sábado, 1 de dezembro de 2007

NATAL


Até ao Natal de Jesus Cristo, 25 de Dezembro, por aqui hão-de passar, como é meu desejo, sinais desse marco histórico que mudou o mundo. Em prosa ou em verso, em fotografia ou noutros registos, esta será uma maneira simples de saudar quantos passarem, mesmo de fugida, pelo meu blogue. Obviamente, gostaria que outros se associassem a esta minha intenção, partilhando, assim, cada um e todos, um Natal de mais paz.

Simples VERSOS Simples


Simples VERSOS Simples

Simples Versos Simples
Brotam do meu coração
Em manhãs serenas
Em tardes amenas
Ditados pela emoção

Ditados pela emoção
Cantados por minha’alma
Simples Versos Simples
São sinais de ternura
Da vida já vivida
São sonhos de venturas
Por viver

Fernando Martins

1º de Dezembro



Ainda não perdemos a dignidade
de Nação livre e independente



Não sei se muitos portugueses ainda sabem que dia se celebra hoje. Dia 1º de Dezembro, feriado nacional, para recordar a célebre data histórica do ano 1640. Depois do domínio filipino, que durou 60 anos, um grupo de portugueses restaurou a dignidade nacional, proclamando rei D. João IV, o então duque de Bragança e a residir em Vila Viçosa. Diz a história pátria que foi dia grande, com o povo a festejar o feito levado a cabo por um grupo organizado de patriotas.
Que é feriado, julgo que toda a gente o sabe. O significado e a importância do que se celebra penso que pouca gente estará interessada em saber. Julgo também que, se viéssemos para aqui, agora, falar do patriotismo daqueles heróis, ainda alguém ficaria ofendido. Porque para alguns, infelizmente, já é politicamente incorrecto falar de patriotismo. Nunca percebi porquê. Nem estarei, nesta idade, com tempo para descobrir a vergonha com que alguns escribas e falantes fogem à ideia de patriotismo, considerando-a ultrapassada.
Contudo, não me coíbo de dizer que o amor à Pátria, no qual fui educado, devia ser regra de conduta diária de quem educa. A nossa juventude, penso eu, só ganhará se for encaminhada para os valores que enformaram as nossas raízes e que são os alicerces sólidos de uma nação independente.
Recordar os feitos dos nossos antepassados, muitos dos quais construíram o nosso País com muito amor e com muitos lágrimas, é obrigação de todos. Sem complexos e com orgulho. Somos uma das nações mais antigas da Europa. Demos novos mundos ao mundo. A Língua Portuguesa pode ouvir-se e falar-se nos quatro cantos da Terra. Fomos muito poderosos e hoje estamos na cauda da UE a nível económico. Mas, que eu saiba e sinta, ainda não perdemos a dignidade de Nação livre e independente, orgulhosa do seu passado, atenta ao seu presente e confiante no seu futuro.

Fernando Martins

DEUS CONTRA DEUS?

1. Embora ao princípio tenha sido ignorada, trata-se de uma obra decisivamente importante: O Mundo como Vontade e Representação, de A. Schopenhauer. "O mundo é a minha representação", assim começa, pois é sempre com a nossa estrutura humana que o captamos. Mas o Homem não se reduz ao conhecimento. Antes de pensarmos, vivemos: respiramos, comemos, bebemos, movimentamo-nos. Somos um corpo vivo que quer viver. No mais fundo de nós, somos vontade de viver, e a mais forte expressão dessa vontade está no sexo e no instinto de reprodução. Toda a vida orgânica é manifestação dessa vontade. É aterrador o que se passa na selva - também na "selva humana". Mais: a vontade está na raiz das manifestações da natureza inorgânica - pense-se na potência que põe os astros em movimento, na energia nuclear, na força de atracção e repulsa dos elementos, nas tempestades, nos terramotos, nos vulcões. O universo, aparentemente sereno, é um reboliço infindo, gigantesco. Foi também aqui que Nietzsche veio beber a sua teorização da vontade de poder e do super-homem. O que é a moral vulgar senão a manifestação do ressentimento dos fracos contra os fortes? 2. Já não se repara nisso, mas o cristianismo é realmente um paradoxo e um escândalo. Jesus disse que veio para que tivéssemos "a vida e a vida em abundância". Ele é a "ressurreição e a vida". Mas a vida que ele traz não é a vida para os mais fortes. Os preferidos são os fracos, os doentes, os aleijados, os pobres, os coxos, os cegos, os leprosos, as prostitutas, os pecadores públicos, os marginalizados pela sociedade, os excluídos pela religião. E são precisamente os poderosos que em coligação o excluem do mundo, condenando-o à morte e morte de cruz - a morte dos escravos. Portanto, Jesus aparece sem poder. Ele é Deus derrotado pelos poderosos, coisa nunca vista nem ouvida. São Paulo percebeu o escândalo, dizendo que só pregava Cristo, e Cristo crucificado. Aos Coríntios escreveu: "Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria, nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios." E foi ao Areópago, em Atenas, pregar "o Deus desconhecido", que ressuscitou Jesus. Agora, "quem quiser ganhar a vida deve perdê-la, quem a perder por amor ganha-a". É tal o paradoxo que, aqui, se agita uma pergunta tentadora: Porque não criou Deus um mundo mais amoroso e menos violento? Não foi o Filho "vítima" do Pai criador, como se Deus lutasse com Deus? 3. Os seres humanos debatem-se com três impulsos - manifestações fundamentais da vida como potência - de cuja gestão depende uma vida humana boa para todos: o prazer, o ter e o poder. Alguns dos primeiros cristãos resolveram a questão de modo radical, entregando o poder a César, renunciando ao casamento, dando os bens aos pobres. A sua fidelidade era facilitada pela convicção da chegada iminente do Reino de Deus, com a segunda vinda de Jesus. Se o Reino de Deus, aquele Reino onde Deus reina e onde não haverá escassez nem exploração nem dor nem morte e se realizarão todas as esperanças, está para chegar, César que fique com o poder, efémero, a questão do casamento não se põe, já não se trabalha e tudo é comum. Depois, foi o que se sabe. Até o Papa se declarou "sumo pontífice", sucedendo ao imperador, os bispos ocuparam palácios, os cristãos mataram e mataram-se por causa do prazer, do ter e do poder. Jesus ainda não voltou, e a vida sem algum prazer não tem interesse; para haver futuro, é preciso continuar a gerar; a economia tem de funcionar, e não há comunidades humanas sem um mínimo de exercício do poder. Assim, o desafio essencial para os cristãos é a gestão do prazer, do ter e do poder, no horizonte da mensagem de Jesus com as bem-aventuranças: "Felizes os pobres em espírito, os mansos, os misericordiosos, os que choram, os puros de coração, os que se batem pela justiça..." Mas já Nietzsche se queixava: "Cristãos? Só houve um, e morreu na cruz." Depois, veio a Igreja e "o Disangelho". Anselmo Borges

Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro

Na antiga Capitania, 15 de Dezembro



“PORTUGAL NA ÉPOCA DA ABERTURA DA BARRA”

“No próximo dia 15 de Dezembro, vai realizar-se, no edifício da antiga Capitania de Aveiro, uma conferência subordinada ao tema “Portugal na época da abertura da Barra”.
A conferência, com início previsto para as 17 horas, será proferida pelo Comandante Rodrigues Pereira, Director do Museu da Marinha e ex-Capitão do Porto de Aveiro. Esta iniciativa integra-se nas comemorações do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

CATÓLICOS E VIDA PÚBLICA



Teve lugar no passado fim-de-semana, em Madrid, a nona edição anual do Congresso 'Católicos e Vida Pública'. Com mais de 1500 participantes, o evento decorreu num ambiente de tensão crescente entre o Governo socialista e a Igreja católica. No centro das preocupações dos congressistas esteve a procura de um equilíbrio entre a presença pública da Igreja e o reconhecimento do pluralismo da sociedade espanhola.
George Weigel, o biógrafo norte-americano do Papa João Paulo II, apresentou uma das muitas contribuições interessantes para esta reflexão. Apresentando-se como teólogo católico e cidadão de uma das mais antigas democracias do mundo, Weigel perguntou o que pede a Igreja ao Estado. E respondeu basicamente duas coisas: espaço e abertura intelectual. Nada mais, porque a Igreja não tem uma proposta política, e nada menos, porque ela também não abdica do seu ministério independente da palavra, do sacramento e da caridade.
Exigir espaço - social, legal, político, até psicológico - implica reclamar que o Estado seja uma entidade limitada: pelo costume, ou pelo hábito moral e cultural, e pela lei. Esta limitação do Estado é a primeira condição de uma democracia pluralista. Ao recusar a absolutização da política, o princípio do Governo limitado abre espaço a uma interacção livre, vigorosa e civilizada entre várias propostas de ordenação da vida pública, nenhuma das quais é investida de autoridade última. A democracia é impossível quando a política é absolutizada, porque a política de absolutos é necessariamente a política da coerção.
A segunda coisa que a Igreja pede ao Estado, segundo George Weigel, é que mantenha uma atitude de abertura intelectual. Isto significa em termos gerais, que o Estado não pode adoptar uma filosofia particular, muito menos tentar impô-la aos cidadãos (ou aos seus filhos). Em particular, a Igreja reclama do Estado que ele mantenha uma abertura intelectual relativamente a um aspecto específico: a possibilidade de redenção.
Este é um aspecto curioso, que ilustra a interpretação não jacobina de laicidade. Por um lado, a Igreja recusa a teocracia e a existência de religiões oficiais. Por outro lado, a Igreja recusa que o Estado adopte como sua filosofia a hostilidade contra a religião. Por outras palavras, a Igreja reclama do Estado uma posição de abertura que contenha a possibilidade da verdade da religião.
Em termos práticos, isto significa que as duas principais reclamações dos católicos, segundo George Weigel, devem ser a liberdade religiosa e o respeito pelo pluralismo das instituições intermédias. O resto cabe aos católicos conquistar pela persuasão e pelo testemunho.

João Carlos Espada



Advento à porta




Hoje, na cidade, passei pelo Fórum, uma bela sala de visitas de Aveiro. Os sinais da festa que se avizinha aí estão, como desafio à nossa imaginação para a vivermos em plenitude, dentro do possível. O sector comercial, importante na vida, já está a mexer-se, acordando-nos para a realidade natalícia, revivida ano após ano. E que estaremos nós a fazer para, ao nível espiritual e social, não perdermos a ocasião de renascermos para mais um ano?

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