terça-feira, 13 de março de 2007

Educação rodoviária


ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
RODOVIÁRIA CELEBRA ANIVERSÁRIO

A Câmara Municipal de Ílhavo vai comemorar, no próximo dia 18 de Março (Domingo), o 3º Aniversário da Escola Municipal de Educação Rodoviária (EMER), abrindo a mesma ao público, durante todo o dia.
A EMER está localizada junto à Piscina Municipal da Gafanha da Nazaré e foi inaugurada no dia 18 de Março de 2004, sendo o corolário de uma aposta, partilhada em protocolo entre a Câmara Municipal de Ílhavo, o Governo Civil de Aveiro e a Direcção Geral de Viação. Trata-se de um importante instrumento de formação e sensibilização da população para a boa utilização da via pública.

Um artigo de António Rego


RETIRO DA QUARESMA

Não há dúvida que o excesso de proximidade dos factos tira a visão clara das coisas. O coração sempre se interpõe e cobre-se de poeiras que desfocam o real e sobrevalorizam o acessório no conjunto da construção de qualquer história. Também sabemos que, sem o coração, pouco se vislumbra da complexidade da vida e até das grandes razões e objectivos da existência. Quando nos afastamos, ainda que por pouco, do país, da aldeia, do círculo habitual de amigos e companheiros, e nos retiramos do real, parece que tudo ganha uma nova perspectiva e a casa da vida aconchega melhor as peças e articula mais ordenadamente as sequências fundamentais de qualquer facto. Mas que não seja muita a distância num excessivamente longo o tempo. O desafecto também estraga a luminosidade dos raios que nos entrelaçam com os acontecimentos e pessoas que mais proximamente fazem história connosco.
Quando Deus diz a Moisés ”eu sou Aquele que sou” abre essa dimensão infinita de tempo e espaço que ultrapassa todas as medidas estreitas e até mesquinhas com que nos medimos. O tempo é nada, o rio da história é uma insignificância comparado com o grande oceano de Deus. Metade do que pensamos, dizemos e fazemos é para deitar fora, deixar no lodo das margens, porque a água prossegue na sua limpidez e pressa para o grande oceano.
Mas logo a seguir Deus descreve a grande viagem do Egipto para a Terra prometida. Aí não há um minuto a perder, nem um grão de areia, nem uma gota de água a desperdiçar. Todos os passos são preciosos, todo o esforço é anotado, todas as migalhas essenciais à grande viagem. Longe e próximo são um só. Vontade e inteligência, um só. Um povo dividido nos seus desalentos, é um só, e não pode esbanjar um átomo do sonho e do cansaço.
Não estamos perante a poetização de Deus. Esta é a nossa história feita das insignificâncias na vida política, social, cultural, familiar, colectiva e privada. E neste todo se tece o nosso percurso de infinito com sentido pleno no caminho estreito que trilhamos. Mas que vai mais longe que a soma dos nossos passos ou os anseios do nosso coração. Foi Deus que nos ensinou a fazer história.

Exortação Apostólica do Papa

Exortação Apostólica de Bento XVI aborda celibato sacerdotal e matrimónio religioso como caminhos para essência da vida cristã




“SACRAMENTUM CARITATIS”


Um documento “com um futuro promissor”, porque “propõe a essência da vida cristã, que surge da santidade e da missão para todos os tempos, inclusivamente o momento actual”, assim descreveu Mons. Nicola Eterovic, secretário geral do Sínodo dos Bispos a Exortação Apostólica “Sacramentum caritatis” - Sacramento do Amor, apresentado esta manhã no Vaticano.
“Apresentando de um modo acessível ao homem contemporâneo a grande verdade da fé eucarística”, o documento papal “exorta a um renovado empenho na construção de um mundo mais justo e pacífico em que o Pão partilhado se torne, para a vida de todos, causa exemplar na luta contra a fome e contra qualquer espécie de pobreza”, que “degrada a dignidade do homem criado à imagem de Deus”.
A nova exortação apostólica, dá continuidade aos “grandes documentos sobre o sublime sacramento da Eucaristia”, e aos textos de João Paulo II. “Propõe de um modo actual algumas verdades essenciais da doutrina eucarística, exortando a uma decente celebração do santo rito” e “recorda a necessidade urgente de desenvolver uma vida eucarística na vida de todos os dias”.
Por sua vez, o Cardeal Angelo Scola, patriarca de Veneza, também presente na apresentação da Exortação Apostólica, afirmou que através da “Sacramentum caritatis”, o Papa confirma “o rito latino da obrigatoriedade do celibato sacerdotal como riqueza inestimável para toda a comunidade eclesial”, e confirma também a indissolubilidade do sacerdócio ministerial para a celebração da Missa, que não deve ser mais confundida com outras celebrações na ausência do presbítero”.
Acolhendo o que foi proposto no último Sínodo dos Bispos, o Papa “reafirma e aprofunda a relação entre sacerdotes ordenados e celibato, rejeitando qualquer justificação do celibato com bases puramente funcionais”. Quanto à “reorganização numérica do clero, que já acontece em alguns continentes”, para Bento XVI, observou Scola, “deve ser enfrentado acima de tudo com um testemunho da beleza da vida sacerdotal e também com uma cuidada formação vocacional, mediante uma proposta precisa de vida espiritual e um rigoroso discernimento que verifique a autenticidade da motivação vocacional”.
“Sacramentum caritatis” é um documento que contem “um forte encorajamento e mostra a relação da Igreja a toda a família fundada no sacramento do matrimónio, protagonista da educação cristã dos filhos”, apontou o Cardeal Angelo Scola.
Bento XVI elege o tema da unidade do matrimónio cristão, fazendo referência à questão da poligamia e à indissolubilidade do vinculo conjugal”, mas também fornece importantes sugestões pastorais para uma “situação dolorosa” em que se encontram esposos divorciados, a quem a exortação sugere “nove novas modalidades de participação na vida da comunidade cristã dos fieis que, sem receber a Comunhão, podem adoptar um estilo de vida cristã”.
Ao Tribunal Eclesiástico, disse Scola, o Papa pede “que quando surgirem dúvidas legítimas, verifiquem em tempo razoável a eventual nulidade do matrimónio” enquanto que aqueles que tenham celebrado de forma válida o matrimónio, por condições objectivas, não possam escolher uma nova relação”, propondo transformar “a sua relação numa amizade fraterna”.
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Fonte: ECCLESIA

