terça-feira, 6 de novembro de 2007

Gafanha do Carmo



PARÓQUIA EM FESTA

A Gafanha do Carmo celebra hoje, com uma missa solene, às 20.30 horas, e uma exposição, a criação da paróquia, o que aconteceu em 6 de Novembro de 1957. Completa, portanto, meio século de vida. A criação de freguesia teve lugar, porém, três anos depois, em 17 de Setembro de 1960.
No “site” da Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Gafanha da Encarnação, pode ler-se: “A Gafanha do Carmo é um local aprazível e simpático para viver. As pessoas são acolhedoras, generosas e traduzem o espírito natural e bruto de uma aldeia em desenvolvimento mas que não consegue esquecer os traços do seu passado e as marcas rígidas e pouco instruídas dos seus antepassados históricos. Pode-se afirmar que quase metade da população desta Gafanha está emigrada, como reflexo das carências de trabalho e de vida social que outrora esta povoação sofreu.”

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Na Linha Da Utopia



UMA TOLERÂNCIA HUMANIZADA

1. Na noite de última terça (30 de Outubro) uma notícia abalou a Itália. A agressão mortal de um imigrante romeno contra uma mulher italiana, Giovanna Reggiani, tem feito correr muita tinta, tanto pelo cruel e condenável acto em si como pelos seus efeitos sociais. De urgência, o governo reuniu e fez aprovar um decreto-lei que permite a expulsão de estrangeiros dentro da União Europeia que cometam crimes considerados graves. Dessa forma, expulsa-se o criminoso e tudo ficará resolvido… (?). Resta saber se os crimes cometidos por cidadãos naturais de Itália merecem algo de semelhante… Ou será o crime em Itália exclusivamente cometido por imigrantes?!
2. Não haja dúvida que a medida do governo cai bem, é popular. Na busca de segurança, não se sabendo como, começa-se a olhar em volta e nada como afastar os que chegaram há pouco tempo, esses que (muitas vezes vítimas de governos ditatoriais de seus países) fazem os trabalhos pesados que as sociedades do luxo já não querem fazer… Satisfeito pela cómoda solução encontrada, desabafa o líder Romano Prodi: ”Fizemos o que devíamos fazer…”; só faltaria acrescentar: que vão para outro lado desde que não matem em Itália!...
3. A vítima de 47 anos tinha prestígio, era esposa de um capitão da marinha, facto que dá nas vistas, pois continua a haver uns mais iguais que outros. Quanto ao faminto jovem romeno Romulus Nicolae Moilat está preso (haverá alguma coisa do Rómulo, fundador de Roma, nisto?!... Significado do ponto a que chegaram as sociedades e a ineficiência humanizadora dos Estados europeus? Certamente que não!...). Em Itália, os ecos estendem-se e os sentimentos são de exclusão da comunidade romena. Na imprensa italiana e europeia, surgem perguntas sintomáticas como “a Europa acede a uma nova era de intolerância?” (The Independent).
4. As sociedades da razão cómoda estão a ser grandemente interpeladas por acontecimentos deste calibre. E se muitas vezes se pergunta sobre “o que fizemos” para que este ou aquele facto ocorresse, melhor seria que perguntássemos sobre “o que fazemos efectivamente” por uma justa distribuição dos bens. Quantas explorações dos europeus ao longo dos séculos têm sido a estratégica manutenção do subdesenvolvimento dos “outros”... Um novo realismo tolerante deverá caminhar a par das estratégias como busca de soluções globais; crime tanto o pode fazer o imigrante como o autóctone. À condenação veemente do horrendo crime, responder de forma intolerante agrava a ferida e multiplica a intolerância. Diante de problemática tão complexa importará ir às raízes e aí repensar a tolerância como factor de humanização da própria humanidade. A montante e a jusante; o futuro precisa, não há alternativa.


Alexandre Cruz

INSENSIBILIDADES

O CASO DA FUNCIONÁRIA QUE TEVE DE REGRESSAR AO TRABALHO SEM QUASE SE PODER MEXER Vi e li, na comunicação social, mais um caso de insensibilidade protagonizado por uma Junta Médica da Caixa Geral de Aposentações. Uma funcionária autárquica foi obrigada a regressar ao trabalho, não obstante a sua real situação de incapacidade física. Quem assim decidiu vê mal, pelos vistos. Ou então, deduziu, inexplicavelmente, a meu ver, que a funcionária estaria a fingir que estava doente O ministro das Finanças mandou reapreciar o caso e disse, na televisão, que situações destas não podem repetir-se. Neste meu espaço de partilha já disse, mais do que uma vez, que o Estado é uma entidade sem alma e sem sentimentos. As pessoas têm-nos, disso ninguém duvida, mas na prática, face a leis cegas, também os julgadores ficam cegos, muitas vezes. É triste sentir que no dia-a-dia é tal como digo. Na Gafanha da Nazaré já tivemos uma situação dramática. A Manuela Estanqueiro, professora bem conhecida entre nós, foi vítima da insensibilidade de uma Junta Médica. Cancerosa em último grau, foi também obrigada a regressar ao trabalho. Morreu pouco tempo depois. Mas a denúncia da cegueira da Junta Médica foi divulgada pela comunicação social, o que gerou grande revolta entre quem a conhecia. Novos casos surgiram à custa da sua morte, o que levou o Governo a reformular a lei, cuja aplicação tarda. Será preciso que outros funcionários morram? Infelizmente, parece que sim. Somos o País que somos, com os legisladores que temos.

Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré

JANTAR DE CONVÍVIO

O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré programou um jantar para convívio e angariação de fundos. Será no dia 17 de Novembro, pelas 20 horas, no restaurante Clássico, esperando-se a participação de muitos amigos deste grupo que tem por missão descobrir e mostrar as nossas tradições etnográficas. Penso que esta vai ser uma boa oportunidade para conviver à volta da mesa, ouvindo e cantando modas antigas. Inscrições junto dos membros do grupo.

domingo, 4 de novembro de 2007

CAPITAL DO PANTANAL




O Pantanal, região paradisíaca do Brasil, tem mesmo paisagens de sonho. E as suas gentes, segundo penso, devem ser pessoas puras, como puros são os horizontes que encantam os nossos olhos. Amigo radicado no Brasil teve a gentileza de me sugerir que apreciasse este recanto brasileiro. Já apreciei. Aqui fica a minha partilha.
:
Para ver mais, clique PANTANAL

Na Linha Da Utopia


O REGRESSO AOS VALORES

1. Têm crescido as notícias, de norte a sul, que nos mostram a insegurança em que vivemos. Das ruas públicas às escolas de todos, também esse “medo” vai registando casos de preocupante violência gratuita, a que poderemos juntar a marginalidade e como causas a desestruturação de muitas famílias, a ociosidade e a pouca esperança (espelhada nas médias de separações…) que paira mesmo sobre as novas famílias. Uma novíssima configuração social vai emergindo, mais ao sabor das pragmáticas urgências diárias que de um “plano” sonhado e idealizado que rasgue no horizonte uma sábia esperança que sabe aprofundar e amadurecer as convicções de VIDA em que se alicerçar.
2. Aos “vazios” que, mais dia, menos dia, sempre geram descompromissos e instabilidades nas sociedades, as respostas dos sistemas sociais estão aí. Estão a ser “hoje” multiplicadas as legislações em todos os quadrantes, dos estatutos e regulamentos às normativas legais decretadas; para alunos, professores, trabalhadores, condutores; na rua, na estrada, na praça, no hospital, na escola… Há dias veio da OCDE mais um daqueles relatórios europeus que nos deixa a pensar; a infeliz conclusão é que somos os mais desconfiados da Europa. Afinal, toda esta carga de legislação fiscalizante (que alternativa?) acaba por ser a confirmação dessa desconfiança. E como se mais legislação fosse sinal de mais estabilidade!
3. Se as respostas sociais são marcadamente no plano das consequências (do mal já feito ou do mal a evitar), eis que só poderá estar mesmo a chegar o tempo em que apostemos na iluminação POSITIVA de tudo, pois é na raiz da árvore que estará a garantia do bom fruto. Fale-se mais do regresso aos (e dos) Valores Humanos, das atitudes pessoais e comunitárias que nos realizam como pessoas e cidadãos; fale-se, pela positiva, dos deveres humanos como plataforma sustentável dos direitos; vença-se o “tanto faz” e perca-se o receio de proclamar os princípios e os valores fundamentais e estimulantes sobre os quais dar raiz e sentido à vida a ao bem comum; veja-se o compromisso, a responsabilidade, a ética, o “dever”, a pontualidade, o rigor…como elementos bons, gratificantes e óptimos para o SER e para rumarmos ao futuro melhor que sempre desejamos (mas pouco alimentamos).
4. Só os Valores Humanos, apreciados, apre(e)ndidos e acolhidos darão os frutos de uma sociedade mais segura, mais confiante e mais esperançosa, porque mais humana. Os valores serão essa aposta no “cavalo certo” da raiz; as leis e codificações, necessárias como regulação…, mal vai quando elas se tornam importantes demais. É sinal de que os valores da liberdade andam meio perdidos... Regressemos a essa fonte original dos valores, reconhecendo e promovendo o valor dos Valores. Valorizam-se as (necessárias) normativas legais… e a correspondente aposta (essencial) nos Valores? (Falamos dos Valores Humanos dignificantes, daqueles que vencem o subjectivismo, que em todo o tempo e lugar são o princípio e a sustentabilidade da vida, da sociedade, de tudo!)

Alexandre Cruz

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 45

Egas Moniz


A GRADE DE OURO E A FONTE

Caríssima/o:

Certamente que vais ler e não tens qualquer reacção; é normal, mais lenda menos lenda...
Então vamos à leitura que no final contextualizo esta introdução:

«Decerto que Avanca – rica em episódios protagonizados por mouras encantadas, bruxas e lobisomens – é a freguesia do concelho de Estarreja onde se notam mais as marcas das tradições lendárias. Mesmo assim é a pátria de um dos espíritos científicos mais destacados deste país, Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina em 1949.

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