terça-feira, 19 de agosto de 2008

Nelson Mandela: exemplo para todos nós

MANDELA, UM SANTO LAICO
Adriano Moreira classificou, e muito bem, Nelson Mandela como “Um santo laico”. Ora aqui está um homem que, independentemente da religião que professa ou não professa, é mesmo um santo a imitar no mundo de hoje, por toda a gente, ao nível da capacidade de perdoar e do gosto por contribuir, com gestos indesmentíveis de fraternidade e de paz, para uma sociedade mais justa e mais humana. Nem sempre conseguimos ver santos fora da Igreja Católica, mas que os há, há.

FÉRIAS: Notas do Meu Diário

ISLA CRISTINA EM NOITE CÁLIDA
Sair de Portugal, mesmo que o salto seja pequeno, é sempre agradável. Em Espanha, onde os portugueses da raia vão a correr atestar o depósito de gasolina, pude usufruir de uma noite cálida, na Isla Cristina, terra de pescadores e de praias, mas não só. Olhar as paisagens, mirar os nossos vizinhos com olhos de quem procura diferenças mas onde encontra, a cada esquina, tantas e tantas semelhanças, dá-me sempre um gozo especial. Desde o tempo, já longínquo, em que só se podia ir de passaporte, que nos dava, então, a liberdade de saborear uma Cola-Cola e comprar caramelos. Na Isla Cristina calcorreámos ruas principais com gente que aproveitava a noite quente para conviver, saboreando um gelado ou enchendo as esplanadas em jantares familiares. Foi o que fizemos, atendidos por empregados solícitos e simpáticos, que não se cansavam de sugerir este e aquele petisco. Apreciei como os nossos irmãos vizinhos falavam alto, com toda a naturalidade, enquanto saboreavam típicos “calamares” entre outros comeres, regados com bebidas frescas, sempre com a criançada em alegre convívio sob os olhares atentos dos pais. Como curiosidade, registei a frequência com que deparava com esplanadas anexas aos cafés e demais estabelecimentos de comes e bebes. Em alguns casos, em plena rua, que fora fechada para esse efeito. E logo pensei como em Portugal, em certos concelhos, dificultam a preparação de espaços desses, que tanto contribuem para aproximar as pessoas. Aí, os espanhóis dão-nos lições que urge aproveitar, já que nos está reservado um lugar especial na área do turismo, se o quisermos aproveitar. 4 de Agosto FM

JOGOS OLÍMPICOS

Resultados frustrantes?
Esta ideia de que em tudo, ou quase tudo, sobretudo no desporto, somos os melhores do mundo não passa de nacionalismo saloio. Direi mesmo ridículo. Culpados? Certamente, a culpa será, em grande parte, da comunicação social. Temos de nos convencer de que somos um país pequeno, com apenas dez milhões de habitantes, e sem grandes infra-estruturas capazes de formas campeões. Somos bons, dizem, a improvisar. Mas os Jogos Olímpicos não são para gente que improvisa. Quando assim é, de quando em vez lá temos uns campeões, por força dos seus próprios esforços e de qualidades inatas para certas provas. O resto é conversa. Antes dos Jogos, a nossa comunicação social não se cansou de nos garantir que estariam certas uma tantas medalhas, porque alguns atletas eram mesmo campeões. Só que se esqueceram de que os outros também são bons. Ou melhores. Como foi o caso da Vanessa Fernandes. A que recebeu a medalha de ouro, por exemplo, já foi campeã do mundo, pelo que sei, umas três vezes. A nossa Vanessa fez o que pôde, com grande mérito. Não recebeu a medalha de ouro, mas também lhe fica bem a de prata. E como é uma jovem com grande força de vontade, pode ser que um dia chegue, nos Jogos Olímpicos, a ganhar a medalha de ouro. Daqui, deste meu recanto, felicito os nossos atletas que fizeram o que puderam. Condeno, obviamente, quem nos quer fazer crer, por razões que não entendo, que somos os melhores do mundo. FM

