sábado, 11 de novembro de 2006

SÃO MARTINHO


São Martinho,
muito mais que
as castanhas


O calendário litúrgico aponta hoje, 11 de Novembro, para a celebração da festa litúrgica de São Martinho de Tours, Bispo e Confessor, figura muito querida da religiosidade popular e tradicionalmente associada ao “magusto”. S. Martinho de Tours nasceu na Hungria, em 315, e faleceu, sendo Bispo de Tours, França, em 397. Este Santo era filho de um oficial romano que servia na Panónia, actual Hungria, e foi ele próprio militar. Dois anos depois de se ter convertido à fé católica e baptizado na Gália, deixou o exército e passou a levar vida solitária, sob a orientação espiritual de Santo Hilário de Poitiers. Eleito mais tarde bispo de Tours, exerceu de modo admirável as suas funções de pastor, sendo considerado o iniciador da vida monástica na Gália e o grande evangelizador de França, país em que existem 3700 paróquias de que é padroeiro. A sua fama de evangelizador e de fundador de mosteiros torna-se motivo para que os Beneditinos, nos séculos XI e XII, o transformem em orago e protector dos mosteiros que iam fundando ou refundando na Península Ibérica. Na tradição popular, ficou célebre o episódio da partilha da sua capa de oficial de cavalaria romano com o mendigo que morria de frio, dando assim origem ao chamado “Verão de S. Martinho”.
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Fonte: Ecclesia

DEUS É EM NÓS...

A DANÇA DIVINA
DA POESIA
A aproximação de Teixeira de Pascoaes ao teólogo de Hipona, a Jerónimo ou a São Paulo só deve ter surpreendido quem não tivesse notado como Pascoaes transforma qualquer tema, e o comentário é de Fernando Pessoa, num «degrau para a religiosidade». Pascoaes apontara, com a sua obra poética, um tremeluzente norte à poesia portuguesa, que fora, no século anterior, substancialmente clássica e com ele entrou, «com passo decidido, na pura linha romântica do irracional» . E o irracional é a paisagem onde o sagrado reflorescerá como categoria necessária. O conhecimento mítico-poético e o conhecimento religioso que a Modernidade colocou sob suspeita, considerando-os sombras da razão, regressam como uma arte inexplorada. Entre sentimento e mistério, entre nítido e indeterminado alumiam-se afinidades («Deus é, em nós, como uma lembrança» , há-de escrever Pascoaes. «A atitude divina é anti-racional» ). Busca-se numa experiência originária aquilo que as estratégias do pensar deixam em silêncio e que vem guardado na linguagem densa dos símbolos. Ganha verdade a declaração de Jung: «O século das luzes nada apagou».
Mas não é exactamente de cristianismo que se trata. Já na recepção às biografias que Pascoaes escreveu, criticava-se o facto de ele «tratar os santos com um simples processo poético» . Num artigo dos anos 50, Manuel Antunes classificava tanto Pessoa e Régio como Pascoaes de poetas do sagrado, profundamente religiosos, mas avisando que «nenhum deles conhece o cristianismo (...) existencializado, sensibilizado. Apenas mostraram «através de tenteios, do caminhar nas sombras, do dualismo inquieto, do ansioso interrogar do mistério sentido ou pressentido (...), grande, secreta e inextinguível nostalgia de Deus» . De facto, ao pisar o invulgar território que tinha em S. João de Gatão seu centro magnético, estamos longe da elaboração teológica ou mesmo de uma retórica da experiência religiosa. A Pascoaes a santidade interessou enquanto fantasmagoria. Cada uma das biografias aborda, não a história propriamente dita, nem sequer os meandros labirínticos da legenda, mas a representação imaginária de uma prática da alma. Pois é isso que ele repete: «só me interessam as almas».
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SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DA GAFANHA


"CASA GAFANHOA", na rua S. Francisco Xavier,
perto da igreja matriz da Gafanha da Nazaré.
Há sinalização adequada


