sexta-feira, 1 de agosto de 2008

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 89

HORÁRIO ESCOLAR Caríssima/o: Vão sendo horas de voltarmos para dentro da sala que a brincadeira não pode durar sempre. O ano vai avançando e se não aproveitamos o tempo acontece-nos como o outro ... sabes com certeza a história melhor do que eu e é sempre bom não facilitarmos. Como era então o nosso horário? Tanto quanto me lembro, pela manhã, entrávamos todos à mesma hora. Não havia campainhas, sinos ou sinetas; quando a professora ou o professor chegava, abria a porta e entrava-se... Não sabíamos as horas; nenhum usava relógio; será que a professora o tinha? Devia ter, porque a meio da manhã fazíamos um intervalo. Comia-se a tal côdea de boroa esquecida no bolso e corria-se, pulava-se ou jogava-se ao que a estação pedia. Umas palmas batidas e retomava-se a tarefa que se prolongava até ao meio-dia. Intervalo para o jantar que era preenchido com o mesmo ritmo do outro, mas com mais tempo para brincadeira já que o prato de caldo era engolido quase sem mastigar. Sempre havia mais vagar para a jogatina. Quando se ouviam as palmas, parava a algazarra, arrumavam-se os apetrechos debaixo daquele arbusto ou no buraco do muro e entrava-se para nova sessão de trabalhos, agora mais leve e que algumas vezes metia lápis de cor. Para os mais pequenos, mesmo para os da terceira classe, as lições não se prolongavam para além das três da tarde; contudo para os da quarta, principalmente depois do Carnaval, as aulas iam até ao pôr-do-sol que o treino tinha de ser forte e intensivo. É fácil de fazer as contas às horas que estas crianças trabalhavam se pensarmos que na preparação para a admissão entrava-se às nove, havia os tais intervalos e as actividades prolongavam-se, em Julho e Agosto, até à noitinha... Lembro-me que a minha Professora da terceira classe, com um problema de saúde, vivia na praia da Barra, onde tinha uma barraca montada. Parece que o nosso horário era só de tarde. Logo que os dias foram crescendo e aquecendo, íamos todos os dias de manhã, punha-nos à sua volta na barraca e treinávamos os problemas e os ditados! À tarde era até de noite, mas já na escola. Estou certo que não preciso de esclarecer que falo nisto apenas como ilustração de uma época, aquela em que nos foi dado crescer, e nunca com sentido comparativo ou de pôr em evidência o muito ou o pouco de uns e de outros. Manuel
NOTA: Por motivo das minhas férias, que se iniciam amanhã, publico antecipadamente o texto do meu colaborador e amigo Manuel, a quem desejo boas férias, na companhia de todos os seus familiares.
FM

Férias

Costa Nova, que tem a romaria da Senhora da Saúde em Setembro
(...Em Setembro há romaria Hei-de comprar uma flor Hei-de cantar noite e dia À porta do meu amor
E quando a festa acabar E voltarmos para a cidade Havemos ambos de rezar Um rosário de saudade...)
Prof. Guilhermino
NOTA: Obrigado, Maria, pelo teu contributo. És, como sempre, uma mulher atenta e uma amiga solícita e amável. Boas férias, também, para ti e para todos os teus. As quadras que me enviaste, atribuídas ao Prof. Guilhermino, merecem, bem, publicação e divulgação. Há tantos poetas tão esquecidos!... FM

