sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Poeiras do Porto de Aveiro

Gafanhões protestam contra poeiras
É público que os gafanhões residentes na zona envolvente ao Porto de Aveiro estão em luta contra o pó que os ventos arrastam para as suas casas e quintais, causando prejuízos a muita gente. E também é público que o director da APA (Administração do Porto de Aveiro), José Luís Cacho, já reconheceu que há, de facto, as poeiras que tantos danos causam às pessoas, alegando, no entanto, que se trata de uma realidade pontual, que ocorre em dias de ventos fortes. Prometeu que vai tentar resolver o problema, com a plantação de arbustos na montanha de areias que esperam colocação no mercado da construção civil. Todos os gafanhões esperam, por isso, que tudo se resolva a bem. Sempre defendi que o progresso é indispensável, mas também sempre acreditei que lhe estão associados alguns custos. É o caso. Que fazer então? Penso que a luta dos gafanhões, justa e oportuna, tem de levar as autoridades a debruçarem-se sobre o assunto, através de um diálogo civilizado e com a envolvência de técnicos competentes. Uma solução tem de ser encontrada, quanto antes, e não pode ficar ao sabor das ideias mais ou menos engenhosas de quem quer que seja. O assunto tem de ter uma resposta científica, até porque agora não se pode tirar o Porto Comercial daquele local. O progresso, que ao longo dos anos defendi e continuarei a defender, não pode atingir-se a qualquer preço. Os direitos das pessoas têm de ser salvaguardados e a qualidade de vida das populações não pode ser retórica fiada. Urge resolver a questão das areias e do pó de substâncias que chegam ao cais do Porto Comercial. Tem de haver uma solução técnica o mais depressa possível. Para bem de todos. Fernando Martins

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Darwin e o Génesis

Papa promove debate
Darwin e o Génesis:
regresso ao passado?
O anunciado encontro de Bento XVI com os seus antigos estudantes de Teologia em Castel Gandolfo, para discutir questões relativas à evolução darwinista e à Criação tem gerado um crescente interesse, com várias teorias a serem atiradas ao público. Darwin e a Igreja têm encontro marcado entre 1 e 3 de Setembro, num colóquio à porta fechada. Os antigos alunos de doutoramento de Joseph Ratzinger reúnem-se, mais uma vez, em volta do seu mestre e personalidades como o presidente da Oesterreichichen Akademie der Wissenschaften, Herbert Mang, o jesuíta Paul Elbrichk, professor de filosofia em Munique, ou o filósofo Robert Spaemann. Um dos mais destacados participantes é o Cardeal Christoph Schoenborn, voz activa no debate em curso há vários meses sobre o assunto. O Arcebispo de Viena criticou duramente, no ano passado, “o evolucionismo no sentido do neo-darwinismo – um processo não planeado, sem guia e de selecção natural” num artigo escrito para o New York Times. Mais recentemente, em entrevista à Rádio Vaticano, o Cardeal austríaco disse que “se tudo for fortuito, a vida não tem sentido”, precisando que “nem todas as explicações da evolução, do devir do mundo, da vida ou do homem são compatíveis com a fé”.
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Capela do Forte

