sábado, 13 de janeiro de 2007

UM ARTIGO DE JOÃO GONÇALVES, NO CORREIO DO VOUGA

POR AÍ, NA RUA
O sol já se escondeu e a noite promete ser fria; ninguém duvida, até porque as ruas vão ficando desertas e, quem nelas se passeia, preveniu-se com os suficientes abafos.
Mas há sempre um olho atento, que não se detém apenas na montra que expõe os artigos das últimas, vindos de longe, e se apercebe que há outras coisas a ver.
A essas horas do fim de dia, começam a vaguear pessoas, uma aqui outra mais além, transportando ou não um saco com todos os seus haveres, que, por serem tais, cabem num dos poucos sacos que nos carregam quando regressamos do híper ou do super.
Estamos diante de gente, a quem chamamos sem-abrigo. Com o nosso dedo de maus juízes, ou com o conhecimento de experientes em observação social, facilmente diremos que este teve um mau fim da vida familiar; aquele era conhecido como o bêbado lá da rua; o outro, cedo se meteu noutras drogas; o outro ainda, veio dalgum país de Leste à procura de pão para a família; e, por aí adiante, facilmente encaixamos toda a gente, e seguimos o nosso caminho mais ou menos pacificamente, desde que nenhum deles nos importune na corrida farisaica dos nossos deveres.
Como se sabe, não é preciso viajar a nenhum país distante, nem sequer sair da nossa feliz cidade de Aveiro, para podermos observar cenas e pessoas que nos humilham e incomodam; também sabemos que apenas conhecer não basta e, para isso, não é preciso usar lentes de aumento; mas também aceito que só o que nos comove é que mais facilmente nos move.
Estamos, pois, todos convocados para a acção. Todos sabemos que em Aveiro há carências neste campo. Ficar quieto ou lamentar-se é pensar sempre que os problemas são dos outros e que alguém há-de encontrar a saída milagrosa; eu, não.
No outro dia, encontrei aquele ex-recluso que perdera o emprego, a família e a casa; falei com o toxicodependente que perdeu o mesmo que o anterior, e ainda mais a saúde e a confiança de toda a família, que já tinha feito tudo; dei tempo ao alcoólico e ouvi dele que só o olhavam com desprezo, mas ninguém lhe perguntou as causas e os sofrimentos que estavam por detrás de tudo, nem ninguém valorizou o esforço tentado para a libertação de tamanha doença; também acolhi o imigrante, e ele ensinou-me o que é o amor de pai, de marido e de filho, por quem tudo tentou, sem resultados. E a procissão é enorme e todos já a viram passar...
Dar o peixe é importante e urgente; mas não chega nem resolve.
A “cana” poderia estar numa casa com um pátio enorme, um terreno próprio para ser trabalhado, umas salas para o desenvolvimento de capacidades e competências, um bom espaço para o silêncio e a meditação; e, depois, gente com competência e coração para ouvir e transmitir conhecimentos. Não se resolviam os problemas todos da sociedade; mas, ao menos, não passávamos o tempo todo a lamentar e a dizer mal de quem não faz. E enquanto não aparece a casa com um pátio enorme?

IMAGENS DA COSTA NOVA

COSTA NOVA EM DIA DE SOL
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Ontem, sexta-feira, dia de sol luminoso, fui até à Costa Nova do Prado. Não fui à procura do Mar, mas da Ria que domina a povoação, em jeito de quem a abraça. Pouca gente, é certo, mas sempre havia quem, como eu, ali procurava um ar lavado pela maresia. Ar que vinha do Mar e da Ria, tocado por um ventinho um pouco cortante, sobretudo quando se escapava das ruas e ruelas por onde cirandei.
Mesmo sem mostrar a agitação da época de veraneio, a Costa Nova estava atraente. O casario, qual pincelada de pintor inspirado, fez-me lembrar a Praia de gentes de Ílhavo e de outras bandas que gosta de passar férias com estes sítios mesclados de Mar e Ria, por entre conversas descontraídas nas esplanadas que convidam ao convívio anual. Foi bom andar ontem na Costa Nova, cujas fotos, registadas pela minha compacta, são um desafio a quem me lê para que por lá passe.
F.M.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

