sábado, 21 de junho de 2008

Língua à Portuguesa

Reconhecer o valor estético da Língua
A língua não é apenas um veículo de comunicação. É também o meio pelo qual expressamos os nossos pensamentos, as nossas emoções, os nossos afectos... Eu diria que a língua não tem somente o género gramatical feminino; ela é 100% feminina, e, como tal, também ela é vaidosa! Por trás dos bastidores, que são as regras firmes da gramática, está também o encanto de ela aparecer em palco e mostrar a beleza das suas roupas, que são as palavras; das suas jóias, que são as figuras de estilo; da sua maquilhagem, que são as reticências e os pontos de exclamação a mais!! E ninguém ouse censurar esta vaidade de “alguém” que não envelhece, mas que, pelo contrário, rejuvenesce a cada dia que passa! Reconheceram o valor estético da língua?!!
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NOTA: Aqui ao lado, em CULTURA, coloquei um blogue que se dedica a questões da Língua Portuguesa, com saber, arte e bom humor. Como amostra do que pode ler em Língua à Portuguesa, ofereço aos meus leitores o texto desta página. Passe por lá para ver mais e para aprender.

Casa Gafanhoa

Há tempos escrevi aqui um texto, ilustrado com fotos da Casa Gafanhoa. Volto a ele e às fotos, por me parecer pertinente, neste início do Verão, época das férias grandes. Grandes significa com mais tempo para visitar o que há de importante.

Campos de Aveiro


Vejo os campos de Aveiro…
Árvores verdes, brancas velas
Em fugitivo idílio,
Na planície cortada de canais;
E no centro a lagoa, ébria de cor, dormindo.

Teixeira de Pascoaes

Manuela Ferreira Leite: o que mudaria com ela?


"Chegou a hora de Manuela Ferreira Leite nos dizer o que é que o país mudaria com um Governo seu".

João Marcelino, "Diário de Notícias", 21-06-2008

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NOTA: Ora aqui está uma boa questão, que aplaudo. Cansados de ouvirmos falar mal uns dos outros, chegou a hora de a nova líder do PSD (ou PPD-PSD, como alguns gostam) nos dizer, olhos nos olhos, o que é que faria ou fará se um dia estiver à frente do Governo. De diferente e melhor, já agora. Já estamos todos cansados de mais do mesmo..., deixando o país e os portugueses a ver passar o comboio do progresso, rumo a outras bandas.

FM

APONTAMENTOS SOBRE RELAÇÕES IGREJA(S)-ESTADO (5)

Nas concepções tradicionais, o divino acabava por identificar-se com o universo, necessário e eterno. "Tudo está cheio de deuses", afirmou Tales. O cosmos era um deus perceptível sensorialmente, a totalidade do divino e do humano. Deus era mais um atributo do cosmos do que um sujeito. Confundia-se com a profundidade numinosa da realidade. Neste quadro, a afirmação do Deus pessoal transcendente e criador constituiu uma revolução na História da consciência religiosa e é o legado bíblico essencial à Humanidade. Num processo que culmina com os últimos profetas, no tempo do exílio na Babilónia (séculos VI e V a.C.), Israel, erguendo--se acima da hierogamia e do politeísmo, operou, com a fé monoteísta, "a sua grande revolução religiosa", como escreveu o teólogo X. Pikaza. Deus é transcendente ao mundo e, criando-o em liberdade, retira-lhe o carácter sacral. O mundo, agora, é simplesmente mundo, distinto de Deus. As realidades mundanas têm verdade em si mesmas, as suas próprias leis e autonomia. Esta foi a condição de possibilidade da secularização. Deus não se identifica com nada do mundo. Deus é, pois, infinitamente transcendente, independente e distinto e distante do mundo. Mas, paradoxalmente, por isso mesmo, é sumamente presente ao mundo enquanto criador e, porque o mundo é mundo e o Homem é Homem, pode revelar-se e o Homem pode aceitar pela fé ou rejeitar a sua manifestação. Na sua diferença, a proximidade de Deus com o Homem é de diálogo, ficando aberta a possibilidade do próprio ateísmo, que não existia numa concepção sacralizada do mundo. O mistério cristão da encarnação também pressupõe a diferença de Deus, do Homem e do mundo. Não admira, pois, que, nas suas origens, o cristianismo aparecesse como uma religião surpreendentemente "secular". Nas comunidades cristãs, havia ministérios e carismas, mas não uma casta sacerdotal. A liturgia consistia essencialmente numa refeição fraterna nas casas dos cristãos. Os presbíteros e quem presidia vestiam normalmente, mesmo na celebração eucarística. Usava-se a língua habitual, não havia templos. Foi tal o choque sobretudo por causa da inexistência de sacrifícios que os cristãos foram acusados de ateísmo. Como mostrou L. González-Carvajal, com o reconhecimento do cristianismo como religião oficial do Império, tudo se foi modificando, passando inclusivamente o cristianismo de religião perseguida a religião perseguidora. Apareceram os templos e a mesa comum da refeição familiar deu lugar ao altar. Se, no Novo Testamento, todos os cristãos eram considerados "santos", impôs-se a distinção entre o clero (a parte "sagrada") e os leigos (a parte "profana"). Ergueram-se barreiras entre o "presbitério" e o resto do templo: o lugar próprio do sacrifício eucarístico ficava reservado aos sacerdotes, que foram retirados da vida normal e sujeitos à lei do celibato. Só o clero podia distribuir a comunhão, pois as mãos "impuras" dos fiéis não deviam tocar os santos mistérios. Depois, monarcas reivindicaram o direito divino dos reis e papas formularam a teoria das duas espadas. Durou séculos a luta entre a Igreja e a modernidade e ao clericalismo contrapôs-se o anticlericalismo. De qualquer modo, mesmo se teve de impor-se à Igreja oficial, havia na Bíblia um fermento de laicidade. Foi assim possível o Estado moderno laico, no quadro de uma racionalidade da organização da vida colectiva, etsi Deus non daretur (como se Deus não existisse): não compete ao Estado decidir se Deus existe ou não, mas tratar dos negócios da existência em comum no mundo e defender a liberdade religiosa de todos. Claro que, de ambas as partes, haverá sempre a tentação do poder. E quem não sabe que, na sua dinâmica, o poder tende a ser total? Pelo seu lado, a Igreja só deveria reclamar liberdade. Sem privilégios. A título de exemplo: que interesse pode ela ter no casamento católico com efeitos civis? Não seria preferível, também aqui, separar águas? De qualquer modo, como escreveu o teólogo E. Schillebeeckx, a Igreja será cada vez mais uma "Igreja de voluntários". Anselmo Borges

