessante, apresentou alternadamente com ela, todo o programa, numa pose de experiente locutor! O detentor do título de Gentleman, merecidamente atribuído, teve a postura de um verdadeiro adulto. No final, todos partiram com a sensação do dever cumprido e o cheirinho das tão desejadas férias de Verão, depois de uns momentos bem passados que envolveram toda a comunidade escolar.
M.ª Donzília Almeida 30.06.07

terça-feira, 30 de junho de 2009

Educar para os valores?

1. Vem a público um grande inquérito de análise comparativa sobre os valores pessoais e sociais dos portugueses nos últimos dez anos. Este género de documentos interessa a todos os que de algum modo se preocupam com o progresso da sociedade tendo em vista um desenvolvimento pautado por valores com valor. Este inquérito intitulado Dez anos de valores em Portugal é apresentado ao público num seminário na UCP (30-06-09) tendo como pano de fundo a temática: A urgência de educar para os valores. Reveste-se de ampla pertinência o estudo em que, mesmo contando com a densidade das subjectividades, vai ao encontro de questões de fundo futuras da comunidade nacional.
2. A destacar duas linhas força de conclusões: uma que confirma o individualismo dos portugueses, outra que há menos preconceitos raciais nesta entrada do terceiro milénio da sociedade global. Muito mais que enquadramentos e suas justificantes, valerá a pena ir além das conclusões do estudo e lançarmos o olhar sobre quem e como se (?) tem procurado desenvolver as apostas decisivas nesta área dos valores consensuais, apostas que serão educativas em ordem ao futuro. Não chega, de quando em quando, a realização de inquéritos e sondagens sobre as descortinadas variáveis de tipologias comportamentais; feitos os diagnósticos, importará uma reflexão como acção conforme as carências detectadas, e mesmo sobre o que se considera valor e se esse deve ser tido em conta no proceder cidadânico de alguns, de muitos, ou de todos.
3. Sobre esta questão de fundo, sempre aberta, a largueza até pode conduzir à própria indiferença. Estará clarissimamente na hora da designada elite intelectual, cuidadosamente sempre de forma aberta e pluralista, saber construir alguns consensos razoáveis em torno de alguns valores pessoais e sociais, não como imposição mas como proposta gratificante de realização e de vidas com sentido. Especialmente estando a educação tecnológica generalizada, valerá (re)parar em Valores. Dá-se valor?
Alexandre Cruz

Um livro sobre a Gafanha de Maria Donzília Almeida e Oliveiros Louro

Domingos Cardoso, Donzília Almeida e Oliveiros Louro, na apresentação da obra
“Língua e Costumes da Nossa Gente”
é um desafio à memória de muitos leitores
No dia 6 de Junho, na Biblioteca Municipal, foi apresentado pela Confraria Camoniana de Ílhavo o livro “Língua e Costumes da Nossa Gente”, da autoria de Maria Donzília de Jesus Almeida e Oliveiros Alexandrino Ferreira Louro. Ambos gafanhões, da Gafanha da Encarnação, e docentes do ensino secundário. Trata-se de uma obra que retrata actividades ligadas à ria, que serviu de “matriz das sucessivas gerações que tão prodigamente acolheu e alimentou”, como se sublinha em “Nota Prévia”, assinada pelos autores. Há ainda “expressões e vocábulos que ouvíamos nas nossas meninices”, mais “breves descrições de alguns usos e costumes”, documentos e curiosidades. Com edição dos autores e Prefácio de Domingos Freire Cardoso, da Confraria Camoniana de Ílhavo, “Língua e Costumes da Nossa Gente” apresenta-se a cores, em bom papel e com arranjo gráfico cuidado. Profusamente ilustrado, o livro é agradável à vista e um desafio à memória de muitos leitores, sobretudo da nossa região. Domingos Cardoso frisou, na apresentação da obra, que este trabalho é uma “manta de retalhos, no bom sentido”, bonita e interessante, mas também com apontamentos de humor, de leitura fácil e agradável, e para consulta frequente. Maria Donzília, que falou em seu nome e em nome do seu colega Oliveiros Louro, recordou que ambos estudaram em Coimbra, onde criaram “gosto pela arte literária”. Afastados por obrigações profissionais, como professores que sempre foram, o reencontro deu-se anos depois, em escolas vizinhas, nas Gafanhas da Nazaré e da Encarnação. O tecido social da terra que os viu nascer foi-se alterando e ganhou consistência. O linguajar das suas meninices corria o risco de se perder, daí a preocupação de registar no papel a riqueza cultural do passado, como frisou Donzília Almeida. E na esperança de que “nestas páginas todos se revejam”, manifestou o desejo de que os registos agora publicados constituam “o princípio de novas investigações.” Em conversa com os autores da mais recente obra sobre a Gafanha, segundo cremos, ficámos a saber que o prazer que sentiram ao escrever este livro se baseou na experiência enriquecedora de terem remontado às “suas raízes”, sobretudo a Donzília, que viveu 20 anos no Porto. Aliás, “esse facto agudizou o seu amor à terra natal”, como salientou. Ainda adiantaram que tiveram a preocupação de fixar, por escrito, “a língua antiga, carregada de regionalismos, que são uma preciosidade, nos dias de hoje e para as gerações vindouras”. Ambos referiram que “o contacto directo com o povo simples foi muito agradável e revigorante”, mas não podem deixar de lamentar a falta de apoio da Câmara Municipal de Ílhavo para a edição deste trabalho. Fernando Martins