Puras... são como um cristal as palavras
Que baixinho ao ouvido me segredas;
Com elas o meu peito inteiro lavras,
De alva paixão semeias labaredas.
Doces... palavras são como a fina trama
Desse tear de enredos em que teces
Os límpidos lençóis da nossa cama
E onde, abraçada a mim tu adormeces.
Frágeis... palavras são como a branca taça
Por onde tomo um leve e suave trago:
Bebendo, longamente, a tua graça,
Perdido em teu sorriso eu me embriago.
Leves... palavras são como a clara brisa
Passando, fresca, ao fim das tardes calmas
E o segredo que nelas se eterniza,
É o que mantém unidas nossas almas.
Domingos Freire Cardoso