quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CORREIO DO VOUGA COM NOVA CARA

Jornal feito para os leitores e com os leitores
Chegou-me hoje às mãos um Correio do Vouga com nova cara. Diz a direcção, em nota de esclarecimento, que este semanário da Diocese de Aveiro “muda para ser mais agradável de ler, ter mais informação, ter outra informação”. Assumindo que “parar é morrer”, o Correio do Vouga apresenta-se com outra cara, na “imagem e no conteúdo”, sendo feito “com o mesmo empenho profissional e paixão”. Sendo suspeito em qualquer juízo de valor (não posso esquecer que fui seu director durante 12 anos), não quero enjeitar a obrigação de apoiar as mudanças verificadas, mudanças que são sempre sinais de aposta no futuro, neste mundo de competição desenfreada. Alguma comunicação social não se coíbe de pôr de lado a ética profissional, apenas para vender mais notícias, em especial de sinal negativo, as tais que atraem mais publicidade. O Correio do Vouga, que alinha pela positiva, com boa informação e com a formação adequada, oferece agora, em mais páginas, outras razões para ser mais lido. Além das secções e colaboradores habituais, há novas rubricas, mais notícias um pouco de todos os âmbitos. E até nem sequer foi esquecido o passado, que poderá ser, para muitos leitores, mais um motivo de interesse. O mesmo se diga da “Espiritualidade”, do “Ver, Ouvir, Sair” e do “Almanaque”. E porque é feito para os leitores e com os leitores, esperam-se sugestões. Os meus parabéns para a direcção do Correio do Vouga e para quantos semana a semana o fazem. FM

VIA DE CINTURA PORTUÁRIA DE AVEIRO

Ana Paula Vitorino preside hoje
ao auto de consignação da 3.ª fase
Hoje, 8 de Janeiro, vai proceder-se à assinatura do auto de consignação da terceira fase da Via de Cintura Portuária de Aveiro, obra com custo previsto de 6,9 milhões de euros e um prazo de execução de oito meses. A cerimónia, a decorrer na sede da Administração Portuária, será presidida pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, que já em Julho havia estado em Aveiro para o lançamento do concurso desta importante obra. O projecto original da Via de Cintura Portuária de Aveiro foi concretizado, em duas fases anteriores, no âmbito da construção do Terminal Norte. O objectivo pretendido era o de permitir que o núcleo da futura área portuária comercial e industrial que veio a ser desenvolvido a partir de 2001, gravitando à volta do referido Terminal, ficasse dotado de um eficiente acesso rodoviário. Actualmente ainda falta completá-la com a 3ª fase que fechará a actual Via, ligando-a desde a zona da Chave até ao IP5, no chamado nó da “Friopesca”. O projecto da Via de Cintura Portuária de Aveiro – 3ª Fase, tem como objectivos fundamentais e prioritários: Assegurar uma adequada ligação entre o Nó do IP5, junto à ponte do Rio Boco e a actual Via de Cintura Portuária; Melhorar a acessibilidade da zona portuária, constituída essencialmente por unidades industriais de transformação de pescado; Permitir uma fácil circulação dos veículos pesados de transporte de matérias-primas e mercadorias, sem congestionar o restante tráfego; Contribuir para a dinamização socioeconómica da zona portuária; e gerar atractivos para a fixação de novas potenciais indústrias.
Fonte: Newsletter do Porto de Aveiro

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobriedade e solidariedade

Não seria possível acolher
os sem-abrigo nos lares?
Face à crise económico-financeira, anunciada no mundo ocidental, o Papa já fez o seu apelo para que vivêssemos com sobriedade e em espírito de solidariedade. Os políticos e demais responsáveis pela sociedade também não se cansam de nos alertar para a necessidade de cuidarmos do futuro, ensaiando e levando à prática comportamentos de contenção nas despesas. Por outro lado, importa implementar nas instituições de solidariedade social e de caridade uma redobrada atenção, no sentido de ajudarmos os que mais precisam. Ontem, por causa do frio, até tendas foram montadas para proteger os sem-abrigo, reforçando-se a distribuição de roupas, outros agasalhos e alimentos quentes. Era o mínimo que se poderia fazer. Mas continuo a pensar nesta triste realidade, que nos leva a aceitar, como indiscutível inevitabilidade, a existência dos sem-abrigo. Eu sei, por conversas que já mantive com alguns que prestam apoio aos que vivem na rua, que o problema é muito complexo. Por exemplo, há pessoas que se recusam, pura e simplesmente, a ingressar num qualquer lar. São pessoas marcadas por contingências diversas e complicadas, que as levam a optar por essa forma estranha de viver. Mas não seria oportuno que técnicos credenciados estudassem a fundo a questão, tendo em conta que cada caso é um caso, para que os sem-abrigo fossem acolhidos nos lares? FM

CORTEJO DOS REIS

Tradição continua a ser respeitada 
na Gafanha da Nazaré

Os Reis Magos (Foto de arquivo)

