quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Um poema de Orlando Figueiredo

MÃOS DADAS
Mãos dadas sem querer dominar o outro Apenas amamos os malmequeres com o mesmo amor que amamos as rosas Mãos abertas sem medos e sem ódios Apenas abominamos a guerra e buscamos as raízes da alma Mãos fechadas Apenas para agarrar o amor e o espalhar depois como quem semeia girassóis numa planície descoberta Orlando Jorge Figueiredo

FARMÁCIA MORAIS SERVE AS GAFANHAS HÁ 68 ANOS


Ester Morais: a mais antiga farmacêutica da Região Centro 

Quem entra na Farmácia Morais, ao lado da igreja matriz da Gafanha da Nazaré, talvez nem lhe passe pela cabeça que se trata da mais antiga de todas as Gafanhas. E tem, desde a primeira hora, como proprietária e Directora Técnica, a Dra. Maria Ester da Silva Ramos Morais, que é, segundo informação colhida junto da Ordem dos Farmacêuticos, a Directora Técnica com mais anos de actividade na Região Centro. 
A Farmácia Morais também é, pensamos nós, o estabelecimento com mais anos de porta aberta na Gafanha da Nazaré, nunca tendo mudado de ramo, como farmácia que sempre foi. Embora delegue a maior parte do trabalho de atendimentos nos empregados, a sua presença responsável e tutelar não passa despercebida a ninguém, olhando muitos clientes como conhecidos de longa data, com quem troca algumas palavras, em jeito familiar. 
Um dia destes procurámo-la para a entrevistar, porque consideramos justa uma referência no TIMONEIRO, o jornal da Gafanha da Nazaré, ou não estivesse a Dona Ester, como é conhecida e tratada pelos gafanhões, ao serviço dos doentes, desta terra e região, a caminho dos 69 anos. 
Maria Ester Morais é natural da freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, em cuja Faculdade de Farmácia se licenciou em 1936. Casada com José Rodrigues Morais, já falecido, começou a exercer a sua profissão em Fermentelos, em farmácia própria de que foi Directora Técnica. Depois, reconhece que o mundo dá as suas voltas, nem sempre esperadas. Seu marido veio à Gafanha da Nazaré com um amigo e aqui conheceu o mestre António Bolais Mónica. Conversa puxa conversa, o mestre António acabou por convencê-lo a transferir a Farmácia Morais para a nossa terra, o que veio a acontecer precisamente em 11 de Maio de 1940. Até hoje. 

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz

Na Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, sublinha-se que «a disparidade entre ricos e pobres tornou-se mais evidente»
"Combater a pobreza implica uma análise atenta do fenómeno complexo que é a globalização. Tal análise é já importante do ponto de vista metodológico, porque convida a pôr em prática o fruto das pesquisas realizadas pelos economistas e sociólogos sobre tantos aspectos da pobreza. Mas a evocação da globalização deveria revestir também um significado espiritual e moral, solicitando a olhar os pobres bem cientes da perspectiva que todos somos participantes de um único projecto divino: chamados a constituir uma única família, na qual todos – indivíduos, povos e nações – regulem o seu comportamento segundo os princípios de fraternidade e responsabilidade"

Tecendo a vida umas coisitas – 111

BACALHAU EM DATAS- 1
APRESENTAÇÃO Caríssima/o: Hoje, com todo o gosto, iniciamos com uma data de bacalhau, o que pode ser lido de várias maneiras; mas, das duas mais correntes (muito bacalhau e... bacalhau em datas), escolhi a última. Assim, se tivermos saúde e audácia, e enquanto o espaço no-lo permitir, com as vossas paciência e sábia colaboração, iremos descobrindo e penetrando no reino do “fiel amigo”. Não, não se iludam que não trarei novidades nem muito menos descobertas impensáveis; também não apelarei para a minha experiência nesses domínios, que a não tenho; ainda muito menos poderei apresentar-me como estudioso nessa área... Então, perguntareis com toda a lógica, que vem este patarata escrever aqui e sobre o bacalhau? Tão-só apresentar uns linguados (perdão, uns apontamentos rabiscados...), alinhavados ao longo destes últimos anos e que fui pescando nas arcas dos entendidos. Serão enfadonhas tais águas para os peritos; uma chatice para os bravos pescadores; uma incursão desnecessária para os empresários... Apesar disso rumarei mesmo contra-corrente e com o vento contrário, convencido como estou que uma acha será sempre uma achega para uma boa fogueira onde todos nos poderemos aquecer, petiscando uma isca de bacalhau salgado e conversando mano a mano para acertar agulhas... E a porta fica sempre aberta para uma boa corrente de ar, refrescante e purificadora; com tal brisa a jornada será mais pronta e a barra abrir-se-á para uma entrada ansiada e festiva... Como navegaremos? De vela latina, bolinando, sabendo onde fica a arribação e procurando nunca perder o norte. Porém, se tal acontecer, estou pronto a ceder o leme para que alguém corrija a rota... E... vamos com Deus! Próspero Ano Novo! Manuel

