terça-feira, 22 de julho de 2008

Perceber a arte

Pintura de Jeremias Bandarra
A arte é dom de quem cria; portanto não é artista aquele que só copia as coisas que tem à vista.
António Aleixo
Quando hoje escolhi esta quadra do nosso maior poeta popular – António Aleixo –, logo me veio à lembrança a reacção de muita gente que tem dificuldades em entender certas expressões artísticas, sobretudo as que fogem do trivial. Olhar para uma pintura abstracta, ouvir uma música clássica e apreciar uma escultura que se situa longe do figurativo são, frequentemente, motivo de desinteresse. Das duas uma: ou os artistas são malucos ou os apreciadores que olham de soslaio para o que eles criam ainda não estão educados para entender o que está acima do normalíssimo. Penso que esta última asserção é que está certa. Sendo verdade que a arte não pode nem deve ser apenas uma cópia do que os nossos olhos vêem ou os nossos ouvidos escutam, há que fazer um esforço, com o intuito de educar os sentidos, para chegarmos mais longe. A arte é, essencialmente, não um retrato bruto e simples do que nos rodeia, mas o reflexo de sentimentos, emoções, perspectivas, imaginações e gosto estético do artista, que tem de ser, como diz Aleixo, um criador. Um criador é um artista que, do nada, faz obra que nos eleva, nos enriquece espiritualmente, nos sublima os instintos primários, nos suscita sentimentos do bem e do belo. FM

DECIFRAR OS JOVENS

Viajar meio mundo para enfrentar centenas de milhares de jovens não é um desafio fácil, mesmo para quem aparentemente a ele esteja habituado. Bento XVI, aos 81 anos, aparece aos nossos olhos como o completo oposto de uma estrela de rock ou uma vedeta do desporto, mas a viagem à Austrália, para a Jornada Mundial da Juventude, provou à saciedade que não é a sua natural timidez que o impede de ser uma presença marcante no meio da festa das novas gerações católicas. Octávio Carmo

FILARMÓNICA GAFANHENSE - 5

Uma página da história da Música Velha acaba de ser virada. O desinteres-se de uns e o interesse de outros, com decisões tomadas em local próprio e pelos próprios interessados, para além das circunstâncias atrás referidas, culminam nestas alterações. É então criada a Filarmónica Gafanhense, instituição que, embora sedeada na Gafanha da Nazaré, é, sem dúvida, uma entidade cultural ao serviço do povo e do Concelho de Ílhavo, que muito o dignifica.
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GAFANHA DA NAZARÉ: Centro Cultural vai ser remodelado

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré
Li hoje, no Diário de Aveiro , que o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré vai ser remodelado. Não é sem tempo. Mas, afinal, como diz o velho ditado, mais vale tarde do que nunca. Na verdade, nunca gostei muito do nosso Centro Cultural, fundamentalmente por notar a falta de uma sala de espectáculos condigna e de uma ampla, e também condigna, sala de exposições. Porém, quando o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré estiver operacional, importa dotá-lo de condições para se tornar num autêntico espaço multicultural, com direcção própria e dinâmica. Ficar como está, não será solução para o povo desta cidade, o qual não pode continuar a viver como habitante de um qualquer subúrbio, obrigando-se a procurar, nas cidades vizinhas, expressões de arte e de cultura dignas desse nome.
FM

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pedro Loureiro: Exposição em Lisboa

Muitas vezes estamos longe de saber o que fazem, por esse mundo fora, os nossos conterrâneos. Soube, por estes dias, que Pedro Loureiro, a que me referi no sábado, no meu blogue, apresentou algumas fotografias suas numa exposição, em Lisboa. Sobre esse acontecimento, ofereço aos meus leitores, e eventualmente aos amigos do Pedro Loureiro, este vídeo.

