domingo, 14 de janeiro de 2007

JANEIRAS

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GRUPO ETNOGRÁFICO
DA GAFANHA DA NAZARÉ
MANTÉM TRADIÇÃO
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O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré mantém a tradição. Hoje, surgiu à minha porta para cantar as Janeiras. Apesar da noite fria, um bom grupo, com jovens de todas as idades, fez ouvir um coro de vozes afinadas, cantando melodias tradicionais que dá sempre gozo ouvir. E em surdina, não deixei de as entoar, em jeito de quem sabe vibrar com as cantigas populares, esses cânticos que tanto aprecio. O Grupo Etnográfico continua a cumprir os objectivos que assumiu há muitos anos, que são o de recolher e apresentar, onde for preciso, as tradições dos nossos avós, sendo hoje, sem dúvida, uma importante memória viva da Gafanha da Nazaré e sua região. Por isso, o meu incondicional apoio, na certeza de que saberá continuar a mostrar às gerações mais novas os usos e costumes dos antigos gafanhões. F.M.

LÍNGUAS OFICIAIS EUROPEIAS

EDITE ESTRELA
DEFENDE LUGAR ESPECIAL
PARA O PORTUGUÊS
“Como não valorizar uma língua comum de oito países, falada por duzentos milhões de pessoas e espalhada pelos cinco continentes? Como não valorizar o quinto idioma mais falado no Mundo, e que foi a primeira língua europeia a estabelecer o contacto com o Oriente?” Estes são alguns dos argumentos que, na opinião da eurodeputada Edite Estrela, justificam que o português “ocupe um lugar especial” no conjunto das línguas oficiais europeias e que, nesse sentido, “o seu ensino e divulgação sejam contemplados no quadro da estratégia europeia de multilinguismo”. A deputada defendeu estas ideias ao intervir como oradora convidada numa Conferência que decorreu em Bruxelas, dirigida a intérpretes e funcionários da Comissão Europeia que trabalham a partir do português para as suas línguas maternas. Edite Estrela focou aspectos como a singularidade, a origem e o funcionamento da língua portuguesa para a defender como “uma verdadeira língua de comunicação universal”. Segundo a eurodeputada, “o português representa mesmo uma das grandes famílias linguísticas do mundo actual: é a terceira língua da União Europeia mais falada no mundo, depois do inglês e do espanhol e antes do alemão, do francês e do italiano”. Edite Estrela abordou ainda as questões do multilinguismo e da importância que a diversidade linguística assume na Europa enquanto “factor de valorização da democracia, de promoção da transparência e de garantia do direito à informação”. A este propósito, a deputada lembrou o direito de todos os cidadãos europeus “de se dirigirem às instituições na sua língua nacional e de nela acederem a toda a legislação”, apontando-o como “uma das conquistas centrais da construção europeia e da cidadania europeia”.
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Fonte: iid

FÓRUM::UNIVERSAL

CUFC
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JUVENTUDE PORTUGUESA
EM DEBATE
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Vítor Ferreira, coordenador do estudo nacional sobre a juventude, é o próximo convidado do CUFC - Centro Universitário Fé e Cultura, no espaço mensal de debate de questões da actualidade.
O fórum realiza-se no dia 17 de Janeiro, às 21h. Modera a sessão o professor universitário Arménio Rego. O estudo “A Condição Juvenil Portuguesa na Viragem do Milénio” aborda assuntos como o casamento, a educação, o emprego, a saúde, a justiça ou a sinistralidade na população juvenil.
Entrada livre.

DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 93º DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO, CELEBRADO A 14 DE JANEIRO DE 2007
A FAMÍLIA MIGRANTE
Por ocasião do próximo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, ao olhar para a Sagrada Família de Nazaré - ícone de todas as famílias - gostaria de convidar-vos a reflectir sobre a condição da família migrante. O evangelista Mateus narra que, pouco tempo depois do nascimento de Jesus, José foi obrigado a partir, de noite, para o Egipto levando consigo o menino e sua mãe para fugir à perseguição do rei Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Comentando esta página evangélica, o meu venerável predecessor, o Servo de Deus, Papa Pio XII, escreveu em 1952: «A família de Nazaré no exílio - Jesus, Maria e José - emigrantes no Egipto e lá refugiados para se subtraírem à ira de um ímpio rei, são o modelo, exemplo e apoio para todos os migrantes e itinerantes de qualquer idade, origem ou condição que, ameaçados pela perseguição ou pelas necessidades, se vêem obrigados a abandonar a pátria, os parentes queridos, os vizinhos, o afecto dos amigos, deslocando-se para terras estrangeiras» (Exsul familia, AAS 44, 1952, 649).
No drama da família de Nazaré, obrigada a refugiar-se no Egipto, vemos a dolorosa condição de todos os migrantes, especialmente dos refugiados, exilados, deslocados, prófugos e perseguidos. Entrevemos as dificuldades de cada família migrante: as privações, as humilhações, as limitações e a fragilidade de milhões e milhões de migrantes, prófugos e refugiados. A família de Nazaré reflecte a imagem de Deus conservada no coração de cada família humana, mesmo se desfigurada e debilitada pela migração. ::
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UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