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

ANO NOVO COM BOA MÚSICA

A PAZ AO ALCANCE DE TODOS


Abertos ao Infinito de Deus

A guerra, em qualquer das suas formas, atormenta a consciência de uma parte da humanidade. Fere o que de mais sagrado há em nós. Avilta, destrói, mata. A paz expressa a harmonia do ser humano em comunhão com o universo. É natural, apesar de supor algumas tensões. É “artificial” pois exige relação, aceitação do diferente, tolerância, justiça e equidade. A pobreza imposta surge como um factor “provocatório” de situações conflituosas. Cada vez mais. E em maior extensão. Daí a urgência de se empreenderem esforços para erradicar a pobreza. Em todas as suas formas. Nas mais diversas situações. De âmbito material e de outros: menosprezo de si mesmo, instabilidade interior e inversão de valores, despiste no sentido da vida, imaturidade relacional, desnorte ético, preconceitos inibidores, secura de espírito, mediocridade banal, horizonte redutor face à beleza da visão integral do ser humano e da plenitude das suas capacidades. Também aqui se verifica que “a águia atrofia na capoeira” e a galinha cansa-se depressa no seu voo rasante. A paz supõe a compreensão e aceitação da dignidade comum. Expressa na mesma natureza. Enaltecida pelas culturas de cada povo ou etnia. Configurada pelo direito positivo ou por declarações universais (como a da ONU de 1948). Respeitada e promovida pelos vários códigos. Espelhada na lei corrente e potenciada pelas políticas concretas. O teste à vontade comum sobre a paz tem aqui a “sua prova de fogo”. Examinar as políticas específicas e aferir da sua justeza. Colocar-se no lugar das vítimas espoliadas da sua dignidade e sentir a voz da humanidade a clamar por atenção e respeito. Armazenar anos e anos de privações humilhantes agravadas pela desconsideração oficial e pela exploração do seu nome, história e bens. Aguentar o insulto supremo de ver manipulada a verdade e de ser tratado como um excedente da humanidade. A paz é a harmonia periclitante de toda a criação. Cresce e adquire consistência na medida em que assenta na solidariedade e visa construir o bem comum. Lança raízes num estilo de vida digno da condição humana: próximo no relacionamento entre as pessoas, grupos e povos; moderado e sóbrio no desejo, posse e uso dos bens; generoso e altruísta na atenção aos outros e, sendo necessário, na abdicação de benefícios individuais em prol dos mais necessitados; aberto ao Infinito de Deus, acolhedor dos seus dons que reparte largamente em comunicação benfazeja e amiga. Georgino Rocha

"New York Times" esteve na Gafanha da Nazaré


O jornal norte-americano “New York Times”, um dos mais prestigiados em todo o mundo, esteve na Gafanha da Nazaré para fazer uma reportagem sobre o bacalhau. A reportagem saiu na edição de 16 de Dezembro com o título “Tradição portuguesa enfrenta futuro congelado”. 
A jornalista Elaine Sciolino considera o bacalhau “a coisa mais perto de ser símbolo nacional” e compara-o ao peru que os americanos comem no Dia de Acção de Graças. Refere ainda que no tempo da ditadura o bacalhau foi a grande fonte de proteínas para os portugueses. 
A jornalista visitou a empresa Rui Costa e Sousa, conversou com Gonçalo Guedes Vaz e observou o trabalho de preparação do bacalhau. Gonçalo Guedes Vaz afirmou que o futuro do bacalhau passa pelo venda em congelado, pronto a confeccionar, sem dar grande trabalho a quem tem pouco tempo. As vendas de bacalhau congelado representam 17 por cento da produção da empresa, mas o responsável espera que representem 50 por cento dentro de cinco anos. 
A Elaine Sciolino viajou até Lisboa e falou com cozinheiros, vendedores e apreciadores, que mostraram preferência pelo bacalhau tradicional, que é preciso demolhar, mas que “sabe a verdadeiro bacalhau”.


Fonte: "Timoneiro" de Janeiro