quinta-feira, 29 de março de 2007

Barra de Aveiro


200 anos da Barra de Aveiro


No dia 3 de Abril, com a conferência ibérica subordinada ao tema “Qualidade global dos portos”, têm início as comemorações do bicentenário da abertura da Barra de Aveiro (1808 – 2008), cujo programa se prolonga até Setembro de 2008.
:
Leia mais em CV

Um artigo de António Rego


Juntar os inimigos


Não é possível. Europa e Cristianismo não podem estar de costas voltadas, como se em ambos caísse um arrufo irremediável. Sobram razões para se não entenderem separados. A roda do tempo abriu trilhos em muitas direcções. Por isso se tornam possíveis desencontros e novos encontros. O momento que vivemos parece de distanciamento ou mesmo de relações cortadas. Aquilo a que se chama laicismo revela-se cansado e impaciente do que lhe parece ter sido o clericalismo, com intromissões indiscretas do Cristianismo, das Igrejas em concreto, no curso da história e da cultura. As Igrejas, em particular a Católica, ficam perplexas com os receios do mundo laico, temeroso que os sinos das catedrais lhes perturbem as marchas da liberdade.
Possivelmente, de parte a parte, há razões subterrâneas ou ressentimentos acumulados que originaram fantasmas. E turvaram, primeiro os discursos, depois o olhar que, obviamente tem um alvo comum: o homem do nosso tempo. Da Europa. Que, quer se queira ou não, é um motor da civilização e cultura, um gerador único de história e fé no complexo xadrez, cada vez mais desmultiplicado, da humanidade.
As correntes espiritualistas do Oriente, os compactos raciais das Américas, as etnias de África, os novos sinais do mundo árabe, as perspectivas de Deus e do homem na filosofia actual – na teórica, mas sobretudo na prática – relançaram as grandes interrogações ao homem de hoje que os novos sinais emitidos pela economia, técnica, comunicações, valores, exaltações e perdas, exprimem de forma muitas vezes contraditória. E tornam, por isso, o homem carente de referências profundas de identidade.
Conhecer a Europa é um fascínio. Mas, no Norte ou no Sul, no Oriente como no Ocidente, não se entende o velho Continente sem o traço luminoso da fé cristã que desde o início o construiu, atravessou e o teve por companheiro numa marca inapagável para o resto do mundo. Seria bom que nestes cinquenta anos do Tratado de Roma, Cristianismo e Europa fizessem uma festa. Sem esquecer afinações que sempre se exigem num percurso longo, onde o humano e o divino se cruzam com naturais tensões.
Um dos grandes feitos da Europa nos pós-guerra foi juntar os inimigos. Um ponto que é a própria essência do cristianismo. E um princípio básico de entendimento. A partir daqui todos os passos de aproximação são possíveis.

Um artigo de Alexandre Cruz


União
(na diversidade)
Europeia
::