SADDAM HUSSEIN
E A PENA DE MORTE
A gente vê e ouve, mas não acredita.
Não há dúvida de que Saddam Hussein foi um tirano cruel e bárbaro que violou de modo sistemático os Direitos do Homem, torturou e assassinou, numa história de horror. Mas legitima isso um julgamento duvidoso e uma execução apressada e, sobretudo, a sua filmagem e divulgação do vídeo na Internet? A missão messiânica imperial de impor pela força a democracia no Iraque contaria com esta obscenidade?
Esqueceu-se aquele preceito de Viktor Frankl, que estabelece o que não pode ser fotografado nem filmado: alguém a morrer, a fazer amor, a rezar.
Na boa tradição do País, pioneiro na abolição da pena de morte, o Governo português condenou a execução, pois considera "a pena de morte contrária à dignidade do ser humano". Na sua total oposição à pena de morte, seguiu textualmente a presidência finlandesa da União Europeia, que "se opõe à pena capital em todos os casos e em todas as circunstâncias".
Na Antiguidade, o direito do poder público de impor a pena capital - eliminação física do criminoso como consequência de determinados delitos - foi admitido como normal. Platão escreveu em As Leis que os criminosos incorrigíveis deveriam sofrer o castigo da pena de morte, servindo de exemplo para outros. Durante muito tempo, os senhores do poder arrogaram-se o direito de vida e de morte sobre os súbditos.
Séculos a fio, e ainda hoje em muitos países, manteve-se a pena de morte, também com o objectivo de prevenir e evitar outros delinquentes. Os defensores da pena capital apresentaram sempre como sua justificação dois tipos fundamentais de razões: a sociedade tem o direito e o dever de legítima defesa frente aos criminosos e, assim, com a morte, elimina na raiz o mal já existente e, ao mesmo tempo, educa exemplarmente e dissuade outros possíveis delinquentes.
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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 4

WORSHIP!…
Caríssimo/a: Como hoje – o dia em que se está lendo – é Domingo e ainda cheira a Reis, pensei que ficaria bem transcrever a história dos três Magos numa versão para crianças dos 4-5 anos e tirada de uma Bíblia, “The Toddlers Bible”. Então é assim: “VISITORS A long time ago, some wise man saw a star. They followed the star saying, “We are looking for Jesus.” They travelled a long way. When people asked them where they were going, they said, “We are looking for Jesus”. After many days, the star stopped where Jesus was living. The wise men went into the house. The wise men were pleased to see Jesus. They said, “Hooray! Here is Jesus!” The wise men gave Jesus presents. They knew he was the baby that God had sent. He was God’s own Son. The wise men went back to their homes far away, very happy to have seen Jesus. Matthew 2:1-12” * Para a reprodução ser mais exacta, devia ser acompanhada da respectiva ilustração, mas os recursos não o permitem; ficam só as palavras… Contudo esta incursão pelo mundo da Bíblia vai permitir que fale do cuidado, do carinho, do amor que aqui reservam ao Livro Sagrado. De facto, mergulhamos num mundo diferente (não estou a dizer, ‘melhor, mas diferente) onde o culto a Deus todo ele é centrado na Sua Palavra. As celebrações serão paralelas às nossas: cânticos, comentários, avisos, orações, prática-homilia-sermão e, quando é oportuno, a Consagração e Comunhão. A participação dos fiéis assume-se nos cânticos e em ressonâncias (mas nem sempre) à prática. * Por aquilo que me tem sido dado vivenciar há aspectos que gostaria de partilhar, certamente de forma rápida: - o cuidado que põem no acolhimento de todas as pessoas que chegam para o culto (isto é geral para todas as ‘Igrejas’, incluindo a Católica Romana); - a atenção dada às crianças nas Igrejas Reformadas onde aquelas, depois de uma introdução genérica, têm uma ‘catequese’ orientada especificamente para elas, após a qual saem da sala para actividades próprias, por idades; - nestas Igrejas Reformadas a prática-homilia-sermão chega a durar três quartos de hora ou mesmo mais, o que nos diz à partida que toda a celebração nunca terá menos de uma boa hora e meia; - normalmente, todas as pessoas que participam acompanham as leituras bíblicas pelo seu próprio Livro, que é próprio, ou lhes é fornecido no acolhimento, juntamente com o boletim ‘paroquial’ e outros folhetos; - no final, em todas as Igrejas, o Celebrante é o primeiro a dirigir-se para a porta e aí cumprimenta todos os fiéis; - muitas vezes, segue-se um chá ou refeição leve, sendo certo que alguns irmãos carenciados se juntam e aproveitam da confraternização. * Para terminar, pois não estou autorizado a grande prática (e esta já vai longa…), direi que será vulgar encontrar numa casa de família várias Bíblias: “The Toddlers Bible”, “The Usborne Children’s Bible”, “My Bible Activity Book”; “The Devotional Bible for Women”; “The Candle Family Bible”, “Liberty Bible Commentary”, “Amplified Bible” e “Holy Bible”. Bom Domingo Manuel