segunda-feira, 12 de março de 2007

Quadras de Fernando Pessoa

Leve sonho, vais no chão A andares sem teres ser. És como o meu coração Que sente sem nada ter. Vai alta a nuvem que passa. Vai alto o meu pensamento Que é escravo da tua graça Como a nuvem o é do vento NB: Quadras enviadas por um leitor amigo

Citação

“Confiar é correr o risco de se decepcionar”
Séneca

Ao sabor da maré

O Fórum destronou a Av. Dr. Lourenço Peixinho


AV. DR. LOURENÇO PEIXINHO
PRECISA DE NOVO ROSTO


Os comerciantes da Av. Dr. Lourenço Peixinho estão insatisfeitos com o estado “degradado” em que se encontra a principal via da cidade dos canais. Pedem, por isso, uma intervenção rápida da autarquia, no sentido de se conseguir repor naquela avenida a dignidade de outrora.
A Av. Dr. Lourenço Peixinho foi, durante muitas décadas, a principal sala de visitas da cidade. Para ali tudo convergia. Quem pretendia comprar fosse o que fosse, mas também quem desejava, simplesmente, passear. Vamos até à avenida ver as montras, dizia-se frequentemente, sobretudo quando aos domingos era preciso sair de casa para dar uma volta. Depois, era nela que se encontravam os mais frequentados cafés e pastelarias, o Cine Avenida onde havia bons filmes, e outros estabelecimentos que pudessem dar sugestões para compras futuras.
Os tempos não podem parar e novos centros de interesse foram surgindo, criando-se outras salas de visita, com o Fórum a merecer as preferências dos aveirenses e de gentes vizinhas. Também os centros comerciais nasceram, com publicidade persistente e até convidativa para cativar as pessoas. Oferecem variedade de produtos, estacionamento fácil e gratuito, sorteios para contemplar os compradores, fazem promoções, apresentam grande variedade de negócios, tem espaços de lazer.
Face a esta realidade, a Av. Dr. Lourenço Peixinho perdeu nos jogos das recentes propostas comerciais e de lazer. Não há estacionamentos, não há a mesma oferta comercial, não há espaços de descontracção, não há qualquer tipo de desafios a quem quer passear, afugentar o stresse, passar um tempo livre de forma agradável. Face a esta situação, há que reformular toda a avenida, tornando-a apetecível e desafiadora. Autarquias e comerciantes que se unam e que descubram uma forma original de a renovar, consultando, obviamente, os especialistas da matéria. E por que não um concurso de ideias, a nível nacional, pelo menos?

Fernando Martins

domingo, 11 de março de 2007

Um artigo de Anselmo Borges, no DN


Religiões e teologia:
libertação e sentido


William Temple, arcebispo anglicano, definiu o teólogo de modo mordaz: uma pessoa muito sensata e sisuda que passa toda uma vida mergulhado em livros e que tem a pretensão de dar respostas exactíssimas e precisas a perguntas que ninguém põe.
Quem estudou teologia sabe que, infelizmente, esta definição nem sempre é puro sarcasmo.
Juan José Tamayo é um dos muitos teólogos que tomaram consciência de que se impõe um novo paradigma teológico, buscando os horizontes a partir dos quais a teologia cristã tem de reflectir, se quiser manter-se fiel ao duplo pólo que deve animá-la: a experiência bíblica de libertação e a nossa experiência actual de mundo na busca de sentido e de salvação.
Procura-se um "Novo Paradigma Teológico para Outro Mundo Possível", dentro de horizontes teológicos novos como resposta aos novos desafios.
O horizonte intercultural implica a passagem da cultura única ao pluralismo cultural e, concretamente, da inculturação da teologia, que continua ainda a manter os princípios e as categorias teológicas da cultura dominante, à elaboração de uma teologia intercultural, que assuma o diálogo entre culturas baseado na igualdade.
O horizonte inter-religioso requer a passagem da religião única à elaboração de uma teologia ecuménica das religiões para a paz, a partir das vítimas e com a praxis de libertação, que não é assunto de uma religião, mas de todas.
O horizonte hermenêutico é a chave de toda a teologia, implicando a passagem da mera exegese dos textos sagrados a uma teologia toda ela hermenêutica enquanto procura de sentido, na nossa experiência de mundo.
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