domingo, 20 de abril de 2008

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 74

Mapa decorativo das salas de aula

Aspecto de um museu de antiga escola primária
AS SALAS DE AULA

Caríssima/o:


Entremos então na sala de aula sem nos esquecermos de tirar a bóina ou o boné.
Junto da secretária, de pé, o/a professor/a já orienta o trabalho dos mais velhos. (Muitas vezes esta secretária está sobre um estrado: segundo uns para que todos os alunos melhor vejam a professora ou o professor; para outros será a afirmação da autoridade do mestre: está noutro plano!)
Por trás, fixado na parede, o quadro preto onde se faz muito do trabalho escolar – até houve quem escrevesse que “o quadro preto falava”! Recordo que, em época em que o papel era um bem escasso, lá se escreviam e faziam as contas e se resolviam os problemas, se demonstrava a caligrafia mas também a ortografia das palavras e, pasme-se, chegava-se ao ponto de se escrever o ditado (para o que se traçavam umas linhas quase paralelas ao comprido!)... Parece-me que estou a ver o pobre de mim todo torcido e em bicos de pés para chegar ao cimo e mais do que curvado para escrever na última linha. Os que estavam no lugar escreviam nas lousas, mas isso é outra conversa... Normalmente só havia um quadro preto; ter dois era um luxo!
No meio da parede, bem acima, estava o Crucificado, ficando dum lado a fotografia do Carmona e do outro do Salazar. (Era assim que dizíamos sem vislumbrarmos qualquer falta de respeito ou de nem sequer imaginarmos que alguém, supostamente mal intencionado, insinuasse que “Ele estava rodeado por dois ladrões”!...)
Por vezes, sobrava espaço para mapas que ali se quedavam sobrepostos e dependurados dum prego. Quantas viagens, agora ditas virtuais, efectuámos com a cabeça do dedo a rolar sobre os carris dos comboios!
Podemos ainda ver a caixa métrica que era uma sedutora para a nossa curiosidade: a sua porta vidrada fechava os segredos que mais para diante seriam desvendados. A balança, o metro articulado, os sólidos polidos, ... tudo “brinquedos” que víamos nas mãos dos da quarta classe e que eles guardavam como se de peças de um tesouro se tratasse.
E que mais?... Vejam lá que me esquecia de mencionar as carteiras, ai valha-me Deus que falta grave! Pois é, estavam alinhadas em três filas e davam em média para 40 (quarenta) alunos, sentados dois a dois; porém, chegámos a estar três e mais... Ainda hoje me pergunto como nos conseguíamos sentar, sendo certo que tínhamos de escrever e de fazer tudo o mais que a vida escolar desses tempos exigia...As carteiras eram de pau rosa, numa estrutura rígida em que o banco e a mesa de trabalho eram um todo; esta mesa era de plano inclinado. A dificuldade surgia quando a estatura do aluno não se coadunava com a altura da carteira!
Mas façam favor de entrar e de ver com os vossos olhos; é que agora até organizam museus onde conservam tudo... Portanto, é só observar; não mais palavras minhas.

Manuel

sábado, 19 de abril de 2008

FUGAS: Baixo Vouga Lagunar


No Baixo Vouga Lagunar, na zona da Ria de Aveiro, ao longo do percurso de Salreu, é possível encontrar uma enorme variedade de espécies de plantas e aves. A garça vermelha é uma das mais emblemáticas, mas Maria José Santana (texto) ficou particularmente deslumbrada com o frango d"água e a cigarrinha-ruiva, por causa dos sons que vão produzindo.
Reportagem no FUGAS, do PÚBLICO de hoje
NB: Foto da Quercus

SOPHIA NO PÚBLICO DE HOJE


Sophia de Mello Breyner Andresen

O PÚBLICO de hoje oferece a quem o compra uma pequena brochura com a biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen. São pouco mais de 50 páginas sobre a mais expressiva e laureada poetisa portuguesa do século XX. Não diz muito, mas diz o suficiente para uma primeira abordagem à sua vida e obra.
Em busca de sintonia perfeita com o Cosmos, como se sublinha no livrinho, Sophia encontrava aí a sua mais profunda fonte de inspiração.

“Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.”

E com este belo poema vos deixo, com votos de que a leiam. Hoje e sempre. Vale a pena.

FM

GAFANHA DA NAZARÉ É CIDADE HÁ SETE ANOS



A data não foi esquecida. Ainda bem. Ainda bem, porque o povo, com as suas múltiplas preocupações, não tem tempo para tudo. De qualquer forma, neste espaço de partilha costumo alertar todos os meus leitores para datas históricas, sobretudo as que me dizem respeito mais de perto.
Quando se lutou por este estatuto, como antes para a criação da freguesia e depois para a elevação a vila, não faltou quem discordasse, alegando que a Gafanha da Nazaré não tinha, ainda, estruturas de cidade. Nunca alinhei por esses protestos. É que, como sempre acreditei, se os não tem, tem de se esforçar por consegui-los.
Não duvido de que a Gafanha da Nazaré tem bastantes infra-estruturas, decerto, até, mais do que algumas cidades, mas também aceito que tem de conquistar outras, não de rajada, que isso é muito complicado em tempos de crise, mas paulatinamente. Contudo, com persistência e determinação. A comunidade vai crescendo e novos tempos exigem novas respostas sociais, culturais, cívicas, educativas, desportivas e de lazer, mas também religiosas. Mas isso só será possível se houver unidade e conjugação de esforços, entre toda a gente. Ficarem todos à espera de que alguém faça alguma coisa não leva a parte nenhuma. Hoje, porém, não falarei disso. Lembro só que vale a pena pensar em projectos que possam contribuir para o enriquecimento da cidade. Todos lucraremos.

