quarta-feira, 9 de abril de 2008

Médicos de centros de saúde voltam a estar disponíveis para ir fazer consultas a casa
Domicílios foram desaparecendo porque médicos não são pagos pelo acto e têm que custear a deslocação. "População habituou-se a chamar a ambulância e ir para o hospital", diz Luís Pisco
Estar doente e ter um médico que vai a casa fazer a consulta tornou-se uma raridade nas últimas décadas. As excepções quase só são abertas para pessoas acamadas. A partir de Maio há médicos que vão passar a receber 30 euros por cada um destes actos. Mas os efeitos do novo modelo organizativo de centros de saúde (Unidades de Saúde Familiar - USF) neste tipo de consulta já se nota, revela um estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa).
In PÚBLICO online, na página 4

terça-feira, 8 de abril de 2008

PORTUGUESES NO MUNDO


“O Lago Azul”

Ler é um prazer. E quando as leituras incidem sobre livros bem escritos, em toda a linha, então o prazer sai redobrado. Mais ainda: quando se trata de bons romances históricos, na minha óptica, que não passo de um leitor comum, maior é o prazer de ler.
Depois destes condimentos, que à partida garantem um gosto enorme, “O Lago Azul”, de Fernando Campos, não podia deixar de me levar até ambientes de tempos que já lá vão, há muito, com guerras e interesses de toda a monta a traçarem destinos de nações e pessoas. Pessoas que na altura ditavam leis, quantas vezes bélicas, que envolviam, naturalmente, a arraia-miúda. E os portugueses, neste caso, derrotados cá por casa, por lá andavam, quais mercenários, servindo senhores ao sabor de quem melhor pagava.
O primogénito de D. António, Prior do Crato, casa na Holanda com uma princesa. Um católico casa com uma calvinista, por amor. Mas depois…
Depois, a filha mais velha, Maria Bélgia, que também casou por amor, ao sentir-se traída pelo marido, vinga-se. O fio do romance, entretecido na história da época, fica para quem gostar de ler.
Só mais uma consideração: Os romances são, reconhecidamente, os melhores retratos dos que construíram a história das nações e dos povos. Neste caso, os leitores ficam com uma ideia interessante e mais ou menos conhecida: os portugueses andaram mesmo por todo o mundo, ao sabor do vento que lhes convinha, é certo, mas também aderindo a jogos contraditórios, nem sempre compreensíveis.

FM

COSTA NOVA ANTIGA





Para os mais saudosos, mas também para os curiosos.
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Na Linha Da Utopia




E o lugar das grandes questões?

1. São as grandes perguntas que conduzem às grandes respostas. Frequentemente, em trabalhos com as mais novas gerações, deparamo-nos com um “sinal” destes tempos: muitas vezes estamos tão preocupados e preparados em dar as grandes “respostas”, todavia, a perguntas que nem sequer existem… Quantos caminhos de possíveis e urgentes reflexões a serem realizadas não partem do ponto de partida? Quantas oportunidades perdidas (ou pelo menos adiadas) em darmos passos adiante naquilo que é o reflectir para desenvolver mais e melhor a qualidade de humanismo, de valores, das relações, da própria democracia em pluralismo, e, em última (e primeira instância), do próprio sentido da vida?!
2. A par da resposta de que “não há tempo”, a onda vai mais no sentido das “coisas” que da ordem do pensar as grandes questões do nosso tempo. De quando em quando, isso sim, quando uns “safanões sociais” lideram as notícias, então aí apercebemo-nos de que temos de construir alicerces…mas logo tudo passa! Das coisas mais alarmantes quanto ao futuro, algo talvez nunca visto (até porque as “juventudes” são fenómeno recente na vida das sociedades), é um vazio “à deriva” em termos de ideias e práticas. É um facto preocupante que, para além de haver sempre uma elite solidária esforçada em causas (claro!), a “grande massa” recebe pouco dessa chama e vive uma indiferença aprendida também por gerações precedentes e pelos “fáceis” modelos sociais reinantes.
3. O próprio valor das palavras vai-se abrindo a novas dimensões, e mesmo aquilo que era o “entretenimento” há uma década, hoje, em determinados quadrantes de vidas, ocupa um lugar não periférico mas é centro da vida. Como que a “brincar”, as coisas vão mudando, e caminhando para a superficialidade do não se perguntar sobre os “grandes porquês”. Dizemo-lo sem pessimismos…como se o “antes” fosse sempre melhor; falamos com realismo preocupante no sentido de que parece que tardamos a compreender que os problemas deste século XXI não são tecnologias nem ciências, são sim “relacionamentos”. Ou será que só na tempestade dos “11 de Setembro” despertamos para além do visível?...
4. Enquanto não conseguirmos criar uma “ponte” que ilumine de referenciais estimulantes a “massa social” em torno das grandes questões (que são culturais e éticas), o tempo da vida fica aquém, ou vai-se mesmo distanciando, de um ideal de fraternidade; valor este proclamado no estado de direito há mais de dois séculos, mas só numa iluminação superior de há bem mais séculos é que se pode inspirar, compreender e viver. As grandes questões têm de existir, se não existem têm de se provocar. A fim da apatia anémica não triunfar. Afinal, é o desígnio de uma sociedade aberta, participativa e solidária, o decisivo teste às juventudes de hoje!

