domingo, 26 de novembro de 2006

CONVÍVIO NO STELLA MARIS

O Prof. Marcos do Vale divertiu os convivas e divertiu-se
STELLA MARIS DE AVEIRO
QUER GENTE A CONVIVER
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O Clube Stella Maris de Aveiro, com sede na Gafanha da Nazaré, quer gente a conviver. A partir daí, espera tornar-se mais conhecido e conseguir ultrapassar algumas dificuldades económicas. Essas serão, conforme nos garantiu o diácono permanente Joaquim Simões, presidente da direcção, razões fundamentais para o Clube poder oferecer, aos homens do mar e seus familiares e amigos, respostas sociais, recreativas, culturais e espirituais. No sábado, 25 de Novembro, teve lugar no Stella Maris um jantar-convívio, com animação a cargo do Prof. Marcos do Vale, pseudónimo artístico do Padre Manuel Armando, conhecido ilusionista e hipnotizador. Participaram cerca de 170 pessoas, à roda de pratos típicos das bandas do Caramulo, com sopa de castanhas e vitela de Lafões, entre outros acepipes serranos. O mar e a ria abraçaram, em franco convívio, a serra que só ao longe se vê. No mesmo espaço, esculturas do artista Francisco Martins enriqueceram o serão. Joaquim Simões explicou que esta iniciativa teve como objectivos principais aproximar pessoas, directa ou indirectamente ligadas ao mar e à ria, proporcionando-lhes momentos saudáveis de lazer e de valorização cultural. A partir de acções como esta, será possível fazer face às muitas despesas do dia-a-dia do Stella Maris, ao mesmo tempo que se conseguirão verbas para obras inadiáveis nas instalações. O presidente desta instituição, que faz parte integrante da Obra do Apostolado do Mar, sublinhou que “é preciso rentabilizar este espaço, proporcionando aos homens do mar e da ria, bem como às suas famílias, um ambiente de formação e de diversão sadia”. Nessa linha, garantiu que é desejo da direcção, num futuro próximo, “dar às pessoas respostas sociais, culturais e espirituais, que são sempre uma mais-valia para todos”. O Stella Maris de Aveiro é uma instituição de âmbito diocesano, abarcando uma área ampla correspondente a dez paróquias, que se estende, para já, desde a Torreira até à Gafanha da Boa Hora, passando por São Jacinto, Barra, Costa Nova, Aveiro, Ílhavo, e Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo. O diácono permanente Joaquim Simões sublinhou, durante o jantar-convívio, que 2007 vai ser um ano de lançamento de novos projectos direccionados para todos quantos acreditam na importância da valorização humana e da necessidade de se implementar, por todas as formas possível, o espírito solidário. Para 22 de Dezembro, por exemplo, está agendado um almoço para 150 carenciados da região, sobretudo pessoas doentes e outras que vivem na solidão. Sublinhe-se que a participação do Prof. Marcos do Vale neste jantar-convívio serviu para divertir pessoas de todas as idades, graças à magia da arte das ilusões deste sacerdote, que foi coadjutor da Gafanha da Nazaré, “onde gastou os primeiros sapatos de padre”, como referiu. O Padre Manuel Armando disse-nos que gosta de colaborar em iniciativas como esta, pelo respeito que tem pelos leigos “que são capazes, apesar dos problemas da vida, de trabalhar para os outros”. “Claro que eu, como padre e como artista, sinto-me naturalmente incentivado a trabalhar em favor das Obras da Igreja, e não só; tenho feito isto ao longo da vida”, disse. Acrescentou que, durante o ano, 50 por cento dos seus espectáculos são gratuitos, exactamente para se “penitenciar, em relação ao bem que os leigos são capazes de fazer”. E salientou: “sinto-me satisfeito por poder colaborar naquilo em que os outros já estão à minha frente.” O Prof. Marcos do Vale começou com o ilusionismo e com o hipnotismo em jeito de brincadeira. Depois, esse gosto foi criando raízes, até conseguir a carteira profissional, actuando no País de lés-a-lés e no estrangeiro, junto das comunidades de portuguesas espalhadas pelo mundo. É o único sacerdote nesta área do espectáculo e reconhece que todos nós devemos partilhar os carismas que temos, como recomenda S. Paulo. Fernando Martins

TEMPORAL

DEPOIS DA TEMPESTADE...
A BONANÇA
Depois da tempestade... a bonança. É verdade tantas vezes experimentada por cada um de nós. Há dias mostrei aqui uma foto das famosas cheias de Aveiro de 1938, que mereceram alguns comentários. E manifestei o desejo de que tal não voltasse acontecer, pela cidade dos canais e pelo País. Mas aconteceu. Como já aconteceu muitas vezes. Tantas que nem sei quantas vi, desde quando menino me dirigi para estudar em Aveiro.
Mas uma mensagem me comoveu. Veio ela de alguém que viu cair uma árvore que amava. E disse-lhe:
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A nossa vida está cheia de sentimentos desses. É um pinheiro que cai derrubado pelo temporal; é uma ameixieira que morre com a idade; é uma pereira que, carcomida pela velhice, vai secando, secando, até que um dia.... Depois é um cão que foi nossa companhia que morre e nos deixa tantas saudades... É um familiar ou amigo que parte, para ficar apenas no nosso espírito. Ficar, significa estar connosco toda a vida... Mas nem por isso podemos permanecer indiferentes à vida que temos de viver todos os dias... Porque outras árvores virão, outros animais hão-de dar-nos alegrias, outros familiares e amigos ocuparão o espaço físico dos que nos deixaram... Que o espaço espiritual, esse, tem lugar para tudo e para todos.
Afinal, depois da tempestade vem sempre a bonança, com tudo quanto de bem e de bom ela tem.
Fernando Martins

