Uma entrevista para ler...
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O alto representante das Nações Uni-das para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio, exortou ontem à noite, em Nova Iorque, à colaboração da sociedade civil, dos líderes religiosos e do sector privado na promoção do entendimento e na cooperação.
O ex-presidente português, que se dirigiu pela primeira vez aos países da ONU, desde que assumiu o cargo, no debate temático informal convocado pela presidente da Assembleia-Geral, Sheika Haya Rashed Al Khalifa, intitulado "Civilizações e os Desafios para a Paz e a Segurança Mundiais", reconheceu que se vive hoje num mundo "polarizado", mas rejeitou "o fatalismo" da expressão "choque de civilizações".
Como enviado especial, Jorge Sampaio assinalou que fará tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar as relações interculturais, negando-se a aceitar a premissa da confrontação de civilizações, por considerar que isso equivale a uma rendição e a afirmar que os problemas não se podem resolver.
Sampaio reconheceu que a identidade cultural e as crenças são exploradas com motivações políticas, defendendo, por isso, que é necessário implementar iniciativas que permitam estabelecer pontes para o diálogo.
"A tendência emergente ao extremismo não é problema de sociedades ocidentais e muçulmanas, também afecta outras comunidades", salientou.
O responsável disse que tentará impulsionar iniciativas com os governos destinadas a reforçar a democratização, o respeito pela lei e os direitos humanos.
"Devemos trabalhar juntos para que os compromissos adquiridos na Aliança das Civilizações se convertam em resultados", afirmou.
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Fonte: PÚBLICO on-line