Como todos os anos, vai realizar-se o Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré, no domingo depois da Epifania, 11 de Janeiro. Trata-se de uma tradição bastante enraizada nesta paróquia, com o povo a viver, de certa forma, a alegria da visita ao Menino-Deus, seguindo a Estrela de Belém que há mais de dois mil guiou os Reis Magos. 
Previamente, o povo organiza-se para participar condignamente. As comissões dos lugares distribuem tarefas, ornamentam os carros, ensaiam cânticos apropriados e outras modinhas e formam grupos para recolha de donativos. No meio de tudo isto, há os espontâneos, que procuram vestir-se de maneira original: à moda antiga, uns, e de qualquer forma, outros. 
Durante o cortejo, que começa manhã cedo no lugar de Remelha, com a aparição do anjo a anunciar aos pastores o nascimento do nosso Salvador, não falta quem cante e quem apresente autos natalícios, repetidos há muitas décadas. São ensaiados, no tempo certo, pelos mesmos actores, que sabem de cor o que têm a dizer, quando é chegada a hora de entrar em cena. 
As ruas da Gafanha da Nazaré tornam-se mais animadas ao som dos cânticos, muitos deles exclusivos deste povo. A fechar o cortejo, lá vão os Reis Magos, montados nos seus cavalos, seguindo a estrela que os guia até ao presépio. E no final, na igreja matriz, todos vão beijar, como muita devoção, o Menino Jesus. Depois, a festa continua com o leilão dos presentes, nunca faltando os que fazem “render o peixe”. O rendimento reverterá para as obras da residência paroquial da Gafanha da Nazaré. 

Fernando Martins

Seria melhor saber o futuro?

Não é por acaso que o mundo inteiro dá saltos de espanto, festa e medo nos primeiros momentos de cada ano. Nem todos dizem, cantam ou dançam o mesmo. Há um oculto ritual, um desejo de espantar o mal, o medo, a guerra, a dor, a morte. Quase todos arrancam para a festa com a experiência de duros e fantásticos dias vividos num passado, próximo ou longínquo, pintado de tempo. O advir é um atalho de mil caminhos que pode desembocar em mil alegrias ou prantos. Tudo isso se encaixa no tempo que nos é dado viver. Com todas as hipóteses e nenhuma certeza definitiva. Trata-se do futuro. E o futuro, como dizem os crentes e não poucos ateus, a Deus pertence. Nada se passa apenas no singular. Todos vivem, convivem, estão ligados a uma família ou a um grupo de amigos. E nessa esfera de relações há íntimos frágeis, idosos, crianças, filhos, irmãos, pais. Afectos e rancores, desejos e repulsas. Mesmo os solitários que vivem a milhas de todos, têm um repente de irmão, pai ou amigo, no momento de aflorarem a porta do futuro que ninguém adivinha como se abrirá e quem por ela poderá passar. Assim vivemos, envoltos neste mistério que astrólogos e cartomantes procuram explorar e vender nas franjas da magia ou adivinhação. Olham para os astros, olham para o tempo, fixam-se na palma da mão e dizem o possível, tão convictos do futuro como o apostador do euromilhões que esgota o mais rigoroso cálculo de probabilidade sem nunca lá chegar. Ou lá chega contra todas as lógicas. Nas mãos de Deus está o futuro. Mas também nas nossas.Com a nossa cumplicidade se levantam as muralhas de guerra e paz, os frutos da justiça e da opressão, abraços de festa ou as armas de morte. Temos os cordelinhos de muitos acontecimentos. Falta-nos a chave da historia. Que, como o futuro, a Deus pertence. Para nós, previsões seguras só no fim do jogo. E ainda bem. António Rego

Peregrinação à Terra Santa

Peregrinação! Espaço interior, Reflexão, Elevação, Grande harmonia! Ressurreição Iniciada Na nossa alma, Angustiada Carente, cansada, A lutar, para alcançar O almejado sonho! Afastemos mágoas! Temos as águas que purificam E que correm no Jordão! Reavivam o coração Reforçam o débil ser Alimentam o nosso crer! Serenidade, santidade? Alcançámos, sonhámos? Não importa a quantidade! Trouxemos, em convicção, A Terra Santa, no coração! M.ª Donzília de Jesus de Almeida 05.07.07

Bateira berbigoeira

Bateira berbigoeira (Foto do blogue Marintimidades)

Tenho para mim que nas Gafanhas, como, aliás, na beira-ria, não falta quem aprecie as embarcações tradicionais, muitas delas a marcarem presença nos museus, por terem caído em desuso. Outras ficarão a apodrecer em qualquer canto, sem honra nem glória, pelo desinteresse de quem poderia cuidar destas riquezas do nosso património histórico e cultural. Fico sempre agradado, no entanto, quando vejo que alguém se ocupa destes assuntos que a todos nós dizem respeito. Hoje, por exemplo, ao visitar o Marintimidades (ver aqui ao lado), tive o prazer de ler uma história muito bonita sobre a bateira berbigoeira, protagonizada por dois apaixonados pelo mundo do mar, da ria e dos barcos. Leiam-na, por favor.

FM

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