CASA GAFANHOA
foi inaugurada há seis anos

A CASA GAFANHOA, pólo museológico do Museu Marítimo de Ílhavo, completa hoje seis anos, pois foi inaugurada em 11 de Novembro de 2000. Trata-se de um edifício do princípio do século XX, que foi adquirido pela Câmara Municipal de Ílhavo e entregue à administração do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, a entidade que mais lutou por este espaço, que reflecte a vida de um lavrador rico desta região. 
A casa antiga, depois de bem restaurada com todo o respeito pela traça original, mostra um recheio totalmente dominado por móveis e utensílios do princípio do século, num desafio constante à pesquisa e estudo de quanto os primeiros gafanhões nos legaram, mostrando um viver simples, mas prático, que não pode hoje deixar de nos encantar pela simplicidade que se desprende de tudo. 
Recorrendo à minha memória, posso lembrar que nas casas gafanhoas podia ver-se a cozinha com a sua trempe de ferro, panelas de três pés, aparadores, mesa e bancos toscos. Os talheres eram de ferro e alguns de cabo de osso. A um canto havia a cantareira com a respectiva cântara de ir à fonte buscar água, junto à mata da Gafanha, que dava gosto beber pela sua limpidez e frescura (que lhe era dada pela cântara de barro). 
Na cozinha de fora, mais modesta, com chão de junco, e na principal, de tudo um pouco ali se encontrava, desde roupa pendurada nos cabides até aos armários com louça e com comida que se não estragasse com o calor. O forno, onde se fabricava a sempre apetecida boroa de milho (e com que apetite era esperada a bola — boroa pequena e achatada — para comer com chouriço ou alguma carne de porco, mesmo gorda), era obrigatório em quase todas as casas gafanhoas. E também a salgadeira que guardava, no sal, o porco, governo de todo o ano. Também ali ficava, a um canto, a barrica com sardinha salgada, bem acamada. 
Na CASA GAFANHOA, podem apreciar-se os quartos pequenos, onde mal cabia uma cama e a respectiva mesa-de-cabeceira, com a mala do enxoval da casa, quantas vezes sem guarda-fatos e sem outros móveis, que o dinheiro e os hábitos não davam para mais. Sobre as camas das casas gafanhoas não faltavam as mantas de tiras, que as tecedeiras fabricavam com farrapos e restos de roupa velha, tiras essas cortadas nas noites de Inverno, ao serão, sobretudo pelas mulheres da casa. Mas ainda se hão-de admirar cobertores grosseiros de lã, lençóis de linho churro, e a um canto, o lavatório, normalmente só usado aquando da visita do médico a algum familiar doente. 
A Sala do Senhor, à frente, que se abria na Páscoa ou em dias de casamento ou baptizado, com um crucifixo sobre uma toalha alva, em cima da cómoda, onde se guardavam as roupas brancas e de festa. Havia cadeiras à volta, retratos nas paredes, principalmente dos casamentos, ampliados, que são actualmente grandes e importantes fontes de conhecimento da maneira de vestir e de ser das pessoas dos tempos antigos, sobretudo desde que a fotografia começou a marcar presença e a registar os principais acontecimentos das famílias. Aliás, em cima da cómoda, onde dois castiçais suportavam outras tantas velas para acender em dias de trovoada e, ainda, quando havia a visita das “almas” e quando se velavam os mortos, podiam ver-se algumas fotos de datas marcantes da família, a par das jarras de flores, renovadas semana após semana. 
No pátio interior não faltam as padiolas, os carros de mão e de vacas ou bois, com todos os seus apetrechos, as várias alfaias agrícolas, encabadas com paus toscos, a charrua e o arado, a um canto o galinheiro para as galinhas e galos, sobretudo, se refugiarem à noite, pois que de dia andavam, normalmente, a campo, comendo sementes, restos de comida e bicharada, quando não comiam outras coisas bem piores. E também não falta a retrete, pequena e de tampo de madeira, com o indispensável buraco a meio, que quarto de banho era coisa que não existia. E porque falamos de quarto de banho, o tal que só apareceu muito mais tarde, talvez na década de 50 para o grosso da população, que os mais ricos já o tinham havia algum tempo, se não nos falha a memória, perguntar-se-á onde tomavam banho os gafanhões. Ao que nos têm dito, tomavam-no na cozinha, geralmente ampla e que dava para o viver do dia-a-dia, numa grande bacia de lata, com água aquecida nas panelas de ferro de três pés. 
A água estava sempre quente, para o que fosse preciso, porque se cozinhava em panelas mais pequenas. Para o que fosse preciso, significa para lavar a loiça e para se lavarem, antes de se deitarem, especialmente os pés, que nem tudo podia ser lavado todos os dias, talvez por falta de hábito. Para o pátio interior ainda davam os currais dos porcos e das vacas ou bois, que sempre berravam acusando a falta da "lavagem", os primeiros, e da erva ou palha seca, de milho, os segundos. O celeiro também tinha uma porta para este pátio e às vezes para o exterior. 
Nos beirais dos telhado viam-se as abóboras a secar e à espera do Natal, para fazer os bilharacos. No pátio de fora não faltava a eira, onde se malhavam e secavam os cereais, cobertos de noite pelo tolde, feito de palha de centeio, a estrumeira (quando não era no pátio interior), para onde se deitava tudo o que pudesse transformar-se com o tempo em esterco, tão necessário à fertilização dos solos, a par do moliço e de mistura com ele. 
Viam-se as medas de palha e o “cabanéu” (prisma triangular, feito de uma armação de troncos de eucalipto e de ripas, e deitada sobre uma face), onde se arrumavam lateralmente e num dos topos, bem apertadas para não entrar a chuva, as palhas de milho, secas, para no Inverno servirem para alimento do gado. No interior guardavam-se alfaias agrícolas, menos usadas no dia-a-dia, e também ali dormiam, em especial os filhos da família, quando havia milho na eira, para o guardar dos ladrões que às vezes deixavam o lavrador sem nada do que granjeou durante todo o ano agrícola. Claro que não podemos esquecer, o poço, de onde se tirava a água para os usos domésticos, e um outro, o de rega, com o seu engenho puxado por vaca ou boi, que servia para regar o aido. 

