quinta-feira, 6 de dezembro de 2007


NATAL
:
Um anjo imaginado,
Um anjo dialéctico, actual,
Ergueu a mão e disse: — É noite de Natal,
Paz à imaginação!
E todo o ritual
Que antecede o milagre habitual
Perdeu a exaltação.

Em vez de excelsos hinos de confiança
No mistério divino,
E de mirra, e de incenso e oiro
Derramados

No presépio vazio,
Duas perguntas brancas, regeladas
Como a neve que cai,
E breves como o vento
Que entra por uma fresta, quezilento,
Redemoinha e sai:


À volta da lareira
Quantas almas se aquecem
Fraternamente?
Quantas desejam que o Menino venha
Ouvir humanamente
O lancinante crepitar da lenha?

Miguel Torga

In “POESIA COMPLETA”

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 50



FESTA DAS CRUZES OU DO ABRAÇO

Caríssima/o:


“Por fim, em Guardão (Vila do Caramulo), Festa das Cruzes ou do Abraço (quinta-feira da Ascensão) com bênção dos campos (ritual propiciatória da abundância). Há quem lhe chame Festa das Ladainhas com o abraço das cruzes (processionais) de vários povos em redor, cerimonial ligado à lenda de batalha dos infiéis e o povo de Guardão festejou com abraços depois da vitória. “
Assim podíamos começar a conversa que pessoa amiga puxou e toda ela está envolvida em lenda. Mas afinal onde fica Guardão?

«Freguesia do concelho de Tondela e do distrito de Viseu, possui uma área de 18.700 km2.
Enquadrada pela Serra do Caramulo, dista cerca de 20 km da sede concelhia e abrange as seguintes povoações: Cadraço, Carvalhinho, Caselho, Ceidão, Guardão de Cima, Guardão de Baixo, Janardo, Jueus, Laceiras, Caramulo, Pedrógão.
A antiguidade da povoação, anterior à fundação da Nacionalidade Portuguesa, é comprovada pelo Castro de São Bartolomeu, situado num cabeço a 631 metros de altitude, onde se encontram inúmeros vestígios de outras épocas, como cerâmicas ou moedas medievais, cuja origem se desconhece, mas que facilmente se poderá ligar à existência de uma feira na região, desde o período de formação de Portugal.
Pensa-se que Guardão constituiria um dos extremos da "civitas" romana.»

Afinal como se processa o “abraço”?

«Enfeitadas com ouro, laços e flores, as cruzes saem em procissão das respectivas Capelas, levando na frente o pendão da freguesia. Encontram-se todas no adro da Capela de São Bartolomeu, seguindo os cortejos, depois, um por um, para a Igreja de Nª Sª dos Milagres.
Pelas dez horas da manhã, chegam as primeiras cruzes, as de Santiago, depois as de Santa Eulália e, por fim, as de Castelões.
À chegada das primeiras cruzes, anunciadas pelo tocar do sino, saem da Igreja Matriz as cruzes de Guardão, dirigindo-se para o largo, junto do cruzeiro, de modo a receberem aí os primeiros cruciferários. À medida que vai chegando cada um dos cortejos, cumpre-se o ritual do “tocar das cruzes”, até que, no final se unem todas “como num abraço”.

Este cerimonial que se realiza, segundo a população, há mais de mil anos, pretende recordar e homenagear o abraço dado pelos habitantes aos soldados que ali, um dia, lutaram contra os Mouros, expulsando-os, definitivamente, daquela região.»


Um tanto longe do tempo, entremos no espírito deste abraço e brindemos com o povo!

Manuel

Na Linha Da Utopia

SEM DILEMAS, COM REALISMOS 1. A complexidade da vida em sociedade democrática faz com que os dilemas que, de quando em quando se vão levantando, sejam ineficientes em ordem a um sempre maior desenvolvimento futuro. Dilemas como “público ou privado”, “tecnologias ou filosofias”, “igrejas ou estados”, “máquinas ou pessoas”, quando ainda tornados presentes espelham uma visão parcelar (quando não mesmo radical) da realidade que é bem mais abrangente que qualquer esquema predefinido. Quando se quer considerar a realidade como se ela fosse “preta ou branca” estamos diante de uma visão pragmática e tecnocrática que se fica pela rama… O tempo histórico dos dilemas na abordagem social, como se esta pudesse ser vista numa linha instrumental, teve a sua época e quando ainda brilham reflexos desta forma de pensar será porque as bases de uma memória aberta e consciente andam pela rama. 2. A própria história, na sua construção (dialéctica) em crescendo é mesmo assim, e tantas vezes as querelas culturais entre os conservadores do passado e os progressistas do “amanhã” ocuparam demasiado espaço, como se a história das pessoas em sociedade fosse algo desgarrado da vida simples e concreta e não tivesse a capacidade razoável de ser receptora dos impulsos renovadores. (Por vezes assim foi!) Um desses momentos marcantes, que valerá a pena recordar, de tensão entre o passado e o futuro foi a famosa crise cultural francesa dos fins do séc. XVII, a designada de “Querela dos Antigos e dos Modernos” (1687-1715); uma “guerra” cultural na viragem do século e no fim de uma época. Dizem os estudiosos que este tempo, em muito, preparou as ideias futuras, mesmo nas ciências das sociais e psicologias. 3. Sendo certo que os tempos de mudança acelerada (como a globalização presente) desafiam grandemente à consistência dos valores essenciais, verificamos que diante das tensões e fragmentações sociais ganha essencial importância o equilíbrio de pontes entre o passado e o futuro. A mudança (silenciosa) de paradigmas em andamento que vão transformando as concepções de Família, Escola, Religião, Estado, Comunicação (on-line)… precisam de novas pontes de entendimento e não de dilemas que separam toda a densidade da realidade, hoje em “rede”. Neste procurado equilíbrio, não há fórmulas, na certeza de que o futuro daqui a uma década será muitíssimo diferente do passado de há dez anos. Basta ouvir os sentimentos que pairam nas “ruas” do mundo para que a apreensão se transforme em pontes de realismo para um saudável futuro. Na obra “As Chaves para o séc. XXI” (com a UNESCO, 2000), sublinha-se que este não pode ser um monólogo tecnológico, mas de diálogo entre as pessoas. Aqui todos os instrumentos podem ajudar, mas tudo depende, cada vez mais, dos valores realistas dos utilizadores. Afinal, sempre assim foi! Alexandre Cruz

