quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

SÃO GONÇALINHO, EM AVEIRO

Ilustração de Jeremias Bandarra para a capa do livro "Confraria de S. Gonçalo"


Um exemplo para muitas comissões de festas

Em torno da veneração que o São Gonçalinho suscita, em Aveiro, sinto vontade de partilhar com os meus leitores o bem que pode ser feito com as festas em honra dos santos.
Sendo certo que as festas que se vivem pelas nossas paróquias, na sua maioria, se ficam muito pelo banal, sem inovações significativas, acho que São Gonçalinho está a dar um mote de mudança.
Ao olhar para o programa, vejo que, entre a tradição das cavacas, atiradas do cimo da igreja em cumprimento de promessas, há acções que alinham noutro sentido: Lançamento de um CD-Rom, “São Gonçalinho contado às Crianças”; Exposição de Fotografia, na Galeria dos Paços do Concelho, dedicada ao santo da Beira-Mar, patente até 3 de Fevereiro; e uma Oficina Didáctica, de 15 de Janeiro a 7 de Fevereiro, no Museu da Cidade de Aveiro, denominada “São Gonçalinho Pés de Barro”, promovida pela Câmara Municipal, contando com a colaboração da artesã Alberta.Cultura, arte, movimentação de pessoas de todas as idades, história, tradição e devoção, tudo à volta de São Gonçalinho. Exemplo, afinal, para muitas comunidades, que se ficam, quase sempre, por banalidades.
FM

Prémio “Entidade Pública” para o Porto de Aveiro




O Porto de Aveiro recebe hoje, quinta-feira, dia 10 de Janeiro, pelas 18 horas, no Meliá Ria Hotel & Spa, em Aveiro, o Prémio “ENTIDADE PÚBLICA” que lhe foi atribuído pela Região de Turismo Rota da Luz. O galardão é justificado pela or-ganização como o “reconhecimento do mérito da actividade desenvolvida pelo PORTO DE AVEIRO ao longo de 2007 em prol do Turismo da Região”.
A atribuição dos prémios preten-de “manifestar público apreço a quem se distingue, anualmente, na valorização do Turismo na Região”.

Fonte: Porto de Aveiro
Foto: Paquete Athena

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

UMA PEDRADA POR SEMANA


Quem ficou de fora
da multidão solidária?

Um mundo de gente sentiu, mais uma vez, o coração mais voltado para os outros no tempo de Natal. Um outro mundo de gente, diariamente esquecida, humilhada e sofredora, sentiu, mais uma vez, que, afinal, apesar de tudo ainda está viva, porque outros, que nem conhece, se lembraram dela e tiveram para com ela gestos de carinho, de amor e de partilha.
No fim, fez mais e maior bem a si próprio quem fez bem aos outros, deles se lembrou e com eles partilhou amor, tempo, pão e algo mais. E, quem sabe, se esta sensação de fazer bem não vai mesmo deixar o coração para aí inclinado e para prosseguir…Numa sociedade que parece e aparece cada dia mais interesseira e menos gratuita, é consolador e positivo verificar quanta gente, neste tempo de graça, se movimenta a favor dos outros. É verdade que ainda fica muita outra de fora e sem se aperceber do que perdeu. Uns acham que não têm obrigação, outros que o seu natal tem programas mais aliciantes, outros ainda porque ninguém os ajudou a olhar para dentro de si e para lugares e pessoas para os quais nunca olham.
No fundo, as omissões dos que fazem alguma coisa podem ter sido ocasião para que outros tenham ainda desta vez ficado fora da cadeia longa do bem-fazer.
Pode ser de interesse que cada um de nós se examine sobre o que fez ou não fez neste Natal. Pobre não é só aquele a que falta muita coisa. Pobre é, também, o que só se preocupa consigo e precisa de ser acordado e incomodado. Por fim até agradece.

