terça-feira, 17 de março de 2009

Para estimular o gosto da leitura entre os jovens

A jornalista de assuntos científicos, Ana Gerschenfeld, diz hoje no Público, num pequeno texto do 2.º Caderno, que “Uma boa maneira de estimular o gosto da leitura entre os jovens poderá ser … pagar-lhes para fazerem a leitura em voz alta a pessoas idosas. Essa foi pelo menos a ideia que levou dois irmãos, os britânicos Heneage e William Stevenson, a criar o site eldertainment.co.uk. Para distrair as pessoas mais velhas; promover a transferência de saber e a interacção entre gerações; e para dar aos estudantes o apoio financeiro de que tanto precisam”. Ainda sublinha que “Há quem ache (…) que é triste ter-se chegado ao ponto em que as pessoas idosas têm de pagar para isso. Mas o esquema pode ter varias declinações: que tal um novo serviço público?" A ideia aqui fica. Não há nada como experimentar. FM

Abracemos África com o Papa Bento XVI

"Começa hoje nos Camarões e prossegue Sexta-feira em Angola a primeira visita apostólica do papa Bento XVI ao continente africano. Como deu a conhecer na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no passado Domingo, em Yaoundé, capital dos Camarões, Bento XVI confiará aos bispos africanos o "Instrumento de trabalho" da II Assembleia especial para África do Sínodo dos Bispos, a realizar em Outubro, no Vaticano, seguindo depois para Angola, onde permanecerá por ocasião da feliz memória celebrativa da evangelização do País."

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ares da Primavera

A Primavera ainda não chegou?
Ela está
nos sorrisos
e nas flores que brotam
por todos os cantos
espelhando-se
no céu azul
que inunda a vida
de sonhos

Bares no Jardim Oudinot

Jardim Oudinot
A Câmara de Ílhavo pôs a concurso a concessão de dois bares no Jardim Oudinot. Um junto à praia e outro próximo do ancoradouro. Segundo Ribau Esteves, presidente da autarquia, pretende-se proporcionar às pessoas a oportunidade de tirarem o máximo proveito do maior parque ribeirinho da Ria de Aveiro. Trata-se de uma mais-valia para quem gosta de passear pelo Jardim. Vamos esperar que no Verão, que está a caminho, já possamos tomar por ali um café ou um refresco.

Breve História do Café

Originário da Etiópia, o Café deverá a sua descoberta a Kaldi, um pastor que, por volta de 850 a.C., reparou na excitação do seu rebanho, após os animais mascarem bagas vermelhas.
O português Francisco Palheta, ao serviço do Imperador, terá plantado pela primeira vez Café no Brasil. Conta a história que furtou as sementes de um ramo de flores oferecido pela esposa ao governador de Guiana Francesa.
O Café Arábico desenvolve-se entre os 600 e os 2000 metros de altitude. Este café oferece uma bebida de qualidade superior, com aroma e sabor mais intensos, de amargor e acidez balanceados.
O Café Robusta desenvolve-se desde o nível das águas do mar até aos 600 metros de altitude. Oferece uma bebida mais amarga, com notas que lembram cereais, sendo mais indicado para fazer o café solúvel.
NOTA: Estes curtos apontamentos copiei-os de uma ementa que, no Bar-Café do Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, promovia junto dos clientes as ofertas da casa. Notas de sabor pedagógico dão sempre jeito a quem chega.

Um poema de Donzília Almeida

Conversa amena...
Meu caro Doutor! .................................. Poesia Não é só rimar... É ver as coisas Com outro olhar... .................................. Uma andorinha A fazer o ninho Num beiral, ................................. É Poesia! .................................... Quando observa A árvore em frente... A vestir-se de Outono E não fica indiferente, ................................... Isto é Poesia! ..................................... Quando desce A Circunvalação E os plátanos Atapetam o chão... E o sussurro das folhas Emerge da confusão Do tráfego e da poluição! .............................................. Não lhe cheira a Poesia? ............................................... Quando vê uma flor A desabrochar Na Primavera... E uma borboleta polícroma A ’adejar sobre ela. E contempla esta aguarela!... .................................................. Não lhe toca a Poesia? ................................................... Quando na sua profissão, No meio da dor E tanto sofrimento, Leva a dádiva dum sorriso E o afago da sua mão, ............................................ Já sentiu a Poesia! ................................................ Quando mãos longas, robustas, Em gestos delicados E bem estudados, Constroem beleza, Em corpos desfigurados, ..................................................... Já lhe tocou a Poesia! ..................................................... Quando em vez Da resignação, Comiseração, Lamentação, Se sente Admiração Veneração, Exaltação, ...................................... Não será isto Poesia? ..................................... E assim, ó Doutor, Sem saber, Vive a Poesia Sem querer!
Ao Dr Laranja Pontes, Em 20 de Novembro de 2002 M.ª Donzília Almeida

