sábado, 12 de abril de 2008

O CARAMULO DE CASAL AMIGO


Tenho muitos amigos. Terei, decerto, também alguns inimigos. Dos primeiros lembro-me sempre. Dos outros, raramente. Dos amigos, frequentemente, aprecio a disponibilidade, a abertura ao diálogo, a franqueza, a compreensão e a paciência com que me ouvem.
Dos amigos recordo as conversas, as intimidades, os projectos em comum, os passeios partilhados, a atenção com que me acompanham nos momentos difíceis. De todos gostaria de contar histórias dessas amizades, mas reconheço que não é fácil. E alguns, disso estou certo, talvez nem gostassem. As intimidades de algumas cumplicidades são para ficar entre amigos.
Mas hoje, a propósito das fotos que publico do Caramulo, permitam-me que recorde momentos agradáveis em que um casal, servindo de cicerone, me mostrou a serra, levando-me a conhecer recantos que nem a minha imaginação poderia suspeitar. E com que disponibilidade o fez, de mistura com o prazer de quem mostra tesouros pouco vistos.

FM

APONTAMENTOS SOBRE RELAÇÕES IGREJA(S)-ESTADO (1)


1 A declaração do arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa - "o Estado democrático não pode ser militantemente ateu" - só pode entender-se como manifestação de profundo desagrado face ao Governo actual. Mas é incorrecta e infeliz. De facto, vive-se, em Portugal - e bem - num Estado laico, portanto, com separação da(s) Igreja(s) e do Estado, de tal modo que este não pode ser militantemente ateu nem militantemente católico ou muçulmano, por exemplo. No domínio religioso, é sua função salvaguardar e defender a liberdade religiosa de todos.
Pode ler todo o artigo de Anselmo Borges, no Diário de Notícias

EDUCAÇÃO, JÁ!


Foram necessárias umas imagens televisivas (neste caso gravadas por um telemóvel) para que os portugueses se pusessem a falar sobre a violência e a indisciplina que se vai fazendo sentir em alguns estabelecimentos de ensino, em Portugal.
A constatação de que vivemos numa sociedade apática ou conformada, cansada ou anestesiada, e que só se dá conta de que as coisas existem ou acontecem quando aparecem na televisão, parece evidente. Teremos que aguardar que novas imagens surjam, na TV, para continuarmos a falar deste ou de outros assuntos? Se resposta é sim, mal vamos!
E que dizer das 184 denúncias, por violência, recebidas pela linha SOS Professor? E das 7028 ocorrências, que vão do furto à agressão, registadas pelo programa Escola Segura? Tudo isto, e muito mais, são dados relativos, apenas, ao ano lectivo 2006-2007!
Provavelmente, para alguns, o mais fácil é dizer que a culpa é dos pais e as coisas já poderiam ficar por aqui, quanto a responsáveis.
Os sindicatos, dirão que os professores não têm meios para exercerem a sua autoridade profissional na escola e a culpa, sendo, também, dos pais, é, em primeiro lugar, do Ministério da Educação.
Se ouvirmos os pais, a responsabilidade é dos professores, que deviam exercer a sua autoridade, mesmo sobre os seus próprio filhos, apesar de existirem pais que, logo que podem, vão, eles próprios, agredir os professores, sempre que estes exercem a autoridade, resultante do exercício da profissão de educadores dos filhos. Paradoxos!
Há quem diga que o estatuto do aluno não fomenta a autoridade dos professores e das escolas, por ser demasiado brando, já que a sanção máxima prevista é a da transferência do aluno para um novo estabelecimento de ensino, o que pode ajudar a indisciplina.
Dizem, outros, que o sistema de sanções, além da transferência, é muito burocrático e moroso, o que desmotiva os professores em aplicá-lo, daí a permissividade.
Já no passado dia 3 de Abril, do corrente ano, o P.G.R. afirma que já há crianças, a partir dos seis anos, com pistolas nas escolas, para não falar das centenas de facas ou navalhas que circulam no interior e exterior dos estabelecimentos de ensino.
O Ministério da Educação, não podendo negar os factos, diz que está tudo controlado.
Se somarmos a isto a droga, que vive, lado a lado, com estes estabelecimentos, ou seja, com os alunos, temos uma situação muito preocupante na educação, em Portugal.
Talvez por nunca ter sido professor, não consigo entender como é que estes podem dar aulas quando têm medo dos alunos, dos pais e sei lá mais do quê! Serão mesmo aulas?
E mesmo que haja pais que não eduquem os filhos, isso implica que os professores deixem de ter autoridade para exercer as suas competências profissionais?
É verdade que a escola pública reflecte muito do bom e do mau que afecta a sociedade. Neste caso, um mal profundo, sinal de uma grave crise de valores, permissiva, sem referências de conduta e sem regras para uma socialização sã e solidária.
Há que dar, rapidamente, os instrumentos que devolvam às escolas e aos professores a legítima autoridade e disciplina, que devem exercer, em tempo útil e eficaz para todos.
Aos alunos e encarregados de educação devem ser dadas a conhecer as “regras da casa”, sempre simples, claras, de fácil interpretação e aplicação para todos.
Exigir resultados e objectivos bem definidos e rápidos a toda a comunidade escolar é o mínimo que se lhe deve pedir. Só assim, se podem separar os que teimam em não cumprir as regras estabelecidas, legitimamente, daqueles que cumprem e se esforçam em obter os melhores resultados escolares possíveis.
É tempo de se começar a saber com quem se conta para ensinar e disciplinar e com quem não se conta para aprender e obedecer.
Vítor Amorim
Nota: Foto do meu arquivo