1. A Europa festeja os seus 50 anos! Foi a 25 de Março de 1957 que no Tratado de Roma seis países assinaram a (parceria do carvão e do aço como) fundação da Comunidade Económica Europeia. Cinquenta anos depois, foi em Berlim que os chefes de Estado e de governo, do Ocidente e do Leste, do norte e do sul da Europa, representando 500 milhões de cidadãos do continente azul, assinaram o registo histórico da efeméride. Um pouco por toda a Europa, nuns países mais que noutros, dependendo do entusiasmo europeu, a lembrança cinquentenária do Tratado de Roma foi oportunidade de reflexões históricas, avaliações do difícil presente e, essencialmente pois “é dia de festa”, de celebrações do meio século de um projecto agora bem mais alargado e (que se quer) de horizontes sociais amplos.
2. Nem ilusões, nem desilusões! Não poderão os momentos de impasse actual que a Europa atravessa na sua própria identidade ofuscar toda uma imensa realidade de sucessos no caminho assumido e vivido neste meio século histórico, os primeiros 50 anos sem guerras no continente e o tempo de ousadas parcerias quer continentais quer sectoriais. Sendo certo a mudança dos tempos e a realidade de que os políticos presentes, na generalidade, não “viveram” a origem da Europa, será um exercício fundamental, para que não se perca a memória, o entender em que bases começou esta inédita caminhada, em que património de valores assentou a coragem de avançar, o compreender como foi possível dar-se início a um processo desta grandeza que, qual semente, vai germinando sendo imparável a sua viagem. Lembre-se que a cidade das comemorações destes 50 anos foi Berlim, uma cidade dividida há cinquenta anos em plena frente da guerra-fria; esta progressiva consciência de uma comunidade europeia, com inícios de base económica (é certo), foi alastrando um espírito aberto, social, até à festa que nestes dias vestiu a cidade berlinense outrora dividida pelo “frio” europeu.
3. Sem facilitismos nem ingenuidades! Nestes dias muito se acentuou a “farsa” esforçada da Declaração de Berlim. Sublinhe-se que o que se fez na Europa em 50 anos foi algo de absolutamente histórico; ter a ilusão de que “de um dia para o outro” todas as pontes se criam será não ter a noção de consciência das profundas fracturas das guerras de séculos, ora por questões religiosas em intolerâncias, oras as guerras provocadas pelas ideologias totalitárias do século XX. O fosso entre muitos países europeus era tremendo há cinquenta anos, o que, a par dos imparáveis tempos de globalização, ergue como caso único no mundo esta construção da União Europeia. Unidade que não poderá querer dizer unanimismo, seria pura ingenuidade. Só na diversidade, acolhendo a riquíssima história de cada nação e criando “pontes” de cooperação inclusiva naquilo que poderá ser enriquecimento para todos, só numa base de união na diversidade haverá Europa. Querer que todos assinem tudo, quando se trata de matérias acessórias, será querer colocar o mundo na mão. O processo europeu é mesmo isso, “processo”.
4. Sem mendigar nem esquecer! Em certas matérias parece que vivemos o pagamento da factura histórica agravada com um certo diálogo de surdos. Enquanto a questão de se colocar ou não a referência ao Cristianismo estiver posta da forma como está, com o próprio Papa a solicitar esse reconhecimento e alguns chefes de estado a alinharem por um lado e outros por outro, … assim a coisa não vai lá. Primeiro porque em termos históricos algumas vezes essa solidificação do cristianismo como elemento de unidade foi instaurada na base da “força” (o que de todo não interessa lembrar pois acentua a separação de exclusão entre “nós” e os “outros”, o que não é nada bem vindo em tempos globais); depois, porque na consideração patrimonial das presenças no “espaço europeu” será necessário colocar não só o Cristianismo mas também (primeiramente) todas as outras religiões, filosofias, culturas, o que antes e durante fez (e faz) parte da história europeia (este terá de ser um pedido de honestidade intelectual também a ser apresentado; o “venha a nós” resulta ao contrário!). É que só na base desta abertura a toda a realidade sócio-religioso-cultural haverá o terreno capaz (porque afastador dos laicismos vazios) para se apreciar e reconhecer aquelas forças vivas que nortearam uma “identidade de unidade europeia”, esta sempre em construção. Só em reconhecido pluralismo cultural a beleza da diversidade será apreciada e dará contributo para a construção identitária.
5. Que futuro? Os discursos diplomáticos foram e são sempre de esperança (mas damos lugar a ela na re-ligação do essencial e na noção de dignidade da vida humana?), de liberdade (que liberdade – a da revolução das luzes que exclui o “outro”? - e que lugar na sensível responsabilidade altruísta da sua vivência na Europa?), da solidariedade (quanto menos a Europa se reencontrar nos valores humanos que quer para si neste tempo, menos a solidariedade será ensinada e apreendida). Uma Europa sem alma de generosidade, como os pais europeus nos ensinaram, será um “espaço do Euro”, vazio e frio, que perderá as suas tradições e as suas praças comuns… e que, na ausência de população, daqui a 50 anos povoará as suas freguesias com o calor das múltiplas comunidades de imigração entre nós. O futuro começa sempre ao nascer; nesta ordem de ideias (estatísticas) a rica Europa, como a conhecemos, está em vias de extinção; nada de novo nem de alarmante, viverá mais uma das suas transformações, mas desta vez perdendo milénios de memória. Certamente tal não ocorrerá pois a frescura dos valores humanos, culturais e religiosos, reafirmará as linhas fundamentais de uma dignidade humana assumida e reconhecida, dadora de sentido acolhedor e culturalmente caloroso! É esta a nossa esperança, liberdade e solidariedade. Ainda, claro: a Europa eurocêntrica e tecnocrática não tem soluções para o essencial! (Pois não “produz” os valores fundamentais que estão na base europeia e na origem dos laços que permitem unidade em diversidade!...)

segunda-feira, 26 de março de 2007

Futuro da mulher no seio da Igreja




“Deus é uma palavra difícil”