domingo, 15 de março de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 122

BACALHAU EM DATAS - 12

1580- INÍCIO DE LONGA CRISE

Caríssimo/a:
1580 - «Esta data – 1580 – marca o início de uma longa e profundíssima crise nas nossas pescas, do seu quase desaparecimento, crise a que nem a recuperação da nacionalidade em 1640 deu qualquer alento de revitalização. Ao longo de cerca de trezentos e cinquenta anos serão feitas várias tentativas de ressurgimento, fruto da iniciativa particular, em que a recordação do passado era um apelo permanente, mas tentativas tão desapoiadas pelo escol governante que nenhuma logrou vingar, ser bem sucedida, no desejo inquebrantável de ligar o presente sombrio ao passado heróico. Teríamos de esperar até ao segundo quartel do século XX para que a pesca do bacalhau entre nós ressurgisse das cinzas e se desenvolvesse a alturas que nos permitiu ser novamente lembrados como nação por excelência de marinheiros.» [HDGTM, 27/29] «... o período da ocupação Filipina, ... viria a ter consequências extremamente graves sobre este sector da economia portuguesa. Quando Filipe II de Espanha mandou organizar a chamada Armada Invencível, requisitou todas as embarcações que tivessem um mínimo de condições para as novas tarefas de guerra que lhes seriam atribuídas. A frota da pesca do bacalhau foi rudemente tocada por esta medida. Como é sabido o desmantelamento da Armada Invencível pelos ingleses e pelo mau tempo acabou por reduzir o número de embarcações portuguesas, de forma que, pelo menos em 1624, ainda não havia nenhum barco nos portos de Aveiro e Viana que pescassem na Terra Nova.» [HPB, 22] 1583 - «Gielbert Raleigh ocupou a Terra Nova. Drake aprisionou vários navios portugueses carregados de peixe. [vd. tb HPB, 22] [...] Entretanto Portugal e a Espanha são governados pelo mesmo soberano, as relações entre Portugal e a Inglaterra deterioram-se. Após a Restauração da Independência, a Marinha Portuguesa foi usada para libertar os territórios onde Portugal já exercia uma ocupação efectiva. Este facto, aliado ao crescimento da Inglaterra como potência marítima, que se instalou na América do Norte, conduziu a um menor interesse por aquelas regiões por parte dos portugueses. A frota que era usada no bacalhau ressentiu-se desta situação, que se manteve ao longo dos séculos XVII e XVIII. Em finais do século XIX a pesca do bacalhau ainda se encontrava bastante longe daquilo que seria desejável, sendo Portugal obrigado a importar enormes quantidades desse peixe para consumo interno.» [Oc45, 77] 1585 - «As razões do fim da pesca do bacalhau parecem prender-se, segundo diversos autores, com o ocaso do poderio ibérico nesses mares [do Norte], nomeadamente na Terra Nova, após 1585.» [Oc45, 78] 1598 - «Marques Gomes parece testemunhar o declínio da pesca do bacalhau, no final de Quinhentos, embora o número de embarcações ainda fosse muito significativo, e não adianta qualquer data para o abandono da pesca do bacalhau. “Em 1598 [...] empregavam-se ainda 50 navios na mesma pescaria.”» [Oc45, 78] 1600 - [Sebastião Francisco Mendo Trigoso, 1813] «afirma que, por volta de 1600, Aveiro “era uma das povoações marítimas de Portugal, proporcionalmente mais rica em gente [c. de 2500 fogos], comércio e indústria; senhora de uma barra magnífica pelo fundo, extensão e segurança e de muitas e grandes marinhas”. Acrescentava que “saía todos os anos do seu porto um grande número de embarcações, que proviam de sal as províncias da Beira, Minho e Trás-os-Montes, muitas das nossas ilhas e os portos da Galiza”. Por isso, depois que ali chegou a notícia dos descobrimentos dos Corte-Reais [...], alguns negociantes, tanto daquela vila, como de Viana, então igualmente opulenta e industriosa, determinaram aproveitar-se das circunstâncias, que lhes abriam uma nova fonte de riquezas, e eram capazes de fazer subir o seu comércio a um ponto incalculável... [...]» [Oc45, 77] Século XVI - «No século XVI, também os pescadores de Aveiro, segundo alguns autores, “não curavam o peixe nas praias vizinhas ao lugar da pesca, como outros, conservavam-no a bordo e depois vinham curá-lo e secá-lo aqui.” Esse processo demorou algum tempo a generalizar-se. A Noruega, por exemplo, só o adoptou após 1640.» [Oc45, 67]
Período de longa e difícil crise. Souberam os Portugueses reagir e vencê-la. Assim agora aplicássemos o capital acumulado há quatro séculos!
Manuel