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Capela de Nossa
Senhora dos Navegantes
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“No Forte, freguesia da Gafanha da Nazaré, começou a ser construída em 3 de Dezembro de 1863 a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direcção do exímio engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos pilotos da Barra, sendo então piloto-mor um tal senhor Sousa. Custou 400$000 réis. Na parede está fixada uma lápide que diz: «Património do Estado». Há de interessante e invulgar nesta capela as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal, de pedra de Ançã, lavrada em espiral com arco em ogiva. Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de Setembro com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes. A procissão ao sair do templo segue por sobre o molhe da Barra e regressa pela estrada do sul que vem do Farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra.” In “Monografia da Gafanha”, do padre João Vieira Rezende, 2ª edição, 1944 :::: Algumas considerações A memória, que todos temos de tudo e de mais alguma coisa, pode reconstruir-se por muitos modos: Pela consulta de documentos e de escritos que os nossos antepassados nos deixaram; por literatura, mesmo de ficção, que nos dá imagens, normalmente expressivas, do viver e do pensar do povo; por experiências pessoais que em jeito de diário alguns costumam registar; por fotografias ou pinturas que ilustram hábitos vividos pelos homens e mulheres que nos antecederam; por conversas com gente que tem muito para contar, e que a maioria das vezes leva para a eternidade estórias dignas de serem recontadas e conhecidas; por filmes e outros registos que estão perdidos ou esquecidos nos arquivos oficiais e particulares. Enfim, a história dos usos e costumes de pessoas e comunidades está por aí à espera de ser reescrita ou divulgada. Que esta transcrição da "Monografia da Gafanha", que aqui ofereço, possa servir como ponto de partida para o estudo da história da festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, que em breve se vai realizar. São os meus votos.
Fernando Martins

Direitos Humanos

Na Biblioteca Municipal de Aveiro
"25 anos a defender
os direitos humanos"
No hall da Biblioteca Municipal de Aveiro está patente ao público, até ao final de Setembro, uma exposição da Amnistia Internacional que pretende alertar a comunidade aveirense para o constante desrespeito dos direitos humanos no mundo.
Promovida pelo Núcleo de Aveiro da Amnistia Internacional, em colaboração com a Biblioteca Municipal de Aveiro, a exposição intitula-se “Amnistia Internacional - 25 anos a defender os Direitos Humanos em Portugal” e mostra um pouco do que tem sido a actividade, em Portugal e no mundo, daquela instituição internacional de defesa dos direitos humanos, fundada no Reino Unido e já galardoada com o Prémio Nobel da Paz.
De 23 a 29 de Setembro, irá decorrer a Semana Aveirense de Direitos Humanos, evento multicultural de promoção da educação e de defesa dos direitos humanos, promovida pelo Núcleo de Aveiro da Amnistia Internacional.
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Fonte: Correio do Vouga

Rendimento Social de Inserção

Boletim Estatístico aponta para 225 mil pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção
"A SUBSIDIARIEDADE
DEVE GERAR INCLUSÃO"
Mais de 225 mil pessoas recebiam o Rendimento Social de Inserção no passado mês de Maio, segundo dados constantes no Boletim Estatístico da Direcção-Geral de Estudos, Estatística e Planeamento divulgado ontem. Este número refere-se às pessoas que beneficiaram do Rendimento Mínimo Garantido, lançado no governo de António Guterres, e às que beneficiam do agora chamado Rendimento Social de Inserção. “Houve de facto um aumento, mas esta soma deve ser esclarecida para não sermos demasiado alarmados” refere o padre Agostinho jardim Moreira, presidente da direcção em Portugal, da Rede Europeia Anti – Pobreza (REAPN). “É importante ver é que houve um aumento significativo na região do Porto” refere, atingindo quase o dobro de Lisboa. “Aqui se reflecte a falta de emprego, com o fecho de várias fábricas, a fraca qualidade profissional das pessoas, a falta de formação e capacidade económica” salienta. O Porto é o distrito que tem o PIB menor no país, tornando-se assim a zona mais pobre. “Assiste-se a uma crise económica onde as pessoas não são incluídas na vida activa” refere.
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quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Um artigo de D. António Marcelino