PONTES DE ENCONTRO

Entre o Vira do Minho e o Coral Alentejano
Provavelmente, entusiasmados por estarmos em plena época de festas e romarias, alguns políticos do nosso país têm feito referências à posição dos braços dos portugueses. Lembro-me, por exemplo, que um Vira do Minho tem que ser dançado de uma forma vigorosa, rápida e com os braços bem no ar, enquanto um cantar tradicional alentejano é cantado pausadamente, com o corpo quase imóvel e com os braços cruzados ou caídos. Seja por este espírito festivo ou por eles próprios quererem descansar os seus próprios braços e irem de férias, o certo é que basta recordarmos algumas declarações proferidas neste mês de Julho. Assim, no dia 2, o Primeiro-ministro, José Sócrates, na entrevista que deu à RTP1, dizia que, perante as crises, o que os dirigentes do PSD queriam era que o país baixasse os braços, mas que isso não vai acontecer e a crise vai ser vencida. No dia 16, durante um jantar com o Grupo Parlamentar do PSD, a Dr.ª Manuela Ferreira Leite declarava: “Parece-me que o Governo lançou os braços abaixo…” Por coincidência (ou talvez não), logo no dia seguinte, o Presidente da República, Professor Cavaco Silva, durante uma visita que fez a Celorico de Basto, apelava aos portugueses para “não baixarem os braços”, perante as dificuldades que o país atravessa. Se esta moda dos braços pega, qualquer dia, os portugueses arriscam-se a não saber como trazer ou o que fazer aos seus membros superiores. Brincadeiras à parte (tantas vezes necessárias para descomprimir, por pouco que seja, aqueles que sentem que os seus braços já não chegam para lutar contra as dificuldades diárias que enfrentam), estou em crer que as mensagens de esperança, as críticas ou os apelos feitos, ainda que ditos em, todos eles, estilo metafórico, já não bastam para retratar a situação real do país. No mesmo dia em que o Presidente da República pedia aos portugueses para “não baixarem os braços”, foi tornado público um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) que é demolidor para a economia portuguesa, logo para a vida dos portugueses, em geral. E o que é mais grave, segundo o FMI, é que a maior parte da crise que vivemos resulta de factores internos e não externos. Sendo preocupante, não é nada de novo e não há dança ou cantoria que disfarce que somos um país permanentemente atrasado. Andamos neste estado de coisas há mais de 30 anos, comandados por uns “ensaiadores” que nunca fizeram o que é verdadeiramente essencial e estrutural fazer. Em vez disso, vão-se entretendo a fazer uns biscates e uns arranjos pontuais! E o que dizer, então, dos empresários portugueses? Seremos, sempre, um país inviável enquanto o défice externo português persistir em ser o que é; enquanto dependermos do petróleo, como temos dependido até aqui; enquanto mais de metade do que comemos continuar que se importado; enquanto não tivermos uma indústria moderna e competitiva; enquanto a nossa justiça for lenta, pouco transparente, não tratando todos os cidadãos da mesma maneira; enquanto os nossos níveis de escolaridade forem baixos; enquanto a formação profissional for uma manta de retalhos, um faz de conta, para passar o tempo e receber o dinheiro dos subsídios que vêm da União Europeia. Fora disto, não existem soluções milagrosas nem países com futuro, em lado nenhum do mundo, e todos os que nos têm governado, ao longo de todos estes anos, sabem muito bem disto. Ainda por cima, todas estas medidas, mesmo que tomadas agora, demoram anos a produzirem efeitos, pelo que é um erro e desonesto fazer crer que isto se resolve com um único partido ou com um só Governo. Têm que haver compromissos de continuidade nas políticas que são estruturantes e fundamentais para o país e para os portugueses, e os factos dizem-nos que isto nunca foi feito! Ilusões para quê?! Braços acima ou braços abaixo pouco importa, até porque retórica não enche barriga. Enquanto isso, os portugueses, em regra, irão continuar a usá-los para ganharem o seu sustento e o dos seus, já que é isso que conta para eles, ainda que não dispensem – estou certo – um bom Vira do Minho ou um excelente Coral Alentejano.
Vítor Amorim

domingo, 20 de julho de 2008

Obra do Apostolado do Mar na Diocese de Aveiro - 3

Preparação do terreno para a instalação do Stella Maris pré-fabricado
“OS QUE OLHAM O STELLA MARIS”
O Stella Maris de Aveiro hoje é mais do que assunto, porque é obra erguida. Pequena ou grande, bem ou mal delineada, ali está já na Gafanha, onde tomou corpo e agora, já com cor, começa a falar por si a quantos o interrogam. Paredes levantadas, já o telhado o cobre para que depressa cubra aqueles a quem pertence. A olhá-lo como os outros, parámos a uns passos. Cruzou connosco gente curiosa, interessada. Identificámos um tripulante e quisemos ouvi-lo. Falámos e da nossa conversa guardámos das suas palavras sadias, que passamos a transcrever:
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In "Timoneiro" de Maio/Junho de 1973