Em forma de testemunho e de relato de experiências pessoais, a jornalista Laurinda Alves falou, aos partici-pantes nas Jornadas de Teologia, da Mulher e da Igreja, apresentando-as como um “binómio (difícil) na Comunicação Social”. Afirmando que “Deus é uma palavra difícil de usar nos jornais e na televisão, porque não está na moda”, explicou também que falar de religião é complicado num mundo cheio de referências ditas jornalísticas que quase determinam ser errado falar de Deus.
Dando a conhecer um percurso espiritual e profissional, a antiga directora da revista XIS, disse, no entanto, que a coerência de vida, de gestos e de discursos, pode ser um meio para se aprender a assumir Deus, inclusive, enquanto jornalista. Criticando um mundo em que só as más notícias são notícia, afirmou estar convicta da importância de ser diferente, de trabalhar “em contra corrente”, dando a conhecer lados humanos e mostrando a Igreja como, de facto, é.
Laurinda Alves disse ainda acreditar que “a Igreja católica tem dificuldade na comunicação”, sendo importante que pense “no Deus de que quer falar e de que forma” para chegar às pessoas da melhor forma.
:
Foto: Laurinda Alves
:

Ares da Primavera

Praia da Barra: A paciência do pescador desportivo

O MAIOR PORTUGUÊS DE SEMPRE

SALAZAR VENCEU O CONCURSO DA RTP


O concurso realizado pela RTP, para eleger o maior português da História de Portugal, teve um resultado que raia o insólito. Venceu um ditador – Salazar – por larga maioria. Em segundo lugar ficou outro político, que lidava mal com a democracia representativa – Álvaro Cunhal –, e que foi defensor de um regime opressor, o da URSS. 
Por estranho que pareça, pese embora alguns méritos de ambos, que os tiveram, ocuparam lugares cimeiros aqueles dois políticos, relegando, para planos secundários, artistas, cientistas, navegados e conquistadores, entre outros. Nem o fundador da nacionalidade, D. Afonso Henriques, mereceu ganhar. Mulheres também não houve nos lugares de honra, entre os dez primeiros que chegaram à final. 

domingo, 25 de março de 2007

Ares da Primavera


PALHEIRO DE SALINA
::
Os Palheiros das salinas, ou marinhas de sal, estão a desaparecer dos horizontes habituais e dos lugares próprios. A autarquia aveirense, porém, quer preservar este património cultural. Vai daí, montou um Palheiro no jardim que ladeia o IP5 e o canal da Ria, lugar aprazível para um passeio de família.