Alexandre Cruz

HOMENAGEM AO PADRE ANTÓNIO VIEIRA

Na Biblioteca Municipal de Aveiro, 17 de Abril




O Grupo Poético de Aveiro vai homenagear, no próximo dia 17 de Abril, quinta-feira, pelas 21.45 horas, na Biblioteca Municipal de Aveiro, o Padre António Vieira, com uma comunicação de Joaquim Correia.
Sublinha o Grupo Poético que se trata de uma homenagem a “um homem notável”, que foi, “para além de um orador sacro e fiel à sua condição de jesuíta”, um missionário e defensor dos fracos, “combatendo a sua exploração e escravização”. Ainda “lutou pela abolição da distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, entrando em conflito com a Inquisição”. Morre a 18 de Julho de 1697, com 89 anos, no Brasil.
O Grupo Poético de Aveiro lembra, no convite que dirige a toda a gente, que Fernando Pessoa o considerou o “Imperador da Língua Portuguesa”.
Entrada livre.

Museu Marítimo de Ílhavo mais rico


Uma colecção do Capitão Marques da Silva enriquece, desde sábado, o acervo do Museu Marítimo de Ílhavo e pode ser visitada até 27 de Abril. Não pude estar presente na sessão de abertura, como era meu desejo, por razões pessoais ligadas a uma outra actividade, marcada há muito tempo, mas nem por isso quero deixar de frisar a importância desta exposição, que hei-de ver por estes dias.
Há muito que aprecio o envolvimento do Capitão Marques da Silva em actividades culturais ligadas ao mar, de que é profundo conhecedor e grande divulgador, por várias formas. Por isso, esta colecção não pode deixar de ser apreciada por quantos, de algum modo, se identificam com os temas marítimos.
Diz Álvaro Garrido, director do Museu, que “As peças de sua [Capitão Marques da Silva] autoria que agora confiou ao Museu Marítimo de Ílhavo exprimem talentos diversos que acrescentam ao seu curriculum de mar as facetas de modelista exímio e de pesquisador metódico, sempre preocupado com o alcance pedagógico dos seus modelos, desenhos e estudos de carácter monográfico sobre embarcações tradicionais”. Por tudo isto, não deixe de passar pelo Museu de Ílhavo.
FM
Nota:Ilustração do "site" do Museu Marítimo de Ílhavo

Uma imagem de Portugal


Que Augusto Brázio é um fotógrafo fabuloso já o sabíamos. Diante da difícil prova que é fotografar um rosto ele sai quase sempre vencedor. E eu diria que é porque não o quer capturar. Mesmo próximos, os rostos mostrados por Brázio, mantêm a sua distância e reserva. Olham para nós, mas a partir do que lhes é próprio. Por isso, nunca são planos, nem banais. Porém, mesmo sabendo isso, a fotografia com que ele acaba de ganhar o prémio fotojornalismo de 2008, tirou-me, por momentos, a respiração. Sem perceber como, os olhos já estavam embaciados, e o tempo corria sem que eu tivesse coragem de passar à notícia seguinte.
A legenda da imagem diz: «O INEM presta assistência a uma mulher de 19 anos cujo terceiro filho acaba de nascer em casa. Lisboa, Fevereiro de 2007». «A mulher de 19 anos» é uma rapariga de um dos bairros pobres da capital, estendida numa maca de ambulância, a cabeça reclinada ao lado direito, presa a uma máscara de oxigénio, enquanto abraça com delicada firmeza o seu recém-nascido. Ela tem uma camisola ou um roupão rosa e o filho está (como o Outro Filho, de que reza a história) «envolto em panos», de cor azul.
Quem já contemplou uma «Madona con il Bambino», de Rafael, Boticelli ou de qualquer um dos grandes mestres já viu tudo o que aqui tem diante dos olhos. O mesmo grito impávido, um inenarrável desamparo, o mesmo abraço fragilíssimo e poderoso àquele que gerou. E a certeza de que nenhuma história é mais humana e mais sagrada do que esta. Mas, nem por isso, perante esta fotografia nos deixa de sobrevir uma vontade de chorar.
Portugal é um país estranho. As estatísticas dizem que o número de pobres não deixa de crescer, e o desnível económico entre os grupos sociais é um dos mais altos entre os países da Comunidade. As notícias sobre compensações e reformas milionárias chocam-nos cada vez mais remotamente. A euforia de um liberalismo arcaico, travestido de modernidade, aparece como receituário. E a inconsciência social ganha espaço como se fosse uma fatalidade. A imagem de Augusto Brázio vale por milhares de palavras.

José Tolentino Mendonça

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