quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um Livro de Ana Maria Lopes

“O Vocabulário Marítimo Português
e o Problema dos Mediterraneísmos”


Como já neste espaço anunciei, com a certeza de que voltarei ao assunto, Ana Maria Lopes vai lançar, no Museu Marítimo de Ílhavo, no próximo sábado, 29, pelas 17 horas, mais um livro, com ligações ao Mar, tema de paixões da autora. Intitula-se ele “Regresso ao Litoral – Embarcações Tradicionais Portuguesas”
Tenho tido o privilégio de conversar com Ana Maria Lopes sobre estas questões para perceber a riqueza dos seus conhecimentos sobre matérias marítimas, e não só. De tal modo que o seu blogue, que visito com frequência, foi baptizado com o expressivo nome de Marintimidades. Ou seja, um nome que nos remete para as suas intimidades com ligações profundas ao oceano, ou não se reflectisse ele nos olhares de todos os ílhavos, de que a autora é paradigma. Sobretudo quando se fala das influências que o mar exerce nas gentes daquela terra maruja. Mas antes de falar desse trabalho que a envolveu durante bastante tempo, numa busca constante de tudo quanto diz respeito às embarcações tradicionais da nossa costa, permitam-me que lembre, hoje e aqui, uma outra obra de Ana Maria Lopes – O Vocabulário Marítimo Português e o Problema dos Mediterraneísmos –, publicada em 1975, surgindo em 2.ª edição, facsimilada, em 2006, sob a responsabilidade dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo. Este livro, que é a dissertação de licenciatura em Filologia Românica de Ana Maria Lopes, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em Janeiro de 1970, oferece um repositório precioso de vocábulos e expressões que corriam o risco de se perder no tempo.
Com o rigor da recolha e investigação feitas pela então jovem autora, a obra dá, a quem a lê, o prazer de voltar ao linguajar dos nossos antepassados que mourejavam no nosso mar, mais ao largo ou mais em terra. E sendo certo que uma boa parte do trabalho publicado se destina a estudiosos de ciências linguísticas e náuticas, não deixa de ser interessante que pessoas como eu, pouco dadas a rigores fonéticos e a termos técnicos deste domínio, sintam um grande prazer na leitura daquele livro.
Com ilustrações, a preto e branco, e grafismos elucidativos, com redes, alfaias e barcos diversos, de meu directo conhecimento, uns, e meus ilustres desconhecidos, outros, esta obra da autora ilhavense merece ser mais conhecida e mais apreciada pelas gerações actuais, em especial pelos que se dispuserem a colaborar na preservação do nosso passado colectivo.
Olhando para os seus quatro capítulos, com a atenção devida, reconhece-se o esforço meritório de Ana Maria Lopes, numa altura em que talvez não fosse muito frequente ver uma jovem andar de terra em terra nas pesquisas eruditas que ousou empreender, mostrando, no que fez, uma paixão digna de nota.
No capítulo I, o leitor entra em contacto com vários tipos de barcos, costeiros e do alto, e de apetrechos para diversas funções. No Capítulo II, os processos de pesca, com aparelhos e sistemas, mais venda e transporte de peixe. No Capítulo III, dedicado ao confronto entre o litoral algarvio e a costa ocidental, registamos o Portugal com costa de alguns contrastes. Por último, no Capítulo IV, temos a relação entre Portugal e o Mediterrâneo, com índices que ajudam na procura dos temas a ler. É que, para quem gosta de fazer uma leitura, sem pressas, talvez dê jeito começar à cata de um ou outro assunto, segundo o apetite da ocasião.

 Fernando Martins

Melhor acolhimento para os imigrantes

Os Bispos católicos da Europa e da África lançam um apelo às suas comunidades para que sejam “ainda mais acolhedoras em relação aos irmãos estrangeiros, reconhecendo o valor e o contributo que os imigrantes trazem aos países de acolhimento”.