Festival do Bacalhau

As tasquinhas estão quase montadas
ÍLHAVOS E GAFANHÕES DE BRAÇO DADO
A partir de amanhã e até domingo vai ter lugar, no renovado e atraente Jardim Oudinot, o FESTIVAL DO BACALHAU, com almoços entre as 12 e as 15 horas e jantares entre as 19 e as 24 horas. A inauguração do Festival será às 18.30 horas, no Navio-Museu Santo André. O FESTIVAL DO BACALHAU, para além de oferecer saborosos petiscos à base do fiel amigo (doutros tempos, que hoje este amigo é mais para quem pode), não deixará de apresentar outras iguarias do nosso concelho, com destaque, a meu ver, para o arroz doce e para os rojões. A animação vai ser variada, com cinema ao ar livre, muita música, exposições, artesanato, homenagem ao Capitão Francisco Marques, entre muitas outras diversões. Dos artistas convidados, realço a participação de José Alberto Reis, André Sardet, Mariza e Adelaide Ferreira. Surpresas não faltarão. Voltei hoje ao jardim. O povo por lá andava. Às tantas, numa roda de gafanhões, as recordações entraram em cena. E eu disse cá para mim. Se o Jardim Oudinot continuar com esta dinâmica, é certo e sabido que aproximará as nossas gentes. Ílhavos e gafanhões, de braço dado, em amena cavaqueira, em dias de folga, ensaiarão francas e abertas convivências. FM

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tempo de Profecia Evangélica

"Num tempo de crescente globalização, importa acreditar que os jovens migrantes cristãos querem e devem ser protagonistas da esperança vivida e proclamada nos caminhos difíceis da solidariedade, da justiça e da paz! Os conflitos de fronteiras entre os povos, as vicissitudes de autonomias inconsolidadas, as dificuldades sentidas no respeito pela diferença, o desinteresse manifestado face ao sofrimento alheio, a insensibilidade diante da pobreza, da dor e da exclusão são desafios incessantes a um urgente protagonismo da esperança e a um tempo de profecia evangélica."
Da homilia do Bispo de Aveiro na eucaristia da ordenação do presbítero Johony Freire Loureiro, na Sé de Aveiro, no passado domingo.

Homenagem ao Capitão Francisco Marques

O Navio-Museu Santo André vai ser palco, no dia 22 de Agosto, pelas 18.30 horas, de mais uma merecida homenagem ao Capitão Francisco Marques, com a projecção do filme “A Faina Maior do Capitão Francisco Marques”. Leia mais em Ponto de Encontro
Nota: Foto de Ponto de Encontro

FÉRIAS: Notas do Meu Diário

PALMAS PARA A HOMILIA
A missa dominical foi na igreja de Nossa Senhora da Conceição, de portal gótico. Por dentro, nada de anormal. Templo sóbrio, de três corpos. Com bancos quase para toda a gente que vive a missa dominical, esteja onde estiver. De férias, era o caso. Nas paredes laterais, diversas ventoinhas ajudavam a tornar o ar respirável. Percebia-se que havia muitos turistas. Alguns ingleses e de outras nacionalidades, estes em menor número. Coral constituído por gente local e tudo bem ordenado. O celebrante era uma padre já idoso, brasileiro. De inédito, coisa nunca presenciada por mim, ao longo de toda a minha vida de católico, os aplausos para a homilia. Por ser erudita? Com preocupações de altas teologias? Destinada a gente culturalmente elevada, sob o ponto de vista académico? Por ser doutrinalmente consistente? Por ser feita a partir de frases bem concebidas? Nada disso. Apenas porque foi muito simples, de forma a que todos entendessem a mensagem. O celebrante foi sobretudo um homem simples. E disse: a eucaristia tem de continuar na vida; o milagre da multiplicação dos peixes e do pão tem de ser feito, hoje, por cada um de nós, respondendo aos que passam fome ao nosso lado; temos de partilhar, em espírito de caridade e de justiça social, com os que mais precisam. Depois lembrou que a Igreja é a Casa do Pai, que a todos tem de acolher e com todos tem de repartir e ajudar a repartir… E mais… num estilo próximo, como quem conversa com os amigos. No fim, o Povo de Deus aplaudiu, para meu espanto, porque nunca tinha assistido a tal coisa. Já que falei das homilias, ocorre-me dizer que, por vezes, fico cansado quando ouço certos padres. Eu sei que as homilias não são fáceis de fazer. Exigem preparação, muita preparação, e alguns dons. Um padre, que foi catedrático na Universidade de Aveiro, disse-me, um dia, que levava uma boa hora a preparar uma aula e duas a preparar a homilia. Pensei que fosse o contrário, mas foi assim que ele me disse. De modo que, quando ouço algumas, sinto logo que não foram preparadas. Dá a impressão que alguns celebrantes se convencem de que, quando abrem a boca, para transmitir a mensagem evangélica, adaptada aos nossos dias, é o Espírito Santo quem fala através deles. Puro engano. O Espírito Santo não pode ajudar quem não assume a obrigação de preparar a prédica da eucaristia. Muito menos substituir celebrantes. Penso eu! 3 de Agosto
FM