GOTAS DO ARCO-ÍRIS - 41

DE QUE COR ERA A ERVA?
Caríssimo/a:
Hoje, agora mesmo, apetece-me ir com a 'sarabanda', já que bons Amigos nos lembraram o 'parente e amigo' ti Sarabando. Assim, façamos um 'voo revoluteado' qual gaivota preanunciando ventania agreste. E que prazer lá dos altos poder vislumbrar a Amizade que refresca o ambiente e nos anima para prosseguir com um pouco mais de 'coragem'. Por vezes, temos a sensação de que não vale a pena perder tempo a alinhar palavras procurando a comunicação. E então deixemo-nos embalar e dancemos ao som da 'sarabanda', mas não esqueçamos que os movimentos têm de ser desenvoltos. Porém, ti Sarabando tem toda a razão para nos serrazinar com uma valente 'sarabanda', como quando, com o molho de erva à cabeça, nos puxava pelo braço e nos abanava se o nosso ar displicente lhe dizia que não prestávamos a atenção que lhe era devida. E lá vinha: - Parente e amigo, o homem achar-se-á enganado! Mas nós não estávamos enganados: nem que déssemos uma 'sarabanda', o 'Parente e Amigo' tinha-nos bem presos e não nos dava possibilidade de fuga: Por mim não estive a ouvi-lo uma noite, mas, vindo ele de uma terra ali para os meus lados, com o molho de erva à cabeça, como usava, a um sábado, topou-me em frente da loja do ti Bola, no passeio que o levava direitinho a casa. Tocou o sino para a missa vespertina; passaram as pessoas para a missa; de lá regressaram; a noite serrou-se e... já lá não estamos, mas as suas perlengas sobre assuntos bíblicos e cataclismos, essas não tinham fim! E pronto, tenho de terminar para não ouvir uma 'sarabanda' de minha Mulher que já chamou para jantar. Mas afinal de que cor era a erva que o 'Parente e Amigo' tinha à cabeça?
Manuel
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Fora de tempo: Esclareçamos que esta brincadeira à volta da 'sarabanda' (dos seus vários significados...) e do nosso bom Amigo ti Sarabando veio depois de dois comentários a uma Gota. Saudemos, pois, os Amigos e fiquemos na esperança que outros (muitos outros...) surjam com naturalidade, para podermos calmamente conversar sobre os assuntos que nos interessam e nos ajudarão a enraizar. Ah, já agora, fica o desafio para sermos esclarecidos sobre a “casa do forno”...

UM ARTIGO DE ANSELMO BORGES, NO DN

Optimismo e pessimismo:
a ambiguidade do mundo
Foi Leibniz que, numa obra célebre - Teodiceia -, na qual, perante a existência do mal, queria defender e justificar Deus, se apresentou como arauto do optimismo. O nosso mundo é o melhor dos mundos possíveis. Leibniz era um cristão convicto e, portanto, Deus, entre os mundos possíveis, tinha de ter criado o melhor. De facto, se este nosso mundo criado não fosse o melhor, haveria a possibilidade de outro melhor, o que significaria que ou Deus não tinha conhecido esse mundo melhor ou não o tinha querido ou não tinha podido criá-lo, o que contradiz a sua omnisciência, a sua bondade infinita e a sua omnipotência.
O terramoto de Lisboa em 1755 tornava impossível a manutenção de ideias optimistas. Voltaire escreveria o famoso Poema sobre o Desastre de Lisboa, onde pede aos filósofos enganados que venham ver as mulheres e as crianças empilhadas umas sobre as outras, todos esses desgraçados enterrados debaixo dos seus tectos, terminando os seus dias no horror dos tormentos.
Voltaire escreveu também o Cândido, onde escalpeliza a ideia de que tudo contribui para o melhor. O optimismo de Pangloss e a candura de Cândido vêem-se confrontados com a realidade bruta do mal: as desgraças humanas causadas pelas catástrofes naturais, pela estupidez humana, pelas instituições, pelas guerras, pela avareza, pela superstição, pela escravatura, pela hipocrisia, pelo tédio, por todo o tipo de exploração.
Se, para Leibniz, o nosso é o melhor dos mundos possíveis, para A. Schopenhauer, é precisamente o contrário: este é o pior dos mundos possíveis. Existir é sofrer.
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Leia mais no DN