FM
::

Lei nº 32/2001

(Publicada no Diário da República de 12 de Julho de 2001, nº 160, série I-A, página 4230)

Elevação da Gafanha da Nazaré,
no concelho de Ílhavo,
à categoria de cidade

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161º da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:

Artigo único: A vila de Gafanha da Nazaré, no concelho de Ílhavo, é elevada à categoria de cidade.
Aprovada em 19 de Abril de 2001.
O Presidente da Assembleia da República,
António de Almeida Santos

Promulgada em 7 de Junho de 2001.
Publique-se.
O Presidente da República,
Jorge Sampaio

Referendada em 29 de Junho de 2001
O primeiro-ministro,
António Manuel de Oliveira Guterres

BENTO XVI NA AMÉRICA


"É triste que tanta gente ache que a epidemia pedófila na Igreja foi uma inevitabilidade que decorre da intrínseca perversidade do clero; é triste que tantos outros considerem o caso um detalhe sem importância nem consequência. Creio, pelo contrário, que a pedofilia na Igreja foi um acontecimento repugnante mas evitável. E que muitos católicos ainda não se aperceberam do significado desta crise. Ainda há quem fale em acidentes isolados: mas foram cinco mil padres e 13 mil vítimas, só nos Estados Unidos. Que o clero católico, o mesmo que difunde uma ética exigente em tempos de caos ético, tenha estado implicado em tão grande escala em abusos de menores, eis o que não pode redundar senão em perda de autoridade moral e de confiança dos crentes."

Pedro Mexia escreveu hoje, no PÚBLICO, no caderno P2, um texto sobre a visita do Papa aos EUA. Para o ler, vá à página 2.

PONTES DE ENCONTRO


Velho, se posso e sei trabalhar?

Se já existiram tempos em que a velhice significava ter um estatuto, reconhecido, de honra, de dignidade, de sabedoria, de experiência ou de bom conselheiro, ela tende, cada vez mais, a representar um peso para a própria sociedade actual.
No dia 8 de Abril, do corrente ano, o Presidente da República, Cavaco Silva, proferiu um discurso na Fundação Calouste Gulbenkian, cujo tema era exactamente o envelhecimento.
No decorrer da sua excelente mensagem reflectiva (que deveria ser lida na íntegra), o Presidente da República afirmou, a dado passo: "No caso das empresas, questiono-me sobre se a obsessão sobre o contínuo rejuvenescimento dos seus trabalhadores se traduz sempre num ganho efectivo de eficiência e se tal não poderá contribuir para um défice de identidade, de cultura organizacional e, mesmo, de rentabilidade.”
O Presidente da República, que até é economista, sabe bem, apesar de o nunca dizer na sua comunicação, porque é que estas coisas acontecem: a busca imediata, e a qualquer preço, do lucro das empresas, sobretudo das grandes empresas de referência nacional ou internacional.
Cavaco Silva bem sabe que a lógica que vigora nestas empresas é uma lógica que visa despedir (usa-se a expressão “emagrecer”) trabalhadores experientes, competentes e úteis, usando como pretexto (falso) o rejuvenescimento dos seus quadros.
A rentabilidade e a produtividade destas empresas, só em caso muito excepcionais, passa por medidas, deste género, que são sempre bem definidas, pontuais e transitórias.
O que se pretende com estes despedimentos, camuflados de “emagrecimentos”, ou “rejuvenescimento”, é pagar, aos novos e poucos trabalhadores que são contratados, – que são, naturalmente, inexperientes – ordenados muito mais baixos e fomentar os vínculos contratuais temporários. Reforça-se, assim, a precarização do novo trabalhador, prejudicando-se, quase sempre o Cliente, pelos maus serviços que lhe começam a ser prestados e desumaniza-se a própria empresa e a sociedade, em geral.
É verdade que, no imediato, esta forma de gestão de recursos humanos dá lucro, quase instantâneo, e os accionistas entram em gáudio, só que isto implica custos elevados, a prazo, para todos: trabalhadores, empresas, sociedade, Clientes e o próprio Estado.
Pelo mundo fora, algumas das grandes empresas que adoptaram esta política desastrosa – social e economicamente – já mudaram a sua forma de actuar e começaram a contratar os trabalhadores que, anos antes, tinham dispensado.
Esta mensagem do Presidente da República merece a atenção de todos os portugueses, pois trata de assuntos que, no caso de ele estar a exercer as funções de Primeiro-Ministro, dificilmente abordaria,
São estas aparentes contradições de discurso, resultantes dos cargos que se ocupam numa ou noutra ocasião, que acabam por desacreditar os princípios da ética e da moral. Eu sei que o Presidente da República sabe que este modelo económico, a que alguns chamam de desenvolvimento e progresso, não pode continuar por muito mais tempo, pois, de outro modo, não fazia o que fez nem deixava os recados que deixou, como é óbvio, na Fundação Calouste Gulbenkian.
O nível de progresso de uma sociedade também se mede, cada vez mais, pela forma como ela vê e trata os seus idosos e não é conferindo-lhes o estatuto de inúteis ou de velhos, antes do tempo, quando estes estão em perfeitas condições para trabalhar, que ela é capaz de regenerar-se, humanizar-se, desenvolver-se e progredir solidamente. Em vez disso, regride, e não progride; escraviza e não liberta; discrimina e não congrega; divide e não une; desumaniza e não humaniza. No fundo, deseja que o homem acredite que já o não é, para que ponha em causa, o mais possível, a sua própria identidade.


Vítor Amorim

sexta-feira, 18 de abril de 2008

ARTESÃOS DA REGIÃO DE AVEIRO





A região de Aveiro é rica em artesanato. Naturalmente, também em artesãos.

Fotos do meu arquivo. Clicar nas fotos para ampliar.




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