terça-feira, 28 de abril de 2009

Um poema de Domingos Cardoso

Palavras
Puras... são como um cristal as palavras Que baixinho ao ouvido me segredas; Com elas o meu peito inteiro lavras, De alva paixão semeias labaredas. Doces... palavras são como a fina trama Desse tear de enredos em que teces Os límpidos lençóis da nossa cama E onde, abraçada a mim tu adormeces. Frágeis... palavras são como a branca taça Por onde tomo um leve e suave trago: Bebendo, longamente, a tua graça, Perdido em teu sorriso eu me embriago. Leves... palavras são como a clara brisa Passando, fresca, ao fim das tardes calmas E o segredo que nelas se eterniza, É o que mantém unidas nossas almas.
Domingos Freire Cardoso

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Desafios do Condestável

1. Corria o ano de 1360, a 24 de Julho, segundo os historiadores em Cernache do Bonjardim nascia Nuno de Santa Maria. Aos treze anos torna-se pajem da rainha D. Leonor, sendo acolhido na corte e acabando pouco depois em cavaleiro. Quando da morte do rei D. Fernando I (a 22 de Outubro 1383), sem ter gerado filhos varões verifica-se o vazio no poder, a que seu irmão D. João Mestre de Avis responde envolvendo-se na luta pela coroa pretendida pelo rei de Castela. Os contextos difíceis da história da época de trezentos, sofrendo de profundas mazelas e de grave crise social, reclamavam visões e posturas claras de defesa da identidade e do património nacional, não que tal represente com os olhos de hoje um nacionalismo cego mas um dever de zelo comunitário inalienável. 2. Nuno Álvares Pereira toma o partido da defesa da nacionalidade no proteger D. João, o qual o nomeou Condestável, estratega e comandante supremo do exército, missão que levou a efeito com sucesso registando-se a 14 de Agosto de 1385, ao fim de muitas, a simbólica vitória de Aljubarrota que poria fim à crise da sucessão. Faz parte da história e da identidade dos portugueses – mesmo que sem mitologias – que, com a chegada de D. João I à coroa, se inicia uma nova era no desígnio das gentes da costa ocidente europeia, facto este (da base de sustentabilidade para o encontro de culturas operado nas descobertas) que também muito se deve à educação em valores universalistas dada aos filhos de D. João e Filipa de Lencastre. Um conjunto de valores e de confianças perpassaram nas gentes da época que, à semelhança de Nuno e D. João, terão sido pilares da edificação comunitária. 3. Muito se escreveu e se disse, nos vários prismas, sobre o acontecimento que no passado domingo elevou à santidade o militar com alma, apelidado na sua morte de “Santo Condestável” (Páscoa de 01-04-1431). Apurar a memória também será “desatar” alguns dos problemas actuais! Alexandre Cruz

O que os ovos moles tiveram de mudar para poderem ficar precisamente na mesma

Foram vários os caprichos da União Europeia que, por exemplo, roubou aos ovos moles a possibilidade de se aconchegarem em tabuleiros de madeira e os fez acamar em desconfortáveis grelhas de inox. Mas este mês chegou a hora da retribuição. As mais antigas e tradicionais doceiras, como a dona Silvininha, podem dormir descansadas, que a receita original já está protegida pela lei. Por Graça Barbosa Ribeiro (texto) e Paulo Pimenta (fotos), no PÚBLICO