António Marcelino
Fonte: Correio do Vouga

Imagens da Gafanha da Nazaré









JARDIM 31 DE AGOSTO
Há dias passei pelo Jardim 31 de Agosto, no centro da cidade da Gafanha da Nazaré. Olhei à volta e registei algumas imagens para partilhar com os meus amigos. Em especial com os que, longe da terra, têm saudades desta região, que o mar e a ria tornam mais apetecível. Hoje, recebi um e.mail do Canadá, de alguém que não esquece a Gafanha da Nazaré, cidade que um dia a marcou, quando veio de férias com o marido. Quer ver imagens desta região. Aqui vão elas, com muito gosto.


Na Linha Da Utopia




EUA, mais que uma eleição

1. Já foi dado o arranque para as eleições americanas. Um acontecimento que encherá as páginas dos jornais mundiais mais para o final do ano. Há dias alguns comentadores diziam que 2008 já será um ano bom só pelo facto de W. Bush sair do poder. Efectivamente, a conjuntura dos mandatos do presidente republicano, a dúvida milimétrica da sua reeleição, o avanço do unilateralismo impulsivo sem “ligar” à comunidade internacional como resposta ao 11 de Setembro, a despreocupação ambiental, faz com que o seu nome fique registado na história não pelos melhores motivos.
2. Também ninguém duvida que os dias seguintes ao lunático atentado de Nova Iorque, para qualquer presidente que fosse de qualquer nação, representam um choque a que, inicialmente, o pragmatismo socorrista de Bush revelou alguma lucidez, mas que, todavia, mais a frio, não seria consequente... No final do seu mandato, restará perguntar como teria sido Bush sem o 11 de Setembro? Mesmo para além das ideias e dos tempos de seu pai, teria assinalado o seu mandato com esta impressão digital da “força”, de forma precipitada e despreocupada em actuar sem sentido de comunidade?
3. Como a história não é feita de “ses”, daqui a 20 anos este será recordado como o presidente da potência ferida, o presidente do 11 de Setembro 2001 que deixará por longas décadas essa espinha cravada na garganta americana em que nada fora como dantes; será também o “presidente do Iraque”, o comandante do “atoleiro” americano dos inícios do séc. XXI. Em toda a conjuntura do tempo histórico vivido nesta década, e quer se queira quer não, esta eleição que se prepara em 2008 é muito mais que uma eleição americana. Todos os candidatos falam da “mudança”, o grito de apelo do mesmo povo “guerreiro” que depois dos atentados pediu uma resposta condigna a Bin Laden…
4. De uma forma ou de outra, a mudança virá. Mas se ela consegue recolocar os Estados Unidos num diálogo parcelar com as outras nações na base do direito internacional e no papel determinante das Nações Unidas, é tarefa que pelos “anos perdidos” levará tempo a recompor. A herança é pesada, e, nem que não queira, o próximo(a) presidente dos EUA tem que “carregar” o peso de erradas decisões da administração Bush. Enquanto isso, o mundo vai mudando, o seu centro já é a Ásia. A geopolítica do futuro diz-nos que (historicamente, ganhe Barack Obama, ganhe a mulher Clinton) os contrapesos políticos em oito anos mudaram, e ainda, há que contar novamente com a sedenta Rússia.
5. Uma coisa é certa, como em todas as encruzilhadas, a SABEDORIA será o caminho... Será que também aqui o chamado mundo rico Ocidental está a perder terreno?!