sábado, 13 de janeiro de 2007

UM ARTIGO DE JOÃO GONÇALVES, NO CORREIO DO VOUGA

POR AÍ, NA RUA
O sol já se escondeu e a noite promete ser fria; ninguém duvida, até porque as ruas vão ficando desertas e, quem nelas se passeia, preveniu-se com os suficientes abafos.
Mas há sempre um olho atento, que não se detém apenas na montra que expõe os artigos das últimas, vindos de longe, e se apercebe que há outras coisas a ver.
A essas horas do fim de dia, começam a vaguear pessoas, uma aqui outra mais além, transportando ou não um saco com todos os seus haveres, que, por serem tais, cabem num dos poucos sacos que nos carregam quando regressamos do híper ou do super.
Estamos diante de gente, a quem chamamos sem-abrigo. Com o nosso dedo de maus juízes, ou com o conhecimento de experientes em observação social, facilmente diremos que este teve um mau fim da vida familiar; aquele era conhecido como o bêbado lá da rua; o outro, cedo se meteu noutras drogas; o outro ainda, veio dalgum país de Leste à procura de pão para a família; e, por aí adiante, facilmente encaixamos toda a gente, e seguimos o nosso caminho mais ou menos pacificamente, desde que nenhum deles nos importune na corrida farisaica dos nossos deveres.
Como se sabe, não é preciso viajar a nenhum país distante, nem sequer sair da nossa feliz cidade de Aveiro, para podermos observar cenas e pessoas que nos humilham e incomodam; também sabemos que apenas conhecer não basta e, para isso, não é preciso usar lentes de aumento; mas também aceito que só o que nos comove é que mais facilmente nos move.
Estamos, pois, todos convocados para a acção. Todos sabemos que em Aveiro há carências neste campo. Ficar quieto ou lamentar-se é pensar sempre que os problemas são dos outros e que alguém há-de encontrar a saída milagrosa; eu, não.
No outro dia, encontrei aquele ex-recluso que perdera o emprego, a família e a casa; falei com o toxicodependente que perdeu o mesmo que o anterior, e ainda mais a saúde e a confiança de toda a família, que já tinha feito tudo; dei tempo ao alcoólico e ouvi dele que só o olhavam com desprezo, mas ninguém lhe perguntou as causas e os sofrimentos que estavam por detrás de tudo, nem ninguém valorizou o esforço tentado para a libertação de tamanha doença; também acolhi o imigrante, e ele ensinou-me o que é o amor de pai, de marido e de filho, por quem tudo tentou, sem resultados. E a procissão é enorme e todos já a viram passar...
Dar o peixe é importante e urgente; mas não chega nem resolve.
A “cana” poderia estar numa casa com um pátio enorme, um terreno próprio para ser trabalhado, umas salas para o desenvolvimento de capacidades e competências, um bom espaço para o silêncio e a meditação; e, depois, gente com competência e coração para ouvir e transmitir conhecimentos. Não se resolviam os problemas todos da sociedade; mas, ao menos, não passávamos o tempo todo a lamentar e a dizer mal de quem não faz. E enquanto não aparece a casa com um pátio enorme?