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO


Celebra-se hoje, 5 de Dezembro, o Dia Internacional do Voluntariado. Penso que ninguém no mundo ignora a impor-tância de quem se dedica ao serviço dos outros, em especial dos que mais precisam. Os voluntários estão por toda a parte, servindo, gratuitamente, quem está necessitado do essencial para vi-ver. Há organizações vocacionadas e organizadas para responder às mais variadas solicitações, tanto nos campos de guerra como nas zonas de catás-trofes naturais. Tanto junto de quem passa fome e sofre de doenças graves como dos que se encontram perseguidos pelas suas ideias políticas ou religiosas. Seria extensíssima a lista de quem precisa da acção generosa dos voluntários. Mas todos sabem que é assim, pelo que me fico por aqui.
Quero, contudo, enaltecer quem se dá sem esperar nada em troca. Quem vive para os outros. Quem está sempre atento a responder a situações de carência.
Por isso, esta nota, com uma sugestão. Quem puder, e todos podemos duma forma ou outra, dê um pouco de si a quem mais precisa. Nem que seja, apenas, um sorriso e uma palavra de conforto.

FM

Gafanha da Nazaré: Adjudicada requalificação do Jardim Oudinot


A obra de requalificação do Jardim Oudinot, que se encontrava a concurso público, já foi adjudicada ao consórcio Conduril, SA e Rosas Construtores, SA. O espaço está transformado daqui a cinco meses


O concurso público para a execução da obra de requalificação do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, foi, anteontem, adjudicado pelo Executivo municipal, ao consórcio Condurir, SA e Rosas Construtores, SA. A obra, com um valor estimado de cerca de três milhões de euros, tem um prazo de execução de cinco meses. O processo seguiu, agora, para visto do Tribunal de Contas, perspectivando-se o início da obra já para o próximo mês.

Ler mais em Diário de Aveiro

LÍNGUA PORTUGUESA


Língua Portuguesa vai dispor de portal
a partir de meados do próximo ano



A Língua Portuguesa vai dispor, a partir do segundo semestre do próximo ano, de um portal – Lingu@e – que visa pensar a língua em termos práticos, como disse ontem Rui Machete. O presidente da Fundação Luso-Americana de Desenvolvimento (FLAD) falava em Lisboa, no âmbito do protocolo ontem assinado entre esta fundação, o Instituto Camões e o Gabinete em Portugal do Parlamento Europeu, que tornará possível colocar o portal na Internet.
Actualmente o portal, “em fase bastante embrionária”, como disse Rui Vaz, do Instituto Camões, está ligado ao site deste instituto, http://www.instituto-camoes.pt. A sua presidente, Simonetta Luz Afonso, disse à Lusa que “em finais de Maio, princípios do segundo semestre, o portal entrará em funcionamento pleno”.
A responsável salientou que o português, sendo falado “por apenas 10 milhões de pessoas na Europa, é falado por 230 milhões no mundo”, sendo a terceira língua europeia mais falada internacionalmente. Este portal visa debater o Português no âmbito da problemática do multilinguismo europeu e “como a Língua Portuguesa e outras línguas comunitárias globais podem ser instrumento de projecção das relações exteriores da União Europeia”.
Paulo de Almeida Sande, do Gabinete em Portugal do Parlamento Europeu, referiu, a propósito, que esta assembleia parlamentar “é um exemplo de como conciliar 23 línguas oficiais diferentes” e que o portal permitirá “registar” grande parte do debate que se faz a propósito do multilinguismo. “Será um instrumento não só de diálogo como um repositório de documentos produzidos pelos vários debates que se têm feito sobre o multilinguismo”, disse. O portal terá sete temas de debate, cada um com um coordenador específico.


Leia mais em PÚBLICO on-line

ARES DO OUTONO


ILHA DE SAMA OU ILHA DO REBOCHO
As tecnologias fazem por vezes quase o impossível. Na Gafanha da Nazaré, junto ao Porto de Pesca Longínqua, vê-se ao longe a célebre Ilha de Sama, também conhecida por Ilha do Rebocho. O que mal se vê ou vê mal a olho nu pode ser ampliado por qualquer razoável máquina fotográfica. O que fica, nesta fotografia, é uma imagem do abandono a que foi votada a ilha. A casa em ruínas dá a sensação de que é filha de guerra ou de puro esquecimento. Numa zona turística talvez a ilha pudesse ser devidamente aproveitada. Outrora foi propriedade agrícola, não sei se muito ou pouco produtiva. Mas tinha alguma vida. Hoje, está em agonia plena.

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