Alexandre Cruz

Não vai haver referendo



O Tratado de Lisboa não será referendado, garantiu o primeiro-ministro, José Sócrates. A Assembleia da República, numa democracia representativa como a nossa, terá, a meu ver, capacidade e liberdade para aprovar tratados entre Portugal e os demais países do mundo. Penso que nunca foi preciso referendar qualquer tratado. Por que motivo teria este de ser aprovado por referendo, quando se sabe que esta via democrática não tem vingado no nosso País?
Andam alguns partidos aflitos a reclamar o referendo. Gostaria de saber para quê. Será que querem a saída da UE?
Uns dizem que o referendo é uma promessa eleitoral. Mas não é verdade que toda a gente sabe que as promessas eleitorais não passam de promessas, nem sempre exequíveis? Não tem sido assim com todos os partidos que passaram pelo Governo?
Claro que eu defendo a honestidade, na política como em tudo, como fundamental na vida de todos. Mas não sei se seria bom que os partidos cumprissem tudo o que prometem. Eu não concordo com muito do que é prometido, mesmo quando os políticos garantem que se trata do progresso civilizacional, como disse o primeiro-ministro, há dias, ao referir-se à lei do aborto.
Neste caso do Tratado de Lisboa, estou contra o referendo, como já disse neste meu espaço. Se não referendámos a entrada na Comunidade Europeia nem a adesão à moeda única, por que carga d’água haveríamos de referendar este tratado?
Será que alguns partidos advogam a saída da UE? Se é isso, que o assumam e que sejam claros. Eu cá prefiro continuar no rol dos 27. O que seria de nós, se estivéssemos de fora?

FM

Na Linha Da Utopia




Os reversos do pragmatismo

1. É bem verdade que, em determinadas circunstâncias, há que agarrar as problemáticas com o espírito de decisão e determinação. Quanto maiores forem as vicissitudes mais o apuramento do sentido prático ganhará revelo. Mas não será neste aspecto prático das resoluções que estará o “busílis” das questões fundamentais. O povo, da sua sabedoria demonstradamente longínqua, concluiu que “depressa e bem há pouco quem”. Apela-nos este chavão a uma leitura contextual, ampla, abrangente das realidades e complexidades, contrariando assim a visão simplista e afunilada das coisas.
2. Saliente-se que o necessário sentido prático (sempre reconstrutivo) como finalidade de todos os conhecimentos não exclui, na sua essência, a profundidade levada até à existência reflexiva para decisões globais e mais servidoras. Assim, não há incompatibilidades entre o ser-se prático e o ser-se reflexivo, aliás quanto mais este pendor pensante progredir mais a qualidade (em quantidade) triunfará. Aspectos bem diferentes, que valerá a pena destacar, são os pragmatismos apressados, menos bem pensados, inconsistentes, de pés de barro, que mais representam impulsos voluntaristas que, com o passar dos dias, significarão o andar para trás…
3. Muito do pragmatismo precipitado que, qual novo empirismo (da imagem), vemos em muitos dos impulsos mediáticos têm esses pés de barro a desmoronar-se. A “coisificação” da vida, o ser-se não reflexivo e não pensante, a despreocupação pela profundidade das culturas, das razões e do sentido da vida, vão reduzindo cada vez mais os alcances dos ideais, fazendo baixar, drasticamente, a fasquia dos “objectivos de vida”. É neste pântano empírico, pragmático (da exaltação do prático, é barato e dá milhões!) ilusório que se sente o hiato da inexistência de pontes (de sentido) com futuro.
4. À medida que os pragmatismos vão subindo aos múltiplos tempos e lugares, as sensibilidades transformam-se em números, no ter nos números, e nas incapacidades de se construir um desígnio comum participado, onde o “outro” diferente tenha lugar. Poder-se-á dizer que, da raiz do ocidente (Platão), a meta continua a ser a “felicidade”. Pelo pragmatismo, atingiremos a felicidade? Na resposta da história, não. Se épocas existiram em que o empirismo floresceu, ele representa só o “caminho”, não a meta final. Os tempos que vivemos vão transformando o “meio” das coisas no “fim” da vida, por isso estamos “no meio da ponte”.
5. As pragmáticas lideranças que só olham para a frente, também, desafiam os cidadãos humanos a pensar nisto. Para que não andemos aos solavancos, mas nos construamos mais e melhor nos consensos fundamentais.

Alexandre Cruz

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