Religiões e teologia:
libertação e sentido
William Temple, arcebispo anglicano, definiu o teólogo de modo mordaz: uma pessoa muito sensata e sisuda que passa toda uma vida mergulhado em livros e que tem a pretensão de dar respostas exactíssimas e precisas a perguntas que ninguém põe.
Quem estudou teologia sabe que, infelizmente, esta definição nem sempre é puro sarcasmo.
Juan José Tamayo é um dos muitos teólogos que tomaram consciência de que se impõe um novo paradigma teológico, buscando os horizontes a partir dos quais a teologia cristã tem de reflectir, se quiser manter-se fiel ao duplo pólo que deve animá-la: a experiência bíblica de libertação e a nossa experiência actual de mundo na busca de sentido e de salvação.
Procura-se um "Novo Paradigma Teológico para Outro Mundo Possível", dentro de horizontes teológicos novos como resposta aos novos desafios.
O horizonte intercultural implica a passagem da cultura única ao pluralismo cultural e, concretamente, da inculturação da teologia, que continua ainda a manter os princípios e as categorias teológicas da cultura dominante, à elaboração de uma teologia intercultural, que assuma o diálogo entre culturas baseado na igualdade.
O horizonte inter-religioso requer a passagem da religião única à elaboração de uma teologia ecuménica das religiões para a paz, a partir das vítimas e com a praxis de libertação, que não é assunto de uma religião, mas de todas.
O horizonte hermenêutico é a chave de toda a teologia, implicando a passagem da mera exegese dos textos sagrados a uma teologia toda ela hermenêutica enquanto procura de sentido, na nossa experiência de mundo.
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