Etiquetas

A Alegria do Amor A. M. Pires Cabral Abbé Pierre Abel Resende Abraham Lincoln Abu Dhabi Acácio Catarino Adelino Aires Adérito Tomé Adília Lopes Adolfo Roque Adolfo Suárez Adriano Miranda Adriano Moreira Afonso Henrique Afonso Lopes Vieira Afonso Reis Cabral Afonso Rocha Agostinho da Silva Agustina Bessa-Luís Aida Martins Aida Viegas Aires do Nascimento Alan McFadyen Albert Camus Albert Einstein Albert Schweitzer Alberto Caeiro Alberto Martins Alberto Souto Albufeira Alçada Baptista Alcobaça Alda Casqueira Aldeia da Luz Aldeia Global Alentejo Alexander Bell Alexander Von Humboldt Alexandra Lucas Coelho Alexandre Cruz Alexandre Dumas Alexandre Herculano Alexandre Mello Alexandre Nascimento Alexandre O'Neill Alexandre O’Neill Alexandrina Cordeiro Alfred de Vigny Alfredo Ferreira da Silva Algarve Almada Negreiros Almeida Garrett Álvaro de Campos Álvaro Garrido Álvaro Guimarães Álvaro Teixeira Lopes Alves Barbosa Alves Redol Amadeu de Sousa Amadeu Souza Cardoso Amália Rodrigues Amarante Amaro Neves Amazónia Amélia Fernandes América Latina Amorosa Oliveira Ana Arneira Ana Dulce Ana Luísa Amaral Ana Maria Lopes Ana Paula Vitorino Ana Rita Ribau Ana Sullivan Ana Vicente Ana Vidovic Anabela Capucho André Vieira Andrea Riccardi Andrea Wulf Andreia Hall Andrés Torres Queiruga Ângelo Ribau Ângelo Valente Angola Angra de Heroísmo Angra do Heroísmo Aníbal Sarabando Bola Anselmo Borges Antero de Quental Anthony Bourdin Antoni Gaudí Antónia Rodrigues António Francisco António Marcelino António Moiteiro António Alçada Baptista António Aleixo António Amador António Araújo António Arnaut António Arroio António Augusto Afonso António Barreto António Campos Graça António Capão António Carneiro António Christo António Cirino António Colaço António Conceição António Correia d’Oliveira António Correia de Oliveira António Costa António Couto António Damásio António Feijó António Feio António Fernandes António Ferreira Gomes António Francisco António Francisco dos Santos António Franco Alexandre António Gandarinho António Gedeão António Guerreiro António Guterres António José Seguro António Lau António Lobo Antunes António Manuel Couto Viana António Marcelino António Marques da Silva António Marto António Marujo António Mega Ferreira António Moiteiro António Morais António Neves António Nobre António Pascoal António Pinho António Ramos Rosa António Rego António Rodrigues António Santos Antonio Tabucchi António Vieira António Vítor Carvalho António Vitorino Aquilino Ribeiro Arada Ares da Gafanha Ares da Primavera Ares de Festa Ares de Inverno Ares de Moçambique Ares de Outono Ares de Primavera Ares de verão ARES DO INVERNO ARES DO OUTONO Ares do Verão Arestal Arganil Argentina Argus Ariel Álvarez Aristides Sousa Mendes Aristóteles Armando Cravo Armando Ferraz Armando França Armando Grilo Armando Lourenço Martins Armando Regala Armando Tavares da Silva Arménio Pires Dias Arminda Ribau Arrais Ançã Artur Agostinho Artur Ferreira Sardo Artur Portela Ary dos Santos Ascêncio de Freitas Augusto Gil Augusto Lopes Augusto Santos Silva Augusto Semedo Austen Ivereigh Av. José Estêvão Avanca Aveiro B.B. King Babe Babel Baltasar Casqueira Bárbara Cartagena Bárbara Reis Barra Barra de Aveiro Barra de Mira Bartolomeu dos Mártires Basílio de Oliveira Beatriz Martins Beatriz R. Antunes Beijamim Mónica Beira-Mar Belinha Belmiro de Azevedo Belmiro Fernandes Pereira Belmonte Benjamin Franklin Bento Domingues Bento XVI Bernardo Domingues Bernardo Santareno Bertrand Bertrand Russell Bestida Betânia Betty Friedan Bin Laden Bismarck Boassas Boavista Boca da Barra Bocaccio Bocage Braga da Cruz Bragança-Miranda Bratislava Bruce Springsteen Bruto da Costa Bunheiro Bussaco Butão Cabral do Nascimento Camilo Castelo Branco Cândido Teles Cardeal Cardijn Cardoso Ferreira Carla Hilário de Almeida Quevedo Carlos Alberto Pereira Carlos Anastácio Carlos Azevedo Carlos Borrego Carlos Candal Carlos Coelho Carlos Daniel Carlos Drummond de Andrade Carlos Duarte Carlos Fiolhais Carlos Isabel Carlos João Correia Carlos Matos Carlos Mester Carlos Nascimento Carlos Nunes Carlos Paião Carlos Pinto Coelho Carlos Rocha Carlos Roeder Carlos Sarabando Bola Carlos Teixeira Carmelitas Carmelo de Aveiro Carreira da Neves Casimiro Madaíl Castelo da Gafanha Castelo de Pombal Castro de Carvalhelhos Catalunha Catitinha Cavaco Silva Caves Aliança Cecília Sacramento Celso Santos César Fernandes Cesário Verde Chaimite Charles de Gaulle Charles Dickens Charlie Hebdo Charlot Chave Chaves Claudete Albino Cláudia Ribau Conceição Serrão Confraria do Bacalhau Confraria dos Ovos Moles Confraria Gastronómica do Bacalhau Confúcio Congar Conímbriga Coreia do Norte Coreia do Sul Corvo Costa Nova Couto Esteves Cristianísmo Cristiano Ronaldo Cristina Lopes Cristo Cristo Negro Cristo Rei Cristo Ressuscitado D. Afonso Henriques D. António Couto D. António Francisco D. António Francisco dos Santos D. António Marcelino D. António Moiteiro D. Carlos Azevedo D. Carlos I D. Dinis D. Duarte D. Eurico Dias Nogueira D. Hélder Câmara D. João Evangelista D. José Policarpo D. Júlio Tavares Rebimbas D. Manuel Clemente D. Manuel de Almeida Trindade D. Manuel II D. Nuno D. Trump D.Nuno Álvares Pereira Dalai Lama Dalila Balekjian Daniel Faria Daniel Gonçalves Daniel Jonas Daniel Ortega Daniel Rodrigues Daniel Ruivo Daniel Serrão Daniela Leitão Darwin David Lopes Ramos David Marçal David Mourão-Ferreira David Quammen Del Bosque Delacroix Delmar Conde Demóstenes

Arquivo do blogue

Arquivo do blogue