domingo, 10 de maio de 2009

Pesca do Bacalhau: Navio-Motor VAZ

Um filme sobre o navio-motor VAZ pode ser visto aqui. Interessante para os que viveram a Faina Maior, há anos. Há sempre espaço nos meus blogues para recordações.

Artefactos do Titanic expostos em Lisboa

Colheres do Titanic (Fonte: marintimidades)
Uma exposição com 200 artefactos recuperados do Titanic abriu em Lisboa. A reportagem veio hoje na PÚBLICA, sendo um desafio aos apaixonados por estes assuntos. Ana Maria Lopes, a “dona” do Marintimidades, publicou há tempos uns escritos sobre o seu talher do paquete que “nem Deus seria capaz de afundar”. Tenho cá um palpite que esta ilhavense, especialista em temas marítimos, não deixará de visitar esta exposição. E se assim for, teremos relato pela certa. A mostra pode ser vista no Espaço Rossio, Estação do Rossio, Lisboa, todos os dias, das 10 às 21 horas, até início de Agosto. Par mais informações, ver www.titaniclisboa.com

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 130

BACALHAU EM DATAS - 20
Iate Razoilo
OS PRIMEIROS ANOS DO SÉCULO XX
Caríssimo/a:
1904 - Segundo Rui Cascão : “A partir de 1904, a flotilha passa a contar com outro navio, o lugre LEOPOLDINA. A Figueira ocupava o segundo lugar a nível nacional, com 6 navios bacalhoeiros, a seguir a Lisboa (10 navios) e antes de Aveiro e Ponta Delgada (1 navio cada)”. [Oc45, 80] [Em 1904] o número de navios portugueses na pesca do bacalhau aumentou em mais seis unidades [em relação a 1903 passando a ser 18]. [Oc45, 81] A marinhagem de um barco da Figueira da Foz, quase toda de Ílhavo, foi dizimada por envenenamento das águas de provisão, contaminada pela decomposição do corpo de uma rela: “A água começou a ter mau sabor, mas bebeu-se à falta de melhor. Era a que havia.” [Oc45, 88] O primeiro arrastão francês a vapor que pescara na Terra Nova fizera-o em 1904. [Oc45, 95] 1905 - Os proprietários do NÁUTICO transferem a seca do bacalhau da Gafanha da Nazaré para Lisboa. [Oc45, 82] 1905 foi um ano bom para a pesca do bacalhau. [Oc45, 81] Em 1905, um pescador do lugre ARGUS perdeu-se no seu dóri, e andou, sozinho, na imensidão do oceano, durante três dias e três noites, até ter tido a sorte de ser recolhido por um vapor que ia carregar madeira no Canadá. De outros nunca mais se soube. [Oc45, 88] 1906 - O iate RAZOILO, propriedade de uma sociedade composta por Manuel Faúlho Razoilo, João Ramalheira Júnior e José Pereira Júnior, é enviado, pela primeira vez, à Terra Nova. A seca foi igualmente estabelecida na Cale da Vila, na Gafanha da Nazaré, sendo o bacalhau vendido para a praça do Porto, perante o protesto da imprensa aveirense.[Oc45, 82] Os argumentos apresentados pela imprensa local para a não adopção da pesca a vapor... O «Nauta»: “[...] porque, sendo com vapores, a despesa seria muito maior, e além disso o calor das caldeiras prejudicaria o peixe, logo que não houvesse rigoroso cuidado. Também havia o inconveniente de, no caso de qualquer inesperada tempestade, os vapores não poderem manobrar imediatamente como os navios de vela, visto as caldeiras não estarem acesas.” [Oc45, 81] Note-se que, em 1906, Portugal havia exportado 2.565.819$00 de peixe, mas, em contrapartida, havia importado 4.695.000$000 réis do mesmo produto. Os custos do bacalhau representaram, em 1907, uma enorme fatia de cerca de três quartos [do valor dispendido em todos os peixes adquiridos]. [Oc45, 83] Em 1906, a imprensa local noticia o incêndio a bordo do iate SANTIAGO. Por um descuido do cozinheiro, perdeu-se o navio com todos os seus aprestos e as soldadas dos tripulantes, não tendo havido perdas humanas. O iate, como escreve o capitão Francisco Gonçalves Moreira, num esclarecimento publicado na imprensa, possuía meios elementares para apagar o incêndio (bomba, baldes, etc.), mas, apesar da ajuda das tripulações de outros barcos, não foi possível salvá-lo. O fogo “tinha chegado às latas de petróleo que estavam no rancho e ao carvão que estava no pique também começando a arder o mastro do traquete por baixo da inora e cujo pé do mastro vinha assentar na sobrequilha por dentro do rancho”. Além dos “papéis” pouco mais se salvou. [Oc45, 88]
Afinal, desde sempre, «além dos papéis pouco mais se salva»! E é curioso que os Homens estão incluídos n'«o pouco mais»!
Manuel

sábado, 9 de maio de 2009

Como devem os pais proteger os filhos?


No âmbito da Semana da Vida, que decorre de 10 a 17 de Maio 2009, enquadrando o dia 15 de Maio, constituído, universalmente, como Dia Mundial da Família, a Paróquia de Nossa Senhora da Glória – Sé de Aveiro promove uma conferência sobre “Como devem os Pais proteger os filhos?” 
A conferência vai ter lugar no dia 15 de Maio, pelas 21.30 horas, no Centro Paroquial Nossa Senhora da Glória, na Rua Batalhão Caçadores Dez, 67, com entrada livre. Como convidados, vão intervir o Prof. Freitas Gomes, director da Clínica do Outeiro e professor no Instituto Superior da Maia, Faculdade Lusófona do Porto, e no Instituto Superior de Serviço Social do Porto; e o dr. Rui Nunes, Coordenador de Investigação Criminal da Polícia Judiciária.