Crónica de um Professor

O Gentleman
Quando se cruzava com a teacher, nos longos corredores da Escola, com um sorriso amistoso, saudava-a, sempre, de forma cordial! Era um rapaz entroncado, rondando os 16 anos e que finalizava, nesse ano, a sua frequência, naquela Escola E.B 2/3.Já não era seu aluno, mas a delicadeza de maneiras, o fino trato, o cavalheirismo arreigado, não o tinham abandonado. E os seus olhos verdes, a fazer estremecer corações, à sua volta, num raio bem alargado da zona escolar? As meninas pululavam como abelhas, em volta de uma flor viçosa, colorida e cheia de fragrância. Era o Julinho, carinhosamente apelidado pela teacher, que, à semelhança de um outro Júlio, sexólogo proeminente da nossa praça, também a cativara pela diferença! Sim, que a monotonia da má educação, da boçalidade, da ignorância, também cansam e desgastam. Um dia, na sala de informática, em substituição de um outro professor, a teacher deparou com esta cena... ternurenta e… tão frequente em meio escolar. Em frente do PC, as imagens sucediam-se, no display, a um ritmo acelerado, captando a atenção do aluno. Sim, digo do aluno, pois foi essa a primeira impressão deixada! Com efeito, ali estavam duas cabecinhas jovens, tão coladinhas, tão empolgadas uma com a outra, que a teacher não ousou interromper aquele idílio! Estavam na idade dos sonhos, das ilusões, do melhor da vida. Como bem os compreendia aquela teacher! Sim, porque ela também sonhava! Por isso se sentia jovem. “Uma pessoa só envelhece, quando os sonhos dão lugar aos lamentos” - ouvira alguém dizer. Apenas comentou, no final da aula: - A tua colega é muito bonita, não é Julinho? Um sorriso cúmplice espraiou-se no rosto… daquele aspirante a Gentleman! A teacher cogitou: - Il n'est pas bon que l´homme soit seul! Lá dizia a Bíblia!
Mª Donzília Almeida

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Recordando Eça de Queirós

Eça agHora Disse João da Ega, Que não era um primo A campanhas alegres dado, Depois que encontrou Carlos, no avistado arrimo Do Turf, num Rossio ultrapassado Pelos anos em que ensonou Num País de lupanares e calotes, E de malandros aos magotes, Num País de corridas falazes E de vestidos sérios de missa, Com jornais bafientos E de artigos rançosos Lidos por uns tantos rapazes De futuros pachorrentos E costumes ociosos: «-Falhámos na vida, menino!» E os tempos verbais trocados Ensinam a História redita, Desde os serões iluminados Pelas lições da monarquia, À juventude nérvea de sabedoria E impaciência liberal, Que corre num vai-vem Num outro aterro irreal Aquém delirante do trem Que nem sempre alcançamos. E assim vai o País de quem promete Lançar carris em largueza Para deixar de vez a charrete E permanecer na certeza Das falas finais que relembramos: «-Ainda o apanhamos!» Hélder Ramos 25.XI.2008
NOTA: A propósito do dia de hoje, aqui segue um poema dedicado a Eça de Queirós, pelo 163º aniversário. É um poema ao estilo parodioso do romancista, inspirado em algumas personagens e obras marcantes do autor.
Hélder Ramos

FÓRUM NÁUTICO DO MUNICÍPIO DE ÍLHAVO

O MAR POR TRADIÇÃO
A Câmara Municipal de Ílhavo e um conjunto de entidades deste concelho e da Região de Aveiro vão criar o “Fórum Náutico do Município de Ílhavo”, com o objectivo-base de dinamizar o desenvolvimento das actividades náuticas, centradas no recreio, no desporto e na cultura. Esta é uma aposta estratégica para a terra que tem “O Mar por Tradição” e a modernidade como aposta permanente, tirando proveito e rentabilizando as suas condições ao nível da natureza, da história e da cultura da nossa gente. Nesse âmbito, vai realizar-se amanhã, 26 de Novembro, quarta-feira, pelas 18 horas, no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo, o acto formal de constituição do “Fórum Náutico do Município de Ílhavo”.
Nota: Clicar na foto para ampliar

Efeméride aveirense

25 de Novembro
Neste dia, em 1905, o Governador Civil de Aveiro aprovou os primeiros estatutos do Clube dos Galitos, prestimosa colectividade aveirense fundada em 24 de Janeiro do ano anterior, conforme se pode ler nos Estatutos do Clube dos Galitos, edição de 1905, páginas 21-23, e edição de 1956, página 3.
In Calendário Histórico de Aveiro

Madre Teresa: para pensar

NUNCA TE DETENHAS
Tem sempre presente, que a pele se enruga, que o cabelo se torna branco, que os dias se convertem em anos, mas o mais importante não muda! Tua força interior e tuas convicções não têm idade. Teu espírito é o espanador de qualquer teia de aranha. Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida. Atrás de cada triunfo, há outro desafio. Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo. Se sentes saudades do que fazias, torna a fazê-lo. Não vivas de fotografias amareladas. Continua, apesar de alguns esperarem que abandones. Não deixes que se enferruje o ferro que há em ti. Faz com que em lugar de pena, te respeitem. Quando pelos anos não consigas correr, trota. Quando não possas trotar, caminha. Quando não possas caminhar, usa bengala. Mas nunca te detenhas! Madre Teresa de Calcutá

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