Educar ainda
é possível? Um novo ano escolar começa com o bulício de milhares de alunos, a perplexidade e a desilusão de muitos professores, a preo-cupação e a meia indiferença de muitos pais, as interrogações de gente atenta aos problemas do país, mormente aos da educação.Alguém que de há muito me habituei a ler, porque sei que fala do que sabe, do que pensa, do que o preocupa, e é perito nestes assuntos, escrevia há pouco: “A figura do educador não existe, porque desapareceu também a figura pessoal do educando, reduzido a aprendiz de saberes positivos, de conteúdos objectiváveis e de técnicas que o preparam para uma profissão de futuro”. A ser assim, onde está a formação para que um aluno possa existir e afirmar-se como pessoa? Não é difícil verificar que, em tais condições, ninguém perde tempo a compreender-se e a assumir-se como formador ou educador, preferindo recolher-se no seu mundo próprio e reduzir-se à condição de simples técnico de um saber. Esta desilusão, mais ou menos generalizada, dos professores pode dizer-se que é o sintoma mais grave da crise moral de um país. Uma desilusão que não tem apenas por detrás razões profissionais, por pesadas que sejam, mas, dado o papel da escola, a consciência de uma missão social fundamental que não se pode realizar de modo normal, tantos são os entraves de dentro e de fora e as mil dificuldades diárias que encontra quem deseja fazer, com competência e seriedade, algo que seja consequente e positivo na vida dos educandos. Há nisto tudo um problema velho que se agravou, de que não se fala e que continua a criar dificuldades em ordem à educação escolar. Não é apenas problema nosso, porque outros países o sentem e já sofrem por não se ter resolvido. Em anos de democracia pacífica, em que muita gente determinante se pôs de acordo sobre coisas importantes da vida nacional, não se encontrou ainda um consenso em matéria educativa. O que é educar e quais os melhores modelos educativos? Qual o lugar dos pais e do Estado em tão importante tarefa? Quem mantém como básico o princípio da igualdade na educação e o da personalização? Quem defende uma educação centrada na pessoa e ao serviço da sua realização própria com tudo o que isto significa? Como se situa a escola nisto tudo? Os que defendem um ensino igual para todos e consideram a sociedade o lugar fundamental para esta tarefa, não chegam a entender-se por razões antropológicas, fundamentadas em diversos conceitos de humanismo, político-partidárias, eivadas de preconceitos religiosos e sociais, razões ideológicas, mutiladoras da pessoa, da democracia e de uma sociedade de pessoas livres e, por isso mesmo, do futuro. Também chegou cá, com cheiros de actualidade, o slogan da “escola única, pública e laica”. Um retrocesso de séculos, que nega o presente e fecha as portas ao futuro. Detrás das palavras existe uma concepção filosófica, uma visão antropológica, um projecto de sociedade, uma política e um modelo educativo, que impedem uma educação para este século. A educação não pode deixar de assentar em valores morais e éticos, os únicos que estruturam interiormente pessoas livres e responsáveis. Quem tem coragem e poder para fazer repensar aspectos essenciais da educação?
O ano escolar que começa tem muitos problemas e escolhos, uns fáceis de aplanar e de remover, outros não tanto, porque se cruzam os interesses, em vez de se somarem os esforços. As preocupações políticas cifram-se agora em arrumar a casa, não se apercebendo, ou não querendo aperceber-se, de que o alicerce desta não tem consistência e os seus muros estão a ruir. Todos podemos ver que assim é. Educar não é o mesmo que distribuir computadores a torto e a direito ou calar os professores. Porém, o Ministério chama-se da Educação. De qual? Há que dizê-lo, para que nos comecemos a entender, a dar sentido à escola e esperança ao país.

Grupo Poético de Aveiro

Poemas
sobre
a desigualdade
de oportunidades
O Grupo Poético de Aveiro, em parceria com a Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, está a organizar uma actividade que consiste na publicação de poemas escritos por jovens. Poemas sobre a desigualdade de oportuni­dades entre mulheres e homens, com a extensão máxima de uma página A4.
Os trabalhos deverão ser enviados, juntamente com dados de identificação (nome, morada, telefone, endereço electrónico, idade, profissão), até ao dia 15 de Setembro de 2006, para Grupo Poético de Aveiro, Casa Municipal da Cultura, Sala 5/9, Praça da República, 3º andar, 3810-156 Aveiro.

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