BOA RESPOSTA

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Nota: Para ampliar, clique na foto

ABORTO - 12

SONDAGENS DÃO
VANTAGEM AO "SIM"
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Duas sondagens revelam que o "Sim" à despenalização da IVG voltaria a vencer nas intenções de voto, se o próximo referendo fosse hoje. Uma sondagem da Intercampus para o Público, TVI e Rádio Clube mostra apenas cerca de 29 por cento de intenções de voto no "Não", contra 60 por cento pelo “Sim”. Os resultados ao questionário mostram, contudo, algumas das confusões existentes a propósito do referendo: embora a maioria defenda o "Sim" no referendo, são mais (45%) os que dizem não dever ser autorizado o aborto "quando a mãe não deseja ter um filho" do que os que acham que deveria ser autorizado (43%). Do total de votantes no "Sim", 24 por cento afirmou não dever o aborto ser autorizado nesta situação. Outra sondagem publicada hoje no Correio da Manhã, realizada pela Aximage, indica que o “Sim” ganharia o referendo com 57 por cento contra o “Não”, que se ficaria pelo 34,9 por cento. Comparando com o último estudo realizado a 20 de Dezembro, a intenção de voto no “Sim” decresceu, de 61 para 57 por cento, enquanto a intenção de voto no "Não" aumentou de 26,7 para 34,9 por cento.
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Fonte: Ecclesia
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Nota: Penso que merece a pena acrescentar que sondagens são sondagens e valem o que valem. As sondagens não se enganaram já inúmeras vezes?
Por exemplo, no primeiro referendo sobre o aborto, o "NÃO", que nunca venceria, acabou por vencer. Agora podemos acreditar que estaremos em situação idêntica e que o "NÃO" acabará por ganhar, quando, na hora do voto, os eleitores pesarem bem no que poderá acontecer se ganhar o "SIM".
Isto de uma lei patrocinar um erro e a cultura da morte custa-me a aceitar. Não posso aceitar mesmo que um país, como o nosso, que foi o primeiro na Europa e quiçá no mundo a acabar com a pena de morte, venha a retroceder no tempo. Se vencer o "SIM", podemos estar no caminho da legalização da eutanásia... e depois, por que não?, na legalização de outros crimes quaisquer!
F.M.

UM ARTIGO DE LAURINDA ALVES

PEQUENAS LISTAS
DE COISAS
Fazer listas ou pequenos enunciados de propósitos é uma tendência comum e universal. Não há ninguém que não faça listas de coisas que quer fazer ou de compromissos que tem forçosamente que cumprir. Nesta altura do ano, acontece frequentemente estarmos mais disponíveis para olhar para a frente com um certo alcance e método e, por isso mesmo, esta é uma altura de fazer pequenas listas de coisas. Não falo das obrigatórias, mas de outras que, por serem mais íntimas, são mais transformadoras e nos podem levar mais longe. Falo de listas que nos permitem conhecer melhor os nossos recursos interiores, os nossos pontos fracos e fortes.
Falo de pequenos enunciados prospectivos, que nos ajudam a concentrar mais nos nossos projectos e, de alguma forma, exprimem os nossos desejos mais profundos.
Imagino que os mais cépticos não se entreguem facilmente a esta espécie de jogo mas, ainda assim, atrevo-me a sugerir algumas pistas de reflexão.
Os grandes especialistas em comportamento da actualidade são unânimes em considerar que a felicidade também é um acto de consciência. Ou seja, é a consciência do bem-estar num certo momento ou em determinada fase da vida que o transforma em felicidade. Por outro lado, a memória de tudo aquilo que nos faz felizes também multiplica a nossa felicidade. Nesta lógica, vale a pena fazer algumas listas.
Nem que seja para perceber que, afinal, temos muito mais do que achamos que temos.
Os especialistas aconselham algumas listas que passo a transcrever, com uma breve nota sobre cada uma delas.
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Veja as listas em "Correio do Vouga"