"Noite" na Barra vai ter aviso contra drogas

Jesus Zing, jornalista, diz, em artigo publicado no JN, que a “Noite” na Barra vai ter aviso contra drogas. Trata-se de uma iniciativa da Fundação Prior Sardo, da Gafanha da Nazaré, dirigida aos frequentadores dos espaços recreativos na Praia da Barra, durante a época balnear .

Os cristãos do Oriente

Quando se fala nos cristãos do Oriente, pensa-se geralmente nos "ortodoxos", que, em 1054, cortaram os laços com o Papa de Roma. Aqui, porém, refiro-me aos cristãos do Médio Oriente e do Egipto, incluindo os arménios, e também os do Iraque, Irão, Turquia, Etiópia. Na sua visita à Jordânia, Israel e Territórios Palestinianos, o Papa encontrará alguns deles, pois também há comunidades católicas. Embora o cristianismo tenha lá o seu berço, o número de cristãos no Médio Oriente é hoje minoritário, rondando os 6 milhões, uns 4% da população da região. Em Israel, são uns 500 000 (8% da população); na Palestina, 54 000 (1,5%); no Líbano, 40% (1 milhão e 400 mil); na Síria, 4% (750 000), no Egipto, 4 a 5 milhões (6%). Segundo a revista l'Histoire (Dezembro de 2008), há 4 milhões na diáspora (Europa, Estados Unidos e Austrália) e uns 6 milhões de cristãos siríacos na Índia. Estas Igrejas, que remontam muitas vezes aos inícios do cristianismo - foi em Antioquia, então capital da província romana da Síria, hoje, na Turquia, que aos discípulos de Jesus foi dado pela primeira vez o nome de cristãos -, caracterizam-se pela língua (frequentemente, o aramaico) e rituais litúrgicos especiais. A sua diversidade deve-se a múltiplos factores: históricos, políticos, teológicos. As controvérsias teológicas e a História - lembrar o Império bizantino, a irrupção islâmica, as cruzadas (a quarta teve efeitos dramáticos, com o terrível saque de Constantinopla), a conquista otomana, a Primeira Guerra Mundial, a queda do Império otomano, o imperialismo europeu, o estabelecimento do Estado judaico em 1948, a invasão do Iraque...) - criaram um mosaico de comunidades para as quais não é fácil traçar linhas claras de identificação. De qualquer modo, ainda hoje, quando por lá passamos, fica-se impressionado com divisões que podem chegar a agressões físicas por causa da ocupação dos "Lugares Santos". Os debates teológicos tiveram lugar nos primeiros séculos, concretamente IV e V, na tentativa de compreender o mistério de Cristo. Como é que Jesus pode ser Deus e homem? O arianismo negou a divindade de Jesus e foi condenado no Concílio de Niceia, convocado pelo imperador Constantino em 325. Os nestorianos reclamam--se de Nestório (381-451), patriarca de Constantinopla, que deu origem ao nestorianismo: afirma que Maria é mãe de Cristo-homem e não mãe de Deus (theotokos). Os coptas são monofisitas, afirmando que Cristo tem uma só natureza - a natureza divina. O monofisismo foi condenado em 451, no Concílio de Calcedónia, que formulou a definição da fé de que em Cristo há duas naturezas - a natureza divina e a natureza humana - que subsistem numa só pessoa, e teve como consequência a formação de Igrejas independentes: coptas, jacobitas, arménios, nestorianos. Nesta história complexa, estão presentes as controvérsias teológicas, mas não se pode esquecer a conquista muçulmana nem as cruzadas. De qualquer forma, os cristãos, cujo estatuto, no Império otomano, estava subordinado à lei islâmica, que os discriminava, mas não os impediu de ocupar cargos importantes, representariam, aquando da Primeira Guerra Mundial, 25% da população total na grande Síria otomana (Síria, Líbano, Palestina actuais). Depois, o século XX trouxe tempos mais sombrios - hoje serão, como disse, uns 4% -, do genocídio arménio ao êxodo em massa do Iraque. Mas, como escreve C. Mayeur-Jaouen, atenção para não reduzi-los a um "estatuto de eternas vítimas"! Têm de ser denunciadas a prática quotidiana de desigualdade e a perseguição a que estão sujeitos, mas também se não pode esquecer as consequências do fim do império otomano nem o "discurso de cruzada" do invasor americano no Iraque. Para o decréscimo do seu número contribuíram também razões demográficas e até mais possibilidades de saída para o Ocidente - 25 000 caldeus (ramo católico) vivem em França. É esperável um contributo positivo da viagem, difícil, de Bento XVI. A paz e o futuro destes cristãos dependem também da capacidade que os Estados da região e a comunidade internacional tenham para formar sociedades pluralistas e democráticas. Anselmo Borges

Um poema de Domingos Cardoso

POVO Cai o sol às chapadas sobre a aldeia E a procissão se alonga, lentamente, Entre a gente apinhada, pura e crente, Olhos no andor que o santo bamboleia. Embalada p’la banda que estrondeia Marca passo a irmandade reluzente Nas suas brancas opas, penitente, Remindo, quase sempre, culpa alheia. São homens que da terra se alimentam E, em suas mãos, os calos representam A nobre identidade... o seu brasão! O orgulho que em mim cresce é grande, é imenso Por ver que a este povo eu já pertenço Desde que ao mundo vim, sobre este chão!... Domingos Freire Cardoso