Fernando Martins

ARTE EM AVEIRO

Pintura de José Maia - "OUTONO" -
publicada pelo jornal Correio do Vouga
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PRIMEIRA BIENAL
INTERNACIONAL
DE ARTE CONTEMPORÂNEA
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A Primeira Bienal Internacional de Arte Contnporânea vai ser inaugurada hoje, pelas 16 horas, em Aveiro, no auditório da Assembleia Municipal, edifício da antiga Capitania. Nessa altura, será divulgado o nome do vencedor do "Prémio Aveiro", no valor de dez mil euros, e dos três artistas que foram distinguidos com menções honrosas. As 77 obras seleccionadas e os trabalhos do artista convidado, Evariste Lichr, podem ser apreciados até 30 de Dezembro nas Galerias da Capitania, Paços do Concelho, Morgados da Pedricosa, Museu da Cidade e Teatro Aveirense. As 77 obras seleccionadas são de 49 artistas. Dessas, 40 são pinturas, 14 são fotografias, 12 são esculturas e 11 são desenhos. Esta Primeira Bienal Internacional é uma iniciativa da Câmara Municipal de Aveiro e do Círculo Experimental de Artistas Plásticos - AveiroArte. Paralelamente à Bienal, há um programa que inclui eventos culturais diversos, que serão anunciados em tempo oportuno.

UM LIVRO DE FLANNERY O’CONNOR


"UM BOM HOMEM
É DIFÍCIL DE ENCONTRAR”

Confesso que não conhecia a escritora Flannery O’Connor, como não conheço, obviamente, muitas outras. Aliás, é impossível conhecer tantos e tantos escritores bons, cujas obras enchem os escaparates das livrarias e… das grandes superfícies comerciais. Esta escritora americana, falecida em 1964 com apenas 39 anos, foi-me revelada pelo padre e poeta José Tolentino Mendonça, em ensaio publicado no caderno “Mil Folhas”, do “PÚBLICO”, com tais encómios, que não pude deixar de comprar este livro, que agora foi editado pela editora Cavalo de Ferro. 
A tradução foi da bióloga e escritora Clara Pinto Correia, que afirmou, a propósito desta preciosidade: “Li as histórias todas, uma por uma, noite dentro, sempre a sentir-me quase na margem do rio por onde se navega para outra dimensão qualquer. Era incrível. Era hipnótico. Era impossível de interromper antes de chegar ao fim e depois eu apagava a luz e ficava a dar voltas na cama (…). 
A minha Flannery morreu em 1964. Descubram-na agora e cada um que julgue por si mesmo.” Senti o mesmo quando li os contos que Flannery criou para quem gosta mesmo de ler. O pormenor das descrições de uma época, cheia de contrastes, e o fascínio dos desfechos dos contos, mais a tranquilidade com que a escritora me envolveu, deixaram-me, realmente, fascinado. 
Na contracapa há uma transcrição do “New York Times”, que é mais um desafio a quem aprecia boa literatura. Diz assim: “Ela não era só a melhor escritora deste tempo e lugar: ela conseguiu expressar algo secreto sobre a América, algo chamado Sul, com um dom transcendente de expressar o espírito real de uma cultura que é transmitido por escritores que se tornam naquilo que vêem. Ela era um génio.”
Esta pode ser uma óptima aposta para um fim-de-semana mais calmo e mais rico. 