JAZZ NA UA

CLIQUE em www.jazzportugal.ua.pt
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A HISTÓRIA DO JAZZ NA WEB
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Em apenas um ano, o Portal de Jazz Portugal marca pontos. Iniciado pelo docente do Departamento de Comunicação e Arte da UA e crítico de Jazz, José Duarte, e desenvolvido pelo Centro Multimédia e Ensino à Distância (CEMED) conquistou cerca de 50 mil visitantes e mais de 3500 subscritores, dos mais variados pontos do globo. " www.jazzportugal.ua.pt é um sítio onde há swing." Vá conhecê-lo.
O site www.jazzportugal.ua.pt surgiu a 21 de Fevereiro de 2006, pela mão de José Duarte, seu coordenador. O suporte técnico, concepção gráfica e o desenvolvimento ficaram a cargo do CEMED da Universidade de Aveiro. Com imagem renovada, o sítio expande um trabalho de divulgação do Jazz, iniciado em 1997, num noutro endereço. «Uma luta corajosa para a divulgação do jazz neste país. É o único e conceituado sítio para o jazz em Portugal – outra vitória do jazz!», é deste modo que José Duarte apresenta o www.jazzportugal.ua.pt O sítio, que vem conhecendo um crescimento significativo, registou em 2005, 5351 visitantes únicos, 48 215, no ano de 2006, que contabilizou ainda cerca de 600 mil páginas visualizadas e, este ano, conta já com mais de 3400 visitas diárias, de várias partes do globo.
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Leia mais em UA-ONLINE

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 3

Palácio de Balmoral
AINDA A MESA…
Caríssimo/a: Um dia, casal amigo convidou-nos para visitar um “garden center”. Inevitável pergunta: - Would you want lunch? O “yes” sai-nos espontâneo. Quando, após a sopa, esperávamos algo mais, “aprendemos” que o almoço se resumia a isso mesmo: uma sopa e duas fatias de pão sobre as quais poderíamos espalhar “manteiga” ou “doce”. E esta ementa, com ligeiras alterações nos vegetais da sopa, é universal: para todos, quer estejam a trabalhar ou simplesmente a passear. Se, por exemplo, visitarmos o palácio da residência de férias da família real, em Balmoral, no refeitório, que encontramos em tudo quanto é local de veraneio, a sopa que nos serviram foi especial: sopa a Balmoral (com o respectivo pãozinho com manteiga) … * De manhã, cereais com leite; torradas… Como em nossas casas; o célebre almoço britânico é cartaz turístico. * Refeição principal, onde a família se reúne, o jantar. Servida cedo (para nós…), pelas seis, seis e meia, tem prato e sobremesa, normalmente fruta. As crianças pelas sete horas estão na cama. Os adultos, durante o serão, em frente da tv ou fazendo trabalhos ligeiros em casa, tomarão ainda uma refeição ligeira: copo de leite, uma ou outra sanduíche e fruta (vá lá, uma ou outra cervejita!). * Exactamente, como no Continente, a generalização é perigosa e pode até ser tendenciosa, mas fica a certeza de que as diferenças são notórias, certamente pelo clima e pela situação geográfica. Ao falar destes hábitos não pretendo fazer qualquer comparação e muito menos valoração. As coisas são como são; a nós é-nos permitida a compreensão e a aceitação numa troca de sorrisos que abra o coração. Ainda hoje nos recordamos da primeira visita dos escoceses a nossa casa. Procuramos proporcionar-lhes pratos típicos, servidos à nossa maneira e às nossas horas. Foram muitos os olhares trocados quando, ao almoço, chegou a vez da caldeirada. Oh céus! O drama por que passaram: eles não conhecem espinhas nem ossos! Logo ao jantar, com todo o esmero e toda a satisfação da nossa parte, brindámo-los com costeletas. E num sorriso de alma aberta e como mandam as regras, insistimos: - vá lá: mais um bocadinho - só esta costeleta! * Com a sobremesa e especialmente os doces, tudo bem: o que é doce nunca amargou! Manuel

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