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Igreja distingue Maria Helena da Rocha Pereira


Prémio homenageia percurso de vida e lembra importância dos Estudos Clássicos numa sociedade cada vez mais refém da tecnologia


A professora e investigadora de Estudos Clássicos Maria Helena da Rocha Pereira, catedrática da Universidade de Coimbra, recebeu esta Sexta-feira, em Fátima, o Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes, na sua quarta edição.
Ao receber a distinção, a universitária de Coimbra revelou-se grata, em especial pelo destaque dado à “área contemplada”, que considera estar “nos alicerces da cultura europeia e de todas aquelas, tributárias destas, de outros continentes”.
“Podem muitos dos nosso contemporâneos esforçar-se por esbater ou ignorar esta relação (com o mundo greco-latino, ndr), mas a verdade é que tentar fazê-lo é renegar a história, desconhecer a necessidade de aprender”, acrescentou.
Maria Helena da Rocha Pereira realçou que o latim e o grego têm estruturas “propícias ao desenvolvimento do raciocínio” e que dessas línguas brotam a maioria dos termos da linguagem científica e técnica de que nos servimos.
O Prémio, instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), procura destacar anualmente um percurso ou uma obra, onde os valores do Humanismo e da Experiência Cristã se achem reflectidos. Para a Igreja, a distinção entregue a Maria Helena da Rocha Pereira visa também lembrar a importância dos Estudos Clássicos numa sociedade cada vez mais refém da tecnologia.
Leia mais em Ecclesia

As Novenas

"Se a promessa era cumprida numa igreja ou capela das redondezas da Gafanha da Nazaré, regressávamos a casa onde nos era servido um pequeno lanche à base de tremoços, pevides e um ou outro bolito. Para regar o que se comia, bebia-se água do poço e em casos especiais lembro-me bem de ter bebido um pirolito (gasosa em garrafinha com uma bola de vidro a servir de rolha, fixa no gargalo pela pressão do gás do próprio líquido). Se era longe, a merenda era mesmo ali, no largo da capela ou da igreja, numa sombra qualquer, que naquelas idades nem se sentia a sua falta. Contavam-se umas histórias, cantavam-se umas cantigas, algumas religiosas e ao gosto da “dona” da novena, olhávamos uns para outras, e vice-versa, brincávamos, corríamos e saltávamos, e a um sinal da chefe estávamos de volta a casa, com uma tarde vivida de forma bem diferente, que naqueles tempos não havia televisões nem rádios para passar o tempo."
Leia mais em GALAFANHA

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