Fernando Martins

UM LIVRO PARA O NATAL

Uma obra a lançar dia 23 de Novembro
"UM MENINO
CHAMADO NATAL"
Com texto de Joaquim Franco e fotos de Elísio Assunção e Ana Paula Ribeiro será lançado a 23 de Novembro, às 18.30 horas, na Livraria Bertrand do Centro Comercial Vasco da Gama, a obra “Um Menino chamado Natal”. Fazem a apresentação a pintora Emília Nadal e o jornalista António Marujo. Com 33 representações artísticas do Presépio e “palavras” que o fazem actual, este livro pretende ser um contributo para proclamar um Natal que, antes de ser a festa da família, da solidariedade, da boa-vontade, das juras mútuas de respeito e amizade, já era o que sempre foi: a celebração de um “nascimento”… “Um Menino chamado Natal” é um projecto de duas editoras – a Lucerna e a Sociedade Bíblica – com uma mensagem de motivação ecuménica, vocacionado para toda a sociedade.
Pelas referências que me chegam, este pode ser um livro para todas as idades e bem adequado para prendas de Natal, época propícia à demonstração das amizades e dos amores. Em vez de tantas futilidades que às vezes ofertamos, penso que esta obra pode ser uma óptima prenda de Natal.
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Fonte: Ecclesia

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

UM ARTIGO DE D. ANTÓNIO MARCELINO

PRAGMATISMO
PERIGOSO E CONSEQUENTE
Diz-se hoje, a torto e a direito, que “temos de ser pragmáticos”.Os dicionários anotam que pragmatismo é “a doutrina filosófica que adopta como critério da verdade a utilidade prática, identificando o verdadeiro com o útil”. A dar fé à definição, é fácil ver como sob a capa do pragmático muita coisa se pode esconder, mesmo com pessoas bem intencionadas. Encontramos neste “ser pragmático” a chave de leitura de decisões, pessoais, familiares e públicas, carregadas de consequências e que reduzem, de modo leviano, a verdade aos interesses mais variados, a coberto da utilidade, dita prática. É verdade que muitas vezes se perde demasiado tempo a reflectir e a ponderar, prejudicando, assim, a necessidade de decisões de certa urgência, que não se podem adiar eternamente. Como também acontece que, por receio de se enfrentarem problemas e situações, estes se vão ampliando, dando origem a outros não menos graves. O que é claro e aparece como certo e sensato é que o pragmatismo não pode, a qualquer preço, cultivar a superficialidade e a insensibilidade e pôr no simplesmente útil o móbil de toda a acção. O que é útil para uns, nem sempre o é para outros da mesma comunidade e com iguais direitos. Um útil relativizado pode tornar-se antro e vespeiro. O homem pragmático pode ser corajoso, mas é por vezes pouco culto e, por isso mesmo, pouco reflexivo, cego e pouco sensato. Se acrescenta a tudo isto a teimosia e o orgulho de não reconhecer o erro da sua precipitação e teimosia, então é o desastre completo. Se não se vê logo, o tempo não consegue ocultá-lo por meses e anos. A formação técnica, quando menospreza a formação humanista e se manifesta mais atenta aos resultados que às pessoas, é campo aberto, fora do laboratório experimental, para o pragmatismo das decisões perigosas e inconsistentes, ainda que vistosas e aplaudidas. Parece que já chegamos aqui em muitos campos, públicos e privados. É preocupante ver a ligeireza de decisões irrealistas e pobres, bem como o cuidado de iluminar apenas o lado que interessa do problema que, pragmaticamente, se pretende resolver. Vem-se decidindo minimizar o ensino da história e da filosofia, do latim e do grego, e investir tudo para que a matemática e o inglês sejam o grande motor da cultura actual. Assim se sublinham os aspectos utilitários de um problema grave que é o da formação para a vida, como se as pessoas fossem apenas máquinas e produtores de riqueza. Formar gente que cultive a harmonia do saber, consciente de que, por esta harmonia, o saber é mais universal e sólido e constitui o clima que permite que as pessoas sejam mais pessoas, não pode ser um decisão meramente pragmática. Nem sempre o objectivo da utilidade é respeito pela verdade. A utilidade muda segundo os interesses de ocasião. A verdade persiste na procura do interesse real e global de pessoas e comunidades. Este pragmatismo à moderna da sociedade do vazio, nasce e alimenta-se de um relativismo perigoso porque vazio de ideias, culturalmente analfabeto, incapaz de construir no presente um futuro que valha. Exprime-se por gritos de poder, não dá voz aos intervenientes e interessados, deixa-se fascinar pelo resultado imediato. Fabricam-se e publicam-se resultados que quem está no terreno sabe que são falsos; promete-se o que se sabe, de antemão, que não se pode dar; fomentam-se grupos emotivos de apoio que abdicaram de pensar e para os quais, também, o útil passou a ser o verdadeiro; por imponderada atenção, às minorias dá-se o que se nega ou dificulta às maiorias. O espectáculo atinge famílias, Estado, grupos corporativos, ambiente em geral, porque o contágio não pára. Se fascina parte da plebe, revolta a outra parte. A unidade de um povo, há que afirmá-lo, nasce da verdade, não do pragmatismo que a não respeita. E só na verdade tem consistência a esperança da felicidade e do bem-estar.

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