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Imagens de Aveiro

 


Aqui fica um desafio, muito simples, para visitarem a cidade dos canais. Presentemente, o turismo cresceu imenso

Blogues aumentam transparência


Diz o Jornal de Notícias de hoje que o guru da blogosfera Bruno Giussani defendeu ontem, em Lisboa, nas Conversas da Unicer, que os blogues aumentam a transparência das empresas e a sua proximidade com o público, clientes e accionistas, dando-lhes a sensação de que conhecem, entendem e participam no funcionamento da companhia.
Para o investigador, empresário e ex-director de estratégia do Fórum Económico Mundial de Davos, o "blogging" é "um desafio" que precisa de ser interiorizado, fomentado e aprendido pelas empresas, até entrar na rotina.Apesar dos cerca de 20 mil "bloguistas" portugueses, as empresas nacionais ainda são muito cépticas na sua utilização, facto que Giussani atribui à relutância histórica e cultural quanto ao aumento da transparência. Admitiu riscos, raros, de divulgação de informações confidenciais.O primeiro blogue nasceu 1994, pelas mãos de Justin Hall. Hoje são mais de 112 milhões em todo o mundo.

NOTA: Aqui está um tema interessante para reflectir. Há blogues com mais leitores do que muitos jornais, por exemplo. Com leitores fiéis e participativos, o que torna a comunicação mais rica. Quando houver uma maior desinibição e um maior reconhecimento da importância dos blogues, na difusão de ideias e na implementação do diálogo a nível global, passaremos a ter uma sociedade mais próxima. E se os blogues apostarem, de facto, no que as pessoas têm de mais positivo, mais fraternidade haverá no mundo.
FM

Multibanco chega ao telemóvel

O Jornal de Notícias informa hoje que os clientes dos três operadores móveis podem, já, efectuar nos seus telemóveis operações que habitualmente realizam nas Caixas Automáticas Multibanco, como o carregamento de telemóveis, a consulta do saldo bancário ou o pagamento de serviços.
Dia a dia somos surpreendidos, ao acordar, com avanços tecnológicos, quantas vezes muito longe da nossa imaginação. Na verdade, não podemos pôr de lado qualquer descoberta, por mais estranha que possa parecer. O problema, agora, está, realmente, em pensarmos no que possa acontecer amanhã, ao acordarmos.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Padre Fernandes morreu aos 97 anos

Fiquei hoje surpreendido com a morte do Padre Fernandes. Eu sei que todos caminhamos para o fim da vida terrena e que o antigo prior da Vera Cruz, em Aveiro, já estava com idade avançada. Mas a morte, por mais esperada que seja, surpreende-nos sempre.
O Correio do Vouga trouxe-me a triste notícia, o que me levou a recuar no tempo, para recordar muitos encontros que ambos partilhámos ao serviço da caridade cristã e da solidariedade social. Ele na qualidade de presidente do Centro Social Paroquial da Vera Cruz, de que foi fundador, e eu dirigente da Obra da Providência e da delegação em Aveiro da União das IPSS.
O Padre Fernandes foi um sacerdote que se deu por inteiro à Igreja e ao Povo de Deus que espiritualmente lhe estava confiado. Contudo, ele foi, entre nós, um pioneiro da acção social, cuja faceta não pode ser ignorada. E com que entusiasmo se deu à causa das famílias e pessoas que mais precisavam, quando se confrontavam com situações difíceis.
Homem atento, disponível, sempre aberto ao diálogo, dificilmente, porém, aceitou a idade como limite para o serviço da Igreja. Um dia, com aquela alegria no rosto de todos bem conhecida, garantiu-me, com alguma vaidade, que era o decano dos párocos diocesanos. E quando eu lhe sugeri que tinha uma linda idade para descansar, ficou sério e, de dedo em riste, disse-me: “Isso nunca; estarei ao serviço da Igreja até morrer.”
Boa resposta, esta, do Padre Fernandes. Que Deus o tenha na Sua glória.
FM