quarta-feira, 1 de abril de 2009

Dia Internacional do Homem

OS HOMENS TAMBÉM MERECEM UM DIA
Foi, há pouco tempo, festejada a efeméride do dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. Nunca me arroguei o direito de lutar pela igualdade, e cheguei a afirmar, a plenos pulmões que não a desejava! Mas...acho que menti...ou melhor, omiti, sendo a omissão uma forma velada de mentira. Passo a explanar! Se as mulheres que viveram e vivem, as mais das vezes, na sombra, muitas vezes à sombra de homens altos (!?), têm um dia dedicado a elas, por que cargas d’ água, o homem que é o motor da humanidade, não merece também um dia só para ele? A cada passo ouvimos dizer que o progresso, nos mais variados sectores, é atribuído ao Homem! O Homem está na origem de todos os feitos heróicos, o Homem chegou à lua! O Homem destacou-se na política, na religião, nas artes! Há muitos santos e raras santas (?)! Os topónimos são, maioritariamente, masculinos! As escolas têm patronos masculinos! Assisti a uma excepção, na Cidade Invicta, onde uma mulher, distinta nas Letras, deu nome a uma Escola Preparatória! Maria Lamas! Estava já na fase final da sua longeva existência, mas ainda manteve correspondência com alunos nossos, no ano da Graça de 1982/83. A excepção para confirmar a regra de que só os homens têm visibilidade, na cena pública? Talvez! Esporadicamente, vem-me à memória algum nome sonante como Marie Curie, cujo marido, também um físico de craveira, se celebrizou, por arrastamento! Mas, meus caros senhores, sois vós que arrostais com a glória do progresso, do... ”Sempre que o Homem sonha... o mundo pula e avança!” Diz o grande Gedeão! Por tudo o que acabei de referir, acho, na minha modesta opinião de mulher que nunca pugnou pela igualdade das mulheres, mas que se bate, agora pela igualdade dos homens, que eles também merecem um dia, c’os diabos! Não podem ficar atrás de nós! Por tudo isto, resolvi congregar os esforços de um grupo de mulheres activistas, que como eu lutam pela igualdade dos cavalheiros! São criaturas tão valiosas para o equilíbrio da sociedade, tão empenhadas na ecologia, na defesa dos dotes femininos, etc, etc, que por uma questão de equidade, merecem aquilo que lhes é devido por direito. Assim, resolvemos fazer um abaixo-assinado, que conta já com inúmeras assinaturas, para circular na net, no sentido de angariar elementos necessários e suficientes, para ter força de petição, na Assembleia da República. Contamos com a adesão de um nº significativo do elemento feminino, pois nos desgosta sobremaneira que os homens sejam discriminados de forma tão gritante! Eles que vão à frente das mulheres, em tudo (!?), ficarem atrás, em termos de comemoração? É injusto, incorrecto e imprudente! E... se eles resolvem juntar-se numa insurreição masculina e destronam as mulheres, das suas tarefas domésticas, que elas tão “ciosamente” açambarcam? Ah... mulheres de todos os quadrantes! Lutemos pelo direito dos homens à igualdade! Não os subestimemos, pois... é tão bom ver uns braços musculosos... a mudar o pneu ao nosso automóvel!!!!!! Mª Donzília Almeida 19 de Março de 2009

terça-feira, 31 de março de 2009

A Questão de Deus (II)


1. Não se pense que a «questão de Deus» é indiferente como se de um “tanto faz” se tratasse. Talvez este seja o primeiro obstáculo a superar, na busca de fazer sentir que o indiferentismo alastrante (nestes assuntos do sentido da vida e de Deus) não será uma moda bem-vinda… esse futuro ilusório de autonomia humana, mas um pobre retrocesso na “resposta mais profunda ao sentido de viver” que as religiões representam, como sublinha o reconhecido ensaísta Eduardo Lourenço. Reparemos na fonte das sabedorias da Ásia…Compreende-se a necessária e saudável laicidade dos Estados (que volta e meia na Europa absolutizadora da razão de Estado resulta numa liberdade religiosa de fronteiras dúbias…), a apreensão de um conjunto de valores que alimentam as éticas e dão razões à existência, dados que não se poderão dissociar do espaço público…

António Barreto apresenta livro de D. Manuel Clemente

"D. Manuel Clemente não é o primeiro cujas homilias são editadas. Há antigas tradições de que António Vieira é seguramente um dos principais patronos. E aqui no Porto, também não é uma novidade absoluta: basta lembrar D. António Ferreira Gomes. Por que razão então sublinho este gesto? Porque não é comum, como já disse. Mas sobretudo porque revela uma maneira diferente de exercer as suas funções.
Quem publica, quer ser lido. Quem lê, reflete e pensa. Quem pensa, verifica o pensamento dos outros, dos autores. Quem comenta, acrescenta qualquer coisa. Por outras palavras, quem edita, submete-se ao julgamento dos leitores, quer dialogar com eles, dispõe-se à discussão e expõe-se ao escrutínio. Não se satisfaz com a palavra catedrática, não pretende que acreditem apenas na autoridade do magistério."

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Antes da glória

"Contrariamente ao que acontece com outro tipo de festas religiosas, as que recordam os passos do Calvário estão dominadas pelo sofrimento. E são esses quadros os que se apresentam à sociedade de hoje, aparentemente divorciada de qualquer sombra de dor e empenhada em conquistar apenas momentos de júbilo. Paradoxalmente, acolhe a memória da Cruz do Redentor, incapaz de permanecer indiferente ao que se passa de único nessas procissões de passos irrepetíveis na História da Humanidade."
Paulo Rocha
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segunda-feira, 30 de março de 2009

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Povoamento da Gafanha: História ou lenda?

O povoamento da Gafanha continua envolto em muitos mistérios. Já tenho ouvido várias versões, mas certeza, certezinha, ainda não encontrei. Vou tentar arranjar tempo para mais leituras. Vou à cata de mais verdades. Será que encontro? Quem dá uma ajuda?

A Questão de Deus (I)

Sartre
1. Especialmente desde os tempos do chamado positivismo, criado por Augusto Comte (1798-1857), daí para cá, os argumentos da razão humana se esforçaram mais em provar a ausência de Deus que a sua significativa existência como dadora de sentido à vida. Na filosofia anterior, mesmo com a dúvida simbolizada em Descartes (1596-1650), o pai da filosofia moderna, há lugar para ver além dos cálculos visíveis. O positivismo de meados do séc. XIX (o acreditar unicamente naquilo que se pode ver, experimentar, medir, calcular, dando a entender que tudo tem fórmulas…!) rapidamente cresceu, buscando o ser humano uma autonomia tal a ponto de julgar-se não precisar de ninguém. Neste encadeamento, após a designada filosófica «morte de Deus» pelo niilismo de Nietzshe (1844-1900), considerar-se-á que os outros são uma atrapalhação («o inferno são os outros», dirá o existencialista Sartre (1905-1980). Leia mais em Alexandre Cruz