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

UM POEMA DE ANTÓNIO GEDEÃO

LÁGRIMA DE PRETA 

Encontrei uma preta que estava a chorar, 
pedi-lhe uma lágrima para a analisar. 
Recolhi a lágrima com todo o cuidado 
num tubo de ensaio  bem esterilizado. 
Olhei-a de um lado, do outro e de frente: 
tinha um ar de gota muito transparente. 
Mandei vir os ácidos, as bases e os sais, 
as drogas usadas em casos que tais. 
Ensaiei a frio, experimentei ao lume, 
de todas as vezes deu-me o que é costume: 
nem sinais de negro, nem vestígios de ódio. 
Água (quase tudo) e cloreto de sódio.
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Nota: Se fosse vivo, António Gedeão, pseudónimo literário de Rómulo de Carvalho, completaria hoje 100 anos. Mas podemos dizer, com toda a liberdade poética, que ele não morreu. Continua com todos os que amam o belo que a poesia encarna.
Quem há por aí que não conheça este poema que aqui deixo? E quem não conhece, também, Pedra Filosofal, Calçada de Carriche e tantos outros poemas?
F.M.

PROCURAR O MENINO

Um livro do jornalista Joaquim Franco
"UM MENINO
CHAMADO NATAL"
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"Um Menino chamado Natal" foi lançado ontem, 23 de Novembro, em Lisboa, e pretende “recuperar o verdadeiro sentido do Natal” – disse à Agência ECCLESIA Joaquim Franco, autor da obra projectada por duas editoras – Lucerna e Sociedade Bíblica – com uma mensagem de motivação ecuménica, vocacionada para toda a sociedade. Como existe uma mensagem sublime na narrativa do Natal – algo transversal ao Ser Humano – o “Natal é sempre o culminar de uma procura”. Neste caminho existem momentos que nos “confrontamos com a procura” e “há sempre momentos que temos de enfrentar dificuldades” – salientou o autor. Para recuperar o verdadeiro sentido da Natividade “nada melhor do que dar ao Menino que o explica o nome que se assinala” – sublinha. Um trabalho que reflecte também o labor jornalístico do autor. “Aqui está o Joaquim Franco que exerce jornalismo, mas também aquele que é pai e um filho” – disse. Apesar de faltar mais de um mês para a celebração do Natal, “o mistério da Natividade está inerente ao Ser Humano”. E acentua: “entranhou-se nas culturas que vão orientando a vida”. Há o risco de “banalizar o verdadeiro sentido do Natal cristão” até porque, actualmente, se vive mais o Natal da árvore e das luzes. E avança: “O Natal é muito mais que isso”. Com cerca de oitenta páginas, o livro divide-se em três partes: 33 presépios de todo o mundo (da colecção particular de Frei Lopes Morgado; da colecção Museu de Arte Sacra e Etnologia dos Missionários da Consolata; Presépio oferecido pelo Presidente da Autoridade Palestiniana, Yasser Arafat, ao Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio e um presépio desenhado pela pintora timorense Fátima Guterres para ilustrar um poema escrito, em 1999, em Timor-Leste), Textos bíblicos referentes à Natividade (praticamente todos do Novo Testamento) e textos de autor em vários estilos narrativos. “Três partes que se juntam num todo com o objectivo de fazer presente esta mensagem” – realçou Joaquim Franco.
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Fonte: Ecclesia
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Opiniões de contracapa
De um lado, um natal que se confunde com a vertigem ruidosa da azáfama e se esgota na celebração do consumo. Na outra margem, o convite para ouvir o anúncio da chegada do Messias de que é portador o espantoso mistério do Natal. Ler este livro é aceitar o convite da partilha desse mistério, seguindo a estrela de Belém como outros fizeram há dois mil anos.
Maria João Avillez
:: Na voracidade dos ponteiros do relógio e da sofreguidão comercial precoce, subjaz o nascimento de uma luz-guia. Apesar da longínqua memória bimilenar, a sua exemplar existência reserva-nos a esperança de contarmos com um critério maior: o do amor eterno ao próximo. A Nós.
Jorge Gabriel
:: Natal não é passado, não é data. Esta obra relembra-nos, na simplicidade da nossa linguagem, que o Natal é Presente em cada dia, é a vida continuada de Cristo em cada um de nós.
Fernando Santos
:: A singularidade do Presépio e a eternidade da sua mensagem actualizam-se, no presente, no choque da sua mensagem transformadora com a nossa vida superficial e materialista. Os textos bíblicos e as imagens que simbolicamente ilustram a frágil humanidade de Jesus são transfigurados pela poesia e pela arte em sinais que revelam a compaixão de Deus pela humanidade na sua surpreendente descida a este mundo.
Emília Nadal

TEMPORAL

CHEIAS EM AVEIRO
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Em 1938, o meu ano mais importante, os temporais encharcaram e assustaram Aveiro e suas gentes. Esta foto histórica mostra isso mesmo. Um transeunte ou morador aprecia as águas que inundaram a zona baixa da cidade dos canais. Mais adiante, um outro, talvez cagaréu de gema, tenta amedrontar a água com uma vassoura... É o belo horrível!!!
Só espero (esperamos) que por estes dias, com os temporais anunciados, não aconteça coisa semelhante. Em Aveiro e por outros lados do País.

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