O Condestável já não mobiliza ninguém

Em seis séculos, o Condestável perdeu capacidade de mobilizar o país e a Igreja. O homem a quem se reconhecem virtudes éticas mesmo na guerra e que foi capaz de renunciar a títulos e bens para andar descalço por Lisboa a pedir para os pobres não criou agora, com a sua canonização, grandes entusiasmos por parte do Estado, nem dos católicos. Esse vazio foi, aliás, ocupado (legitimamente) por sectores conservadores da Igreja e pela causa monárquica. Certo que o acontecimento de ontem era religioso. Mas quando o Estado se associa com entusiasmo a celebrações de futebóis, causa estranheza não ver mais empenho em relação a uma figura que marcou a História do país - para o bem ou para o mal, admitam-se as opiniões. 
A Igreja também não foi capaz ainda de vincar um discurso rigoroso e actual em relação ao novo santo - as duas intervenções do Papa, ontem, são disso exemplo. A hagiografia tem oscilado entre a "exaltação patriótica" do militar - que o patriarca de Lisboa teve a preocupação de rejeitar - e as virtudes e histórias que às vezes se confundem com lendas. Como dizia o cardeal Policarpo, faz falta que a história investigue mais a figura do Condestável. 
Falta outra coisa, que a canonização evidenciou: o segredo em que os responsáveis católicos colocam os processos das curas que permitem as beatificações e canonizações não ajuda a dar credibilidade a tais acontecimentos. Sentiu--se isso com a beatificação dos videntes de Fátima, sentiu-se de novo agora.
Ontem, o cardeal Saraiva Martins declarava-se "feliz" pela conclusão do processo, após "tanto trabalho" que teve para concluir em três meses o que levaria "cinco a seis anos". Ora, as dúvidas surgidas em tantos sectores da opinião pública (incluindo a católica) não podem ser olhadas de soslaio pelos responsáveis da Igreja. Para que os santos sejam mesmo modelos para quem os quer seguir.

António Marujo 27.04.2009

domingo, 26 de abril de 2009

A liberdade como tarefa

1. Por estes dias das comemorações do 25 de Abril, talvez mais que o hábito de cada ano até pela conjuntura social e política (de três eleições), ouviram-se da parte dos cidadãos as maiores generalizações, estas que são sempre reflexo de questões e valores ainda não justamente diferenciados e por isso não sábia e sadiamente amadurecidos. O valor da liberdade, mesmo que com a subjectividade que encerra, não é como um jogo de números ou um resultado de futebol. Pelas rádios nacionais de maior audiência, muitos foram os fóruns dedicados ao designado 25 de Abril. Muita da intervenção dos cidadãos revelou, dizemos, sinais preocupantes em termos cívicos, parecendo desnorteado o equilíbrio do bom senso e transvazando sempre para os «outros» os males do país, este também um hábito discursivo das lideranças políticas revelador do estado de sítio desculpabilizador. 2. O dizer-se num “de repente” radiofónico que, em termos do valor liberdade, antes era tudo mau e agora é tudo bom, ou, ao contrário, que agora é tudo bom mau e antes é que era bom, manifesta, mais que uma autêntica precipitação incorrecta em relação à história, um reflexo da maturidade cívica (ou não) da sociedade portuguesa. Esta forma típica simplista de analisar as questões ampla e profundamente complexas de modo rápido e pragmático, tem feito de nós mais um país de solavancos emocionais que de consistências de projectos envolventes em razão comunitária. Persistir na conclusão de que se algo no presente está mal (ou bem) resulta como consequência directa do que aconteceu há uma, duas ou três décadas, continua a dar aquele sinal do compromisso adiado das renovações urgentes no presente. 3. Os ângulos da liberdade serão infinitos, mas é certo que no tempo da história desafiam à garantia dos pilares da ética (pessoal e social) de responsabilidade. Será nesta bitola, não linear nem simplista, que haveremos de compreender que a liberdade nunca é um dado mas uma tarefa (diária) de todos! Alexandre Cruz

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 128

BACALHAU EM DATAS - 18



A PESCA NOS DÓRIS

Caríssimo/a: 
Falar nos dóris, na pesca nos dóris, leva a minha geração a recuados tempos em que nos víamos transportados para bordo do navio acabadinho de atracar onde íamos abraçar o familiar roído de saudades... Quantos dias nos sentámos a olhar para a vela que o tio Mário içava no quintal para a enxugar e experimentar como reagia aos sopros da nortada! No fio secava a roupa que em breve seria ensacada para a nova viagem!... Ou então no Esteiro, a remos ou à sirga, no bote do tio naquelas aventuras pesqueiras que nos deliciavam... De outra vez, na seca do Coimbra, o Pai e o tio Manel ajustaram a reparação e a construção de botes novos... Recordar conversas de familiares e amigos... Oh, palavras mágicas de naufrágios, incêndios, conflitos, pescas quase milagrosas!...
Façamos silêncio, ponhamos o dedo na página 19 do livro “Nos Mares do Fim do Mundo”, de Bernardo Santareno, e que o tempo pare:


A PESCA À LINHA

«Louvado seja o bom Jesus, Nosso Senhor! ... » É a hora. São quatro da manhã. Os homens vão saltando dos beliches à medida que acordam e, ainda ensonados, benzendo-se, respondem ao vigia: «Que nos remiu em sua santa Cruz, louvado seja!» É madrugada e as sombras que cobrem o mar recuam ante a claridade frígida, cor de pérola, que alastra sobre o Oceano. Não há brisa, é dia de pesca. Almoço frugal logo em seguida e, preparados os botes (os dóris), prontos anzóis, linhas e isco: - «Arriando, com Deus!» Lá vão, cada qual no seu barquito, para a grande aventura quotidiana. E cada qual pensa, o coração sempre apertado neste momento: «Voltarei hoje? Ai, minha Nossa Senhora ... » Há um que leva aos lábios uma medalha - Senhora da Nazaré, Senhor dos Navegantes ... - que traz pendurada ao peito; outro, disfarçando mal, acaricia o retrato dos filhos que tem oculto no bolso; outro ainda, mais novo, um «verde», em vago sorriso crispado pelo frio e pelo medo, promete como quem reza: «Hei-de fazer a nossa casa com o dinheiro desta viagem, Maria, ... casaremos pelo Natal! ... » - «Arriando, com Deus!» Todas as madrugadas o capitão os despede com este mesmo grito e, em cada dia, ele fica longo tempo debruçado na amurada, apreensivo, com uma asa nostálgica a sombrear-lhe os olhos duros ... Esta é a pesca à linha, nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia. Quem pesca assim? Só os portugueses, no mundo inteiro! Lá vão eles: um homem e um barquito frágil .. frente ao mar tão forte e tão volúvel, à neblina que pode tornar-se cerrada, ao vento que pode levantar-se rijo ... Um homem sozinho, frente ao infinito!! E cada barco alivia no mar, com a escrita da sua quilha, o peso duma interrogação ansiosa, logo apagada pela espuma leve e branca ... Aí pelas duas, três horas da tarde, os dóris começam a voltar ao navio . Mas às vezes não voltam: sob o peso excessivo do pescado, ou pela fúria súbita da brisa, o barco afunda-se ... Outras vezes, a névoa densíssima fá-los perder o navio-mãe: e são longos dias à deriva, sem água, sem alimentos, até que ... - «O Zé Robalo não voltou!» Lá na curva do horizonte, o Sol, redondo, enorme e vermelho, desce rápido, logo sugado pelo mar impassível .. : redondo e rubro, como o rosto dum deus pagão, sangrento e implacável. - O Zé Robalo não voltou! ... “Ah, mar! ah, mar dum cão! malvado, mar terrible! na há pior matador qu'ati. na há pior castigo qu'a vida dum pescador!”» Ai, ó meus amigos,e a Mulher e os Filhos só após a entrada do navio, já lá vão uns meses, é que choram que “o Zé Robalo não voltou!...”. 

Manuel

sábado, 25 de abril de 2009

Onde estavas no 25 de Abril?


"Onde estavas no 25 de Abril? Esta pergunta, que Baptista-Bastos fixou sobre a revolução dos cravos, baila muito na minha cabeça. Também eu me questiono com ela, quando o 25 de Abril vem. E afinal onde estava, realmente? Quando a liberdade veio, com a força para muitos de nós desconhecida, tinha eu já 35 anos. 
Na manhã desse dia, levantei-me sem saber de nada. Como a grande maioria dos portugueses. Estava destacado, profissionalmente, para uma tarefa do Ministério da Educação, ao tempo chefiado por Veiga Simão. Animava bibliotecas populares e outras, promovia e apoiava cursos de adultos, dinamizava instituições de cultura e recreio, formava bibliotecários e preparava professores para a difícil missão de ensinar gente crescida a ler e a escrever. Gostava muito do que fazia. 
Nesse dia, o concelho de Sever do Vouga estava na agenda. Saí de casa e meti gasolina na Cale da Vila. Nesse ínterim, liguei o rádio portátil para ouvir as notícias. Perplexo, achei estranho sentir o rádio confuso. Avaria? Não. Uma voz anunciava o que estava a passar-se em Lisboa."

Fernando Martins
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