PONTES DE ENCONTRO

Sobre o sentido humano das férias
“Depois de haver aplicado a um trabalho o seu tempo e as suas forças, de uma maneira conscienciosa, todos devem gozar de um tempo de repouso e de descanso suficiente para se dedicarem à vida familiar, cultural, social e religiosa” (Gaudium et Spes, 67). À excepção daqueles – que os há – para quem ter um período de férias nada diz ou representa, na medida em que se tornaram escravos do trabalho e do tempo e já não sabem viver, no seu dia-a-dia, sem este comportamento, não há ninguém que diga que é mau ter férias e é com expectativa que aguardam por elas, tal como uma criança espera por um presente que pediu e muito deseja, não vendo a hora de ele chegar. É bom e necessário ter férias, sobretudo quando passamos, cada vez mais, a vida a correr contra o tempo e as contrariedades que estão sempre à nossa espreita. Por outro lado, lamentamo-nos, frequentemente e com razão, que não temos tempo para tudo e o cansaço torna-se numa presença constante, retirando, quantas vezes, qualidade de vida e prazer em usufrui-la da melhor forma, por cada um de nós. Deste modo, falar de férias é ir muito mais além de um determinado período de repouso ou de mudança de hábitos ou da simples interrupção das idas diárias para o trabalho, em que o relógio é dono e o senhor implacável do nosso ritmo de vida. As férias têm, pois, um profundo sentido humano e humanizante que não só radica na justiça em as ter, mas que se entrelaça, directa e profundamente, com tudo aquilo que as envolve, antes e depois destas serem gozadas, ou seja, nem as férias devem ser vistas como um escape às justas responsabilidades individuais de cada um nem o trabalho como um castigo para quem o tem. Parece-me, no entanto, que este sentido humano e humanizante das férias nem sempre é tido em conta, a começar pelo esquecimento a que são sujeitos a larga maioria dos portugueses, que não podem, injustamente, usufruir de um merecido tempo de repouso e descanso laboral, o que acaba por aumentar as desigualdades e a insensibilidade social ao sofrimento e à injustiça dos outros. A tudo isto, há que recordar os doentes, os idosos, os presos, os que são vítimas de situações de exploração no trabalho ou os abandonados. Às famílias com mais posses financeiras pede-se, quando for caso disso, que integrem os seus membros mais carenciados nos seus projectos de férias. Às autarquias, entidades estatais e eclesiais, exige-se que tenham presente este sentido humano que as férias contêm em si mesmo e tudo façam para dar um pouco de dignidade a tantos que se contentam com tão pouco. É fácil, para quem o pode fazer, marcar rotas, destinos e projectos e partir em busca de novas paragens e experiências. O difícil é saber valorizar, muitas das vezes, o próprio tempo e, por via de razão, o tempo dos outros. Por último, recordo algumas palavras de João Paulo II sobre as férias: “Quantas vezes se sofre devido ao cerrado ritmo de trabalho (…) Quantas vezes é difícil encontrar o clima sereno e a atmosfera tranquila para viver a intimidade, dialogar e fazer emergir as exigências e os projectos de cada um! Então, eis que as férias são propícias, antes de mais, para colmatar estas lacunas, por assim dizer, de “humanidade”, de paz e convivência. Daqui a exigência de as férias serem efectivamente um período de renovação humana em que, longe do habitual ambiente de vida, é possível encontrar-se a si mesmo e aos outros, numa dimensão mais equilibrada e serena.” Comecei este texto com uma citação da Constituição Gaudium et Spes e é com uma outra citação deste Documento da Igreja que vou terminar: “Por fim, o trabalho deve ser remunerado de tal modo que permita ao homem e à família levar uma vida digna, tanto material ou social, como cultural ou espiritual, tendo em conta as funções e a produtividade de cada um, e o bem comum” (GS, 67). Contudo, a crueldade, a ganância e o egoísmo do homem vão-se encarregando de separar (desumanizar) e, até, fazer esquecer estas duas dimensões da vida humana. Procurar uni-las é um desafio permanente, para os que acreditam que o valor e o significado das férias está para além do legítimo passear ou descansar, para se situar na relação de cada um consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Para todos os leitores, se for caso disso, umas excelentes férias e, sobretudo, que tenham uma vida feliz e de realizações partilhadas. Com férias ou sem elas! Vítor Amorim

Mar Agosto 2008 - Festas do Município de Ílhavo

Praia da Barra Costa Nova
O MAR POR TRADIÇÃO
O mês de Agosto vai ser, no concelho de Ílhavo, um período alargado de festas. São as Festas do Município, denominadas “Mar Agosto”, ou não tivesse o nosso concelho “O Mar por Tradição”. O programa está recheado de diversas iniciativas, para todas as idades e para todos os gostos, proporcionando mais animação e mais vida para toda a região. Se é ilhavense ou gafanhão, se é de perto ou de longe, se é habitual frequentador das nossas praias ou dos nossos espaços turísticos, se apenas vem por aqui de passagem, não se esqueça de que os nossos autarcas lhe prepararam uma recepção condigna, na esperança de o cativar e de lhe garantir uma estada à medida dos seus desejos. Apesar de a programação se apresentar variada, acredito que nem tudo possa agradar a todos. Mas haverá sempre algo que justifica uma visita às terras dos ílhavos e dos gafanhões. Veja o programa na agenda Viver em...

Parque de Campismo da Gafanha da Nazaré

Se quiser saber como nasceu, na Gafanha da Nazaré, o Parque de Campismo, que está integrado no Complexo Desportivo, clique aqui.

AVEIRO: Pirâmides


Sempre me soube bem mexer e remexer nas gavetas. É que, de vez em quando, lá vêm, com esse mexer e remexer, recordações de tempos que já lá vão, há muito!

A Nossa Gente

Para conhecer mais Gente nossa e, ainda, a história da Filarmónica Gafanhense, clique aqui e aqui.